efdeportes.com

Exercícios multisensoriais no equilíbrio 

e na prevenção de quedas em idosos

Ejercicios multisensoriales para el equilibrio y la prevención de caídas en personas mayores

 

GEPAFI – Grupo de Estudos e Pesquisas 

sobre Atividade Física para Idosos

PPGR/FEF – Programa de Pós-graduação 

da Faculdade de Educação Física

UnB - Universidade de Brasília

(Brasil)

Juliana Nunes de Almeida Costa | Carolina D’Umbra Gonçalves

Gisele Balbino Araujo Rodrigues | Ana Patrícia de Paula

Márcio de Moura Pereira | Marisete Peralta Safons

jubrennercosta@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          Introdução: O processo de envelhecimento provoca perdas que levam à diminuição do equilíbrio e ao aumento da freqüência de quedas em idosos, contudo há carência na educação física para idosos de propostas de exercícios viáveis, técnica e economicamente, para a prevenção de quedas nesta população. Objetivos: avaliar o efeito de um circuito de Exercícios Multisensoriais no equilíbrio e no risco de quedas em idosos. Metodologia: 26 indivíduos idosos (6 homens, 20 mulheres; idade 68 ± 7,98 anos), completaram este estudo. Foram realizadas 10 sessões de Exercícios Multisensoriais, organizados em forma de circuito composto por 13 estações de treinamento, com 2 sessões semanais de 45 minutos. O equilíbrio e o risco de quedas foram avaliados antes e depois da intervenção pela Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e pelo cálculo do Índice de Possibilidade de Queda (IPQ), utilizando-se o Teste “t” pareado de Student na comparação das médias calculadas. Resultados: O programa de Exercícios Multisensoriais promoveu a melhora significativa do equilíbrio (p = 0,04) entre os escores obtidos pela EEB no pré (52,31 ± 5,12) e no pós-teste (53,81 ± 2,76) e redução do risco de quedas de 19,23% (IPQ de Alto Risco) no pré-teste para nenhum caso (100% com IPQ de Baixo Risco) no pós-teste. Conclusão: Verificou-se neste estudo que exercícios multisensoriais organizados em forma de circuito de treinamento são capazes de promover melhora no equilíbrio e de reduzir o risco de quedas em idosos.

          Unitermos: Idoso. Exercícios multisensoriais. Equilíbrio. Quedas

 

Abstract

          Introduction: The aging process leads to balance reduction and increased incidence of falls among older people, however there is a lack of exercise proposals which are technically and economically viable to prevent fall in this population. Objectives: to evaluate the effect of a Multisensory Exercise Circuit on balance and risk of falls in elderly subjects. Methods: 26 older subjects (6 men, 20 women; age 68 ± 7,98 years), completed this study. Subjects participated in 10 sessions of Multisensory Exercises, in a circuit composed of 13 training stations, two times a week. The duration of each session was 45 minutes. Balance and risk of falls were evaluated before and after the intervention using the Berg Balance Scale (BBS) and calculating the Possibility of Fall index (PF). Data was analyzed through Student´s paired t-test. Results: The Multisensory Exercise Program improved significant diference in balance (p=0,04) when BBS scores were compared before (52,31 ± 5,12) and after (53,81 ± 2,76) intervention. The prevalence of individuals with high risk of falls was 19,23% before the exercise program and following participation in the intervention, all subjects had low risk of falls, according to PF scores. Conclusion: This study has demonstrated that multisensory exercises, organized as circuit training, are capable to improve balance and reduce the risk of falls among older people.

          Keywords: Elderly. Multisensory exercises. Balance. Falls

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 14 - Nº 135 - Agosto de 2009

1 / 1

Exercícios Multisensoriais
Pulsa para ver el video (20.55 Mb)

1.     Introdução

    As quedas e fraturas dos idosos brasileiros têm assumido proporções epidêmicas. A hospitalização por fratura de quadril, que é extremamente cara, aumenta aproximadamente 9% a cada ano. Estudos longitudinais demonstram que cerca de 50% das pessoas que caem e fraturam os quadris nunca mais serão caminhantes funcionais. Por outro lado, sabe-se que autonomia e independência são bons indicadores de saúde para o idoso e que estas variáveis são diretamente afetadas pelas quedas que, além de prejudicarem a qualidade de vida do idoso, ainda causam sérios prejuízos devido à imobilidade e à dependência em relação aos familiares e ao Estado (BRITTANY et al., 2006; REBELATTO E CASTRO, 2007; MS, 2007).

    Com o aumento da expectativa de vida da população e dos altos custos financeiros com o tratamento de doenças prevalentes na velhice, as intervenções dirigidas aos idosos devem estar voltadas para os aspectos preventivos e não curativos. Dentre essas intervenções profiláticas, aquelas relacionadas à manutenção do equilíbrio e prevenção de quedas através de exercícios físicos, ocupam lugar de destaque, embora não exista consenso nos resultados (PEREIRA, GOMES e OLIVEIRA, 2007).

    Em revisão sistemática sobre exercícios que melhorariam equilíbrio em pessoas idosas, feita na base Cochrane, foram avaliados 34 estudos envolvendo 2883 participantes, concluíram que os exercícios envolvendo marcha, equilíbrio, coordenação, exercícios funcionais, exercícios de força e exercícios múltiplos parecem ter grande impacto na melhora do equilíbrio. Contudo, exercícios envolvendo habilidades de equilíbrio parecem ser mais efetivos do que exercícios usuais, porém há limitações de evidências na literatura para efeitos duradouros (HOWE et al.,2007; BAKER et al.;2007; ELING e KURT, 2007; PEREIRA et al., 2008; GILLESPIE et al. 2008).

    Está claro na literatura, portanto, que o declínio do desempenho físico e da independência funcional devido ao envelhecimento aumenta o risco de quedas. Está claro também que estes riscos podem ser minimizados com a prática de exercícios físicos. Entretanto, permanece a controvérsia quanto a qual modalidade física seria ideal para a prevenção dos riscos de queda.

    De acordo com SPIRDUSO (2005), o treinamento dos mecanismos de equilíbrio aumenta a autoconfiança das pessoas mais idosas, melhora as suas capacidades funcionais e, conseqüentemente, sua mobilidade. Por isso, melhorar o desempenho em tarefas do dia-a-dia que demandam equilíbrio é fundamental para o acompanhamento e diagnóstico de possíveis alterações do equilíbrio em pessoas idosas.

    Verifica-se, ainda, que a prevenção de quedas reduz a morbidade e mortalidade (GUIMARÃES e FARINATTI, 2005; CALLISAYA et al. 2009), minimizando o declínio das Atividades de vida diária, atividades físicas e sociais. Diversas propostas têm sido feitas em relação a exercícios preventivos para quedas, geralmente propondo trabalhos unidimensionais em que apenas uma variável é tratada dentro de cada prescrição, obrigando o idoso à realização de treinamentos múltiplos visando à melhora do equilíbrio e prevenção de quedas.

    Entretanto, levando-se em conta a complexidade do fenômeno da queda e a situação real do idoso brasileiro, com limitações físicas e restrições financeiras, atendido basicamente pela rede pública de saúde (FPA, 2006), fazem-se necessárias pesquisas e projetos que desenvolvam intervenções de simples execução, baixo custo e facilmente replicáveis.

    Exercícios organizados de maneira a trabalhar os principais sistemas envolvidos na manutenção da postura, que neste trabalho serão denominados de Exercícios Multisensoriais, são uma opção prática, simples, barata e de fácil implantação em escolas, praças, parques e postos de saúde. Isso faz desta atividade a resposta ideal para o aprendizado motor relacionado ao equilíbrio, promovendo uma melhora importante desta função e a prevenção em relação ao número de quedas em idosos.

2.     Objetivos

    Este trabalho tem por objetivo desenvolver, testar e apresentar à comunidade científica uma proposta de atividade física integrada a espaços públicos como praças, parques e postos de saúde, utilizando equipamentos de fácil obtenção, manipulação e instalação com o objetivo de:

  • Melhorar o equilíbrio de pessoas idosas;

  • Prevenir quedas em idosos;

  • Propiciar a indivíduos idosos vivências e experiências de encontro, cooperação e superação;

  • Valorizar a prática da atividade física em idosos com ênfase na saúde.

3.     Métodos

    O Estudo piloto de implantação do Circuito de Exercícios Multisensoriais foi realizado na Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (FEF-UnB) e consistiu em 2 etapas: na primeira etapa trabalhou-se o desenvolvimento do equipamento e na segunda foram avaliados os efeitos da sequência de exercícios sobre o equilíbrio e o risco de quedas no público alvo.

3.1.     Amostra

    De acordo com a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos, a participação na pesquisa foi voluntária e deu-se após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP-FS/UnB (Registro 109/2008) e após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    A amostra foi selecionada entre idosos da comunidade, caracterizando-se como uma amostra de conveniência e foi composta por 26 idosos, de ambos os sexos, praticando exercícios multisensoriais.

3.2.     Protocolo de intervenção

    O treinamento foi desenvolvido ao longo de 24 semanas, na forma de aulas de 45 minutos de duração, com uma freqüência de 2 práticas semanais de acordo com metodologia baseada em estudos prévios (FARINATTI et al.,2004; RIBEIRO e PEREIRA, 2005; ZAMBALDI et al., 2007). O programa de intervenção foi composto das seguintes fases: Alongamento com duração de 10 minutos, Exercícios multisensoriais com duração de 30 minutos e Volta à Calma com 5 minutos de duração.

    O equipamento foi organizado espacialmente na forma de um Circuito de Treinamento constituído de unidades autônomas e complementares, denominadas Estações, onde o treinamento pode ocorrer de forma individual ou em grupo. O circuito também permite que outros implementos possam ser acrescentados a cada estação de acordo com a necessidade de incremento de dificuldade conforme a progressão do aluno.   Cada módulo foi estruturado de forma a facilitar a utilização intuitiva do circuito de treinamento, de maneira que cada usuário possa estruturar sua seqüência pessoal de exercícios sob orientação de um professor (SAFONS e PEREIRA, 2004).

3.2.1.     Detalhamento da proposta do circuito de exercícios multisensoriais

    Os exercícios multisensoriais são desenvolvidos em forma de um circuito composto por treze estações que consistem em movimentos de cabeça, pescoço e olhos; exercícios de controle postural em várias posições (sentado, em apoio bipodal e unipodal, andando de frente, de costas, lateralmente, em flexão plantar e calcanhar); exercícios com olhos vendados e uso de superfície instável como descritos logo a seguir. O grau de dificuldade será aumentado ao longo do treinamento. Os exercícios são planejados levando-se em consideração a segurança dos praticantes.

    As treze estações do circuito são dispostas em ordem que vai de “A” a “M”. O idoso pode começar os exercícios em qualquer uma destas estações e durante a aula, em tempos determinados, o idoso passa para próxima estação, completando duas voltas em um total de trinta minutos.

    Para que o circuito seja pintado no chão (Figura 01), foram projetadas as seguintes dimensões totais e parciais:

  • Dimensão total do circuito – 15m x 15m

  • Distância de uma estação a outra – 1m

  • Tamanho da pegada – 0,34m x 0,14m (referente a um calçado masculino tamanho 42).

3.2.2.     Detalhamento dos exercícios que compõem cada estação do circuito

Figura 01: Estações do Circuito de Equilíbrio

  • Estação “A”: Passadas laterais com deslocamento para direita e para esquerda.

  • Estação “B”: Exercício em apoio unipodal (direita e esquerda).

  • Estação “C”: Marcha sensibilizada (com o apoio apenas dos calcanhares) de costas.

  • Estação “D”: Marcha de costas, com o apoio total dos pés.

  • Estação “E”: “Acertar o alvo”, de costas, com as bolas acopladas por cordas nas laterais.

  • Estação “F”: Marcha sobre superfície instável (colchão).

  • Estação “G”: Marcha com o apoio apenas do terço anterior dos pés.

  • Estação “H”: Marcha, de frente, pernas afastadas, com o apoio total dos pés.

  • Estação “I”: Alcance multidirecional (níveis de dificuldade com alturas variadas, sendo estas representadas pelos números 1,2,3).

  • Estação “J”: Marcha, de frente, pernas cruzadas, com o apoio total dos pés.

  • Estação “L”:“Bola na cesta” (níveis de dificuldade com distâncias variadas, sendo estas representadas pelos números 1,2,3).

  • Estação “M”: Marcha com estreitamento de base e em trajeto circunferencial.

  • Estação “N”: Andar em linha reta para frente e para trás.

3.3.     Protocolo de avaliação

Equilíbrio

    Para avaliação do equilíbrio foi utilizada a Escala de Equilíbrio de Berg - EEB, que avalia o indivíduo em tarefas cotidianas (Anexo 01) e consiste em catorze itens pontuados de 0 a 4, perfazendo um total de 56 pontos, onde um índice igual ou menor a 36 está associado a 100% de risco de quedas. Este teste apresenta boa objetividade de teste-reteste (ICC=0,98), boa confiabilidade (0,96) e correlação de moderada a alta com outros instrumentos de avaliação funcional do equilíbrio (SANGLARD et al., 2007).

3.4.     Estatística

    Este foi um estudo de caráter experimental, utilizando um Grupo Experimental (G1), submetido à pré-teste e pós-teste de verificação do Equilíbrio e do Risco de Queda, através da EEB - Escala de Equilíbrio de Berg e do IPQ – Índice de Possibilidade de Quedas (variáveis dependentes – VD), antes e depois de 24 semanas de intervenção com um Programa de Exercícios Multifatoriais (variáveis independentes - VI), de acordo com o desenho experimental mostrado na Tabela 1.

Tabela 1. Desenho experimental do projeto

VI

VI

VD

VD

EXERCÍCIOS MULTIFATORIAIS

TEMPO

EQUILÍBRIO

IPQ

G1

T1: pré-teste

 

 

 

T2: pós-teste

 

 

Onde: VI – variáveis independentes; VD – variáveis dependentes.

    Os cálculos de Média e Desvio Padrão foram utilizados na estatística descritiva. A comparação das médias obtidas no pré-teste e no pós-teste das variáveis dependentes foi feita feita através da aplicação de prova paramétrica (Teste “t” pareado de Student) testando a Hipótese Nula (H0) de que não haveria diferenças significativas entre os testes do grupo (THOMAS e NELSON, 2002; BISQUERRA et al., 2004).

    Em todos os testes foi adotado um nível de significância menor ou igual a 5% (p£0,05).

4.     Resultados

    Na análise descritiva, os 26 idosos que participaram deste estudo apresentaram média e desvio-padrão para idade, respectivamente, de 68,00±7,98 anos. Quanto ao número de quedas, verificou-se uma prevalência de 1,92 quedas por indivíduo nos últimos 4 anos.

    O programa de Exercícios Multisensoriais promoveu a melhora significativa (p≤0,04) do equilíbrio entre os escores obtidos pela EEB (Tabela 2) no pré-teste (52,31 ± 5,12) e no pós-teste (53,81 ± 2,76).

    Observou-se, também, uma redução expressiva no risco de quedas. Este risco que era de 19,23% no pré-teste (que corresponde a um IPQ de Alto Risco de queda) baixou para nenhum caso no pós-teste (0%, que corresponde a um IPQ de Baixo Risco de queda).

Tabela 2. Teste de equilíbrio (M ± DP)

  

EEB

T1: pré-teste

52,31 ± 5,12

T2: pós-teste

53,81 ± 2,76 *

*p = 0,04

5.     Conclusão

    Este estudo confirmou que a prática do Circuito de Exercícios Multisensoriais é capaz de incrementar equilíbrio de forma significativa em idosos.

    Como é consenso na literatura científica que a melhora do equilíbrio e a redução de quedas são claramente objetivos a serem alcançados no trabalho com idosos, conclui-se que o Circuito de Exercícios Multisensoriais pode ser utilizado com esta finalidade, agregando as vantagens de ser de baixo custo, de fácil aplicação, de permitir o atendimento em grupos e de ser de grande versatilidade quanto a local, horário e roupas para sua prática.

    Outros estudos são necessários, entre idosos praticantes de Circuito de Exercícios Multisensoriais, para se averiguar correlações entre o equilíbrio e as demais variáveis do condicionamento físico.

Bibliografia

Anexo. Avaliação do equilíbrio

Escala de equilíbrio funcional de Berg - Versão Brasileira

Nome ____________________________________ Data __________

Local _______________________ Avaliador____________________

Descrição do item ESCORE (0-4)

1 . Posição sentada para posição em pé _____

2 . Permanecer em pé sem apoio _____

3 . Permanecer sentado sem apoio _____

4 . Posição em pé para posição sentada _____

5 . Transferências _____

6 . Permanecer em pé com os olhos fechados _____

7 . Permanecer em pé com os pés juntos _____

8 . Alcançar a frente com os braços estendidos _____

9 . Pegar um objeto do chão _____

10. Virar-se para olhar para trás _____

11. Girar 360 graus _____

12. Posicionar os pés alternadamente no degrau_____

13. Permanecer em pé com um pé à frente _____

14. Permanecer em pé sobre um pé _____

Total _____

Instruções gerais

    Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão escritas. Ao pontuar, registrar a categoria de resposta mais baixa, que se aplica a cada item.

    Na maioria dos itens, pede-se ao paciente para manter uma determinada posição durante um tempo específico. Progressivamente mais pontos são deduzidos, se o tempo ou a distância não forem atingidos, se o paciente precisar de supervisão (o examinador necessita ficar bem próximo do paciente) ou fizer uso de apoio externo ou receber ajuda do examinador. Os pacientes devem entender que eles precisam manter o equilíbrio enquanto realizam as tarefas. As escolhas sobre qual perna ficar em pé ou qual distância alcançar ficarão a critério do paciente. Um julgamento pobre irá influenciar adversamente o desempenho e o escore do paciente. Os equipamentos necessários para realizar os testes são um cronômetro ou um relógio com ponteiro de segundos e uma régua ou outro indicador de: 5; 12,5 e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem ter uma altura adequada. Um banquinho ou uma escada (com degraus de altura padrão) podem ser usados para o item 12.

1.     Posição sentada para posição em pé

Instruções: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar.

( ) 4 capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente

( ) 3 capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos

( ) 2 capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas

( ) 1 necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se

( ) 0 necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se

2.     Permanecer em pé sem apoio

Instruções: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar.

( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos

( ) 3 capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

( ) 1 necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio

    Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o número total de pontos para o item No. 3. Continue com o item No. 4.

3.     Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no chão ou num banquinho

Instruções: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os braços cruzados por 2 minutos.

( ) 4 capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos

( ) 3 capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão

( ) 2 capaz de permanecer sentado por 30 segundos

( ) 1 capaz de permanecer sentado por 10 segundos

( ) 0 incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos

4.     Posição em pé para posição sentada

Instruções: Por favor, sente-se.

( ) 4 senta-se com segurança com uso mínimo das mãos

( ) 3 controla a descida utilizando as mãos

( ) 2 utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida

( ) 1 senta-se independentemente, mas tem descida sem controle

( ) 0 necessita de ajuda para sentar-se

5.     Transferências

Instruções: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra para uma transferência em pivô. Peça ao paciente para transferir-se de uma cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras (uma com e outra sem apoio de braço) ou uma cama e uma cadeira.

( ) 4 capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos

( ) 3 capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos

( ) 2 capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão

( ) 1 necessita de uma pessoa para ajudar

( ) 0 necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa com segurança

6.     Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados

Instruções: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos.

( ) 4 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança

( ) 3 capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé por 3 segundos

( ) 1 incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se em pé

( ) 0 necessita de ajuda para não cair

7.     Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos

Instruções: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar.

( ) 4 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com segurança

( ) 3 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com supervisão

( ) 2 capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 30 segundos

( ) 1 necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos durante 15 segundos

( ) 0 necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa posição por 15 segundos

8.     Alcançar a frente com o braço estendido permanecendo em pé

Instruções: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar a frente o mais longe possível. O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço estiver a 90º. Ao serem esticados para frente, os dedos não devem tocar a régua. A medida a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo que ele consegue. Quando possível, peça ao paciente para usar ambos os braços para evitar rotação do tronco.

( ) 4 pode avançar à frente mais que 25 cm com segurança

( ) 3 pode avançar à frente mais que 12,5 cm com segurança

( ) 2 pode avançar à frente mais que 5 cm com segurança

( ) 1 pode avançar à frente, mas necessita de supervisão

( ) 0 perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo

9.     Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé

Instruções: Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés.

( ) 4 capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança

( ) 3 capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão

( ) 2 incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e mantém o equilíbrio independentemente

( ) 1 incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando

( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair

10.     Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto permanece em pé

Instruções: Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo sem tirar ospés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito.(O examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para estimular o movimento).

( ) 4 olha para trás de ambos os lados com uma boa distribuição do peso

( ) 3 olha para trás somente de um lado, o lado contrário demonstra menor distribuição do peso

( ) 2 vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio

( ) 1 necessita de supervisão para virar

( ) 0 necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair 

11.     Girar 360 graus

Instruções: Gire-se completamente ao redor de si mesmo. Pausa. Gire-se completamente ao redor de si mesmo em sentido contrário.

( ) 4 capaz de girar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos

( ) 3 capaz de girar 360 graus com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos

( ) 2 capaz de girar 360 graus com segurança, mas lentamente

( ) 1 necessita de supervisão próxima ou orientações verbais

( ) 0 necessita de ajuda enquanto gira 

12.     Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto permanece em pé sem apoio

Instruções: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até que cada pé tenha tocado o degrau/banquinho quatro vezes.

( ) 4 capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando 8 movimentos em 20 segundos

( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em mais que 20 segundos

( ) 2 capaz de completar 4 movimentos sem ajuda

( ) 1 capaz de completar mais que 2 movimentos com o mínimo de ajuda

( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

13.     Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente

Instruções: (demonstre para o paciente) Coloque um pé diretamente à frente do outro na mesma linha;

se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais à frente do outro pé e levemente para o lado.

( ) 4 capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 3 capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 2 capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos

( ) 1 necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos

( ) 0 perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar de pé

14.     Permanecer em pé sobre uma perna

Instruções: Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar.

( ) 4 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que 10 segundos

( ) 3 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos

( ) 2 capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que 3 segundos

( )1 tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora permaneça em pé independentemente

( ) 0 incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair

Escore total (Máximo = 56)

Fonte: MIYAMOTO, S.T. et al. Brazilian version of the Berg balance scale. Braz J Med Biol Res , vol.37, n.9, p 1411-1421, 2004.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/

revista digital · Año 14 · N° 135 | Buenos Aires, Agosto de 2009  
© 1997-2009 Derechos reservados