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Árbitro de futebol: a construção de uma carreira

El árbitro de fútbol: la construcción de una trayectoria

 

*Graduado em Educação Física (Bacharel) pela Escola Superior

de Educação Física da UFPel (2011). Árbitro da Federação Gaúcha de Futebol

**Licenciado em Educação Física pela UFPel (2007)

Mestre em Educação em Ciências pela UFRGS (2010)

Atualmente cursa o Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas

pela UFSC (bolsista CAPES/REUNI)

***Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Maria (1987)

Mestrado em Ciência do Movimento Humano pela mesma Universidade (1993)

Doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2001)

Atualmente é professor associado da Escola Superior de Educação Física

da Universidade Federal de Pelotas (Graduação, Especialização e Mestrado)

Também é Tutor do Grupo PET/ESEF

Vinicius Palau Santos*

Luciano Jahnecka**

Luiz Carlos Rigo***

lcrigo@terra.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este artigo parte do pressuposto que a arbitragem do futebol é um campo de estudo pouco explorado pelo meio acadêmico. Assim, o objetivo central é descrever e analisar os principais elementos constituintes da carreira de árbitro de futebol no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Além das fontes bibliográficas (acadêmicas e jornalísticas) o estudo contou com o suporte empírico de uma entrevista semi-estruturada, realizada com o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Rio Grande do SUL (CEAF/RS), e com a análise de uma série de documentos (relatórios, súmulas, regulamento interno, etc.) da CEAF/RS. A pesquisa apresenta a forma de ingresso no curso de árbitro, faz uma análise dos critérios utilizados na comissão de arbitragem para a progressão dos árbitros e, por fim, trata do controvertido tema da profissionalização da arbitragem do futebol brasileiro.

          Unitermos: Arbitragem. Futebol. Carreira. Formação.

 

Resumen

          En este artículo se plantea que el arbitraje del fútbol es un campo poco explorado de estudio por los académicos. Por lo tanto, su objetivo central es describir y analizar los principales componentes de la carrera de un árbitro de fútbol en el estado de Río Grande do Sul, Brasil. Además de las fuentes bibliográficas (académicas y periodísticas) el estudio se basó en el apoyo empírico de una entrevista semiestructurada, con el presidente de la Comisión Estatal de Arbitraje de Fútbol de Río Grande do Sul (CEAF/RS), y el análisis de una serie de documentos (informes, resúmenes, normas, etc.) de esta misma comisión. La investigación muestra como inscribirse en el curso de un árbitro, hace un análisis de los criterios utilizados en la comisión de arbitraje a la progresión de los árbitros y, por último, se refiere a la controvertida cuestión de la profesionalización de los árbitros de fútbol.

          Palabras clave: Arbitraje. Fútbol. Trayectoria. Formación.

 

Abstract

          This article assumes that referee’s football is a little explored field of study by academics. Thus, our central objective consists in describe and analyze the main components of the career of a football referee in the state of Rio Grande do Sul, Brazil. In addition to bibliographical sources (academic and journalistic) the study is relied to empirical support on semi-structured interview with the director of the Referee’s State Commission of Rio Grande do Sul (CEAF/RS), as well as an documental analysis (reports, summaries, rules, etc.). This research shows how to ingress in the referee’s course, analyses the criteria used in this referee’s commission of an referee’s progression career, and finally, deals with the controversial issue of the professionalisation of referee’s football.

          Keywords: Referee. Football. Career. Formation.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 16 - Nº 156 - Mayo de 2011. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O futebol é um esporte que mexe com as emoções de todos os envolvidos na disputa: torcida, jogadores, dirigentes, para muitos é um momento onde se extravasa os limites da razão. No meio deste contexto existe uma pessoa pouco notada, o árbitro, que se torna na maioria das vezes o vilão de toda história, ele que "é o álibi de todos os erros, se perdem é por culpa dele, se ganham é apesar dele, mas com certeza se não existisse as torcidas teriam que inventá-lo" Galeano (2004, p.18). Mesmo assim ele é essencial para o andamento de uma partida de futebol, já que, de acordo com a International Football Association Board (2009, p. 16) “uma partida será dirigida por um árbitro, que terá autoridade total para fazer cumprir as Regras do Jogo naquela partida”. Apesar da importância que tem para o futebol profissional ainda são poucos os estudos acadêmicos que tratam especificamente do árbitro e da arbitragem (SILVA, 2002).

    Uma das questões atuais mais polêmicas que permanece insolúvel na arbitragem brasileira é a sua oficialização enquanto profissão e conseqüentemente a não existência de uma carreira nacional para os árbitros, mesmo reconhecendo-se que "apitar uma partida de futebol requer do árbitro mais conhecimento que qualquer treinamento pode dar. O árbitro é visto por todos como um inimigo, qualquer atitude que tenha é suspeita, se cumprimentar alguém calorosamente antes de um jogo, há quem pense que já está sendo comprado” Manzolello (1997, apud SILVA, 2002, p. 41-43).

    O não reconhecimento da arbitragem como uma profissão aliados a falta de infra-estrutura no futebol, a desonestidade de alguns dirigentes, falta de conhecimento da regra por atletas e de técnicos, além das avaliações da sua atuação a partir do uso de sofisticados recursos tecnológicos tornam a tarefa do árbitro um desafio quase sobre-humano. Assim, "por melhor que seja o juiz sempre desagrada a alguém, pois as pessoas não gostam de ser julgadas e punidas." Falcão (2009, p. 15-16). A não profissionalização da arbitragem dificulta seu desempenho em campo, pois as condições de trabalho dos árbitros não são a de um profissional.

    Neste contexto este estudo se propôs a descrever e analisar os desafios presentes na carreira dos árbitros da Federação Gaúcha de Futebol (FGF) – entidade de nível estadual filiada à Confederação Brasileira de Futebol – através dos cursos de formações e aperfeiçoamento, os testes, as avaliações e as classificações as quais os árbitros são submetidos, a tudo isso se acrescenta o costumeiro clima de desconfiança e de suspeita que costuma rondar o trabalho do árbitro.

2.     Objetivos

  1. Investigar e analisar como foi constituída e como funciona a Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Rio Grande do Sul (CEAF/RS), Brasil.

  2. Conhecer e analisar quais os procedimentos e critérios que a CEAF/RS utiliza para formar, avaliar e classificar os árbitros do seu quadro de arbitragem.

  3. Tornar público aspectos relacionados com a carreira do árbitro de futebol.

3.     Metodologia

    Este artigo procurou investigar e analisar como se organiza e como atua Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Estado do Rio Grande do Sul. Para realizar o estudo e alcançar os objetivos pretendidos pelo mesmo, por se tratar de uma pesquisa qualitativa, optamos por realizar uma entrevista semi-estruturada nos moldes que a pressupõe TRIVIÑOS (1987), com o atual Presidente CEAF/RS, L. F. G. M. (2010). A escolha por este entrevistado levou em consideração a influência que ele possui na arbitragem estadual e nacional. Além de presidente da CEAF/RS, L. F. G. M. é Diretor Executivo da Federação Gaúcha de Futebol, Inspetor de Árbitros da Conmebol (desde agosto/2005), Observador de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (desde outubro/2005) e palestrante em Cursos de Formação de Árbitro em diferentes estados (desde 2006). Além disso, as principais mudanças que ocorreram na arbitragem gaúcha nos últimos anos iniciaram justamente após L. F. G. M. assumir a presidência da CEAF/RS em 2004.1

    Além da entrevista com L. F. G. M. o suporte empírico do trabalho foi composto pela análise de uma série de documentos pertencentes aos arquivos da CEAF/RS e os Projetos de Lei n° 6.405 de 2002, 6.212 de 2005 e 6.467 de 2009. Entre os documentos que foram consultados destacam-se: o Regulamento Interno da CEAF/RS; o Ranking de Classificação dos Árbitros; o Relatório Confidencial de Atuação da Arbitragem; Manual de Redação de Súmulas da CBF; súmulas de jogo; o Manual do Curso de Formação de Árbitros de 2010; o Edital público do curso de formação de árbitros de 2010 e uma proposta de unificação nacional da carga horárias dos cursos de formação de árbitros, pensado pela CEAF/RS.

4.     O departamento de árbitros da Federação Gaúcha de Futebol (FGF)

    Quando surge um candidato ao cargo de presidente da Federação Gaúcha de Futebol, este já deve ter em mente os componentes de sua diretoria. Em sua maioria, são pessoas ligadas ao meio do futebol, como dirigentes ou diretores de clubes, que chegam ao cargo através de votação dos clubes filiados à Federação.

    Quando foi eleito presidente da Federação Gaúcha de Futebol, em 2004, F. N. N. convidou L. F. G. M. para ser Diretor Executivo da Federação Gaúcha de Futebol e Presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol do Estado do Rio Grande do Sul, e este montou a sua equipe, como mostra a passagem abaixo.

    Primeiro quem forma a Comissão é o presidente da Federação. Como que ele fez a nossa? Quando ele se candidatou, ele já tinha que formar a equipe de trabalho dele, ele não podia formar a equipe depois de eleito. Então ele me convidou, o presidente da Federação me convidou para ser o presidente da CEAF/RS e Diretor Executivo. Ele disse que eu tinha que pegar mais quatro elementos. Eu disse: pra mim trabalhar, eu tenho que escolher com quem é que eu vou trabalhar. Ele disse não, vou te indicar só um, o resto é contigo, tá. Aí foi indicado, através de um pedido do Simon pra ele, pra ele indica o Mocellin pra trabalha comigo. Eu tinha o ‘Pancho’ que é o Flávio Abreu, que nós nos criamos juntos, conheço ele há trinta anos, mais de trinta anos, quarenta anos. Peguei o ‘Pancho’, convidei ele. Perguntei ao ‘Pancho’,vem cá tu que é do meio da arbitragem quem é os caras que pode ter o nosso perfil pra trabalhar?.Indicou o Cunha, vamos fazer uma reunião com o Cunha, fiz uma reunião com o Cunha, aceitei o Cunha. Aí falei pro Cunha quem é que tem aí? Ele me indicou o Pandolfo. Fiz reunião com Pandolfo e acertei. É esses os caras que tem o perfil. (ENTREVISTA, L. F. G. M., 2010).

    Depois de reunir-se com todos os membros em janeiro de 2004 e apresentar a proposta de trabalho detalhada no Regimento Interno da CEAF/RS (2004), a comissão ficou assim constituída: L. F. G. M., como presidente e J. M. L. P.; L. C. M. e F. A.como assessores técnicos. Esta comissão é responsável por indicar as diretrizes a serem seguidas pela arbitragem no estado do Rio Grande do Sul e dirigir a delegacia regional de Porto Alegre. Além disso, existem as delegacias regionais divididas pelas cidades de Bagé, Cruz Alta, Caxias do Sul, Ijuí, Pelotas e Santa Maria, sendo que cada delegacia dirige os árbitros2 de sua região. Os árbitros são distribuídos de acordo com o curso que realizaram, podendo ser do Interior (delegacias regionais) ou da Capital (delegacia de Porto Alegre).

4.1.     A Comissão

    O Rio Grande do Sul sempre foi um estado que formou grandes árbitros. Até 2009 tinha quatro árbitros pertencentes ao quadro da FIFA – Federation Internationale de Football Association (Altemir Hausmann, Carlos Eugênio Simon, Leandro Pedro Vuaden e Leonardo Gaciba),3 nível máximo do futebol mundial. Este fato deve-se em parte ao compromisso e seriedade da CEAF/RS em atualizar e aperfeiçoar os métodos utilizados na formação dos árbitros gaúchos. Todo ano, em janeiro, antes do início campeonato gaúcho (divisão estadual do campeonato profissional do Estado do Rio Grande do Sul), os árbitros da série A4 participam de um encontro (pré-temporada) de um final de semana onde são realizadas palestras e debates que buscam aprimorar as técnicas de arbitragem. Além desses encontros há também reuniões quinzenais durante todo certame. Atualmente, a Comissão tenta aprovar junto à Federação a implementação de uma equipe de observadores para os campeonatos do Rio Grande do Sul.

    Pela falta de uma maior estruturaçção, a CEAF/RS não consegue realizar um acompanhamento direto dos árbitros que atuam no interior do estado. Assim, cada delegacia regional faz um ranking de acordo com as normas da CEAF/RS e de tempo em tempo um componente da Comissão de Arbitragem desloca-se ao interior para buscar as informações sobre os árbitros de determinada região.

4.2.     A CEAF/RS e outros estados

    A Comissão gaúcha de arbitragem é pioneira no Brasil na busca por inovações que visam aperfeiçoar o trabalho na arbitragem. Um exemplo disso é o ranking de árbitros que ela elaborou a partir de 2004, dividindo os árbitros em três categorias A, B e C5. Está iniciativa foi implementada também pela Federação Paulista de Futebol (FPF) que trocou os termos utilizados na classificação para Ouro, Prata e Bronze. A súmula on-line – digitação pelo árbitro via internet e publicação da súmula da partida no site da FGF – que começou a ser usada no Rio Grande do Sul, em 2006, posteriormente também foi adotada em outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Outro exemplo é o atual relatório de observador adotado pela CBF, que também se inspirou no relatório utilizado pela CEAF/RS. Em função do reconhecimento que conquistou no cenário nacional, seguidamente a Comissão Gaúcha de Arbitragem é consultada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para indicar sugestões que possam contribuir para aperfeiçoar a arbitragem nacional.

    Apesar das relações existentes entre as federações estaduais e a CBF, a diferença existente entre as distintas federações do país é bastante significativa, já que cada Federação tem autonomia para construir os seus próprios critérios e métodos de trabalho. Mas esta falta de uma universalização tem causado algumas polêmicas, principalmente quando atuam no mesmo jogo um trio de arbitragem que possuem uma formação diferenciada. Visando aperfeiçoar este problema, a CBF tem promovido encontros com os membros das comissões de arbitragem dos diferentes estados para qualificar as regiões com maior dificuldade e tentar buscar uma maior unificação entre as diferentes federações estaduais.

5.     Como ser árbitro da FGF

    A única forma para ingressar atualmente no quadro de árbitros da Federação Gaúcha de Futebol é através de curso de formação de árbitros oferecido pela mesma, que ocorre anualmente desde 2006. Em 2010, foi oferecido um curso com vagas para diferentes delegacias do estado, visando a atender as necessidades de cada região. No manual de inscrição constava que:

    A inscrição será efetivada pelo próprio candidato ou através de procuração específica, por ordem de chegada, nas Delegacias de Arbitragem de: BAGÉ (dez vagas), CAXIAS DO SUL (cinco vagas), CRUZ ALTA (dez vagas), IJUÍ (dez vagas), PELOTAS (cinco vagas) e SANTA MARIA (cinco vagas). As demais vagas, até que se complete o número de sessenta e cinco vagas, serão destinadas para PORTO ALEGRE OU OUTRA DELEGACIA; (Curso de árbitros - Manual de Instruções 2010, p. 5).

    O manual de instrução apresenta dezesseis itens onde se podem destacar a diferença de altura mínima exigida entre homens (1,70m) e mulheres (1,60m), exames clínico, oftalmológico e eletrocardiograma de esforço e ainda ter no máximo trinta anos. As vagas são oferecidas conforme as necessidades de cada delegacia regional ou capital. Caso haja mais candidatos que vagas, todos são submetidos a uma seleção para entrar no curso. Esta seleção consiste em testes físicos e uma prova teórica. A avaliação física consiste em três provas de corrida: correr 2000m (homens) e 1600m (mulheres), em até 12min; correr 200m em até 40s (homens) e 50s (mulheres), correr 50m em no máximo 12s (homens) e em 15s (mulheres). Todas as provas são eliminatórias/classificatórias. Os classificados nos testes físicos passam para a segunda etapa da seleção, onde será aplicada uma prova teórica com cinqüenta questões objetivas sobre “Regras do Jogo de Futebol – atualizada”.6 Para ser aprovado nesta prova o candidato deve acertar 50% da prova (vinte e cinco acertos).

    A prova teórica estabelece os melhores colocados por delegacia de arbitragem. Em caso de empate, são observados os seguintes critérios: melhor grau de escolaridade, melhor classificado no teste de 200m, melhor classificado no teste de 50m, maior altura, menor idade e por último sorteio na FGF. Os aprovados entrarão para o Curso de Árbitros da FGF.

    Atualmente a carga horária do curso é de 126h/a, mas, segundo informação de Fernando Moreira (2010), a partir de 2011 há a previsão de esta carga horária subir para 232 h/a. Duração que será tomado como padrão para todas as federações estaduais do país.7

    Durante o curso da FGF, são desenvolvidas aulas teóricas sobre as regras do jogo, técnicas de arbitragem, aulas que servem de orientação para a elaboração de relatórios e súmulas, aulas que abordam temas da legislação e código desportivo, de medicina esportiva, noções de preparação física e avaliações, expressão oral e escrita. Somadas as aulas teóricas há também aulas práticas onde os alunos atuam como árbitros em campeonatos amadores na cidade de Porto Alegre. Ainda durante o curso os árbitros pertencentes ao quadro da Federação Gaúcha ministram palestras sobre a atuação do árbitro e sobre técnicas de arbitragem.

    O curso tem duração aproximada de seis meses e as aulas são desenvolvidas nas terças, quintas e sábados para a capital, e sextas e sábados para o interior. Durante o curso, são aplicadas três provas teóricas sobre as regras do jogo, duas com peso 1 e uma prova final com peso 2 que serão somadas e divididas por 4, para ser aprovado o candidato deverá atingir média superior ou igual a 7,0. Ao final do curso, há um teste físico de caráter eliminatório, que será descrito a seguir:

Figura 1. Requisitos para ser aprovado no teste físico do Curso de árbitros (Curso de árbitros – Manual de instruções, 2010. p. 10).

    Os aprovados no curso estão aptos a fazer parte do quadro de árbitros da Federação Gaúcha de Futebol. Após entrar para o quadro da FGF, o árbitro passa a ser observado e analisado por suas atitudes, comportamento, tanto dentro quanto fora de campo. Para permanecer como árbitro da Federação a cada semestre os árbitros são submetidos aos testes físicos, segundo normas da FIFA, e devem entregar a FGF uma série de documentos atualizados.8

5.1.     A carreira de árbitro

    Segundo SILVA et al (2006), um dos fatores que mais contribui para o abandono da carreira de árbitro está relacionado com a falta de clareza dos critérios de avaliação e ascensão da carreira, na maioria das vezes, os árbitros não têm um maior conhecimento dos critérios que seus avaliadores estão utilizando, o que resulta em desmotivação e até desinteresse em seguir investindo na carreira.

    Uma mudança que CEAF/RS estabeleceu foi a criação do ranking que estabelece em qual campeonato o árbitro vai atuar, quanto mais alto for o nível do campeonato,9 melhor será a sua remuneração, servindo como um estímulo para a ascensão do árbitro. Segundo o presidente da CEAF/RS, está sendo solicitado junto à Federação que esta remuneração passe a ser por categoria (A, B e C) e não mais pelo campeonato, como ocorre atualmente. Por exemplo, se um clube solicita um árbitro de nível A irá pagar R$ 1.000,00, se solicitar do nível B pagará R$ 800,00, do nível C R$ 500,00. Isso geraria uma competição entre os árbitros para subir de nível. Na FGF também existe um acréscimo de cinqüenta por cento no valor da taxa se o árbitro pertencer ao quadro da FIFA.

    Outra mudança foi quando a partir de um levantamento feito pela CEAF/RS se identificou que em breve o quadro de árbitros da FGF terá dificuldades para se renovar sem prejuízo de qualidade. Para evitar isso a partir de 2006 já foram realizados quatro novos cursos de formação de árbitros. Olhando a planilha do ranking10 e relacionado-a com a idade dos árbitros percebesse que sem planejamento na carreira não é fácil o árbitro chegar a categoria A da FGF para ter chance de ser indicado ao quadro da CBF, dentro da idade limite de trinta e três anos.

5.2.     O ranking dos árbitros

    Em 2004, a CEAF/RS fez uma primeira classificação da arbitragem gaúcha, Fernando Moreira contou que esta classificação que serviu de base para o ranking atual foi feito principalmente a partir de informações.

    [...] Vem cá como é que é fulano, ciclano? Ah esse é bom, que era a informação que nós tinha, tinha que arrancar, depois que nós arrancamos e começamos a ver cada um atuar, nós começamos a distribuir. Hoje ela está quase dentro do ideal. Todos os anos, agora no fim do ano vamos fazer uma revisão nessa classificação, botar uma outra classificação já para 2011, quando pessoal ir para pré-temporada em janeiro já vai saber quem subiu, quem desceu [...] (ENTREVISTA, L. F. G. M., 2010).

    Segundo o Regulamento Interno CEAF/RS, 2004, a classificação dos árbitros é dividida em três categorias: letra A (árbitros aptos para trabalhar em quaisquer jogos dos campeonatos organizados pela FGF), letra B (aptos para os jogos da Segunda Divisão e demais categorias, exceto Primeira Divisão) e letra C (aptos para jogos dos campeonatos: Infantil, Juvenil e Júnior). O Regulamento também deixa claro que todo sujeito quando ingressa no quadro o árbitro da FGF começa pela letra C. Esta proposta foi feita pela atual Comissão de Arbitragem, e antes não se tinha nenhum registro sobre os procedimentos para a ascensão de um árbitro na carreira na FGF.

    O primeiro pré-requisito para subir da categoria C para a B é estar cursando o Ensino Superior, em qualquer área e em qualquer estágio de andamento do curso11. Além desse critério, o presidente da CEAF/RS faz uma consulta aos delegados da respectiva delegacia regional sobre a atuação do árbitro. Depois desta primeira sondagem, um membro da CEAF/RS avalia o desempenho do árbitro em algumas partidas. Para um árbitro passar da categoria B para a categoria A, há a exigência de um curso superior completo, esse critério se justifica principalmente pelas exigências extra-campo que hoje são cobradas dos árbitros como a elaboração do relatório e da súmula de pós-jogo12, e na desenvoltura para lidar com outras pessoas e com a impressa esportiva.

    No nível A, as avaliações são mais exigentes. Por exemplo, antes de iniciar o Campeonato Gaúcho da Primeira Divisão, os árbitros passam por uma pré-temporada com palestras sobre técnicas de arbitragem, treinamento físico, testes físicos e teóricos. Durante a disputa do campeonato gaúcho (janeiro a maio de cada ano), são realizadas reuniões quinzenais com os árbitros onde são feitas análises da arbitragem dos jogos da rodada. Isso ajuda os árbitros a ficarem mais centrados em seu trabalho, contribuindo para diminuir as probabilidades de erros. Em todos os níveis (A, B e C) são realizadas observações na atuação dos árbitros através de um relatório confidencial13, que é feito por um integrante da Comissão. Depois de atingir a categoria A, o árbitro pode ser indicado para a CBF e posteriormente para a FIFA (nível máximo da carreira).

    O quadro de árbitros da CBF é feito através de indicações das Comissões Estaduais de Arbitragem. Anualmente, a CEAF/RS monta o seu ranking de árbitros e também aplica testes físicos e teóricos para que os mesmos possam estar aptos para ingressar na CBF. Mesmo que o árbitro passe no teste estadual, ele somente ingressará na CBF se houver vaga para a sua federação. As vagas no quadro nacional são oferecidas quando um árbitro deixa o quadro por atingir a idade limite de quarenta e cinco anos ou por deficiência técnica, reprovação no teste físico ou teórico. Para ser admitido na CBF, além de ser indicado por sua federação o árbitro tem que possuir a experiência mínima de dois anos na divisão principal do seu campeonato estadual e não ter mais de trinta e três anos de idade.

    Para entrar no quadro da FIFA, o árbitro deve ser indicado pela comissão nacional de arbitragem de seu país e ter a idade entre 25 e 35 anos. Contudo, pode ser retirado do quadro a qualquer momento, basta que sua comissão nacional de arbitragem envie um comunicado oficial à FIFA. Numa situação normal, uma vez indicado, o árbitro atua até ser obrigado a abandonar o escudo da FIFA no ano seguinte ao seu 45º aniversário. Para atuar na FIFA, o árbitro deve falar bem inglês e espanhol. Tanto na CBF como na FIFA aumentam as exigências e a freqüência de avaliações teóricas e físicas. A FIFA divulga, no início de cada ano, a relação dos árbitros que fazem parte do quadro internacional. Para cada país membro da FIFA14, são destinadas vinte e oito vagas para o futebol, sendo vinte para homens e oito para mulheres.

5.3.     A escala

    Outro tema polêmico na carreira dos árbitros são os métodos utilizados para a escala dos árbitros. Conforme SILVA et al (2002), a escalação de um árbitro é tão ou mais importante para os cartolas que a própria escalação de sua equipe. Pensando em melhorar o processo, a CEAF/RS desenvolveu um programa de computador que ajuda na montagem da escala de cada rodada, proporcionando um rodízio entre os clubes em que cada árbitro trabalha. O processo começa da seguinte maneira: primeiro observam-se os jogos da rodada, seleciona-se o árbitro que tem o menor número de jogos e depois confere se nos três últimos jogos em que o arbitro atuou não havia nenhum dos dois clubes envolvido, se houve o árbitro não participa do sorteio da partida. Este método evita a repetição dos árbitros em vários jogos da mesma equipe, o que é apontando por muitos como algo que deve ser evitado na arbitragem profissional. A escala é feita semanalmente nos encontros da CEAF/RS nas segundas e quintas-feiras.

    Primeira coisa que a gente faz é a escala, escala pra rodada. Isso é a primeira hora. Que a escala demora um pouquinho, porque a gente, pesquisa, nós temos um programa de árbitros, que esse programa, a gente, clica no árbitro e o programa nos seleciona todos os jogos que ele fez, então nós pesquisamos as três últimas rodadas, se tiver algum clube envolvido, não dá. Daí eu vou procurar outro jogo pra ti. (ENTREVISTA, L. F. G. M, 2010)

    Este processo possibilita um rodízio entre os clubes em que os árbitros trabalham até o final do campeonato eles apitaram jogos de quase todos os clubes.

    O programa utilizado pela CEAF/RS funciona como um banco de dados de todos os árbitros do quadro, nele é registrado as informações relativas ao número de jogos, desempenho, jogos com erros, reprovações nos testes, pedidos de dispensa da escala, enfim toda a trajetória profissional do árbitro fica registrada. Estes registros auxiliam na hora de fazer uma promoção de nível dentro do quadro ou até mesmo para indicar algum árbitro para a CBF. Segundo L. F. G. M. (2010) quem estiver em dia no campo, bem fisicamente e com a ficha limpa, terá uma oportunidade para ser promovido.

6.     Profissionalização na arbitragem

    Um tema atual e polêmico que tem permeado o meio futebolístico nacional, diz respeito à profissionalização da arbitragem. Como já foram expostas neste artigo, as exigências para se tornar árbitros não são poucas, além de uma grande dedicação e deliberação de tempo para uma atividade que não é a sua única ocupação profissional.

    Desde 2002 há um projeto de profissionalização da arbitragem brasileira proposto pelo Senado Federal (Projeto de Lei 6.405 de 2002) que tramita no congresso, em 2005 foi proposta uma emenda (Projeto de Lei 6.212 de 2005) que foi vetado pela Câmara Federal em 2008. No ano de 2009, foi feita uma nova emenda (Projeto de Lei 6.467 de 2009), que ainda está para ser discutida e votada pela Câmara. O processo caminha lentamente e no ano de 2010, por exemplo, não entrou em pauta nenhuma vez. Uma das reformulações que o projeto recebeu diz que após sua aprovação, apenas profissionais de Educação Física e com curso de formação de árbitros poderão exercer a profissão. Além de vários direitos trabalhistas que hoje não existem, o projeto estipula que o árbitro receba um salário fixo e a taxa do jogo quando for escalado, podendo passar a se dedicar exclusivamente à arbitragem se assim desejar, com tempo para se aperfeiçoar nos aspectos físico, teórico, técnico e psicológico. Atualmente, para um árbitro se preparar, ou até mesmo para se concentrar para um jogo importante ele tem que pedir dispensa da sua profissão, o que nem todos conseguem com tranqüilidade. Sobre a viabilidade da profissionalização o presidente da CEAF/RS comentou que :

    É a única alternativa para arbitragem diminuir a margem de erro, a única, não existe outra. O árbitro para ser exigido, como tem que ser exigido, ele tem que ter uma remuneração fixa. Tem que trabalhar exclusivamente para arbitragem. Aí ele vai se tornar um profissional da arbitragem, vai ter os cursos diários, os treinamentos diários, tanto quanto o jogador de futebol. (ENTREVISTA, L. F. G. M, 2010).

    Uma das principais dificuldades está em quem será o empregador dos árbitros, como será implementado, uma vez que a arbitragem não possui uma unidade nacional. Enquanto alguns estados buscam melhores condições de remuneração, outros lutam para receber a taxa de jogos anteriores. Assim, L. F. G. M. (2010) acredita que para a profissionalização acontecer teria que:

    [...] vir de cima para baixo é tu que vai pagar. E vai virar profissão. Ligeirinho eles iam pagar. Mas se for aqui, inclusive a Federação, ninguém quer se responsabilizar em pagar um salário para vocês. Um salário e mais um plus de jogo. Tu não vai no jogo, não foi escalado, não tem problema tem o teu salário ali. Mas tu vai trabalhar de manhã e de tarde, só para arbitragem. Agora a dificuldade quem paga? (ENTREVISTA, L. F. G. M, 2010).

    Apesar de publicamente predominar discursos favoráveis a profissionalização esta é uma decisão que "depende de deliberações políticas que extrapolam a categoria dos árbitros", (ANDRADE, RIGO e FREITAS, 2010, s/p). Porém o que fica evidente, é que a arbitragem sofre um descaso, que se torna incoerente com as cobranças que recaem sobre ela. Como é possível exigir tanto de um profissional que não pode se dedicar exclusivamente a sua profissão. O árbitro pertence ao meio do futebol onde tudo é profissional, jogadores, técnicos, imprensa, mas somente o árbitro, justo quem faz o julgamento de todos os fatos, não tem essa condição.

7.     Considerações finais

    Este trabalho procurou explicitar como a Comissão de Arbitragem da Federação Gaúcha de Futebol coordena e gerencia a carreira dos árbitros no estado do Rio Grande do Sul. Partimos do pressuposto de que poucos conhecem sobre o trabalho da Comissão de Arbitragem da FGF e sobre como é feita à avaliação, a seleção, a classificação, a escala e o ranking dos árbitros no Rio Grande do Sul.

    Uma das conclusões do estudo foi de dimensionar os esforços que a Comissão de Arbitragem da FGF vem fazendo para atualizar e aperfeiçoar os métodos de acompanhamento, formação e avaliação de seus árbitros. Um exemplo disso é a utilização, por parte da Comissão, de um banco de dados que contêm informações individuais atualizadas das atuações de todos os árbitros da FGF. Outro ponto que o estudo explicitou foi o papel de destaque que a FGF possuí no cenário nacional da arbitragem.

    Quanto à profissionalização da arbitragem do futebol brasileiro, o estudo apontou que este é um tema complexo e que ainda são necessários outros estudos específicos sobre ele para que possamos ter um melhor entendimento sobre as controvérsias e sobre os interesses políticos e econômicos, explícitos e não explícitos que envolvem este tema que tramita no congresso desde 2002, mas que pouco se alterou nos últimos anos.

Notas

  1. A Entrevista com L. F. G. M., ocorreu no dia 5 de novembro de 2010 em Porto Alegre na sede da Federação Gaúcha de Futebol. Ocasião em que o entrevistado autorizou que a entrevista fosse livremente utilizada. A realização e a transcrição da entrevista foram feitas a partir das indicações que Paul Thompson, (1998), faz sobre o uso de entrevistas em pesquisas qualitativas. (L. F. G. M.. A Comissão de árbitros do Rio Grande do Sul. [5 de novembro, 2010]. Porto Alegre. Entrevista concedida a V. P. S).

  2. Durante este texto a palavra árbitro será utilizada para se referir tanto ao árbitro principal como para o árbitro assistente.

  3. A relação de árbitros brasileiros na FIFA em 2009 era dividida da seguinte forma entre os estados: São Paulo – 5 árbitros, Rio Grande do Sul – 4 árbitros, Paraná e Rio de Janeiro – 3 árbitros cada, Minas Gerais – 2 árbitros e Bahia, Santa Catarina e Pernambuco – 1 árbitro cada. Antes disso apenas três gaúchos fizeram parte do quadro internacional em épocas diferentes (Agomar Martins Röhrig, Carlos Sérgio Rosa Martins e Renato Marsiglia).

  4. Categoria mais elevada dos árbitros do quadro da Federação Gaúcha de Futebol.

  5. Classificação de acordo com Regulamento Interno da CEAF/RS.

  6. Este livro somente pode ser atualizado através das reuniões da International Football Association Board (IFAB). Esta reunião, que ocorre, anualmente, em data pré-marcada entre os dias 14 de fevereiro e 14 de março, discute e decide se alguma modificação nas regras do jogo será adotada. Compõem o IFAB: a Football Association (Inglaterra), a Scottish Football Association (Escócia), a Football Association of Wales (País de Gales), a Irish Football Association (Irlanda) e a Federation International de Football Association (FIFA). Cada uma se fará representar no IFAB com quatro membros.

  7. Junto com a carga horária padrão a CEAF/RS está propondo um leque de disciplinas para serem adotadas nos próximos cursos de formação de árbitros, a partir de 2011. Nesta proposta, cada Comissão terá uma escola de arbitragem.

  8. Ofício Presidente da CEAF/RS ao presidente do SAFERGS e demais árbitros, de 23 de março de 2010 solicitando que seja entregue os seguintes documentos: eletrocardiograma de esforço, atestado médico e sanidade mental, atestado oftalmológico, certidão negativa dos fóruns civil e criminal, certidão negativa dos cartórios de protestos de títulos e documentos (1º, 2º e 3º), certidão negativa do SPC, cópia do comprovante de escolaridade atual, cópia certificado de conclusão curso de árbitros e certidão negativa do SAFERGS.

  9. De acordo com o campeonato o árbitro recebe uma taxa por jogo. No campeonato gaúcho da primeira divisão de 2010 este valor foi de R$ 815,00 (jogos sem Grêmio e Internacional) e R$ 1.176,00 (jogos com Grêmio ou Internacional). Na segunda divisão de 2010 este valor foi de R$ 402,00 e no campeonato juvenil de 2010 o valor foi de R$ 202,00. Em todos os casos os assistentes recebem metade do valor cada um.

  10. Anualmente a CEAF/RS monta um ranking de árbitros do RS, a classificação pode ser alterada conforme o desempenho dos árbitros.

  11. Ao passar da categoria C para a B, o árbitro tem que comprovar estar regularmente matriculado e cursando o Ensino Superior e também na entrega de documentação para Federação que ocorre a cada semestre, manter este comprovante atualizado. Caso isso não ocorra, o árbitro é rebaixado novamente para categoria C.

  12. No curso o árbitro recebe o Manual de Redação de Súmulas, desenvolvido pela CBF e distribuído por as comissões estaduais para que seja seguido um padrão na redação da súmula, nele tem dicas de como redigir a súmula, como preencher cada campo específico, modelo de súmula. Em toda partida o árbitro precisa preencher uma súmula com informações do jogo, nela ele indica os nomes das equipes, resultado do jogo, condições do estádio, segurança, atrasos que possam ocorrer, incidentes antes durante e após o término da partida, vão também a relação de atletas das equipes, cartões aplicados, expulsões, gols marcados. A súmula é o documento oficial da partida e é analisada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para julgar as punições que possam ser aplicadas, todos fatos devem ser relatados de forma clara e objetiva, caso aja erros na súmula quem pode ser punido é o árbitro.

  13. Relatório Confidencial de Observador da CEAF/RS, conforme recebe informações a respeito da atuação do árbitro, um membro da Comissão vai até a cidade observar o trabalho do mesmo.

  14. A FIFA é composta por federações de futebol de 207 países. Cada país tem direito a vinte oito vagas no quadro de árbitros. Apenas o Brasil possui o quadro completo. Alemanha, Itália e Espanha, possuem o número máximo de homens.

Referências

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