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A importância do universo lúdico para crianças com Síndrome de Down

La importancia del universo lúdico para los niños con Síndrome de Down

 

*Aluna do curso de Licenciatura em Educação Física na Unilago

**Docente do Curso de Educação Física da Unilago

(Brasil)

Najara Moreira Cebalos*

najara_nn@hotmail.com

Renata Arantes Mazaro*

re_587@hotmail.com

Ms. Mariangela Zanin**

mariangelazanin@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Síndrome de Down é uma anomalia que compromete não apenas o desenvolvimento mental, como também o desenvolvimento motor em diferentes níveis. Partindo desta realidade, estimular o desenvolvimento global dessas crianças por meio do universo lúdico pode ser um caminho prazeroso e benéfico. As atividades recreativas podem ser um grande instrumento para a contribuição significativa neste processo, pois brincar possibilita a inclusão, a autonomia e o desenvolvimento biopsicossocial, contribuindo para melhora na qualidade de vida. O presente estudo, realizado a partir de pesquisa bibliográfica, objetivou mostrar a importância do universo lúdico no desenvolvimento de crianças com síndrome de down. Os dados revelam que as crianças portadoras da síndrome de down tendem a responder positivamente aos programas de atividades recreativas, pois desenvolvem sua aptidão física e saúde mental, além da qualidade da execução motora. Verifica-se que quanto mais estímulos houver e mais próximo essas crianças estiverem do padrão normal de desenvolvimento em suas diferentes áreas (cognitivo, afetivo, social e motor) menos elas serão discriminadas. Conclui-se que a ludicidade colabora com a expectativa de desenvolvimento global das crianças com síndrome de down, bem como, favorece em seu processo de inclusão, uma vez que são capazes de realizar as atividades motoras de maneira satisfatória, por meio de atividades que favorecem um ambiente confortável e saudável.

          Unitermos: Síndrome de Down. Lúdico. Desenvolvimento. Inclusão.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 168 - Mayo de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Síndrome de Down é decorrente de uma alteração genética ocorrida durante a gestação, caracterizada pela presença a mais de cromossomos 21. Essa alteração compromete o desenvolvimento mental como também o desenvolvimento motor em diferentes níveis.

    Entretanto, explorar atividades recreativas e a socialização com outras crianças oportuniza proporcionar às crianças portadoras da síndrome de down a promoção e estimulação do seu desenvolvimento, pois, quanto mais próximo o portador de Síndrome de Down estiver do padrão normal de desenvolvimento em suas diferentes áreas (cognitivo, afetivo, social e motor), menos este será descriminado.

    Nesse contexto, o lúdico, manifestado por meio das atividades recreativas, deve ser um grande instrumento para a contribuição significativa neste processo, criando possibilidades concretas de desenvolvimento motor. O brincar para a criança está diretamente ligado ao prazer. Desse modo, quanto mais estímulos forem oferecidos à criança com síndrome de down, mais ela pode responder positivamente a programas de atividade motora, seja na vida pessoal ou social, bem como desenvolver seu potencial criativo e na expressão de seus sentimentos.

    VYGOTSKY(1998) atribuiu relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil, mostrando que é no brincar, é no jogar que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil e motor. A criança por meio da brincadeira constrói seu próprio pensamento.

    O objetivo desse estudo, de pesquisa bibliográfica, foi mostrar a importância do universo lúdico para crianças com síndrome de down, suas contribuições para o desenvolvimento global.

Revisão literária

Compreendendo a Síndrome de Down

    A Síndrome de Down é decorrente de uma alteração genética ocorrida durante a gestação. O nome surgiu a partir da descrição de John Langdow Down, medico inglês que descreveu, em 1866, pela primeira vez as características de uma criança com esta síndrome. A Síndrome de Down também pode ser chamada de trissomia do 21, que é um acidente genético que causa a síndrome. Ocorre quando exatamente no par cromossômico 21 existem três cromossomos em vez de dois, daí a terminologia de trissomia do 21.(LEFEVRE, 1988)

    As pessoas com síndrome de down apresentam 47 cromossomos em cada célula, em vez de 46 como as demais este cromossomo extra localiza-se no par 21.

    Uma criança com Síndrome de Down tem 47 cromossomos, com um cromossomo extra do par 21 acrescidos ao par normal. A isto se denomina trissomia 21 (três vezes o cromossomo 21), que é o outro nome da síndrome de down. Pode haver 3 cromossomos 21, isto é, 3 conjuntos de genes existentes no cromossomo 21, ao invés de 2 conjuntos, em uma criança mongol o equilíbrio genético se desfaz e por isso se produzem as alterações no desenvolvimento normal do organismo (LEFÉVRE, 1988, p.22).

    A síndrome de down é caracterizada por uma combinação de diferentes maiores e menores estruturação corporal. Geralmente esta associada a algumas dificuldades de habilidades cognitivas e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial.

    Crianças com síndrome de down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da media, geralmente variando de retardo mental leve e moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo metal profundo. (SCHWARTZAN, 1999).

    Segundo PUESCHEL (1993), A criança com Síndrome de Down pode apresentar todas ou algumas das seguintes condições físicas: olhos amendoados, uma prega palmar transversal única (também conhecida como prega simiesca), dedos curtinhos, fissuras palpebrais obliquas, ponte nasal achatada, língua pertusa (devido à pequena cavidade oral), pescoço curto, pontos brancos nas íris conhecidos como manchas de brushfield, uma flexibilidade excessiva nas articulações, defeitos cardíacas congênitos, espaço excessivo entre hálux e o segundo dedo do pé.

    Para SOLER (2009), apesar de serem muito parecidas, as crianças com síndrome de down apresentam características diferentes entre si, como cor dos olhos e cabelos, estrutura corporal, padrões de desenvolvimento, etc.

    Alterações fisiológicas também se manifestam através do retardo no desaparecimento de alguns reflexos como: de preensão, de marcha e de moro. O atraso no desaparecimento destes reflexos é patológico e resulta no atraso das aquisições motoras e cognitivas deste período, já que muitas atividades dependem desta inibição reflexa para se desenvolverem como o reflexo de moro, que é substituído pela marcha voluntária.

    Verifica-se, portanto, que uma das características da síndrome de down é que esta afeta diretamente o desenvolvimento psicomotor, por isso, é muito importante que a criança tenha espaço para correr e brincar exercitando sua coordenação global.

Dificuldades de aprendizagem e estimulação

    Segundo CANDIDO E MUNHOS (2005, p.08), crianças portadores de síndrome de down, apresenta seus níveis de desenvolvimento mais lento, quando comparados às crianças “normais”, cabe aos pais e educadores dessas crianças a função de estimulá-lo por meio de atividades lúdicas, visando prepara-los para a aprendizagem de habilidades mais complexas.

    Para SCHWARTXMAN (1999), a prontidão para a aprendizagem depende da complexa interação dos processos neurológicos da harmoniosa evolução de funções especificas como: linguagem, percepção, esquema corporal, orientação temporal-espacial e lateralidade e etc.

    Entretanto, o fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que madure lentamente (SCHWARTXMAN, 1999).

    Outros comprometimentos que afetam a criança Down e implicam dificuldades ao desenvolvimento da aprendizagem são: alterações auditivas e visuais, incapacidade de organizar atos cognitivos e condutas, debilidades de associar e programar seqüências.

    Estas dificuldades ocorrem principalmente porque a imaturidade nervosa e não mielinização das fibras pode dificultar funções mentais como: habilidade para usar conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação, relação espacial, esquema corporal, habilidade no raciocínio.

    A criança com a síndrome de down tem o seu desenvolvimento em um ritmo mais lento, mas isso não impede que ela participe da vida social com a estimulação precoce ela será capaz de fazer muita coisa sozinha, terá autonomia para realizar as suas tarefas diárias sem a ajuda de outras pessoas.

    O desenvolvimento da criança dependerá muito do ambiente em que ela vive, este deverá ser estimulador e tranqüilo. Os brinquedos devem ser coloridos e sonoros para que estimulem a audição, visão e coordenação dos movimentos.

    Para LEFEVRE (1988), é muito importante à participação da família, pois são eles que passam a maior parte do tempo com a criança.

    A família é um dos grupos primários da nossa sociedade, em que o ser humano vive e se desenvolve. Nessa interação familiar, configura-se precocemente a personalidade, com suas características sociais, éticas, morais e cívicas, portanto, torna-se importante incluir a família no processo educacional e terapêutico da criança. Por mais que a escola e os profissionais se esforcem no sentido de promover o desenvolvimento da criança com síndrome de down, seus esforços serão bastante limitados se não incluírem, tanto em sua filosofia educacional aos pais. (KNOBEL, 1992).

    A grande importância da estimulação se dá pela grande necessidade da criança de vivenciar experiências que permitem seu desenvolvimento, respeitando suas deficiências e explorando suas habilidades.

    Através da estimulação adequada haverá desenvolvimento, e para isso, a utilização do lúdico, dos brinquedos e brincadeiras é um suporte pedagógico riquíssimo que auxilia a aquisição de conhecimento e o desenvolvimento destas crianças.

    Por meio das atividades lúdicas, a criança reproduz muitas situações vividas em seu cotidiano, as quais, pela imaginação e faz de conta, são reelaboradas. A ludicidade é um instrumento de estimulação prático, utilizado em qualquer etapa do desenvolvimento infantil e para qualquer criança, é uma forma global de expressão que envolve todos os domínios da natureza.

    Uma maneira de incentivar a aprendizagem, segundo SOLER (2009), é o uso de brinquedos e jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo aprender. A utilização de brincadeiras e de jogos é fundamental para que a criança tenha uma participação proveitosa e prazerosa no trabalho de estimulação.

    O jogo com função lúdica e educativa é capaz de estimular o parecer à apreensão de conhecimento, BLASCOVI (1997). Para o autor, jogos recreativos possuem características importantes no desenvolvimento da criança, como o efeito positivo que o jogo permite signos de prazer e de alegria na dominância corporal, moral e social.

Ludicidade, educação e socialização

    Considerando que a ludicidade pode ser obtida por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras são, pois, por meio das atividades recreativas que a criança com síndrome de down obtém muitos benefícios como senso de realização, consciência corporal, desafios físicos e mentais, melhoria da auto estima, chance de fazer amizades, exercícios, diversão e etc.

    VYGOSTSKY (1994) diz que a arte de brincar pode ajudar a criança portadora de necessidades educativas especiais a desenvolver-se a comunicar-se com os que a cercam e consigo mesmo.

    Já FRIEDMAN (2003) afirma que para as crianças de um modo geral, a brincadeira é uma linguagem não verbal na qual ela expressa e passa mensagens, mostrando como interpretação e percebe o mundo. Dessa forma, a brincadeira constitui-se, basicamente, em um sistema que integra a vida social das crianças.

    O brincar pode ser um elemento capaz de proporcionar às crianças momentos enriquecedores com vivencias diversas, onde ela expressa seus sentimentos de amizade, de satisfação, de contentamento e tristeza.

    A aprendizagem, através da brincadeira torna-se função motivadora, ajudando, assim, o sindrômico de Down a devolver confiança em si e suas capacidades, começando a ter maior percepção a respeito do outro. Por esse motivo, tanto o lúdico, como o ambiente no qual a criança está inserida, são importantes para o seu desenvolvimento.

    De acordo com PIAGET (1971), a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso indispensável á pratica educativa. Pensar em ensinar uma criança, que possua síndrome de down ou não, sem levar em consideração estratégias que possam envolvê-la, que a levem á uma melhor significativa em termos de aquisição do conhecimento e de suas relações sócio-afetivas tornando uma atividade talvez desgastante e desmotivante. Deve-se ter em mente que a aprendizagem é tão importante quanto o desenvolvimento social, e a atividade recreativa e o brincar constituem uma ferramenta pedagógica que promove ao mesmo tempo desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento social.

    Brincar, portanto, é mais que simples satisfação de desejos, é uma necessidade para a saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo e com os outros.

    Compartilhando com as idéias de Santos (2000, p.12) “o desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.

Desenvolvimento motor: possibilidades do brincar como terapia

    Para PIAGET (1971), o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico, ou seja, ela precisa brincar para crescer.

    A criança com síndrome de down, como qualquer outra criança está apta a aprender ao nascer. Geralmente, um bebê adquire primeiras habilidades motoras grossas, antes de estar pronto, em termos de maturação, segundo MAGILL (1984), para desenvolver-se em habilidades motoras finais.

    No caso da criança com síndrome de down, este desenvolvimento seqüencial não se aplica, necessariamente, porque ela pode apresentar um atraso no desenvolvimento da motricidade grossa devido à fraqueza muscular, doença cardíaca congênita ou outros defeitos físicos. Assim esta criança pode estar apta em termos de maturação para desenvolver habilidades de motricidade fina mais avançada antes de demonstrar competência em certas atividades de motricidade grossa.

    Segundo SILVIA (2002), a estimulação da motricidade fina deve ser feita através, do brincar, estimulando com atividades de manipulação básica, explorando objetos bem como visualizando e aplicar tais experiências ao aprendizado cognitivo.

    Como possibilidades de vivências recreativas, ALVES (2007), diz que a hidroterapia é muito interessante para o desenvolvimento motor de crianças com síndrome de down, pois são realizados na água, movimentos tridimensionais, estimulando a normalização do tônus, a integração social, coordenação motora, correção postural e equilíbrio.

    Já a equoterapia ou hipnoterapia, que utiliza o cavalo, faz com que a criança responda muito mais rápido que outra terapia convencional, trabalhando a consciência corporal, equilíbrio, coordenação motora, auto-estima, relaxamento e o tônus muscular.

    “A pratica terapêutica deve acontecer com vários especialistas, cada um dando a sua contribuição para o desenvolvimento da criança com Down e podendo trabalhar os déficits que interferem no seu desenvolvimento” (ALVES, 2007, p. 44).

Considerações finais

    A pesquisa mostrou que as limitações físicas e intelectuais da criança com síndrome de down podem ser modificadas por meio de atividades recreativas, considerando que a intervenção e estimulação precoce podem focalizar uma melhora significativa do desenvolvimento sensório-motor e social dessa criança.

    A atividade recreativa e o brincar para essas crianças é muito relevante no processo de inclusão social, pois auxilia na socialização, na melhora do equilíbrio emocional e também ajuda a prevenir doenças congênitas que por acaso venham a atingir estes indivíduos (SOLER 2009).

    A atividade lúdica é essencial no desenvolvimento e na educação da criança, uma vez que partindo do pressuposto de que é brincando e jogando que a criança ordena o mundo à sua volta, assimilando experiências, informações e assim, incorporando valores. Ao brincar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo, que coloca na ação seu sentimento e sua emoção.

    Entretanto, o convívio e relacionamento com outras crianças portadoras de necessidades especiais e as crianças “normais” também é de suma importância, pois essa interação proporciona experiência significativas no seu desenvolvimento global.

    Assim, a atividade lúdica pode e deve ser um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivo, afetivos e sociais.

Referências bibliográficas

  • ALVES, Fátima. Para entender síndrome de down. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2007.

  • BLASCOVI A.S. M, Lazer e deficiência mental: O papel da família e da escola em uma proposta de educação pelo e para o laser. Campinas, SP: Papirus, 1997.

  • CANDIDO G. Luciana e MUNHOZ G. Nilton. Analise de um programa para o desenvolvimento dos padrões fundamentais de movimento em crianças portadoras de síndrome de down. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 10, Nº 83. http://www.efdeportes.com/efd83/down.htm

  • FALKENBACHI, Atos Prinz. Revista de Educação Física / VEN / Universidade Estadual de Maringá. Departamento de educação física – Vol 1 (1990). Maringá: Vem /def, 1990. Recebido em 04/03/03, revisando em 15/01/03 e aceito em 30/01/04.

  • FREIRE, J.B. Educação do corpo inteiro: Teoria e pratica da educação física. São Paulo: Scipione, 1997. (Pensamento e ação no magistério).

  • LIFANTE, Sonia Maria. Estudo da correlação entre coordenação motora e habilidades motoras de pessoas com síndrome de down. Campinas: [S, N], 2009

  • MAGILL, R. Aprendizagem motora: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Edgard Bluscher, 1984.

  • NETO, C.A. F Motricidade e jogo na infância. Rio de Janeiro: Sprint, 2001

  • PIAGET, Jean. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro; Editora Forense, 24ª Edição, 2003

  • SANTOS, P.S.M. Brinquedoteca: A criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis – RJ: Vozes, 2000.

  • SILVIA, Roberta N.A. A educação Especial da criança com Síndrome de Down; Pedagogia em foco. Rio de Janeiro, 2002.

  • SOLER, Reinaldo, Educação física inclusiva: Em busca de uma escola plural. Rio de Janeiro: 2ª Edição: Sprint, 2009.

  • SOLER, Reinaldo. Brincando e aprendendo na Educação especial: planos de aula. Rio de Janeiro 2ª Edição: Sprint.

  • VYGOSTSKY. L.S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

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