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Equilíbrio dinâmico de crianças de cinco anos de idade
diagnosticadas com sobrepeso e obesidade das escolas
públicas do município de Cascavel, Paraná

Equilibrio dinámico de niños de cinco años de edad diagnosticados con sobrepeso
y obesidad de las escuelas públicas del municipio de Cascavel, Paraná

 

* Licenciada e Bacharel em Educação Física pela Faculdade Assis Gurgacz

**Licenciado e Bacharel em Educação Física pela Faculdade Assis Gurgacz

Especializando em Educação Física Escolar Lazer

e Recreação na Faculdade Assis Gurgacz

***Mestre em Ciência do Movimento Humano

pela Universidade Federal de Santa Maria

Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculdade

de ciências medicas, UNICAMP. Docente da Faculdade Assis Gurgacz, PR

Daiane Bozio*

Marcos Robson Silva**

Débora Bourscheid Dorst***

professormarcosrobson@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          É visto que desordens alimentares entre crianças, adolescentes e adultos afetam dramaticamente seu crescimento e desenvolvimento motor, sendo este a contínua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida. A infância é a etapa mais importante a caminho da maturidade para a vida adulta, a fim de garantir condições propícias para sua evolução e desenvolvimento motor, onde as habilidades de coordenação motora e de equilíbrio devem ser desenvolvidas basicamente neste período. Para tanto o objetivo deste estudo foi associar o equilíbrio dinâmico com a obesidade e sobrepeso de crianças em idade pré-escolar. Trata-se de um estudo descritivo transversal, realizado com a população de 2053 crianças de 5 anos de idade de ambos os sexos de 48 escolas públicas da zona urbana do Município de Cascavel – Paraná. A amostra foi composta por 11 escolas divididas em três grupos, sendo 47 crianças diagnosticadas com sobrepeso, 43 crianças com obesidade e 129 crianças com o índice de massa corporal (IMC) considerado adequado, de acordo com a adaptação do NCHS. CDC, 2000, perfazendo um total de 219 crianças. Para a determinação da obesidade e sobrepeso, foram utilizadas medidas antropométricas de massa corporal (MC) determinada através de uma balança antropométrica digital, marca Filizola, graduada de 0 a 150 kg, com precisão de 0,1 kg, e estatura (E) através de um estadiômetro de parede da marca SECA®, com escala de precisão de 0,1 cm. Para a identificação do IMC foram utilizados os critérios do (NCHS-CDC, 2000) que estabeleceu o índice de massa corporal (IMC) ideal para crianças entre 2 e 20 anos de idade. Para a verificação do desenvolvimento neurofuncional utilizou-se as provas de equilíbrio dinâmico do Exame Neurológico Evolutivo (Lefévre, 1972). Os dados foram armazenados e avaliados, utilizando-se o programa SPSS® versão 13.0, onde para todas as variáveis foi adotado um nível de significância de p≤0,05. Foi empregado o teste de Qui-Quadrado para verificar se a distribuição das freqüências observadas se desvia significativamente das freqüências esperadas. Foram avaliadas 219 crianças de 5 anos, sendo que 51% (111) delas eram do sexo feminino e 49% (108) do sexo masculino. Conforme a avaliação nutricional dessas crianças, temos 59% (129) das crianças eutróficas, 21% (47) com sobrepeso e 20% (43) obesas. Verificou-se também que 58,45% (128) não estão com o equilíbrio dinâmico de acordo com a idade e os 42% restantes (91) possuem o equilíbrio dinâmico de acordo com a idade. A porcentagem de crianças que apresentam o equilíbrio dinâmico de acordo com a idade mostra que crianças com sobrepeso tiveram um melhor desempenho das habilidades com 57,45% em relação às outras crianças. Este estudo mostrou significativa relação das funções alteradas do ENE com os índices de nutrição, que podem ser considerados como fatores de risco para um bom desenvolvimento motor.

          Unitermos: Obesidade e sobrepeso. Equilíbrio dinâmico. Pré-escolares.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 173, Octubre de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    É visto que desordens alimentares entre crianças, adolescentes e adultos afetam dramaticamente seu crescimento e desenvolvimento motor, sendo este a contínua alteração no comportamento motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente (GALLAHUE; OZMUN, 2003).

    O desempenho motor de crianças e adolescentes vem se constituindo numa preocupação permanente entre os especialistas da área de saúde, visto que a atividade física pode desempenhar importante papel na prevenção, conservação e melhoria da capacidade funcional e, por conseguinte na saúde (SANTOS; BRANDIZZI, 2002).

    Para Cunha (2000), a obesidade e o sobrepeso constituem o problema nutricional que mais aumenta entre os escolares e adolescentes, sendo a causa mais comum de crescimento anormal na infância, onde o excesso de peso nas crianças acontece geralmente por uma combinação de fatores, que neste está incluso hábitos alimentares errôneos, estilo de vida familiar, condição sócio-econômica, fatores psicológicos e etnia.

    Certamente, informações quanto à estatura e ao peso corporal são bastante úteis quanto ao crescimento; porém, não são suficientes para responder a uma série de questões relacionadas aos diferentes tecidos que compõem o peso corporal. Por exemplo, informações quanto à relação peso e estatura não conseguem relatar, com alguma segurança, o quanto uma criança poderia ser mais gorda ou magra em relação a um referencial esperado para sua idade e seu sexo (GUEDES, 1997).

    A maioria dos comportamentos humanos parece resultar dos modelos de crescimento determinados geneticamente. Conseqüentemente, as etapas evolutivas, em que os comportamentos aparecem não diferem significativamente de um para outro indivíduo. O desenvolvimento motor acontece pela combinação de influências da maturação e das influências do ambiente (ROSA NETO, 2002).

    Considerando que a infância e a adolescência se constituem nos períodos críticos mais importantes com relação aos aspectos motores, seja quanto a fatores biológicos ou culturais, o acompanhamento dos índices de desempenho motor, nesses períodos, poderá contribuir de forma decisiva na tentativa de promoção da saúde coletiva (GUEDES, 1997).

    O padrão comportamental que caracteriza o desenvolvimento nada mais é do que uma resposta do sistema que coordena os movimentos a um estímulo ou a uma situação específica, como a necessidade de alcançar um brinquedo ou alimento. E são essas respostas que permitem avaliar se a criança está se desenvolvendo dentro dos padrões esperados para cada idade (CTENAS; VITOLO, 1999).

    A idade pré-escolar é uma fase de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras, formas e primeiras combinações de movimento, que possibilitam a criança dominar seu corpo em diferentes posturas (estáticas e dinâmicas) e locomover-se pelo meio ambiente de variadas formas (andar, correr, saltar, etc.), onde adquirem os modelos de coordenação do movimento essenciais para posteriores performances habilidosas (CAETANO; SILVEIRA; GOBBI, 2005).

    A infância é a etapa mais importante a caminho da maturidade para a vida adulta, a fim de garantir condições propícias para sua evolução e desenvolvimento motor, caracterizando a base para posteriores aprendizagens, onde as habilidades de coordenação motora e de equilíbrio devem ser desenvolvidas basicamente neste período (BESSA; PEREIRA, 2002).

    Segundo Gallahue e Ozmun (2003), o equilíbrio é a habilidade básica onde um indivíduo deve manter a postura de seu corpo inalterada, mesmo quando colocado em várias posições, onde se apresenta de forma estática e dinâmica, sendo influenciado por estímulos visuais, táteis, cinéticos e vestibulares.

    A manutenção de uma posição particular do corpo com um mínimo de oscilação é referida como equilíbrio estático, enquanto equilíbrio dinâmico é considerado ser a manutenção de postura durante o desempenho de uma habilidade motora que tenda a perturbar a orientação do corpo (ECKERT, 1993).

    O equilíbrio como significado psiconeurológico é de extrema importância, seja ele no domínio da motricidade, na adaptação ou na aprendizagem, pois são estes que mantêm a postura e a tonicidade, onde no desenvolvimento da criança assumem as primeiras aquisições e as preparam para mais tarde facilitar os processos mais complexos (FONSECA, 2004).

    Para tanto, o objetivo do presente estudo será associar o equilíbrio dinâmico de crianças de cinco anos de idade diagnosticadas com sobrepeso e obesidade das escolas públicas do município de Cascavel – Paraná.

Materiais e métodos

    O presente artigo trata-se de um estudo descritivo transversal, realizado com a população de 2053 crianças de 5 anos de idade de ambos os sexos de 48 escolas públicas da zona urbana do Município de Cascavel – Paraná. A amostra foi composta por 11 escolas divididas em três grupos, sendo 47 crianças diagnosticadas com sobrepeso, 43 crianças com obesidade e 129 crianças com o índice de massa corporal (IMC) considerado adequado, de acordo com a adaptação do CDC-NCHS (2000), perfazendo um total de 219 crianças.

    Todos os procedimentos da pesquisa estiveram de acordo com as técnicas adequadas descritas na literatura não implicando em qualquer risco físico, psicológico, moral ou prejuízo aos indivíduos participantes. Portanto, o estudo cumpriu com as “Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos” (196/96) editadas pela Comissão Nacional de Saúde, sendo avaliado o projeto e autorizado sob protocolo nº 13762/2004.

    Para a determinação da obesidade e sobrepeso, foram utilizadas medidas antropométricas de massa corporal (MC), determinada através de uma balança antropométrica digital, marca Filizola, graduada de 0 a 150 kg, com precisão de 0,1 kg, e estatura (E) através de um estadiômetro de parede da marca SECA®, com escala de precisão de 0,1 cm, e IMC. Para a verificação do IMC utilizaram-se os critérios do (Center for Disease Control and Prevention – CDC-NCHS, 2000) que estabeleceu o índice de massa corporal (IMC) ideal para crianças entre os 2 e 20 anos de idade, de acordo com o quadro abaixo:

    Para a verificação do desenvolvimento neurofuncional utilizou-se as provas de equilíbrio dinâmico do Exame Neurológico Evolutivo (Lefévre, 1972), onde consistiam em: Andar para frente colocando o calcanhar de um pé encostado na ponta do outro, numa distância de 2 m. Saltar uma corda de 30 cm de altura estando correndo. Saltar uma corda de 30 cm de altura estando parado, com os pés juntos. Saltar girando sobre si mesmo, sem desviar do lugar. Deslocar-se 5 m, pulando com os dois pés juntos. Deslocar-se, pulando com um pé só. Deixar escolher o pé. Dar um salto para o lado. Ficar parado depois do salto, sendo estas para a respectiva idade, caso a criança não fosse bem sucedida em alguma dessas provas, retornaria para a idade de 4 anos e/ou ainda para 3 anos, onde seria considerado a idade adequada com todos os acertos dos testes.

    A avaliação foi realizada de forma individual, por uma equipe de avaliadores, previamente treinados pelo pesquisador. Foi organizado na própria escola um circuito, onde a criança iniciou o percurso, pelas medidas antropométricas e seguindo com as provas do Exame Neurológico Evolutivo de Lefévre, 1972, (ENE).

    Os dados foram armazenados e avaliados, utilizando-se o programa SPSS® for Windows (Statistical Package of Social Sciences) versão 13.0, onde para todas as variáveis foi adotado um nível de significância de p≤0,05. Foi inicialmente feita uma análise descritiva dos dados com cálculos de freqüência absoluta, relativa, média e desvio-padrão das variáveis, sendo empregado o teste de Qui-Quadrado para verificar se a distribuição das freqüências observadas se desvia significativamente das freqüências esperadas.

Resultados

    Foram avaliadas 219 crianças de 5 anos, sendo que 51% (111) delas eram do sexo feminino e 49% (108) do sexo masculino.

    Conforme a avaliação de medidas antropométricas dessas crianças, temos 59% (129) das crianças eutróficas, 21% (47) com sobrepeso e 20% (43) obesas. Verificou-se também que 58,45% (128) não estão com o equilíbrio dinâmico de acordo com a idade e os 42% restantes (91) possuem o equilíbrio dinâmico de acordo com a idade (Tabela 1).

    Há associação significativa entre o equilíbrio dinâmico e a avaliação nutricional ao nível de 5% (p-valor = 0,04).

Tabela 1. Relação entre a classificação nutricional e o equilíbrio dinâmico de crianças de 5 anos

    A porcentagem de crianças que apresentam o equilíbrio dinâmico de acordo com a idade mostra que crianças com sobrepeso tiveram um melhor desempenho das habilidades com 57,45% em relação às outras crianças.

Discussão dos resultados

    Em relação ao percentual de crianças obesas este estudo apresentou um índice de 20% da população e 21% com sobrepeso. A obesidade infantil atinge no Brasil entre 7% e 15% das crianças, dependendo da região (IBGE, 2004). Na região Centro–Oeste, segundo o IBGE (2004), a prevalência de obesidade infantil em crianças dos sexos masculino e feminino são, respectivamente, 8.6% e 10,6%. Contudo este estudo apresentou dados acima das expectativas do IBGE.

    No estudo de Silva (2008), realizado no estado de Sergipe, a prevalência de excesso de peso (sobrepeso e obesidade), foi de 23,9%, sendo esta muito superior quando verificada em outros locais do Brasil com crianças na faixa etária de cinco anos. No Centro-Oeste, esta prevalência foi de 5,6%, no Nordeste e Norte de 4,5%, na cidade do Rio de Janeiro com 6,7%, 5,5% na cidade de São Paulo e 4,7% no Sul do Brasil conforme pesquisa realizada da PNDS, (1996). O que se pode notar o grande acréscimo de uma década para outra em relação ao aumento de peso na infância.

    Fato que coloca a obesidade como um problema de ordem pública por órgãos não somente no Brasil, mas a nível internacional. Neste estudo foi possível observar por meio dos resultados que o sobrepeso e a obesidade se fizeram presentes na idade analisada com índices, bastante elevados, equivalendo um olhar de estudo.

    Para Oliveira et al (2003), as comodidades que o mundo moderno oferece como computadores, vídeo-game, televisão, sendo estes acessíveis a determinadas classes sociais, conduzem a um estilo de vida sedentário, onde nesse estudo realizado com pré-escolares foi detectado associação significante de prevalência de obesidade e sobrepeso.

    Em trabalho Lima, (2000) que reuniu 379 crianças de seis escolas de São Carlos constatou que 31% dessas crianças encontravam-se, em estado de sobrepeso ou obesidade e o tempo em atividades passivas perdidas em frente à televisão, computador ou vídeo-game, apresentaram influência significativa sobre o perfil nutricional destas crianças.

    Em relação ao estudo, não foi avaliado estilo de vida, no entanto observou-se o equilíbrio que traz suporte para a análise do desenvolvimento, que muito deriva da estimulação e da prática motora em si. Através dos resultados encontrou-se um percentual de 58,45% de indefinição do padrão de equilíbrio para a idade, o que indica falta de orientação e prática de exercícios físicos adequados.

    O profissional responsável pelas aulas de Educação Física nas pré-escolas deve estar devidamente preparado para analisar e saber intervir nos casos necessários (sobrepeso e obesidade), uma vez que sua função não é restringida apenas a aprendizagem de movimentos.

    Vale destacar que, apesar de o IMC ser considerado atualmente um bom indicador para diagnosticar o sobrepeso e a obesidade, pelo fato de apresentar baixo custo operacional, ter possibilidade de comparações com tabelas de referências, possuir grande aplicação no ambiente escolar e ser de fácil acesso ao professor de Educação Física, os resultados devem ser vistos com cautela, uma vez que aquele índice pode apresentar um potencial discriminatório relativamente limitado para a identificação dos casos de obesidade (CATENASSI ET AL, 2007).

    O desempenho do equilíbrio dinâmico de crianças com sobrepeso comparadas às crianças eutróficas e obesas apresentadas neste estudo, mostrou clara vantagem na qualidade da execução do movimento. A qualidade do desempenho das crianças com sobrepeso é significativamente superior nas habilidades de equilíbrio o que mostra a hipótese de que crianças eutróficas e obesas encontram-se, em sua grande maioria, em um estágio de maturidade abaixo do esperado para sua idade.

    Infelizmente a literatura não aponta estudos referentes aos dados encontrados, o que indica que crianças com sobrepeso, por estarem não tão abaixo e nem tão acima do peso, conseguem manter-se com mais facilidade no desempenho do equilíbrio dinâmico, pois um dos componentes decisivos da estabilidade está relacionado com a rigidez própria das estruturas musculares durante a sua própria alteração de comprimento ou durante o desempenho dos mecanismos de rotação de um segmento em relação ao seu adjacente (ABRANTES, 2006).

    No estudo de Berleze, Haeffner e Valentini (2007), realizado em crianças pré-escolares, evidenciou que crianças eutróficas são capazes de manter por mais tempo as habilidades de equilíbrio, quando comparadas a crianças obesas. Onde neste estudo encontrou-se resultados contrários em relação ao estudo dos autores citados.

    França (1991), o qual avaliou crianças com idades entre 7 e 9 anos, observou que a obesidade pode estar contribuindo para os baixos índices do equilíbrio dinâmico alcançados pelas crianças investigadas, pois os resultados que obteve foram piores quando comparados com crianças eutróficas.

    Utilizando o mesmo protocolo de Lefévre (1972) do referido estudo, Bessa e Pereira (2002), constataram entre duas escolas públicas analisadas no estado do Rio de Janeiro que as crianças na faixa etária de cinco anos não alcançaram um índice de acertos correspondentes a 75% dos testes aplicados, sugerindo assim, atraso no desenvolvimento do equilíbrio dinâmico.

    Em grande parte dos resultados obtidos nas diversas provas aplicadas, do equilíbrio dinâmico um significativo número de crianças esteve abaixo do desenvolvimento neurológico esperado para a idade testada. Uma pequena parte das crianças ficaram concentradas no nível esperado para a idade. Um número muito reduzido de crianças apresentou resultado superior ao preconizado para a idade.

    Assim fica evidenciado que o desenvolvimento motor não depende somente da maturação motora da criança, mas também do espaço físico, escolar e principalmente familiar a que elas pertencem. Evidenciando que o protocolo de Lefévre desenvolvido e validado no ano de 1972, fazendo 30 anos, comprova a modificação do estilo de vida e conjuntamente competências motoras, o que evidenciam o agravo da saúde infantil. Sendo necessário atenções específicas a esta população na busca de uma vida adulta saudável.

Conclusão

    Este estudo mostrou significativa relação das funções alteradas do Exame Neurológico Evolutivo (ENE) com os índices de nutrição, que podem ser considerados como fatores de risco para um bom desenvolvimento motor.

    É preocupante o fato de algumas crianças ainda se encontrarem no estágio inicial, em todos os segmentos corporais, em habilidades de equilíbrio dinâmico, quando deveriam, pelo menos, estar em estágios elementares conforme a idade estudada (GALLAHUE; OZMUN, 2003).

    É vital que a família, a escola, os serviços de saúde, os profissionais de Educação Física estejam atentos para identificar precocemente quais são as crianças com maior risco de se tornarem obesas, para estarem assim interferindo e modificando, em benefício à prevenção da obesidade infantil e certamente estarem oferecendo melhor perspectiva corporal, de desenvolvimento motor e da saúde para o futuro dessas crianças.

    Para tanto, deve-se dar continuidade a este estudo, pesquisando outros equivalentes que podem estar associados aos dados encontrados. Torna-se necessário ainda a exploração de atividades psicomotoras na estruturação de crianças nesta idade, oferecendo-se, deste modo, assistência às crianças que apresentam tais dificuldades.

    Conclui-se ainda que este estudo teve limitações em relação à devolução dos termos de Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais ou responsáveis, diminuindo assim demasiadamente a amostra, pois de um N de 2053 crianças obtivemos avaliação de apenas 219 crianças. Com isso seria necessário esclarecimento mais próximo do campo educacional, para a importância de estudos desta relevância.

Referências

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  • SILVA D. A. S. Prevalência de sobrepeso e obesidade em pré-escolares de alto nível socioeconômico da cidade de Aracaju-SE Medicina, Ribeirão Preto, 41 (2): 177-81 abr./jun, 2008.

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