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A hipertensão arterial sistêmica nos idosos

La hipertensión arterial sistemática en personas mayores

The systemic arterial hypertension in the elderly

 

Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Esefap de Tupã, SP

Pós-Graduada em Ciência do Exercício Físico: da saúde à performance

pela Faculdades de Dracena, Fadra. Professora de Educação Física

da Prefeitura Municipal de Dracena, SP

Sarah de Siqueira Bortolatto

sarahbortolatto@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo deste estudo é verificar a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica em 30 idosos residentes em um lar geriátrico. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a doença crônica mais comum entre os idosos, sendo que sua prevalência aumenta progressivamente com a idade. No Brasil, morrem anualmente milhares de pacientes em consequência de doenças cardiovasculares e a hipertensão arterial sistêmica é um dos mais importantes fatores de risco para doença cardiovascular no idoso que vive em instituições geriátricas. Esta pesquisa visa corroborar minhas expectativas em relação da presença da doença nesses lares, com outros estudos já realizados nesse âmbito. Minha preocupação em realizar esse estudo, era elencar os fatos desencadeantes da hipertensão arterial nesta população e fazer um enlace, ou seja, de maneira secundária relacionar e mensurar através do tratamento estatístico essa hipótese diagnosticada com fatores já mencionados como nutrição, prática de atividades físicas e sexo. Os resultados obtidos pelo estudo confirmaram minha suspeita sobre a alta prevalência nessa população e a correlação com os aspectos multifatoriais, já citados, causando-me certa perplexidade sobre o resultado obtido concernente á pouca significância estatística relacionada aos hipertensos.

          Unitermos: Hipertensão arterial. Atividade física. Idosos.

 

Abstract

          The objective of this study is to assess the prevalence of Hypertension in 30 elderly residents in a geriatric home. The Hypertension (HTN) is the most common chronic disease among the elderly, and its prevalence increases progressively with age. In Brazil, thousands of patients die each year as a result of cardiovascular disease and hypertension is a major risk factor for cardiovascular disease in the elderly living in geriatric institutions. This research aims to corroborate my expectations regarding the presence of the disease in these homes, with other studies conducted in this area. My concern in performing this study was to list the facts triggering of hypertension in this population and make a link, or secondarily relate and measure through statistical diagnosed with this hypothesis aforementioned factors such as nutrition, physical activity and gender. The results of the study confirmed my suspicion about the high prevalence in this population and correlation with multifactorial, already cited, causing me some confusion about the results concerning low significance be related to hypertensive.

          Keywords: Hypertension. Arterial. Physical Activity. Elderly.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 181 - Junio de 2013. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Envelhecer é uma ação complexa, que abrangem distintas variáveis como doenças crônicas, fatores genéticos, estilo de vida, entre outras informações. Deste modo, os gerontologistas alegam que o processo de envelhecimento da início desde o momento da concepção, sendo então a velhice definida como um processo dinâmico e progressivo no qual há modificações tanto morfológicas como funcionais bioquímicas e psicológicas. Assim, com os aprimoramentos das ciências, principalmente na esfera da medicina a partir de 1950 até aos dias atuais, a expectativa de vida acresceu dezenove anos, ponderando que a expectativa de vida hoje excede os setenta anos e que, em 2050, a estimativa é que teremos um número de centenário 15 vezes maior. Sendo assim, é imprescindível haver estudos e reflexão a respeito desta população que a cada dia vem aumentando no Brasil. Essa premissa geral, acrescentada de fatores condescendentes na área da saúde como, os idosos, sua relação com a Hipertensão Arterial Sistêmica e fatores subjacentes e minha percepção como acadêmica, induziu minha incursão ao campo de pesquisa na intuição de aferir e mensurar minha hipótese de que muitos idosos habitantes em um lar geriátrico seriam portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e ainda seriam impossibilitados de distinguir nuances e diferenças da doença que comprometam de maneira extrema sua saúde, já fragilizada pelo envelhecimento. Os dados foram analisados e discutidos com base na fundamentação teórica, onde se discorre entre outros, sobre os seguintes capítulos: considerações gerais sobre a terceira idade, direitos dos idosos, doenças comuns na terceira idade, entre outros. Deste modo, a adoção de um comportamento mais ativo fisicamente contribui para a prevenção e o tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica.

    Em seu artigo 1º, o Estatuto do Idoso (2003) considera idoso toda pessoa com idade igual ou superior a sessenta anos.

    De acordo com Kawamoto et al (1995), a Organização Mundial da Saúde – OMS também estabelece que o idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais de idade. Ainda, quando se fala em envelhecimento pensa-se na aposentadoria, no descanso do trabalho, porém, nesta fase da idade, as pessoas podem desenvolver sentimento de solidão, inutilidade, medo das novidades do envelhecimento e, deste modo, a senilidade tanto física como psicológica pode provocar comprometimento da saúde mental.

    Todavia, as fases mais avançadas da vida são ponderadas momentos favoráveis para novas conquistas, conduzidos pela procura do prazer e da satisfação pessoal. Entretanto, é evidente que existe precariedade dos mecanismos de que a sociedade brasileira dispõe para lidar com a velhice avançada, com as situações de abandono e de dependência, com a perda das habilidades cognitivas, físicas e emocionais que acompanham o avanço da idade.

    Conforme Almeida (1999), é comum os idosos apresentarem uma síndrome peculiar da terceira idade e os primeiros sintomas de que a crise está se instalando são problemas de pressão, enxaqueca e dores de cabeça. Desta maneira, frente a vulnerabilidade do organismo, é comum surgirem dificuldades respiratórias como asma, bronquite, falta de ar e pneumonia, além de problemas gastrite, acidez estomacal, de pele e disenterias.

    Carvalho et. al. (1998) explicam que a hipertensão arterial é um problema que atinge de maneira especial os idosos, o aperfeiçoamento do controle da hipertensão junto a essa população passa a ser urgente.

    Considerando-se a avaliação de um paciente com HAS, deve-se lembrar que as duas principais formas diferem bastante em sua prevalência. A hipertensão é arbitrariamente classificada como sendo essencial ou secundária. O primeiro diagnóstico é estabelecido por exclusão de causas secundárias notificáveis.

    Conforme Kaplan, Sadock e Grebb (1997), a hipertensão secundária, que implica numa causa discernível e algumas vezes reversível para a pressão arterial elevada, provavelmente contribui com menos de 5% dos casos.

    A HAS é considerada um problema de saúde pública por sua magnitude, risco e dificuldades no seu controle. É necessário conhecer os motivos que desencadeiam a hipertensão arterial, e, principalmente, os recursos para amenizar a doença, para que se obtenha uma melhor qualidade de vida. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002)

    Ainda, vale destacar que a curiosidade sobre a real prevalência de HAS nos idosos deste lar geriátrico foi também objeto de motivação para o desenvolvimento de tal pesquisa, uma vez que como profissional, causou-me apreensão a impressão de que a patologia é frequente no grupo, além do hipotético desconhecimento desta por parte dos idosos.

Atividade física e a hipertensão arterial sistêmica

    Nos dias de hoje, o sedentarismo surge como fator de risco preponderante para Hipertensão Arterial Sistêmica. Pessoas que não praticam exercício físico são mais predispostas a desenvolverem HAS e, sendo assim, aumentarem a taxa de casos patológicos cardiovasculares, bem como o número de mortes e sequelas decorrente da doença. Na população brasileira, mulheres geralmente são mais sedentárias que os homens. (MONTEIRO e SOBRAL FILHO, 2004).

    Todavia, se salienta que mudanças no estilo de vida são indispensáveis hoje e, o exercício físico é recomendado fazendo parte deste novo cenário. A atividade física, além de saudável, causa sensações agradáveis ao corpo devido à liberação de um conjunto de substâncias opióides conhecidas como endorfinas, além de manter a estrutura corporal mais magra e rígida, atendendo as exigências atuais de estética e beleza. Porém, é a melhora cardiovascular, sem dúvidas, o mais importante benefício obtido com a prática regular do exercício físico. Um estudo envolvendo pacientes com idade de 35 a 83 anos constatou que o exercício físico é uma das condutas não farmacológicas que mais promoveu efeitos redutores dos níveis de pressão arterial. (FERREIRA, MELLO e SOBRAL FILHO, 1999)

    A disposição de utilizar precocemente agentes medicamentosos está sendo substituída cada vez mais pela implementação da prática gradual e regular das atividades físicas, que visam não só uma redução estatística em números de hipertensos, mas também uma melhora natural das condições de vida da população. Fatores hemodinâmicos, humorais e neurais, explicam a princípio a relação entre a atividade física e HAS, sendo objeto de motivação pela busca de uma explicação para o efeito redutor do exercício sobre a pressão arterial de indivíduos nas comunidades científicas de todo o mundo. (MONTEIRO e SOBRAL FILHO, 2004)

    Assim sendo, conforme Monteiro e Sobral Filho (2004), pode-se dizer que durante um período de exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Entram em ação processos fisiológicos e metabólicos, otimizando a distribuição de oxigênio pelos tecidos em atividade. Portanto, os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores neurais, humorais e hemodinâmicos.

    Ainda, para Monteiro e Sobral Filho (2004), representando um subgrupo de atividades físicas planejadas, o exercício, quando realizado com repetições sistemáticas de movimentos orientados, produzindo aumento de consumo de oxigênio no praticante e um consequente dispêndio muscular, gerando assim, trabalho, é excelente maneira de prevenir e tratar a HAS, promovendo, portanto a homeostasia do organismo (equilíbrio fisiológico do mesmo).

    De acordo com Araújo (2001), o sistema cardiovascular é beneficiado de forma direta, se for bem executado o exercício. Como ocorre um aumento das demandas metabólicas, mecanismos específicos aceleram o funcionamento do sistema cardiovascular, onde são acionadas sob a forma de arcos reflexos constituídos de receptores, vias aferentes, centros integradores, vias eferentes e efetores entre outros. Esses mecanismos são multifatoriais, permitindo ao sistema operar de maneira efetiva nas mais diversas circunstâncias. Os ajustes fisiológicos são processados a partir das demandas metabólicas, chegando ao cérebro através do tronco cerebral, onde se situam os neurônios encarregados da regulação central do corpo humano, podendo ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos, os efeitos fisiológicos do exercício físico podem auxiliar na redução dos níveis tencionais arteriais.

    A indicação médica dos exercícios é benéfica em diversas situações e que a sua prescrição deve ser quantificada de forma individual para professores de educação física para os idosos sadios e por fisioterapeutas para os idosos com alguma doença, sendo indicadas em diversas situações, comuns ao envelhecimento, como a osteoporose, a hipertensão arterial e a obesidade. Deste modo, os melhores tipos de exercícios físicos indicados aos idosos são a caminhada, atividades aquáticas como natação, hidroginástica ou caminhadas na água, porém todo exercício deve ser feito com cautela para evitar força contra uma glote fechada e prevenir complicações cardiovasculares. (PETROIANU e PIMENTA, 1999)

Metodologia

    Abordou-se de um estudo descritivo, quantitativo, de delineamento transversal não controlado, que ponderou a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica entre idosos residentes em um Lar Geriátrico. O tipo de estudo admitiu que a natureza determinasse seu curso no qual a investigadora mediu, mas não interviu na pesquisa.

    A pesquisa foi realizada em um lar geriátrico, da região do município de Dracena, Estado de São Paulo, o qual conta com serviço de enfermagem 24 horas por dia, similar aos serviços de enfermagem implantados na maioria das Instituições hospitalares do país. Ademais, conta com serviço de orientação psicológica, serviço de nutrição e equipe médica especializada deste município. Atualmente, o lar conta com 40 leitos dispostos em 20 quartos, sendo alguns custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), outros, em sua maioria particulares, sendo o próprio idoso ou seu familiar responsável, o agente mantedor financeiramente dos gastos relacionados á sua moradia, bem como seu tratamento, no caso de doenças e cormobidades relacionadas as sequelas e ao envelhecimento típico dessa população. A população integrante deste lar é de 40 idosos, porém, a pesquisa foi aplicada em 30 indivíduos senis, devido aos 10 restantes não terem idade superior a 60 anos e não serem capacitados cognitivamente, sem quadros de demências senis, requisitos esses para se enquadrarem nos critérios de inclusão da pesquisa. Nenhum idoso, ao ser esclarecido e incluindo nos critérios de exclusão, deixou de participar da pesquisa.

    A coleta de informações ocorreu através de testes realizados em idosos que estavam em repouso e em jejum, pela parte da manhã, com início às 8:00h. e término às 9:00h. Deste modo, para avaliar a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica na população, foram utilizados os registros da equipe médica no prontuário dos idosos. Na ausência da descrição da patologia no prontuário, são considerados hipertensos todos os idosos com níveis tensionais acima de 140/90 mmHg (IV DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2002) no registro de sinais vitais, ou os que fazem uso de anti-hipertensivo.

    Ademais, foi utilizada a definição da World Health Organization (WHO, 1995) para cálculo e interpretação dos valores de IMC,. Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida do grau de obesidade uma pessoa. Através do cálculo de IMC é possível saber se alguém está acima ou abaixo dos parâmetros ideais de peso para sua estatura. O método de calcular IMC é o seguinte: dividir o peso do indivíduo em quilogramas pela altura ao quadrado (em metros). Adaptando para indivíduos idosos, o IMC:

Fonte: WHO (1995, p. 11)

    Adaptando para indivíduos idosos, sobrepeso será considerado quando IMC for superior a 27 Kg/m2 e baixo peso quando IMC for inferior a 22 Kg/m2.

    Os dados colhidos foram registrados em banco de dados eletrônico, submetidos à tabulação em planilhas eletrônicas, e posteriormente submetidos ao tratamento estatístico. A apreciação dos dados foi realizada pelo software Excel. A análise estatística foi realizada utilizando estatística descritiva, com médias e porcentagens, distribuição de frequências, média e desvio padrão que avaliou a associação entre as variáveis e os desfechos.

Exposição e análise dos dados

    O gráfico a seguir exibe o perfil da população pesquisada por sexo:

Gráfico 1. Sexo. Fonte: Dados de pesquisa realizada pela autora

    O Gráfico 1 apresenta que 56,70% da população estudada era masculina, totalizando 17 homens e 43,30% era feminina, perfazendo 13 mulheres.

    Em relação a prevalência da Hipertensão Arterial Sistêmica na população pesquisada, o Gráfico 2, abaixo, mostra de maneira bem clara o resultado do objetivo principal do meu projeto:

Gráfico 2. Prevalência de Hipertensão Arterial. Fonte: Dados de pesquisa realizada pela autora

    Admitiram-se as suspeitas iniciais de que era grande a prevalência de HAS no grupo investigado, corroborando com o autor Gus (2002), que afirma em seu artigo científico que a HAS, doença de grande interesse para a saúde pública, é largamente conhecida como fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares, apresentando alta prevalência na população adulta mundial, principalmente acima dos 40 anos. Conclui também que, em Dracena, é alta a prevalência de HAS e esta é estritamente associada à idade e ao sobrepeso, objetos esses de abordagem secundárias objetivamente em minha pesquisa.

    No quadro observa-se que 70% da população investigada é hipertensa, perfazendo um total de 21 sujeitos, e 30% não são hipertensos, totalizando apenas 9 sujeitos que não apresentam hipertensão. Relacionando-se a Hipertensão Arterial Sistêmica que na população investigada totalizou 21 sujeitos, com a faixa etária desta mesma população, foi observado que:

Gráfico 3. Faixa etária (anos). Fonte: Dados de pesquisa realizada pela autora

    Dentro da faixa de idade pré-estabelecida no Gráfico 3, em subgrupos etários, em porcentagem, existe uma paridade de hipertensos que variam de 61 anos a 75, onde encontramos o maior número de hipertensos. O gráfico mostra que na população pesquisada, 20% dos idosos hipertensos tem idade de 61 a 65 anos, perfazendo o número de 4 idosos, 26,7% de idade entre 66 a 70 anos, totalizando o número de 6, e na faixa compreendida entre 71 a 75 anos, 23,3% são hipertensos perfazendo o número 5 idosos. Isto nos leva ao total de 15 idosos hipertensos na faixa dos 61 aos 75 anos perfazendo 70%. Os outros subgrupos apresentam taxas percentuais de prevalência da HAS bem inferiores, ficando na média de 30% todos.

    No contexto da atividade física, podemos observar:

Gráfico 4. Pratica atividade física. Fonte: Dados de pesquisa realizada pela autora

    O Gráfico 4 mostra de maneira bem clara que a grande maioria dos idosos residentes nesse lar geriátrico, 70%, ou seja, 21 idosos não praticam qualquer forma de atividade física, e apenas 30% deles, totalizando 9 idosos afirmam praticar algum tipo de atividade física. No geral, praticam caminhadas, danças e outras atividades menos citadas.

    Os idosos desse lar ainda acreditam em sua maioria que a medicação para a HAS ainda é a ação mais confiável e utilizada, demonstrando claramente em minha ótica, falta de conhecimento e orientação pertinentes, que deveriam ser passadas por profissionais da saúde que trabalham junto á essa população.

    Tal resultado comprova o que segundo Monteiro e Sobral Filho (2004) afirmam, dizendo que atualmente o sedentarismo aparece como preponderante fator de risco para HAS em adultos e idosos. Indivíduos que não praticam exercício físico são mais propensos a desenvolverem HAS e sendo assim, aumentarem a taxa de eventos patológicos cardiovasculares, bem como o número de mortes e sequelas decorrente da doença.

Considerações finais

    Esta pesquisa acadêmica a respeito da prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica em uma população idosa e residente em um lar geriátrico no Município de Dracena propiciou, através da visualização gráfica, a percepção da cena encontrada em campo de pesquisa. Pôde ser constatado que realmente os idosos residentes nesse lar são portadores de HAS, em sua grande maioria e que eles no geral, desconhecem as nuances da doença, bem como medidas de profilaxia, tratamento e as condições saudáveis que os idosos poderiam desfrutar, caso tivessem um suporte mínimo de informações sobre os mecanismos da HAS, a correlação com os problemas cardiovasculares, as sequelas definitivas que essa patologia implica em muitos casos e os multifatores que influenciam direta e indiretamente na doença e sua relação com os idosos e com o lar que os abriga. Foi descrito no trabalho, conforme seus objetivos, a relação dos idosos com a HAS e os multifatores importantes que aparecem como condição predisponente para o aumento das chances dessa população pesquisada em adquirir a HAS, ou complicar seu quadro, pois foi observado através das análises o quanto Hipertenso é essa população investigada. Sexo, prática de atividades físicas, nutrição adequada, conhecimento das ações importantes para o combate da HAS por parte dos idosos, peso foram elencados neste trabalho no intuito de proporcionar melhor compreensão por parte do leitor e ao mesmo tempo servir de subsídios para uma acurada discussão dos resultados, tendo em vista a facilidade que os gráficos proporcionam na avaliação dos mesmos. Tive o privilégio como acadêmica de realizar essa pesquisa, no tocante á sua importância, pois pesquisas do gênero não são muito comuns no meio científico, devido á certo preconceito que temos no geral de investigar a situação de vida de nossos idosos, suas dificuldades, limitações, doenças, incapacidades e de lidar-nos com a pouca infraestrutura que os lares geriátricos infelizmente dispõem, causando ainda uma consternação de inexorável magnitude, na pesquisadora, bem como naqueles que dependem do serviço de algum modo. Cabe ressaltar que o Estatuto do Idoso ainda é uma cartilha nova, que carece de ajustes, de políticas fiscalizadoras mais presentes e rigorosas e ainda de respeito por quem conduz a saúde de nossa famigerada e sofrida população idosa. Com a ideia de que esse trabalho possa servir de algum modo para futuros pesquisadores, para acadêmicos da área da saúde no geral, afirmo que muito tem que ser feito em relação aos nossos idosos Hipertensos, pois concluir algum estudo definitivo sobre esse tema seria surreal, ou no mínimo um sofisma. Devemos ter perseverança, trabalho e empenho para mudarmos essa realidade ainda tão aquém de nossas expectativas, quer seja pela ótica científica, quer seja pelo prisma social.

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  • WORLD HEALTH ORGANIZATION. Revista de saúde pública, 1995.

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