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Obesidade infantil e a relação com as aulas de Educação Física escolar

La obesidad infantil y la relación con las clases de Educación Física escolar

 

*Graduada em Educação Física

**Mestre em Educação

Faculdades de Dracena – UNIFADRA/FUNDEC

(Brasil)

Rosamaria Góis

ro_sinha10@hotmail.com

José Lima da Emerson Silva

emersilvajl@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Este trabalho tem como objetivo demonstrar a inequívoca necessidade de haver um numero maior de aulas de Educação Física no período escolar, pois, a obesidade tem ameaçado o bem-estar de um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo, ultrapassando até mesmo a desnutrição e as doenças infecciosas, sendo que uma parte destes indivíduos, ainda se encontra na fase da infância. Desta maneira, no presente trabalho, foram escolhidos uma classe com 21 alunos, nascidos entre 2000 e 2003, e outra com 30 alunos, nascidos entre 2001 e 2002, para compor a amostra, dos quais em sua grande maioria apresentam história anterior de consumo de alimentos calóricos, a não modificação da dieta alimentar dos outros membros da família e também pela forma como os pais esclarecem e administram a dieta, não estabelecendo reforços próximos relacionados à questão, contribuindo para que a criança apresente dificuldades no segmento de uma dieta saudável, assim, confirmando a literatura disponível na abordagem analítica comportamental acerca do tema. Os valores foram expressos em média e desvio padrão e todos os procedimentos estatísticos foram realizados no software IBM™ SPSS em sua versão 19.

          Unitermos: Exercícios. Obesidade infantil. Educação Física Escolar.

 

Abstract

          This paper aims to demonstrate the unequivocal need for more physical education classes during school, because obesity has threatened the welfare of a growing number of people around the world, surpassing even and malnutrition and infectious diseases, many of these individuals are still in their infancy. Thus, in this study a classroom with 21 students, born between 2000 and 2003, and another with 30 students, born between 2001 and 2001, were analyzed, which have a prior history of consumption of high-calorie foods, not the modification of feeding of other family members and also by their parents account for and administer the diet, not establishing reinforcements coming, helping the child to having difficulties in this segment of the diet, thus confirming the available literature on behavioral analytical approach on the subject. The values ​​were expressed as mean and standard deviation and all statistical procedures were performed in IBM SPSS ™ in its version 19.

          Keywords: Exercises. Children obesity. School Physical Education.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 188, Enero de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    De acordo com Who (2006), a obesidade é uma doença de prevalência crescente, sendo que em torno de 1,6 bilhões de indivíduos no mundo todo estão com excesso de peso e, no mínimo, 400 milhões são obesos. Tal informação preocupante reforça ainda mais a ideia de que a obesidade vem ganhando status de epidemia global e, consequentemente, transformando-se em um problema sério de saúde pública. Todavia, a obesidade na infância é o enigma nutricional que mais ligeiramente aumenta em todo o mundo, sendo ponderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a doença do século XXI. As crianças, devido ao descontrole alimentar, em parte influenciado pelos pais, os quais são os fatores fundamentais para uma educação alimentar, estão ingerindo demasiadamente alimentos sem nenhum benefício nutricional, enquanto que na escola o tempo destinado aos exercícios físicos que poderia ser utilizado para amenizar o ganho de peso corporal, não é suficiente para eliminar as calorias acumuladas pelo organismo. Segundo Marie & Jean (2001), uma pessoa é considerada obesa quando o sobrepeso é igual ou superior a 20% do peso ideal. Os 20% de excesso escolhido para a definição correspondem a um aumento estático significativo dos riscos vitais em longo prazo. Desta maneira, para se ter uma vida saudável, deve-se, cada vez mais, tomar cuidado com o que se ingere, por mais agradável que seja aos olhos das crianças, pode gerar males. Assim, a obesidade está resultando ser um dos principais problemas de saúde pública, afetando física e psicologicamente as crianças, pois, embora seja de fácil diagnóstico, a família demora muito para notar, e, portanto, a criança poderá apresentar aos longos dos anos um aumento significativo de aumento do seu peso corporal. Esta é uma situação em que a participação da família e da escola é de importância primordial, proporcionando aos pequenos, atividades que estimulem a o hábito pelas atividades físicas e uma boa alimentação. As crianças, a partir da idade escolar, começam por desempenhar uma autonomia crescente para decidir do que querem se alimentar. Tal autonomia, se não incitada em uma atmosfera benéfica, pode ser um dos fatores responsáveis pelo considerável aumento dos casos de obesidade infantil. Assim, a literatura demonstra que há métodos que são mais eficazes, como uma dieta balanceada, exercícios físicos controlados, e apoios emocionais e familiares. O excesso de peso refere-se à pessoa que excede ao da média da população, determinado segundo o sexo, altura e o tipo de compleição física. Todavia, acredita-se que as razões para tal fato sejam as mudanças de estilo de vida e dos hábitos alimentares (maior facilidades de fazer preparações ricas em gorduras e calorias, maior apelo comercial pelos produtos ricos em carboidratos simples, gorduras e calorias, maior consumo em fast-foods) e que, ultimamente, as horas destinadas a prática de atividade física da criança é muito menor do que antes.

    Conforme Giugliano & Melo (2002), combater a obesidade na infância é necessário para que a mesma não venha se prolongar na adolescência e na vida adulta, podendo gerar sérios riscos à saúde, provocando até mesmo a morte. Logo, o profissional de Educação Física Escolar, e juntamente com o professor, um nutricionista, poderão promover eventos, com o intuito de conscientizar os pais e alunos a respeito da alimentação adequada combatendo então a obesidade. Portanto, a escola é um lugar importante onde o trabalho de prevenção pode ser realizado e, além disso, a criança pode ser um agente de mudança na família.

    Assim, para determinar os níveis de gordura no organismo de uma pessoa, o modo científico utiliza diversos métodos, dentre os comumente usados estão às medidas de dobras cutâneas e o Índice de Massa Corporal ou Índice de Quetelet.

    De acordo com Wilmore & Costill:

    O índice de massa corporal é um padrão frequentemente utilizado para estimar a obesidade. O IMC de uma pessoa é determinado dividindo-se o seu peso, em quilogramas, pelo quadrado de sua altura, em metros (2001, p. 665).

    Segundo Who (2000), um adulto com Índice de Massa Corporal ou IMC de 25 kg/m² é considerado com sobrepeso, e acima de 30 kg/m², com obesidade. A classificação da obesidade através do cálculo do Índice de Massa Corporal vem sendo com frequência utilizado nos estudos epistemológicos e mais especificamente para os adultos.

2.     Metodologia

Tipo de estudo

    Este estudo tem caráter descritivo, de abordagem quantitativa, que consistiu na obtenção de respostas estruturadas para se chegar aos resultados esperados.

Período e local do estudo

    O estudo foi realizado no período de fevereiro e outubro de 2012, uma escola da rede municipal de Lucélia - São Paulo, com atenção voltada à população de crianças e adolescentes que estejam participando, com regularidade, das aulas de Educação Física Escolar. Estas aulas eram ministradas duas vezes por semana, totalizando 110 minutos de tempo utilizado para a prática de atividades físicas relacionadas à faixa etária dos alunos.

Sujeitos da pesquisa

    A amostra foi composta por dois grupos: o primeiro (Grupo A), formado por 21 estudantes de ambos os sexos, nascidos entre o ano de 2000 e 2003, e o segundo (Grupo B), formado por 30 estudantes de ambos os sexos, nascidos entre o ano de 2001 e 2002, regularmente matriculados no ensino fundamental de uma escola da rede pública de Lucélia - São Paulo, totalizando 51 alunos no grupo de amostragem envolvido no estudo.

Coleta de dados

    A coleta de dados foi efetuada nos meses de Fevereiro e Outubro, no período da tarde. Em um primeiro momento descrito como Momento 1, foram escolhidos duas aulas na semana de fevereiro, onde se efetuou a primeira coleta de dados e descrevendo as variáveis envolvidas no estudo como sendo, Massa Corporal, Estatura e IMC. Logo após na semana seguinte iniciou-se as aulas regulares do professor de Educação Física Escolar, orientado pelo seu plano de ensino, e totalizando 64 horas aulas, com término na ultima semana de outubro.

    Após o desenvolvimento destas aulas, foram coletados os dados descritos pelas variáveis no Momento 1 e agora denominado Momento 2.

    O cálculo do IMC foi realizado utilizando-se a fórmula Peso/Estatura². A massa corporal foi mensurada em uma balança mecânica, toda a amostra foi submetida às medidas. Descalços e com o mínimo de roupa possível, os alunos permaneceram na balança com os pés ligeiramente unidos, mantendo-se sobre o centro da plataforma da balança e com a cabeça e as costas eretas e, desta forma, foi aferida e anotada a massa corporal em kilogramas e a sua estatura. A medida foi feita com o indivíduo em apneia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre esta variável antropométrica. A cabeça estava orientada no plano de Frankfurt, paralela ao solo. O índice de massa corporal (IMC) foi obtido da divisão da massa corporal total pela estatura elevada ao quadrado. A obesidade e o sobrepeso foram definidos através dos pontos de corte de IMC para sexo e idade adaptado do National Center For Health Statistics (NCHS) and Centers For Disease Control and Prevention (CDC) growth charts, 2000. (WHO, 2006)

Análise dos dados

    Todos os dados coletados foram tabulados utilizando o programa IBM™ SPSS, em sua versão 19, e assim foi confeccionada uma tabela para melhor compreensão dos resultados obtidos.

3.     Resultados

    No trabalho realizado, foram avaliadas duas classes de uma escola da rede pública municipal da cidade de Lucélia, Estado de São Paulo, o Grupo A composto por 21 alunos com idade média de 11±0,5 anos, de ambos os sexos, e o Grupo B, composto por 30 alunos com idade média de 11,5±0,4 anos, de ambos os sexos.

    Quando analisadas variáveis antropométricas, foi possível observar que a Massa Corporal e a Estatura foram estatisticamente diferentes em todos os momentos analisados, sofrendo diminuição na Massa Corporal e aumento na Estatura. Porém, para a variável I.M.C. não foram encontradas diferenças significativas entre os momentos descritos nas tabelas 1 e 2.

    Através da aplicação do questionário elaborado por Gama (1999) e adaptado por Maria (2013). Também se verificou uma incidência grande de alunos que consomem alimentos hipercalóricos em sua dieta, contribuindo para um eventual sobrepeso.

    Para possibilitar um entendimento mais detalhado do problema analisado, foi utilizado o questionário elaborado por Silva (2009) e adaptado por Maria (2013), descrevendo o nível de atividade física dos escolares, ficando evidenciado um numero grande de alunos que não fazem atividade física.

 

Grupo A

Tabela 1. Valores de média e desvio padrão de variáveis antropométricas em diferentes momentos

 

Grupo B

Tabela 2. Valores de média e desvio padrão de variáveis antropométricas em diferentes momentos

4.     Considerações finais

    Com o devido estudo, percebe-se que o número pequeno de aulas de Educação Física Escolar também contribui para a instalação do sedentarismo e consequente um aumento de peso. Em estudos recentes, Abreu (2010) relatou que tem havido um aumento de ingestão energética total, independente do gênero ou da raça do escolar e que, o sedentarismo se propaga cada vez mais entre os escolares. Ainda, conforme Abreu (2010), a monitorização do IMC a nível escolar é uma estratégia interessante que nos dá a possibilidade de diagnosticar precocemente uma evolução estaturo-ponderal desadequada, assim como a escola pode constituir um importante elo com a família, que em conjunto, podem elaborar projetos de combate à obesidade. Ademais, os resultados acima demonstram um percentual elevado dos alunos que não são contemplados por um número de atividades físicas dentro e fora do ambiente escolar. Desta maneira, tal estudo foi planejado com o intuito de verificar a prevalência de obesidade e possíveis fatores a ela associados, em decorrência dos escassos momentos de atividades físicas em uma das instituições da rede de ensino de Lucélia, São Paulo. Assim, pôde-se constatar que existe uma elevada prevalência de sobrepeso e obesidade entres os alunos de 10 a 13 anos, que estiveram envolvidos na amostra. Relacionado ao numero de reduzido de aulas de Educação Física Escolar, juntamente com uma grande parcela dos alunos envolvidos na amostra consumirem alimentos hipercalóricos, ou seja, alimentos com alto teor de gorduras, pode estar influenciando significativamente no aumento do peso corporal dos mesmos. Verificou-se também que diversos alunos com IMC nos parâmetros de obesidade apresentaram, além do acúmulo excessivo de gordura, um elevado percentual de risco para desenvolver a síndrome metabólica. O estilo de vida fisicamente ativo, aliado a uma alimentação adequada, deve ser incentivado desde os primeiros anos de vida, como medida de prevenção de doenças crônicas na infância, na adolescência e na fase adulta.

    O cenário das aulas de Educação Física Escolar, pode-ser uma das possibilidades de aumento dos níveis de atividade físicas dos alunos, visto que uma boa parte de suas vidas é vivida dentro desse cenário. Todavia, a realização de estudos mais aprofundados e com maior número amostral e analises, se faz necessário.

Referências bibliográficas

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