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Handebol adaptado para cadeirantes na escola

Balonmano adaptado para personas en silla de ruedas en la escuela

 

*Licenciado em Educação Física

Universidade Nove de Julho.

**Mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP

Docente Universidade Nove de Julho. GEPMH

Grupo de Estudos em Pedagogia do Movimento Humano – Uninove. GECOM

Membro do Grupo de Estudos sobre Comportamento Motor – Unicid

Fabio de Jesus*

Alessandro de Freitas**

ale.educacaofisica@uninove.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo trata da relação do esporte adaptado educacional de rendimento, a partir de conteúdos ligados ao currículo da Educação Física Escolar através do jogo do Handebol Adaptado para Cadeirantes como uma proposta de inclusão de pessoas deficientes nas aulas regulares de Educação Física Escolar, salientando o papel do profissional de Educação Física como sendo de essencial importância para integrar as adaptações no contexto da aula de Educação Física Escolar para alunos deficientes. O presente trabalho tem o objetivo de analisar os benefícios que o Handebol Adaptado para Cadeirantes oferece as pessoas deficientes que praticam essa modalidade em relação à integração, autonomia, autoconfiança que proporciona o ambiente do jogo. Esse trabalho teve como fonte de pesquisas referencias bibliográficas de livros, artigos científicos e sites de internet relacionados ao esporte adaptado desenvolvidos por profissionais da área de Educação Física das Universidades Unicamp e Unipar. E por meio desse estudo conclui – se que a possibilidade da Inclusão do Handebol Adaptado para Cadeirantes nas aulas regulares de Educação Física pode ser torna uma realidade próxima diante dos resultados vistos no esporte de rendimento e de seus participantes trazendo melhora, no aspecto motor, cognitivo e o mais importante sua inclusão no meio social.

           Unitermos: Educação Física Escolar. Handebol adaptado. Inclusão

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 - Mayo de 2010

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Introdução

    Ao longo de décadas a pessoa com deficiência tem sofrido preconceito sobre sua efetiva participação na sociedade, seja ela de forma direta ou indireta, sendo observado em algumas discussões focadas em parâmetros que demonstram as possibilidades de inclusão e integração em diferentes contextos, como no âmbito escolar as pessoas com deficiência, seja ela de ordem intelectual, sensorial ou física, ainda encontram dificuldades por apresentar uma participação de “simplesmente de estar” nas aulas e aproveitar-se de poucos benefícios destas atividades.

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 2000 assegura a participação e acolhimento do individuo ao convívio em grupo em aulas regulares. Dessa forma o assunto de inclusão educacional para deficientes se torna a cada dia uma questão de discussão em relação às adequações didáticas e de estruturas e das próprias condições do deficiente em realizar uma aula regular (MOISES, 2005).

    O cenário da arquitetura da maioria das construções escolares não concebe acessibilidade e dificulta a locomoção desse segmento da população, não propiciando a inclusão dos deficientes por negar-lhes a possibilidade de usufruir de situações básicas do meio social.

    Sassaki (1997), afirma que “a inclusão é uma atitude de aceitação das diferenças humanas, reflete um atributo e é fonte de riquezas, valorizando os encontros e as trocas para o crescimento mútuo entre pessoas com e sem deficiências”.

    A prática de atividades físicas proporciona o bem-estar físico e psicológico para todas as pessoas deficientes ou não, no entanto, tais práticas, quando realizadas por pessoas com deficiência, requerem algumas especificidades e adaptações.

    O desenvolvimento do esporte adaptado coloca os deficientes em contanto com a prática da modalidade escolhida, adaptando algumas regras, mas mantendo a essência do jogo normal, trazendo a oportunidade dos alunos em compreender as adaptações resignificando a pratica e gerando a participação de todos (ARAUJO, 1997).

    Sendo identificados nesse estudo os mesmo objetivos do handebol convencional no handebol adaptado pelos alunos com deficiência em pode fazer parte do currículo da Educação Física escolar, onde a vivência do esporte fará com que alunos que não possuem deficiência passem a compreender as dificuldades enfrentadas no cotidiano de pessoas com deficiência, porém perceberá as diferenças físicas para a prática desse esporte e o respeito multo a quem está ao seu redor, não só por ter uma deficiência e sim compreender que cada ser humano tem sua maneira de ser.

    Este trabalho tem como objetivo analisar os benefícios que o handebol adaptado pode trazer aos praticantes dessa modalidade, considerando as deficiências motoras e/ou de locomoção, ou seja, contribuir para o desenvolvimento desse esporte na escola, buscando integrar e incluir o deficiente no âmbito familiar, escolar e social, através de pesquisas bibliográficas, de livros e artigos científicos relacionados aos temas esportes adaptados, inclusão e handebol e sites da internet, fonte direta da base de pesquisa, sendo coletado dos sites de estudo de pesquisas da Unicamp e Unipar, instituições engajadas no desenvolvimento do handebol adaptado (LAKATOS E MARCONI, 2005).

A Escola e a cadeira de roda

    As primeiras escolas para pessoas portadores de deficiência no Brasil surgiram a partir da década 50, seguindo propostas de aspectos científicos da deficiência, acompanhada pela concepção e atitude assistencialista presente no período da Idade Média, desenvolvida por instituições filantrópicas de atendimento aos alunos com deficiência (BRASIL, 2006).

    Na década de 70, “alunos excepcionais” começaram a freqüentar as aulas de ensino regular, devido ao surgimento de propostas de integração, realizadas por avanços dos estudos nas áreas de pedagogia e psicologia.

    Segundo Mendes (2001, pg.15) “A Educação Especial no Brasil, que se tornou oficializada a partir da década de 70, tem desde seu início, um discurso intensamente marcado pela filosofia da normalização e integração”, caracterizou ser uma forma nova de educação e reabilitação para os deficientes, sendo uma referência educacional, coexistindo com a discriminação por parte de sistemas educacionais, que não ofereciam estruturas de ensino para atender as necessidades desses alunos deficientes em atingir o objetivo da eficiência no âmbito escolar.

    Nos anos 80 e 90 a termonologia aplicada a “alunos excepcionais” foi mudado para “alunos portadores de deficiência especial” proporcionando cada vez mais o processo de desenvolvimento da inclusão social em escolas, através de uma proposta educacional que submetia os sistemas educacionais a ter a responsabilidade por criar condições de promover uma educação de qualidade adequando às necessidades das pessoas com de deficiência.

    “Esse paradigma é o da inclusão social – as escolas (tanto comuns como especial) precisam ser reestruturadas para acolherem todo espectro da diversidade humana representado pelo alunado em potencial, ou seja, pessoas com deficiências físicas, mentais, sensoriais ou múltiplas e com qualquer grau de severidade dessas deficiências, pessoas sem deficiências e pessoas com outras características atípicas, etc. É o sistema educacional adaptando-se às necessidades de seus alunos (escolas inclusivas), mais do que os alunos adaptando-se ao sistema educacional (escolas integradas)” (SASSAKI, 1998, pg.09).

    Segundo conceitos provenientes do Ministério da Educação/ Secretaria da Educação Especial (BRASIL, 2006), “é importante evidenciar que a deficiência deve ser considerada como uma diferença que faz parte da diversidade e não pode ser negada, porque ela interfere na forma de ser, agir e sentir das pessoas”.

    A idéia de uma Educação Inclusiva pressupõe que os sistemas que norteiam a educação e devem assumir que existem diferenças entre um ser humano e outro tanto fisicamente como cognitivamente, buscando adaptar a aprendizagem de conceitos que vem de encontro com as necessidades das crianças e não que as crianças tem que se adaptar a aprendizagem desses conceitos, respeitando o ritmo do processo de desenvolvimento de cada criança (SALAMANCA, 1994).

    Novas concepções de projetos para atender às necessidades da pessoas com deficiência em relação a estruturas físicas e atitudinais que permeiavam a mudanças na área como, por exemplo, adaptações à arquitetura, transporte, necessidade de cadeiras de roda, experiências, conhecimentos, sentimentos, comportamento foram colocados em discussão, diante de debates sobre programas e políticas de inserção de alunos com necessidades especiais, sobre a inclusão na escola de forma responsável e competente.

    Faz-se necessário que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como: tipo de deficiência, idade em que apareceu a deficiência, se foi repentina ou gradativa, se é transitória ou permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. Implica, também, que esse educador conheça os diferentes aspectos do desenvolvimento humano: biológico (físicos, sensoriais, neurológicos), cognitivo, motor, interação social e afetivo-emocional (CIDADE, FREITAS, 1997).

    E preciso entender que o espaço escolar deve ser visto como um lugar de todos e para todos, o professor deve buscar informações sobre a proposta inclusiva e somar às suas capacidades e experiências. Essa busca não deve se tornar solitária, a escola deve se envolver como um todo, ressaltando que o professor e a equipe técnico pedagógica da escola deve ajudar a buscar meios de compreender a forma com que cada aluno aprende (CARVALHO, 1993).

    A partir de 1958 no Brasil que começamos realmente a ver a possibilidade da pratica do desporto para deficiente através das cadeiras de rodas, com a construção de dois de clubes, um na cidade de São Paulo e outro na cidade do Rio de Janeiro, para pessoas paraplégicas que retornavam dos Estados Unidos com a prática do esporte em cadeiras de rodas (SOUZA, 1994).

    Depois de um tempo as medidas de reabilitação muscular pelas atividades físicas através do esporte começaram a seguir outra direção, pela inclusão de conhecimentos ligados à psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, psicomotrocidade e educação, gerando espaço para o professor de Educação Física (SILVA, 2009).

    Com o auxilio de recursos pedagógicos e equipamentos específicos, possibilitam a pratica de uma pessoa com de deficiência física no processo de ensino-aprendizagem em aulas regulares, de educação física, onde o aluno deficiente físico tenha a mesma condição de realizar e a aprender os movimentos propostos nas atividades junto com os outros alunos, que desenvolve meios por si só para suprir sua deficiência e realizar as tarefas exigidas, estimulando aspectos de socialização diante das diversidades que todos temos sendo ou não de deficiente.

Handebol Adaptado

    A primeira referencia cientifica sobre o Handebol Adaptado no Brasil surgiu oficialmente na Universidade de Campinas – Unicamp no ano de 2004, partindo de estudos sobre o desenvolvimento e pratica do Handebol Adaptado para pessoas com deficiência, elaborado pelos professores Daniela Eiko Itani, Paulo Ferreira de Araújo e José Gavião de Almeida (ITANI, ARAÚJO e ALMEIDA, 2004).

    No ano de 2005 na cidade de Toledo/PR, analise dos estudos sobre o Handebol Adaptado serviu de abordagem para os professores Décio Roberto Calegari, José Irineu Gorla, Ricardo Alexandre Carminato responsáveis pelo corpo docente do curso de Educação Física da Universidade Paranaense – Unipar Campus Toledo, e no desenvolvimento de pesquisas da Atacar – Associação Toledense dos Atletas em Cadeira de Rodas, responsável pela gestão do Esporte Adaptado no município de Toledo, iniciar a pratica do Handebol Adaptado em Cadeiras de Rodas com deficiente físico com lesão medular; seqüela de poliomielite; mielomeningocele; amputação de membro inferior; Má-formação congênita e outros fatores que causam limitação física e motora (CALEGARI, GORLA e CARMINATO, 2005).

    A proposta do Handebol Adaptado em Cadeiras de Rodas e parecida com a modalidade do Handebol tradicional de salão, sua maior diferença esta na redução da trave para 1,60m, através da colocação de uma espécie de placa 48 cm que possibilita a defesa do goleiro. Essa modalidade é dividida em duas categorias Handebol em Cadeiras de Rodas 4(HCR4) que tem como base as regras do Handebol de Areia, que apresenta as seguintes características: a partida é disputada em quadra de basquete, a equipe é formada por 4 jogadores, mais 4 reservas onde o goleiro não é fixo, com dois tempos de 15 minutos e 5 minutos de intervalo, apos o final de cada período o placar é zerado, persistindo empate e acrescentado mais 10 minutos para decidir o vencedor através de um gol de ouro e o Handebol em cadeiras de rodas 7(HCR7) que tem suas regras semelhantes ao Handebol de Salão com algumas adaptações, é disputado na quadra oficial da modalidade, com uma equipe de 7 jogadores e 7 reservas,com dois tempos de 20 minutos cada e 10 minutos de intervalo, onde todos os jogadores podem jogar como goleiro a qualquer momento da partida, desde que não tenha dois jogadores de defesa dentro da área do goleiro, havendo tal situação a punição e um tiro de sete metros (CALEGARI, GORLA e CARMINATO, 2005).

    A adaptação nas regras dessa modalidade desenvolve uma grande dinâmica e motivação no jogo pelos seus participantes, sem perder a essência do jogo e mantendo os fundamentos básicos do handebol convencional em relação ao seu objetivo final de superação entre equipes e a marcação de gols, a partir de lançamentos executados pelos membros superiores. Atribui – se características de padrões interligados ao desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e do jogo coletivo, realizando adaptações à necessidade da pessoa com deficiência física, possibilitando a oportunidade da pratica do esporte igual a qualquer outra pessoa sem deficiência (ITANI, ARAUJO e ALMEIDA, 2004).

    A base teórica do Handebol adaptado tem origem voltada à pedagogia escolar de Paes (2002) que destaque quatro aspectos fundamentais na teoria de pesquisas para criação dessa modalidade em meio ao esporte adaptado: entender de uma forma adequada os conteúdos e aplicações do fenômeno esporte sem se desfazer de detalhes importantes em sua pratica que venha a gerar exclusão de alunos por pessoas inadequadas, conteúdo de ensino padronizado a partir de um planejamento e uma organização diante das necessidades de todos os alunos, orientar e ensinar os valores do esporte em relação à educação do aluno, respeitando o processo de aprendizagem de cada um e disponibilizar diversas atividades que desenvolva o repertório motor e cognitivo do aluno, diante de modalidades que venham a ser de seu interesse.

    A adaptação do handebol diante de um grupo específico de deficiente vem para suprir as necessidades desse grupo em questões de desenvolvimento físico- motor, cognitivo, socio-afetivo visando a inclusão através de etapas, e construir novos grupos para a expansão dessa nova modalidade do esporte (ITANI, ARAUJO e ALMEIDA, 2004).

Handebol Adaptado e o desenvolvimento social

    Toda atividade física que visa o trabalho em grupo tem importância fundamental para as pessoas adquirirem relações interpessoais, de aspectos de comprometimento com algo e com o grupo, reforçando sentimentos de confianças, amizade, companheirismo, destacados por comportamento sócio afetivo em seu âmbito (COSTA, 2000).

    Paes (1996, pg.07), afirma que “o esporte deve ser oferecido de forma sistematizado, planejado e elaborado, considerando as possibilidades tanto para o desenvolvimento pessoal quanto para as transformações sociais.”

    A modalidade do Handebol Adaptado procura proporcionar no seu contexto a integração social através da cooperação, participação nas atividades internas e externas do projeto destacado com o grupo e emancipar as pessoas com deficiência física da condição de ser reclusa, buscando sua superação diante de suas limitações físicas (ITANI, ARAUJO E ALMEIDA, 2004).

    O espaço da aula de Educação Física propicia a oportunidade para se trabalhar essas relações interpessoais entre os alunos por meio de jogos, brincadeiras e esportes que são atividades que requerem organização, estabelecimento de regras, definição de papéis, cooperação, socialização, competição, autonomia de todos para conseguir realizar as tarefas e suas regras (BAILÃO, OLIVEIRA E CORBUCCI, 2002).

    “A aula de Educação Física, além de todos os benefícios que traz à área motora, favorece a construção de uma atitude digna e de respeito próprio por parte da pessoa portadora de necessidades especiais, e a convivência com a sociedade pode provocar a construção de atitudes de solidariedade, de respeito à aceitação sem preconceito” (PYLYPIEC, 1998 pg.21).

    A essência do jogo do handebol promove em sua pratica quando criança e adolescente possibilidade de preservar suas formas, interesses e anseios através das experiências de vida em um jogo, a partir da construção do seu próprio conhecimento, baseando – se em capacidades desde motora, cognitivas, espirituais, morais, sociais, estéticas e políticas que o esporte educacional promove para a formação da cidadania.

    Paes e Balbino (2005) relacionam a possibilidade de integrar os aspectos sociais através do jogo em uma criança preparando – o, em sua formação quando adulto, para si e o meio em que vai conviver através de experiência de vidas com problemas e soluções e desafios em cada jogo no período de sua infância e adolescência.

    Todo ser humano tem suas características físicas e cognitivas diferentes, desde opiniões, a estilos de se vestir, até a maneira de praticar um esporte, no âmbito de uma sociedade cheia de diversidades, sendo isso comum entre qualquer pessoa, assim a pessoa com uma deficiência tem seu lugar na sociedade diante da sua superação às dificuldades que se apresentam ao seu redor como qualquer outro cidadão.

    “Falar em inclusão social não é simplesmente falar em igualdade de direitos, mas em respeito à diversidade, ou seja, em respeito à diferença. Cidadania, então, envolve e define o direito de ser diferente, por mais marcante que essa diferença possa ser” (BARTALOTTI, 2006 pg. 34).

    O desenvolvimento da aprendizagem de uma pessoa sem deficiência a partir da questão de uma ordem social ao contrario da pessoa com deficiência tem uma ressalva feita por Vygotsky (1988) que se refere como uma pessoa menos valia, forma de caracterizar uma pessoa por não possuir um membro do corpo ou não ter uns dos sentidos, considerada um deficiente, sendo incapaz de estabelecer sociabilização no âmbito de pessoas sem deficiência diante de olhos da sociedade (SILVA, 2009).

    Quando se procura colocar barreiras sociais entre as pessoas com e sem deficiência, começa então uma espécie de aumento do social da deficiência (VYGOTSKI, 1988).

Handebol Adaptado e a Educação Física Escolar

    O Handebol Adaptado e sua iniciação teve seu desenvolvimento partindo de vários outros conteúdos relacionados com outros esportes e adaptações de diferentes matérias esportivas, antes de se apresentar diretamente a modalidade handebol (ITANI, ARAUJO e ALMEIDA, 2004).

    As características do Handebol Adaptado na sua iniciação em seu contexto têm total semelhança com o handebol jogado na aula de educação física, partindo das idéias Itani, Araujo e Almeida (2004), que buscava trabalhos de mudanças de direção frente, trás, esquerda, direita, controle de bola, como arremessar, lançar, driblar através de diferentes tipos e tamanhos de bolas (plástico, borracha, grande, pequena) até chegar à tradicional bola de handebol, utilizando – se da mesma metodologia usadas na iniciação do handebol tradicional das escolas que também tem a mesma função que no Handebol Adaptado, facilitar o movimento do controle de bola dos alunos.

    A aula Educação Física estimula a inteligência pelo movimento, desenvolvendo aspectos de manipulação, novas experiências e a descoberta do próprio corpo, onde a criança deficiente tem uma assimilação de conhecimentos mais efetiva através da Educação Física, desenvolvendo condições para sua inclusão escolar (REZENDE, 1997).

    O trabalho técnico e tático do Handebol Adaptado de Itani, Araujo e Almeida (2004), base - se em forma de trabalho de caráter lúdico, por um conjunto de atividades usadas para fundamentos como deslocamento e controle de bola, através brincadeiras de pega - pega e suas diversas variações, impulso - elétrico e o passe dos 10, referencias nas aulas de Educação Física escolar para o handebol.

    Todo o esporte é conteúdo da Educação Física que pode ser desenvolvido tanto individualmente como coletivamente quando bem trabalhado e orientado, por conta disso a necessidade desses vastos conteúdos da Educação Física referentes a uma modalidade esportiva para deficientes em adotar uma proposta metodológica para os objetivos do grupo e das aulas em etapas a longo prazo (ITANI, ARAUJO e ALMEIDA, 2004).

    O handebol adaptado que se originou de outros esportes e dos fundamentos do processo pedagógicos de aprendizagem handebol escolar pode possibilitar uma transição dessa modalidade para dentro do âmbito escolar nas aulas de Educação Física atendendo as necessidades do aluno cadeirante para uma inclusão nas aulas de handebol, junto com outros alunos não deficientes.

    A adaptação de uma modalidade esportiva permitir integrar conteúdos já existentes no tema esporte encontrado em aulas regulares de Educação Física de escolas, numa relação de influencia equilibrada entre sociedade e esporte, a inclusão das pessoas deficientes no esporte, facilita à sua inclusão com o meio social ao seu redor e consigo mesmo, diante propostas que tem referencia com a interação do currículo da Educação Física Escolar. Buscando não expor essas pessoas no sentindo de que elas precisam de ajuda, e sim mostrar a expressão cultural das pessoas com a deficiência como conhecimento, através da deficiência em si e não só pelo esporte, a compreensão as adaptações e a inclusão de todos (SALERNO, ARAUJO, 2008).

    O período correspondente entre 1986 até 1996 mostra o grande interesse de estudo e metodologias por profissionais da área de Educação Física para se implantar uma Educação Física Adaptada nas escolas, reconhecendo a dinâmica que área de Educação Física tem a oferecer diante da integração de vários conhecimentos e a ligação com outras áreas para gerar e compreender os procedimentos para atender as necessidades da pessoa com deficiência (TEIXEIRA, 1997, p. 53).

    O Handebol Adaptado para Cadeirantes uma modalidade que deu certo no esporte educacional de rendimento através de conteúdos ligados diretamente a Educação Fisica Escolar, mostra a possibilidade da inclusão de alunos cadeirantes e andantes em aulas regulares de Educação Física, onde aprendizagem desse esporte entre alunos cadeirantes e andantes, torna mais real essa inclusão nas aulas regulares de Educação Física através do papel do professor de Educação Física como Coll, Palácios e Marchesi (1995, p. 304) afirmam que “para evitar dificuldades na aprendizagem, o professor deve ser capaz de diversificar sua intervenção, preparar e incluir em seu programa, diferentes modos de interagir pedagogicamente, que podem ajustar-se às diferentes formas de aprender dos alunos”.

    Com essas adaptações em sua aula atendendo as necessidades da pessoa deficiente promove aceitação das diversidades que cada pessoa tem sendo ou não deficiente diante do mesmo objetivo, estimulando o desenvolvimento de características de pontecialidade, de autonomia individual e sócio- cultural, a partir do instante que o aluno andante percebe que o aluno cadeirante tem a mesma capacidade funcional de realizar e aprender as mesmas funções que sua, embora levando um pouco mais de tempo, faz com que essas experiências mude seu comportamento e altitudes com o aluno deficiente não só no jogo mais em seu dia-dia escolar, proporcionando sentimento de segurança, respeito e acolhimento pelo aluno deficiente.

Considerações finais

    Este estudo buscou torna relevante à proposta da inclusão do Handebol Adaptado para Cadeirantes uma modalidade nova em conceitos de esporte adaptado nas aulas de Educação Física Escolar.

    Através do resultado dessa pesquisa feita diante da proposta do Handebol Adaptado de rendimento mostrou resultados satisfatórios de inclusão de pessoas deficientes tanto no esporte como no âmbito social, trazendo uma nova perspectiva de vida a essas pessoas muitas vezes reclusa pela sua deficiência e excluídas do meio social por serem consideradas invalidas, onde através do esporte surgiu a oportunidade para essas pessoas reenvidicarem seu direto na sociedade como qualquer outra pessoa que possui diversidades e consegui supri-las e o respeito multo de pessoas preconceituosas em vista de sua deficiência.

    De acordo com as observações o jogo do Handebol Adaptado contribui para uma melhora do cadeirante em aspecto de desenvolvimento bio-psico-social, possibilitando desenvolver suas habilidades e potencialidades, evidenciado sua autonomia.

    Também deve se enaltecer que o papel do Professor de Educação Física na inclusão de pessoas deficientes nas aulas regulares de Educação Física e essencial para que seja possível organizar um programa para adaptar e atender as necessidades dessas pessoas deficientes.

    Esse estudo abre espaço possivelmente para o pensamento e implantação desse projeto que faz - se necessário para a escola e ambientes para a inclusão de alunos cadeirantes nas aulas regulares de Educação Física Escolar atendendo as necessidades participativas no aspecto motor, cognitivo e social desses alunos nas aulas de Educação Física Escolar muitas vezes deixadas de lado por falta de preparo profissional e por falta de credibilidade no potencial do aluno deficiente.

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