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Estatura dos brasileiros do voleibol na 

areia masculino de alto nível, 1987 a 2011

Estatura de los jugadores brasileños de voleibol en la arena masculino de alto nivel, 1987 a 2011

Height of the Brazilian male sand volleyball of high level, 1987 to 2011

 

Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela UCB do RJ

(Brasil)

Nelson Kautzner Marques Junior

nk-junior@uol.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo do estudo foi de determinar a estatura dos jogadores brasileiros do voleibol na areia masculino de alto nível. A Anova one way identificou diferença significativa (p≤0,05) apenas para a estatura do defensor, os jogadores mais altos foram de 2000 a 2011. Em conclusão, 190 a 200 cm é a estatura do jogador de alto nível do Brasil..

          Unitermos: Estatura. Voleibol. Teste.

 

Abstract

          The objective of the study was to determine the height of the Brazilian male sand volleyball of high level. One way Anova was significant (p≤0,05) only for the height of the defenders, the players more height were of 2000 to 2011. In conclusion, 190 to 200 cm is the height of the player of high level of the Brazil.

          Keywords: Height. Volleyball. Test.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A estatura é uma das medidas antropométricas mais importantes para a prática do voleibol de alto nível1,2, inclusive para jogar o voleibol de dupla na areia3. A estatura dos jogadores da defesa e do bloqueio tem aumentado cada vez ao longo dos anos. Atualmente no Brasil, alguns especialistas4,5 nesse esporte consideram o aumento da estatura como um dos fatores do bom desempenho do voleibol na areia brasileiro masculino.

    Uma das causas para essas afirmações, é que a estatura facilita a execução do ataque e do bloqueio durante o jogo de voleibol de dupla na areia. Isso acontece porque um voleibolista com elevada estatura possui maior envergadura de ataque e de bloqueio, facilitando na execução desses fundamentos ao longo do jogo6. Como a areia interfere na impulsão do jogador de dupla7, uma excelente estatura torna-se importante para a prática do voleibol8.

    Além da estatura, ela é otimizada se o voleibolista de dupla possuir boa impulsão para a prática desse esporte no alto nível9. Portanto, a literatura do voleibol na areia é conclusiva, os jogadores mais altos conseguem maior desempenho nessa modalidade10. Entretanto, as pesquisas não investigaram a alteração da estatura do jogador de voleibol na areia, do especialista no bloqueio e do responsável pela defesa ao longo dos anos 80, 90 e 2000 do voleibol brasileiro masculino de alto nível.

    Será que ocorreu elevação significativa da estatura durante esses anos? O bloqueador é muito maior do que o defensor? Em qual década (1980, 1990 e 2000) os jogadores brasileiros obtiveram aumento significativo da estatura? As investigações do voleibol na areia não possuem essas informações11,12. Então, o objetivo do estudo foi de determinar a estatura dos jogadores brasileiros do voleibol na areia masculino de alto nível.

Método

Amostra

    No voleibol de dupla na areia foram destacadas as estaturas das duas melhores duplas brasileiras do Mundial de Voleibol na Areia (1987 e 1988) e do Circuito Mundial de Voleibol na Areia (1989 a 1995, 1997 a 1999, 2001 a 2003 e 2005 a 2007, 2009 a 2011). Nos anos que essa modalidade foi competida nos Jogos Olímpicos, só foi considerada a estatura dessa disputa (1996, 2000, 2004 e 2008) porque é a competição mais relevante dessa modalidade. As estaturas dos atletas nas respectivas competições foram identificadas no site da CBV em 15 de dezembro de 2011, no site da FIVB em 15 de dezembro de 2011 e em Marques Junior8.

Tratamento estatístico

    Os resultados foram apresentados pela média e desvio padrão. A diferença da estatura foi calculada usando Anova one way com resultados aceitos com nível de significância de p≤0,05. O teste Scheffé determinou a diferença das médias aceitando um nível de significância de p≤0,05.

Resultados e discussão

    A estatística descritiva da estatura em centímetros (cm) do voleibol na areia masculino é exposta na tabela 1.

Tabela 1. Média e desvio padrão da estatura em cm

    A Anova one way não identificou diferença significativa (p>0,05) para a estatura da dupla, F (2,97) = 0,12. A Anova one way também não detectou diferença significativa (p>0,05) para a estatura do bloqueador, F (2,47) = 0,26.

    A Anova one way identificou diferença significativa (p≤0,05) para a estatura do defensor, F (2,47) = 132,57. O teste Scheffé determinou diferença da média da estatura em cm dos anos 00 quando comparado com os anos 80 (diferença de 8,12) e com os anos 90 (4,79). Também Scheffé detectou diferença da média da estatura em cm dos anos 90 quando comparado com os anos 80 (diferença de 3,33). Portanto, os anos 90 a estatura dos defensores brasileiros aumentou, enquanto que nos 00 os defensores ficaram com estatura muito mais elevada.

    A figura 1 ilustra o aumento da estatura dos brasileiros do voleibol na areia ao longo dos anos.

Figura 1. Estatura dos brasileiros do voleibol de dupla na areia

    Os resultados evidenciaram que a estatura dos jogadores brasileiros do voleibol na areia aumentou gradativamente ao longo dos anos. Os anos 80 os atletas eram muito mais baixos, aumentando a estatura nos anos 90 e atingindo estatura mais elevada a partir do ano 2000. Esse achado esteve de acordo com a literatura do voleibol na areia13. Porém, apesar da estatura ter aumentado, só ocorreu diferença significativa (p≤0,05) na estatura dos defensores brasileiros.

    Entretanto, mesmo que não tenha aumentado significativamente (p>0,05) a estatura do bloqueador e das duplas, o pouco de elevação da estatura nesse esporte, proporciona um incremento principalmente, no desempenho do bloqueio e da cortada14. Segundo Arruda e Hespanhol3, atualmente no voleibol na areia a estatura mínima é de 190 cm para o defensor e 200 cm para o bloqueador, esses dados foram idênticos ao desse estudo no ano 2000 a 2011.

    Palao, Gutierrez e Friders15 evidenciaram no Circuito Mundial e nas Olimpíadas, entre 2000 a 2006, que a estatura média dos jogadores é de 193 cm. Esses resultados são similares ao encontrado na investigação (nas duplas), 192,33±0,98 cm nos anos 90 e 195,68±5,15 cm nos anos 2000. Dados mais próximos ao dessa pesquisa foram identificados por Batista et alii16, em oito jogadores de elite do Brasil esses pesquisadores evidenciaram uma estatura de 194,65±5,1 cm.

    Portanto, talvez o aumento da estatura do voleibol brasileiro de dupla na areia seja um dos causadores dos excelentes resultados do país nesse esporte.

Conclusão

    A estatura do jogador brasileiro masculino aumentou ao longo dos anos, parecendo que essa mudança antropométrica está relacionada com os resultados dos brasileiros a partir dos anos 90 a 2000. Então, para o voleibolista brasileiro fazer parte da elite desse esporte precisa ter no mínimo 190 cm e possuir 200 cm ou mais, geralmente o mais baixo atua como defensor e o jogador com estatura mais elevada de bloqueador.

    Entretanto, Rigolin da Silva17 evidenciou que alguns atletas não possuem a estatura desejada para jogar o voleibol de alto nível, mas conseguem êxito por causa do fenômeno da compensação. Uma das causas é uma impulsão acima da média e/ou as condições técnicas e táticas excepcionais que garantem sucesso num esporte que exige atletas cada vez mais altos.

Referências

  1. Anfilo M, Shigunov V (2004). Reflexões sobre o processo de seleção e preparação de equipes. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 6(1):17-25.

  2. Bojikian J, Oliveira da Silva A, Pires L, Lima D, Bojikian L (2007). Talento esportivo no voleibol feminino do Brasil: maturação e iniciação esportiva. Rev Mackenzie Educ Fís Esp 6(3):179-87.

  3. Arruda M, Hespanhol J (2008). Fisiologia do voleibol. São Paulo: Phorte.

  4. Bizzocchi C (2004). O voleibol de alto nível. 2ª ed. São Paulo: Manole.

  5. Marques Junior N (2005). Sugestão de uma periodização para o voleibol “amador” de duplas na areia masculino. 185 f. Especialização de Treinamento Desportivo, UGF, RJ.

  6. Gheller R, Laporta L, Vargas P, Both D, Schmitz Filho A (2010). Relação entre variáveis antropométricas, capacidades físicas com alcance vertical total em atletas de voleibol. Rev Dig Educ Fís Deportes 15(149):1-6. http://www.efdeportes.com/efd149/alcance-vertical-total-em-atletas-de-voleibol.htm

  7. Muramatsu S, Fukudome A, Mijama M, Arimoto M, Kijima A (2006). Energy expenditure in maximal jump on sand. J Physiol Anthropol 25(1):59-61.

  8. Marques Junior N (2005b). Testes para o jogador de voleibol. Rev Min Educ Fís 13(1):130-74.

  9. Riggs M, Sheppard J (2009). The relative importance of strength and Power qualities to vertical jump height of elite beach volleyball players during the counter-movement and squat jump. J Hum Sport Exerc 4(3):221-36.

  10. Batista G, Cabral B, Cabral S, Araújo R, Sousa M, Guerra R (2010). Composição corporal e somatotipo de atletas de voleibol de praia nos XV Jogos Pan-Americanos. Rev Bras Ciên Saúde 14(3):53-8.

  11. Cerit S, Akday M, Desdag S, Karakoc Y, Celik M (2009). Alteration in body composition of elite professional female players in a premier league volleyball bout. J Int Dental Med Res 2(1):33-6.

  12. Koch C, Tilp M (2009). Analysis of beach volleyball actions sequences of female top athletes. J Hum Sport Exerc 4(3):272-83.

  13. Tili M, Giatsis G (2011). The height of the men`s winners FIVB beach volleyball in relation to specialization and court dimensions. J Hum Sport Sci 6(3):504-10.

  14. Cabral B, Cabral S, Batista G, Fernandes Filho J, Knackfusas M (2008). Somatotitpo e antropometria na sleção brasileira de voleibol. Motr 4(1):67-72.

  15. Palao J, Gutierrez D, Frideres J (2008). Height, weight, body mass índex, and age in relation to level and position. J Sports Med Physical Fit 48(4):466-71.

  16. Batista G, Araújo R, Sousa M, Diniz M, Guerra R (2008). Características cineantropométricas dos jogadores de voleibol de praia masculino do Brasil e Pan-Americano. FIEP 78 (nº esp.).

  17. Rigolin da Silva L (2006). O estudo do fenômeno da compensação em atletas de voleibol do sexo feminino. 103 f. Tese, USP, SP.

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