efdeportes.com

Musculação aplicada à pessoa com hemiparesia do lado direito do corpo

Musculación aplicada a la persona con hemiparesia del lado derecho del cuerpo

 

*Autor. Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
**Orientador Escola de Educação Física da UFRGS ***Co-orientador
Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

(Brasil)

Esp. Diego Brum Allendorf*

Ms. Daniela Boccardi Goerl***

Dr. Rogério da Cunha Voser**

Esp. Márcio Amaro Miller***

dieguinhoba@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Indivíduos com necessidades especiais buscam a realização de uma atividade física para minimizar suas dificuldades e necessidades corporais. São reais os benefícios que a musculação proporciona, então, podemos esperar que as mesmas fossem tão positivas para os indivíduos com algum tipo de necessidade especial quanto ela é para indivíduos sem. O objetivo geral deste estudo é verificar as conseqüências de um programa de musculação em um indivíduo com hemiparesia do lado direito do corpo; e como objetivo específico, analisar a possível melhora na característica postural. Caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa, direta, de campo, do tipo estudo de caso (GAYA, 2008). Participou da pesquisa um indivíduo com hemiparesia do lado direito do corpo (com perda parcial das funções sensitivas) em decorrência de um Acidente Vascular Encefálico. Como instrumento avaliativo foi realizada uma avaliação postural apresentando como resultado melhora em algumas características posturais e outras se mantendo inalteradas. Concluímos que, este programa de treinamento propiciou melhorias na postura do participante com hemiparesia do lado direito e hipertrofia muscular através da musculação.

          Unitermos: Musculação. Hemiparesia. Treinamento.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Atualmente, o estereótipo de beleza tem sido muito enfatizado pelos veículos de mídia e pela própria população, que cada vez mais procura uma atividade física para estar bem consigo mesma, tornando-se uma das escolhas a musculação. Com o passar dos anos, a atividade física tornou-se algo latente na sociedade em geral, na qual as pessoas necessitam de um meio para controlar o estresse, a preocupação e a agitação do dia-a-dia e a musculação representa uma área prazerosa e com poder de satisfação comprovada cientificamente e por seus praticantes.

    Parte dessa parcela de pessoas que procura a musculação são indivíduos com necessidades especiais, que buscam uma atividade para minimizar suas dificuldades e necessidades corporais. São reais os benefícios que a musculação proporciona, então, podemos esperar que as mesmas fossem tão positivas para os indivíduos com algum tipo de necessidade especial quanto ela é para indivíduos sem.

    Os objetivos de quem procura a prática da musculação são os mais diversos possíveis, desde o apelo estético – estar na moda - até uma necessidade especial. No caso de indivíduos com necessidades especiais, a musculação proporciona melhoras posturais e musculares, sendo assim, a mesma auxilia a pessoa a executar de uma melhor forma suas atividades cotidianas, auxiliando na qualidade de vida.

    A presente pesquisa refere-se a um estudo de caso acerca de um trabalho de musculação aplicado a um indivíduo que apresentou epilepsia num estágio inicial e está em fase de recuperação pós-cirúrgica da mesma, manifestando um quadro de hemiparesia no lado direito do corpo, apresentando perda parcial das funções sensitivas. Dessa forma, a pesquisa tem como objeto de estudo: a prática de musculação aplicada à pessoa com hemiparesia do lado direito em decorrência de um Acidente Vascular Encefálico (AVE), aluno de uma Academia de grande porte no Rio Grande do Sul.

Epilepsia e hemiparesia

    “A epilepsia é caracterizada como sintoma ou sinal subjacente a uma desordem neurológica nem sempre identificada, manifesta por breves descargas elétricas neuronais, decorrentes de distúrbios nas funções elétricas cerebrais”. (ESPÍRITO SANTO, 2004; apud SILVA; ANDRADE; OLIVEIRA, 2007).

    Trata-se de um distúrbio pouco divulgado nas academias de musculação e fitness, mas, de acordo com Engel et al (2003, apud MENESES et al, 2005): a epilepsia é uma desordem neurológica que afeta 0,5 a 1% da população mundial. Assim sendo, em algum momento o instrutor de academia poderá encontrar esta realidade e, por isso, deve estar preparado.

    No Brasil, de acordo com Noronha et al (2007, apud VIEIRA et al, 2007) indicam um estudo recente que demonstrou que a prevalência das epilepsias é de 5,4 por 1.000 habitantes. E isto, pode ser explicado por Duncan et al (2006, apud VIEIRA et al, 2007):

    A alta incidência das epilepsias nos países em desenvolvimento é decorrente da deficiente assistência pré-natal e maternal, alto índice de prematuridade, desnutrição, traumas durante o parto, convulsões febris da infância e de infecções, particularmente as decorrentes de parasitismo.

    A epilepsia pode ser causada, conforme Teixeira-Salmela et al (2003, e SANTANA et al, 2004/2005) por um: Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Doença Vascular Cerebral (DVC) pode ocorrer devido à restrição de aporte sangüíneo (isquemia) ou hemorragia no tecido cerebral, levando a danos celulares e déficits neurológicos [...].

    Segundo Sveen et al (1999, e BOHANNON, 1987 apud TORRIANI et al, 2005) após o acidente vascular encefálico: as seqüelas estarão relacionadas diretamente com a localização, tamanho da área encefálica atingida e o tempo que o paciente esperou para ser socorrido. Desta forma, a alteração mais comum é a hemiparesia ou hemiplegia [...].

    A epilepsia, originada por um Acidente Vascular Encefálico (AVE) pode manifestar algumas alterações motoras, conforme Brandestater (2002, apud MEDEIROS et al, 2002): a paralisia ou fraqueza parcial de um hemicorpo são características tão comuns entre as deficiências do sistema nervoso central [...].

    Medeiros et al (2002) explica que: “há uma interrupção da conexão existente entre o córtex cerebral e o fuso neuromuscular. Essa desconexão da via córtico-espinhal com o fuso neuromuscular leva a síndrome do neurônio motor superior [...]”. Completando, Dias (2006) diz: “[...] após o AVC é a síndrome do moto neurônio superior, causada pelo infarto do território de irrigação da artéria cerebral média. O infarto desta região pode levar ao acometimento do moto neurônio superior e de suas vias de comunicação [...]”.

    Assim sendo, é importantíssimo o instrutor de musculação conhecer o perfil e as necessidades de cada aluno, pois, no caso do indivíduo com hemiparesia é necessário conhecer suas peculiaridades e montar um programa de treinamento visando exercícios que fortaleçam a musculatura responsável pela realidade vivida pelo aluno.

    Existem algumas hipóteses para explicar o motivo da fraqueza muscular em sujeitos hemiparéticos após AVE, dentre elas Medeiros et al (2002) mostra: seria o resultado do desuso apenas, enquanto outros sugerem que a fraqueza é consequência da alteração do suprimento sanguíneo ao membro afetado. A terceira hipótese é a de que a atrofia muscular seria secundária a artropatia do membro afetado [...].

    Mesmo com os obstáculos que a epilepsia pode proporcionar ao acometido, a literatura faz referência aos benefícios em praticar atividade física. Assim, Korczyn (1979, ROTH, 1994 apud VIEIRA et al, 2007) afirmam que:

    Dessa forma, a principal preocupação das pessoas com epilepsia em relação ao exercício físico resume-se na possibilidade deste atuar como fator indutor de crises ou aumentar a freqüência das mesmas após o início de um programa de treinamento físico. As crises podem ocorrer durante o exercício, no entanto, com uma freqüência bastante reduzida ou em casos específicos.

    Nakken et al (1990, apud VIEIRA et al, 2007) comprovam que:

    [...] indivíduos com epilepsia podem ter os mesmos benefícios de um programa de treinamento físico que qualquer outra pessoa: aumento da capacidade aeróbia máxima, aumento da capacidade de trabalho, freqüência cardíaca reduzida para um mesmo nível de esforço, redução de peso com redução de gordura corporal e aumento da auto-estima.

    E para salientar a importância da atividade física, Ogunyemi, Gomez e Klass (1988, apud VIEIRA et al, 2007) lembram: alguns estudos sugerem que o exercício físico exaustivo pode induzir crises epilépticas somente em casos raros. Viera et al (2007) concluem que:

    [...] a atividade física em geral não deve ser considerada um fator indutor de crises epilépticas. Além da discussão sobre a influência da atividade física na freqüência de crises, conhecendo que a atividade física proporciona efeitos benéficos tanto físicos quanto psicológicos em pessoas com epilepsia, parece justificável encorajar as pessoas com epilepsia a participarem de um programa de exercício físico regular [...]

    Então, é possível verificar os benefícios proporcionados pela atividade física e exercícios - dentre eles incluímos a musculação – e claro, salientando que os mesmos devem ser praticados corretos e seguramente.

O treinamento de musculação e a hemiparesia do lado direito do corpo

    Sabemos que a musculação está em constante evolução, por isso os educadores físicos devem estar atualizados, buscando conhecer o perfil dos seus alunos e também agir de acordo com os objetivos de cada um. Todavia, há casos de pessoas com necessidades especiais que requerem um profissional atualizado e qualificado. Conforme citado no capítulo anterior, a hemiparesia é um distúrbio e, portanto, exige cuidados maiores nos momentos de planejar e aplicar um treinamento de musculação; de acordo com Umphred (1994, apud SANTANA et al, 2004/2005):

    Quanto aos distúrbios de movimento, o mesmo é determinado pelo local e tamanho da lesão vascular, determinando, assim, o grau de função motora, concomitante ao comprometimento sensorial e motor, ocorrendo um estado de baixo tono e flacidez, com duração variável desde pequeno intervalo até um período de semanas ou meses, retorno a função muscular e padrões de aumento de tono [...]

    Dentre os distúrbios de movimento provocados por um AVE, podemos citar dores, movimentos involuntários, posturas anormais e deficiência de marcha. A marcha de acordo com Partridge (1999, apud SCHUSTER; SANT; DALBOSCO 2007):

    [...] é definida como um método de locomoção envolvendo o uso de duas pernas de modo alternado, para fornecer suporte e propulsão a ambas, pelo menos um pé estando em contato com o solo todo o tempo. Ou uma série de movimentos altamente coordenados, na qual o equilíbrio está sendo constantemente desafiado e continuamente recuperado.

    Autores como Silva, Moura e Godoy (2005, apud SCHUSTER; SANT; DALBOSCO 2007) caracterizam a marcha de um indivíduo hemiparético com:

    [...] a flexão do membro superior com extensão do membro inferior no hemicorpo acometido. Como conseqüência, o membro inferior não consegue suportar completamente o peso durante a fase de apoio, além de não se projetar para frente durante a fase de balanço a não ser como um todo em circundução.

    Complementando, segundo Ottoboni et al (2002, apud PALÁCIO; FREITAS, 2008) é comum após um AVE a marcha apresentar:

    [...] mudanças nos seguintes aspectos: na velocidade, cadência, simetria, no comprimento dos passos, e desajustes quanto à postura, equilíbrio e reações de proteção. Outras alterações consistem na redução no balanceio alternado dos membros superiores, no tônus muscular, no padrão de ativação neural do lado parético, na iniciação e duração do passo e em determinar o quanto de força muscular torna-se necessária para deambular.

    Geralmente, em decorrência de uma hemiparesia o indivíduo poderá apresentar alguma deficiência na marcha, e assim, este é um ponto muito importante na preparação de um programa de treinamento para musculação e, consequentemente, na prática do mesmo, já que, o aluno em questão apresenta alguma dificuldade para se locomover em um ambiente com muitas pessoas e também em subir escadas.

    Kennard (1936, apud HAASE; LACERDA 2004) sugere que: quanto mais precoce a lesão, maiores são as chances de recuperação funcional. Todavia, independente da idade, gênero, patologia, entre outros fatores; a musculação é sempre recomendada, pois qualquer atividade que seja praticada na academia – de forma correta e segura - mostrará resultados benéficos.

    Para comprovar isso, Sobrinho et al (2003): “indicam que a musculação pode e deve ser usada como um recurso importante na manutenção tanto de funções motoras quanto na superação emocional e inclusão social [...]”.

Procedimentos metodológicos

    O presente estudo conforme Gaya (2008) caracteriza-se estudo de caso.

    Participou da pesquisa um indivíduo com hemiparesia do lado direito do corpo (com perda parcial das funções sensitivas) em decorrência de um Acidente Vascular Encefálico. O indivíduo é do sexo masculino, adulto jovem (trinta e cinco anos), participante de um programa de musculação de uma Academia de grande porte no Rio Grande do Sul. O mesmo recebeu e assinou um termo de consentimento livre e esclarecido de autorização para a utilização dos dados coletados. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul através do processo 09/04712 e conduzida de acordo com os dispositivos da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

    Como instrumento foi utilizado avaliação postural, sendo necessários os seguintes materiais: um posturógrafo de fabricação sob medida, com base giratória, dimensões 2,30 x 0,90; uma máquina fotográfica digital; um tripé; disquetes de 1.44 MB; e etiquetas adesivas. A avaliação foi realizada em dois momentos de seu treinamento.

    O programa de treinamento iniciou em 01/02/2007 com a realização da primeira avaliação na mesma data e a quarta avaliação física em 24/09/2008, sendo consideradas, respectivamente, em avaliação física 1 e avaliação física 4.

Resultados e discussão

Tabela 1. Segmento pé e joelho

Avaliação Física

1

Avaliação Física

4

- Pés pronados e o direito abduzido.

- Pés pronados (direito mais) e o direito abduzido.

- Joelhos fletidos.

- Joelhos fletidos (esquerdo acentuado e o direito muito leve).

Fonte: Academia

    No segmento pé, observa-se que os mesmos continuam pronados (direito mais) e o direito abduzido em relação à primeira e quarta avaliações físicas.

    Os joelhos permanecem flexionados (esquerdo acentuado e o direito muito leve) em relação à primeira e quarta avaliações físicas.

Tabela 2. Segmento ombro e escápulas

Avaliação Física

1

Avaliação Física

4

- Ombros protusos.

- Na vista lateral, os ombros estão com alinhamentos praticamente naturais.

- Escápulas aladas.

- Há diminuição das escápulas aladas.

Fonte: Academia

    Os ombros protusos apresentados na primeira avaliação tiveram uma diminuição em sua protusão e na quarta avaliação na vista lateral, estão com alinhamentos praticamente naturais.

    As escápulas aladas descritas na primeira avaliação mostraram diminuição em relação à quarta avaliação.

Tabela 3. Desvio postural cifose e escoliose

Avaliação Física

1

Avaliação Física

4

- Cifose longa.

- Na vista lateral, coluna com alinhamentos praticamente naturais.

- Escoliose em “C” cervical-torácica-lombar concavidade direita.

- Escoliose em “C” cervical-torácica concavidade esquerda.

Fonte: Academia

    A cifose longa apresentada na primeira avaliação física com relação à quarta avaliação na vista lateral, a coluna está com alinhamentos praticamente naturais.

    A escoliose em “C” cervical-torácica-lombar concavidade direita dita na primeira avaliação física em relação à quarta tornou-se escoliose em “C” cervical-torácica concavidade esquerda.

Tabela 4. Segmento cabeça e tronco

Avaliação Física

1

Avaliação Física

4

- Cabeça projetada.

- Cabeça projetada.

- Corpo rotado e inclinado para a direita.

- Tronco inclinado e em equilíbrio para a direita.

Fonte: Academia

    A cabeça projetada indicada na primeira avaliação física em comparação com a quarta continua presente.

    O corpo rotado e inclinado para a direita constatado na primeira avaliação física em relação à quarta está inclinado e em equilíbrio para a direita.

Tabela 5. Hipertrofia Muscular

Avaliação Física

1

Avaliação Física

4

- Lado direito do corpo menor em hipotonia muscular.

 

- Peso Corporal Total (Kg): 59,000

62,900

- Peso Magro (Kg): 55,860

58,050

- Peso Gordo (Kg): 3,140

4,850

Fonte: Academia

    O lado direito do corpo menor em hipotonia muscular descrito na primeira avaliação, não foi mencionado na quarta avaliação física.

    Relacionando a primeira e a quarta avaliações físicas, referente a todos os aspectos, nota-se que os pés continuam pronados (direito mais) e o direito abduzido, os joelhos continuam fletidos (o esquerdo acentuado e o direito muito leve), os ombros protusos e a cifose longa aparecem na vista lateral praticamente naturais, as escápulas aladas mostraram diminuição, a cabeça projetada manteve-se, a escoliose em “C” cervical-torácica-lombar concavidade direita regrediu para escoliose em “C” cervical-torácica concavidade esquerda, o corpo rotado e inclinado para a direita transformou-se em tronco inclinado e em equilíbrio para a direita.

    Em relação à hipotonia muscular do lado direito, o mesmo não foi mencionado na quarta avaliação, mas houve aumento do Peso Corporal Total (Kg) do avaliado nas avaliações físicas 1 e 4, sendo o peso 59,000 Kg e 62,900 Kg, respectivamente, o Peso Magro (Kg) sofreu incremento da primeira avaliação física em relação à quarta avaliação, de 55,860 Kg para 58,050 Kg, respectivamente, e o Peso Gordo (Kg) aumentou da primeira avaliação física em comparação com a quarta, de 3,140 Kg para 4,850 Kg, respectivamente.

    O lado direito do corpo em hipotonia muscular elucidado na primeira avaliação física não obteve nenhum comentário explícito na quarta, mas está evidente o aumento da massa muscular dos lados direito e esquerdo, declinando esta hipotonia. Com isso, vimos na literatura que o hemisfério direito apresenta dificuldades posturais e atencionais após a lesão e autores como Kalra et al (1993, MCCOMBE-WALLER; WHITALL, 2004/2005 apud VOOS; PIEMONTE; VALLE 2007) indicam que: indivíduos com lesão à esquerda apresentam hemiparesia à direita, estes mesmos mostram melhora em seu quadro mais rapidamente após poucas semanas de internação hospitalar. E assim sendo, também notamos melhora no quadro inicial da Avaliação Postural.

Considerações finais

    Esta pesquisa nos tornou necessária pela complexidade do estudo de caso, sendo interessante documentar esta situação, pois, será um meio de conhecimento importante para outros instrutores de musculação ou estudiosos do assunto, tornando-se relevante pelos resultados apresentados e considerações discorridas a respeito.

    Os resultados apresentados demonstram conseqüências positivas com o treinamento de musculação em um indivíduo com hemiparesia do lado direito, na qual se observou diminuição da assimetria entre os lados direito e esquerdo, fazendo com que o indivíduo em questão apresentasse maior simetria; houve melhora na característica postural do aluno, diminuindo alguns desvios posturais e mantendo-se outros, também ocorreu o incremento de peso corporal total, seguido de peso magro e gordo. Dessa forma, o estudo reforça a importância de um indivíduo hemiparético de lado direito do corpo estar integrado a musculação para melhorar suas necessidades.

    Concluímos que a referida pesquisa torna-se relevante para salientar a importância de um indivíduo com necessidade especial na condição de hemiparético direito, estar inserido em práticas regulares de atividade física e, sobretudo, a musculação na otimização das capacidades físicas, psicológicas e mentais, através do programa de treinamento e também com o convívio social propiciado pela academia, seus alunos e instrutores; entretanto novas pesquisas na referida área são importantes para dar continuidade.

Referências

  • CAMARGOS, ACR. O efeito do posicionamento dos membros inferiores durante o movimento de sentado para de pé em hemiparéticos crônicos. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação. Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas Gerais, 2006.

  • COSTA, Mônica Cristina Ferreira; BEZERRA, Poliana Penasso; OLIVEIRA, Ana Paula Rocha de. Impacto da hemiparesia na simetria e na transferência de peso: repercussões no desempenho funcional. Revista Neurociências v.14, Nº 2 - abr/jun, 2006.

  • DIAS, Karina de Souza. Perfil dos indivíduos portadores de acidente vascular cerebral vinculados ao programa de saúde da família no município de Divinópolis-MG: a demanda por cuidados fisioterapêuticos. Franca, 2006. Disponível em: http://www.unifran.br/mestrado/promocaoSaude/dissertacoes/2006/KARINA_DE_SOUZA_DIAS.pdf. Acesso em: 22 out. 2008.

  • FERNANDES, Paula Teixeira; LI, Li Min. Percepção de estigma na epilepsia. Journal of epilepsy clinical Neurophysiologic. J. epilepsy clin. neurophysiol. vol.12 no.4 Porto Alegre Dec. 2006

  • GAYA, A. Ciências do Movimento humano: introdução à metodologia da pesquisa. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

  • GLANER, Maria Fátima. Índice de massa corporal como indicativo da gordura corporal comparado às dobras cutâneas. Rev Bras Med Esporte. Vol. 11, Nº 4 – Jul/Ago, 2005.

  • HAASE, V. G; LACERDA, S.S. Neuroplasticidade, variação interindividual e recuperação funcional em neuropsicologia. Temas em Psicologia da SBP—2004, Vol. 12, no 1, 28– 42.

  • MATTOS, Mauro Gomes de; ROSSETTO JR, Adriano José; BLECHER, Shelly. Teoria e prática da metodologia da pesquisa em educação física Construindo sua Monografia, Artigo e Projeto de Ação. São Paulo: Phorte Editora, 2004. 162 p.

  • MEDEIROS, Miriam Souto Maior et al. Treinamento de força em sujeitos portadores de acidente vascular cerebral. Artigo de Revisão. Pós graduação Lato-Sensu em Musculação e Treinamento da Força, Universidade Gama Filho.

  • MENESES, Murilo S. et al. Tratamento cirúrgico da epilepsia do lobo temporal: análise de 43 casos consecutivos. Arq. Neuro-Psiquiatr. v.63 n.3a São Paulo set. 2005

  • PALÁCIO, Siméia Gaspar; FREITAS, Tatiana Chagas de. Utilização da órtese elétrica funcional no tratamento do acidente cérebro vascular. Revista Saúde e Pesquisa, v. 1, n. 2, p. 173-176, maio/ago. 2008.

  • SANTANA, Josimaro Melo de et al. Eletroestimulação funcional no controle da espasticidade em paciente hemiparético. http://www.fafibe.br/down/revista/revista8.pdf. Acesso em: 13 set. 2007.

  • SARMENTO, Maria Rosa Silva; MINAYO-GOMEZ, Carlos. A epilepsia, o epiléptico e o trabalho: relações conflitantes. Cad. Saúde Pública vol.16 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2000.

  • SCHUSTER, Rodrigo Costa; SANT, Cíntia Ribeiro de; DALBOSCO, Vania.

  • Efeitos da estimulação elétrica funcional (FES) sobre o padrão de marcha de um paciente hemiparético. Acta Fisiatr 2007; 14(2): 82 – 86.

  • SILVA, Alisson N.S; ANDRADE, Vivian M; OLIVEIRA, Hélio A. Avaliação neuropsicológica em portadores de epilepsia do lobo temporal. Arq Neuropsiquiatr 2007; 65(2-b): 492-497.

  • SOBRINHO, Pedro Américo de Souza. et al. Esporte aplicado à reabilitação de deficientes físicos. Anais 6º Encontro de Extensão da UFMG. Belo Horizonte, 9 a 12 de dezembro de 2003.

  • TEIXEIRA-SALMELA, Luci Fuscaldi et al. Musculação e treinamento aeróbio na performance funcional de hemiplégicos crônicos. Acta Fisiátrica 10(2): 54-60, 2003.

  • TEIXEIRA-SALMELA, Luci Fuscaldi et al. Treinamento Físico e Destreinamento em Hemiplégicos Crônicos: Impacto na Qualidade de Vida. Rev. bras. fisioter; 9(3):347-353, set.-dez. 2005.

  • TEIXEIRA-SALMELA, Luci Fuscaldi et al. Assimetria e Desempenho Funcional em Hemiplégicos Crônicos antes e após Programa de Treinamento em Academia. Rev. bras. fisioter. Vol. 9, Nº 2 (2005), 227-233.

  • TORRIANI, C. et al. Correlação entre transferência de peso sentado e alteração sensorial em região glútea em pacientes hemiplégicos/paréticos. Revista Neurociências, v.13, Nº 3, Jul/Set, 2005.

  • VIEIRA, Douglas E. et al. Efeitos benéficos do exercício físico nas epilepsias: o judô faz parte deste contexto? J. epilepsy clin. neurophysiol. vol.13 no.3 Porto Alegre Sept. 2007.

  • VOOS, Mariana Callil; PIEMONTE, Maria Elisa Pimentel; VALLE, Luiz Eduardo Ribeiro do. Assimetrias funcionais em pacientes com hemiparesia: uma revisão da literatura. Fisioterapia e Pesquisa 2007; 14(1).

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 17 · N° 173 | Buenos Aires, Octubre de 2012
© 1997-2012 Derechos reservados