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Propriedades psicométricas da versão brasileira da Escala 

Toronto de Alexitimia nos contextos da atividade física e esportiva

Propiedades psicométricas de la versión brasileña de la Escala de Toronto
de Alexitimia en los contextos de la actividad física y deportiva

 

*Université du Québec à Trois-Rivières, Trois-Rivières, Québec, Canada

Laboratoire de Méthodes Psychométriques et Expérimentales, Canada

**Groupe d’études en méthodes psychométriques appliquées à la psychologie du sport, Canada

***Núcleo de Estudos e Pesquisas em Pedagogia e Psicologia

do Esporte (NP3 Esporte) da UFRGS, Porto Alegre

Marcos Alencar Abaide Balbinotti* ***

Daniela Wiethaeuper* **

mbalbinotti@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo é verificar as propriedades psicométricas da ETA-20 (Escala Toronto de Alexitimia) exploradas a partir de uma amostra de estudantes universitários brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, e compará-las com aquelas encontradas a partir de outras amostras independentes de estudantes, de diversos países. A amostra dessa pesquisa constitui-se de 186 estudantes, de ambos os sexos, e com idades variando de 18 a 51 anos, todos praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas. O índice Alpha de Cronbach obtido (α = 0,82) para a escala total, foi comparável com as outras amostras de outros estudos (que variaram de 0,68 a 0,84). Os resultados de adequação ao modelo tridimensional para essa amostra de estudantes (χ2/gl = 3,47; GFI=0,87; AGFI=0,85; RMSEA=0,06) são equivalentes àqueles apresentados em outros estudos nacionais e internacionais. Os resultados indicam que o modelo tridimensional pode ser replicado e utilizado em pesquisas com a população de praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, no Brasil. A principal conclusão é que o instrumento é válido e fidedigno para uso nessa população. Novos estudos devem explorar a possibilidade de uso clínico deste instrumento por psicólogos do esporte.

          Unitermos: Alexitimia. Validade. Fidedignidade. Estudantes. Psicologia do Esporte.

 

Abstract

          The objective of this study is to verify the psychometric proprieties of the ETA-20 (Toronto Alexithymia Scale-20) explored with a sample of Brazilian university students that practice regularly physical activities and sports. Also, we aim to compare the results obtained with this sample, with those found with other samples of students of different countries. The sample consists of 186 students, male and female aged between 18 to 51. The Cronbach’s Alpha (α = 0,796) for all instrument is compatible with the ones found with other samples of others studies (0,68 < α < 0,84). The results of the tridimensional model with this sample (χ2/gl = 3,47; GFI=0,87; AGFI=0,85; RMSEA=0,06) are equivalent to those found by studies in other countries. These indicate that the three-dimension original model fit and can be used in research with the population of Brazilian university students that regularly practice physical activities and sports. The main conclusion is that the instrument is valid and reliable to be used in this population. New studies should explore the possible clinical uses of this instrument by sport psychologists.

          Keywords: Alexithymia. Validity. Reliability. Students. Sport Psychology.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 183, Agosto de 2013. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    Este estudo faz parte de uma pesquisa maior e continuada que visa explorar e descrever o perfil de brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, considerando características e aspectos variados relativos ao seu desenvolvimento profissional e a sua personalidade. Especificamente, esta pesquisa se inspira fortemente em estudos recentes de Balbinotti e de seus colaboradores (Balbinotti, et al., 2008; Pelisoli, et al., 2003; Wiethaeuper, et al., 2005) e visa explorar, a partir de dados colhidos na realidade brasileira, as propriedades psicométricas da versão brasileira da Escala Toronto de Alexitimia (ETA-20), a partir de uma amostra de 186 estudantes universitários todos praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, do sul do Brasil. Ainda, pretende-se explorar possíveis semelhanças ou diferenças importantes nos dados obtidos com esta amostra quando comparada a outras independentes, nacionais e internacionais. Para melhor responder a esses objetivos, apresentam-se, inicialmente, aspectos referentes ao plano teórico, empírico e transcultural relativos ao conceito (ou construto) “alexitimia”.

Alexitimia no plano teórico

    A Alexitimia é definida, no plano teórico (NEMIAH & SIFNEOS, 1970; SIFNEOS, 1972, 1973; TAYLOR, BAGBY & PARKER, 1997), como um construto multidimensional embasado na incapacidade ou dificuldade de identificar, distinguir ou conscientizar-se dos próprios sentimentos emocionais subjetivos (emoções e estados de ânimo). Foi originalmente concebido para descrever um grupo de características cognitivas e afetivas observado em pacientes psicossomáticos. O significado da palavra, a partir das raízes gregas, seria A (falta, sem), lexis (palavra) e thimos (afeto), ou seja, sem palavras para os afetos. Mais especificamente, Nemiah e Sifneos (1970) definem a Alexitimia como possuindo as seguintes características: a) notável dificuldade de identificar e descrever sentimentos; b) dificuldade de fazer distinção entre sentimentos e sensações corporais provindos de excitações internas; c) carência de fantasias e processos imaginários marcadamente constritos; d) estilo cognitivo concreto e baseado na realidade tão somente – também entendido como pensamento externamente orientado ou pensamento operatório; e, finalmente, e) alto grau de conformidade social com pouco contato destes indivíduos com suas próprias realidades psíquicas (TAYLOR, BAGBY, & PARKER, 1991). Com o desenvolvimento das ciências cognitivas, hoje é possível definir que tais processos refletem um déficit na capacidade cognitiva de processar e regular emoções (KRYSTAL, 1988), constituindo-se em um mecanismo psicopatológico de uma ampla variação de importantes psicopatologias e de condições de saúde precárias (TAYLOR, BAGBY, & PARKER, 1997).

    Para responder adequadamente a esse modelo teórico, diversos instrumentos têm sido desenvolvidos para avaliar alexitimia, como os questionários Alexithymia Provoked Response Questionnaire (KRYSTAL, GILLER, & CICCHETTI, 1986) e Beth Israel Hospital Psychosomatic Questionnaire (SIFNEOS, 1973). As escalas auto-aplicáveis mais utilizadas são a Analog Alexithymia Scale (FARYNA, RODENHAUSER, & TOREM, 1986), a MMPI Alexithymia Scale (KLEIGER & KINSMAN, 1980), a Schalling-Sifneos Personality Scale (APFEL & SIFNEOS, 1979) e a Revised Schalling-Sifneos Personality Scale (SIFNEOS, 1986). No entanto, questiona-se sobre a validade e a generabilidade no plano transcultural dos resultados dos estudos que os empregaram (BAGBY, PARKER, & TAYLOR, 1991). Como tentativa de solução desses problemas, Taylor, Ryan e Bagby (1985) desenvolveram a Escala Toronto de Alexitimia (TAS-26). Apesar das propriedades psicométricas da TAS-26 terem sido satisfatórias, outros pequenos problemas métricos foram encontrados. Assim, Bagby, Taylor e Parker (1992) desenvolveram a TAS-20. Os resultados das análises fatoriais confirmatórias com a TAS-20 sugerem que esta versão mede a dimensão geral da alexitimia a partir de três fatores distintos e satisfatoriamente correlacionáveis. Estes três fatores refletem distintas facetas do construto da alexitimia: dificuldade de identificar sentimentos (fator 1); dificuldade de descrever sentimentos para outros (fator 2); e, finalmente, estilo de pensar orientado para o exterior (fator 3).

Alexitimia no plano empírico e transcultural

    No plano empírico, recentemente tem-se notado um crescente número de estudos com respeito ao construto alexitimia. Por exemplo, Kirmayer (1987) tem explorado este construto como um fenômeno social e cultural; Prince (1987) o tem estudado em psicoterapias, também observando um viés cultural; e, finalmente, Wierzbicka (1999) tem se preocupado com o estudo das emoções e sentimentos entre diferentes línguas e culturas. Se, por um lado, este construto tem despertado a atenção de pesquisadores que indicam vieses culturais, por outro lado, a própria TAS-20 tem sido alvo de mais de uma dezena de estudos onde se privilegiam, precisamente, as qualidades métricas desta escala, em diversos contextos culturais e/ou de línguas (e costumes) diferentes daquela onde esta foi concebida. Em um recente estudo (TAYLOR, BAGBY, & PARKER, 2003), os autores apresentaram os resultados de algumas qualidades métricas da TAS-20 utilizada em diferentes línguas e culturas. Estes estudos exploram os resultados de independentes amostras em diferentes populações: pacientes de cuidados primários, adultos normais, pacientes psiquiátricos, pacientes de medicina geral, pacientes psicossomáticos, e, finalmente, estudantes. Para fins deste estudo, realizado com uma amostra da população de estudantes universitários praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, destacou-se, da tabela originalmente apresentada por Taylor, Bagby, e Parker (2003), doze países citados cujas qualidades psicométricas foram obtidas com o TAS-20, unicamente aqueles com amostras de estudantes (ver Tabela 1).

Tabela 1. Índices estatísticos das propriedades métricas avaliadas a partir do TAS-20 com amostras de estudantes de 

diversos países (TAYLOR, BAGBY & PARKER, 2003), inclusive do Brasil (BALBINOTTI et al., 2008; WIETHAEUPER et al., 2005)

    Após a recensão dos estudos listados na Tabela 1 (e mesmo de outros estudos com outras amostras de populações diversas), os autores concluíram que a replicabilidade do modelo em três fatores, encontrados na TAS-20, parece suportar o uso deste instrumento em “culturas altamente diferentes” (p. 282). Sugerem ainda que outras culturas e países (e línguas) deveriam explorar estes dados métricos deste promissor instrumento. Por fim, arriscam-se considerar a alexitimia um construto universal, que transcende as barreiras culturais (de países, línguas e costumes).

Questão central de pesquisa

    Partindo-se dos planos teóricos e empíricos apresentados anteriormente, foi possível formular as duas seguintes questões dessa pesquisa: (1) “a partir de dados colhidos com estudantes universitários brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, pode-se afirmar que a TAS-20 é válida e fidedigna para uso com esses atletas?” (2) “a partir de dados colhidos com estudantes universitários brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, poder-se-á encontrar índices similares àqueles encontrados em outros países e/ou culturas onde a TAS-20 já foi aplicada em amostras da população de estudantes universitários em geral?” Para responder adequadamente essas questões, foram empregados procedimentos metodológicos, éticos e estatísticos. Estes procedimentos estão apresentados a seguir.

Método

Procedimentos, sujeitos e instrumentos

    O recrutamento dos sujeitos foi realizado em salas de aulas, no ano de 2012. Os princípios de respeito à pessoa e da autonomia (GOLDIM, 2012a), da beneficência (GOLDIM, 2012b), da não-maleficência (GOLDIM, 2012c) e, ainda, os princípios e regras fundamentais do consentimento informado (BALBINOTTI & WIETHAEUPER, 2002), todos conforme as diretrizes da Resolução n.º 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde (2008), foram rigorosamente seguidos. Com base nestes cuidados procedurais, o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul analisou e aprovou o projeto por considerá-lo ético e metodologicamente adequado. Número de referência: 2006569. O tempo necessário para responder ao instrumento deste estudo foi de, aproximadamente, 7 minutos (excluindo o tempo de apresentação do instrumento e as formalidades preliminares).

    A escolha da amostra foi por conveniência (não aleatória), considerando as colocações de Maguire & Rogers (1989) com respeito às problemáticas à seleção dos elementos constitutivos de uma amostra aleatória de pesquisas em educação; embora com o consciente cuidado de evitar grupos de classes especiais (como graduações de referência, extensões e cursos de pós-graduação, entre outros). Os 186 estudantes universitários brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, de ambos os sexos e com idades variando de 18 a 51 anos implicados nesta pesquisa, estavam regularmente inscritos em disciplinas dos semestres 3, 5, e 7 (de um total de 10 semestres), e foram recrutados em uma universidade da região da grande Porto Alegre. Destaca-se que esta amostra é composta por 97 (52,2%) estudantes do sexo masculino e de 89 (47,8%) estudantes do sexo feminino. Foram utilizados dois instrumentos: um Questionário Sócio-Demográfico Simples – QSDS – apenas para controle das variáveis: sexo e idade) e a versão brasileira da Escala Toronto de Alexitimia – ETA-20 (WIETHAEUPER & BALBINOTTI, 2003). Este último já está sendo objeto de estudos de validação para uso clínico.

    A Escala Toronto de Alexitimia. A ETA-20 (WIETHAEUPER & BALBINOTTI, 2003) é a versão brasileira da “Toronto Alexithymia Scale” (TAS-20) elaborada por Bagby, Taylor e Parker (1992). Ela foi originalmente elaborada com o objetivo de avaliar, basicamente, três dimensões distintas, mas relacionáveis: 1) dificuldade de identificar sentimentos e sensações corporais; 2) dificuldade de descrever sentimentos para os outros; 3) pensamento orientado externamente. Tomadas em conjunto, essas dimensões permitem uma avaliação global do construto “alexitimia”. A ETA-20 é constituída de 20 itens referentes às próprias emoções e estados de ânimo dos sujeitos. Cada item é avaliado por uma escala bidirecional em 5 pontos, de tipo Likert, indo de “completamente falso” à “completamente verdadeiro”. Um escore elevado indica um alto grau de alexitimia. O tempo aproximado de aplicação da escala é de 10 minutos. Requerem-se, apenas, respostas sinceras por parte dos sujeitos. A tradução da ETA-20 seguiu os princípios norteadores sugeridos por Vallerand (1989): duas traduções inversas e paralelas por abordagem avaliativa final de tipo comitê. Após alguns ajustes menores, julgou-se que a ETA-20 estava própria para uso na população alvo. Ainda, visando uma adequada compreensão por parte dos possíveis sujeitos alvo, utilizou-se um procedimento de análise semântica dos itens sugerido por Pasquali (2003): a utilização de oito juízes retirados da própria população para a qual se quer adaptar (construir ou utilizar) o instrumento, a fim de verificar, por um lado, a compreensibilidade dos itens para o extrato mais baixo da população alvo e, por outro lado, evitar deselegâncias na formulação (adaptação) dos itens para poder-se também atingir, adequadamente, o extrato “mais sofisticado” (p. 107) desta mesma população. As três abordagens realizadas (seja, a primeira, as duas traduções inversas, e, seja a segunda e a terceira, as duas sub-amostras independentes, de 4 sujeitos cada, da própria população alvo), em formato comitê, garantiram, na medida do possível, a clareza, a pertinência e a compreensão do conteúdo dos itens, ao mesmo tempo que a certeza de não haver dificuldades maiores de aplicação.

Resultados, interpretações e discussões

    Para responder adequadamente à questão central desta pesquisa, apresentam-se, sucessiva e sistematicamente, os resultados do índice Alpha de Cronbach (para estudo da consistência interna da escala) e da análise fatorial confirmatória (para o estudo da validade de construto da escala).

Índice Alpha de Cronbach (estudo da consistência interna)

    O modelo Alpha foi testado a partir do SPSS 20, verificando-se a consistência interna da versão brasileira da Escala Toronto de Alexitimia. Foi utilizado o modelo proposto por Cronbach e seus colaboradores (CRONBACH, 1951, 1988, 1996; CRONBACH & MEEHL, 1955; CRONBACH, RAJARATNAM, & GLESER, 1963). Com base nos resultados obtidos, pode-se indicar que o coeficiente Alpha para a escala total, mesmo sem a retirada de nenhum item (α = 0,796), indicou um satisfatório índice de consistência interna para a ETA-20, com essa amostra de estudantes. Verificou-se se a retirada de alguns itens causaria um aumento importante neste índice. Esta hipótese foi negada, mesmo que alguns itens apresentassem correlações fracas com a escala total; optou-se por mantê-los, pois a exclusão poderia causar perda na validade de conteúdo (principalmente quanto à pertinência e a adequada exploração de todas as arestas – significados – do conceito). Pode-se interpretar esses resultados dizendo que a ETA-20 é uma escala fidedigna e consistente, e recomenda-se seu uso com estudantes universitários brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas.

Análise fatorial confirmatória

    O modelo de três fatores da ETA-20 foi testado a partir do pacote AMOS 20, verificando-se a validade de construto e a replicabilidade deste modelo em caráter transcultural. Foi usado o modelo proposto por Bagby, Taylor e Parker (1992), que considera que cada item deve aferir apenas um fator, diferenciando-se, portanto, do modelo fatorial exploratório (onde cada item apresenta saturações fatoriais nos diversos fatores com valores próprios superiores a 1).

    Esta amostra apresentou um qui-quadrado significativo (χ2 = 610,576; p < 0,01), resultado que é tipicamente encontrado em grandes amostras. Por essa razão, alguns autores têm descartado esse dado de suas análises, afinal de contas trata-se de uma estatística extremamente sensível ao número de sujeitos da amostra. As outras quatro importantes medidas de adequação ao modelo tridimensional estão de acordo com os critérios padrões, garantindo-se assim, a adequação do modelo para a amostra brasileira de estudantes praticantes regulares de atividades físicas e esportivas (χ2/gl = 3,47; GFI=0,87; AGFI=0,85; RMSEA=0,06). Pode-se notar que esses resultados estão absolutamente de acordo com os valores encontrados em outras amostras de população estudante, de outras culturas, línguas e países (ver Tabela 1). Devem-se interpretar positivamente esses índices. Além de responderem satisfatoriamente aos critérios da replicabilidade do modelo de três fatores propostos na literatura especializada, garantem a validade e a transculturalidade do construto em análise.

Conclusões e sugestões de novos estudos

    Com ajuda de uma amostra de estudantes universitários brasileiros praticantes regulares de atividades físicas ou esportivas, este estudo teve por objetivo verificar importantes qualidades métricas da ETA-20 comparando-as com os resultados encontrados a partir de diversas amostras de estudantes universitários de outros países. Inicialmente pode-se concluir que o valor encontrado para a consistência interna da ETA-20, com este grupo específico de estudantes em estudo, é satisfatório, podendo-se concluir que a escala em questão é uma medida fiel de alexitimia. Ainda, os resultados obtidos a partir dos índices fatoriais confirmatórios, garantem a conclusão de que esse conjunto de itens avalia o construto “alexitimia”, isto é, avalia o que se propõe avaliar, portanto uma escala válida para a medida deste traço de personalidade para esse grupo de estudantes. E, finalmente, o conjunto de resultados encontrados são efetivamente comparáveis àqueles de outros países (e mesmo do grupo geral de estudantes do Brasil) apresentados na Tabela 1. Esta escala pode ser particularmente interessante para que psicólogos do esporte tenham uma ferramenta válida e fidedigna a sua disposição, quando se interessarem em medir a alexitimia de seus clientes. Por tratar-se de um conceito relativamente novo mesmo na área da psicologia do esporte, sugere-se cautela no uso deste conceito (traço de personalidade), usando-o, preferencialmente, dentro de um modelo maior onde a alexitimia seja apenas mais uma das características investigadas. Medidas de alexitimia são particularmente interessantes quando utilizadas dentro de um contexto maior, ou seja, quando os profissionais se interessam em ajudar o atleta na preparação e no desenvolvimento de sua vida profissional futura. Finalmente, novos estudos devem ser conduzidos a fim de verificar a existência de correlações entre alexitimia e outras características de personalidade dos atletas ou praticantes de atividades físicas, bem como explorar possíveis diferenças ou semelhanças estatísticas conforme certas variáveis de controle (sexo, idade, etc.).

Referências

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