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Desempenho cardiorespiratório em crianças com sobrepeso 

de escolas públicas do município de Viçosa, MG

 

*Mestranda em Educação Física pela

Universidade Federal de Viçosa - Viçosa/MG

Pós – Graduada em Exercício Físico Aplicado a Reabilitação Cardíaca

e a Grupos Especiais pela Universidade Gama Filho – Belo Horizonte/MG

**Mestrando em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa – Viçosa/MG

Pós – Graduado em Nutrição Humana e Saúde pela Universidade Federal de Lavras – Lavras/MG

***Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa – Viçosa/MG

Pós – Graduando em Fisiologia do Exercício Avançada pela Universidade Veiga de Almeida – Belo Horizonte/MG

****Nutricionista; Docente da Universidade Federal de Viçosa – Viçosa/MG

Mestre e Doutora pela Universidade Federal de São Paulo

Bárbara Braga Fernandes*

Miguel Araujo Carneiro Júnior**

Hugo de Oliveira Maia***

Silvia Eloiza Priore****

barbara.fernandes@ufv.br

(Brasil)

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo investigar a influência do sobrepeso no desempenho cardiorespiratório de crianças, com idade entre 6 e 10 anos, em duas escolas da rede pública de ensino do município de Viçosa–MG. Foram avaliadas 38 crianças (16 meninos e 22 meninas) sendo que, 10 eutróficos, 7 com risco de sobrepeso e 21 com sobrepeso. Foi realizado o protocolo de banco de Nagle para se determinar o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) de cada criança. Foi enviado um questionário aos pais e/ou responsáveis com questões referentes ao comportamento das crianças e aspectos ligados à família. O tratamento estatístico utilizado foi a correlação de Pearson, considerando o nível de significância de 5% (p<0,05). Apesar dos resultados não apresentarem diferenças estatísticas significantes, observou-se uma influência negativa do aumento do peso e IMC sobre a capacidade cardiorespiratória das crianças. A partir da análise do questionário aplicado, sugere-se que as famílias e as escolas estimulem as crianças a adotarem hábitos alimentares saudáveis e os incentivem à prática regular de atividades físicas.

          Unitermos: Crianças. Sobrepeso. Consumo máximo de oxigênio (VO2máx).

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 125 - Octubre de 2008

1 / 1

Introdução

    Nas últimas décadas, a prevalência da obesidade vem apresentando aumento em vários países desenvolvidos e em desenvolvimento, inclusive entre crianças e adolescentes. A obesidade na infância e adolescência tornou-se um alarmante e epidêmico problema nos países industrializados (Knöpfli et al., 2008). A vida urbana nas sociedades modernas tem sido associada a mudanças de comportamento relacionadas à dieta e atividade física, fatores estes que se relacionam diretamente com a obesidade (OLIVEIRA et al., 2004; SOAR, 2004).

    Mudanças econômicas favoreceram a urbanização das cidades e o êxodo rural, o que foi traduzido por padrões alimentares discutíveis e modelos de ocupação predominantemente sedentários (OLIVEIRA et al., 2004). Os hábitos sedentários desenvolvidos pelas crianças ao passarem horas assistindo à televisão, além da difusão dos jogos eletrônicos são fatores que em sinergia com a utilização incorreta dos alimentos, contribuem para o aumento da prevalência da obesidade infantil (NOVAES et al., 2003).

    As crianças que ganham mais peso que seus pares costumam se tornar adultos com peso excessivo e com um maior risco de hipertensão, insulina elevada, hipercolesterolemia e doença cardíaca (Knöpfli et al., 2008; McARDLE et al., 2003). É importante que mudanças no comportamento de crianças e adolescentes obesos sejam estruturadas adequadamente para que distúrbios alimentares e conseqüências não desejáveis sejam evitados (LIMA, 2004).

    Na fase escolar, as crianças adquirem hábitos alimentares, possuem grande dispêndio de energia e passam grande parte do seu tempo em atividades (estudando, brincando, correndo, pulando, jogando, etc.). Todavia, mesmo assim, o que se observa é uma crescente prevalência de crianças com sobrepeso e obesas, provocando conseqüências negativas que vão desde o aspecto físico ao aspecto psicológico.

    Diante da necessidade de se avaliar a evolução da obesidade entre crianças, o presente estudo teve por objetivo identificar as crianças com sobrepeso e obesas e analisar a interferência da obesidade infantil no desempenho cardiorespiratório de crianças com idade entre 6 e 10 anos, em duas escolas da rede pública de ensino do município de Viçosa-MG.

Materiais e métodos

Caracterização da amostra e esclarecimentos aos responsáveis

    Para a realização deste estudo foram selecionadas duas escolas da rede pública localizadas na região central do município de Viçosa-MG. Foram coletados os dados de 38 crianças com idade entre 6 e 10 anos que freqüentavam a primeira e a quarta série do ensino fundamental das duas instituições, sendo que 16 (42,11%) do sexo masculino e 22 (57,89%), do feminino.

    Os pais e/ou responsáveis foram informados e esclarecidos sobre o objetivo do estudo, bem como a sua forma de execução. Foi solicitada uma autorização por escrito para que as crianças pudessem participar do trabalho.

    Os pais e/ou responsáveis receberam um questionário com questões referentes ao comportamento das crianças e questões relacionadas à família. Ao final do trabalho, as escolas e as crianças foram informadas sobre os resultados e receberam orientações básicas sobre a prática de atividades físicas e nutrição.

Determinação das características antropométricas e estado nutricional

    As crianças foram pesadas e medidas nas dependências das escolas em condições apropriadas para tais avaliações. A pesagem foi realizada através de uma balança eletrônica digital, com capacidade máxima de 150 kg e precisão de 50 g. A verificação da medida ocorreu com o avaliado na posição ortostática no centro da balança com os pés descalços e roupa vestida naquele momento. A estatura foi verificada utilizando-se estadiômetro de 220 cm com subdivisão em milímetros, fixado à parede com ponto zero ao nível do solo. O avaliado adotou a posição ortostática, pés descalços e unidos, mantendo os calcanhares em contato com a parede e a região occipital em contato com a fita.

    A partir dessas medidas, o Índice de Massa Corporal (IMC) foi calculado de acordo com a idade e o sexo dos avaliados, onde: IMC = peso (kg) / (altura)²(mts).

    Definiu-se o estado nutricional das crianças, segundo a classificação proposta pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC, 2000): baixo peso (< percentil 5), eutrofia (≥ percentil 5 e < percentil 85), risco de sobrepeso (≥ percentil 85 e < percentil 95) e sobrepeso ( ≥ percentil 95).

Avaliação da capacidade aeróbica máxima (VO2 máx)

    Para a avaliação da capacidade aeróbica máxima (VO2máx) das crianças, foi aplicado o teste de banco de Nagle (MARINS & GIANNICHI, 2003), com bancos de alturas variadas: 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28 e 32 cm. Cada criança executou ciclos de subidas e descidas sobre os bancos em ritmo de 30 passadas por minuto, com estágios de dois minutos em cada banco. O VO2máx foi calculado a partir da seguinte equação:

VO2máx (ml.kg.min) –1 = 0,875 x (altura do último banco) + 7,0

Tratamento estatístico

    Para análise estatística utilizou-se a correlação de Pearson (p<0,05).

Resultados e discussão

    Os resultados obtidos referentes à correlação existente entre VO2máx (ml.kg.min)-1 e peso, VO2máx (ml.kg.min)-1 e estatura e VO2máx (ml.kg.min)-1 e IMC estão apresentados na tabela 1.

Tabela1. Correlação entre VO2máx (ml.kg.min)-1, peso, estatura e o IMC de crianças de duas escolas públicas do município de Viçosa-MG.

 

r

p

VO2máx-PESO

-0,301

0,066

VO2máx-ESTATURA

-0,202

0,224

VO2máx-IMC

-0,282

0,086

*IMC – Índice de massa corporal n = 38

*p<0,05 - Teste de correlação de Pearson

    Os resultados mostraram que não foram encontradas correlações significativas entre as variáveis (p>0,05), entretanto, observou-se que, à medida que se tem um aumento do peso, estatura e IMC há uma queda no valor do VO2máx. Em um estudo similar, SILVA et al. (2003), avaliaram a influência da adiposidade corporal na função cardiorespiratória em escolares do sexo masculino com idade de 9 e 10 anos, na cidade de Cascavel-PR, através do teste de corrida de 9 minutos. Os autores mostraram que houve uma correlação negativa e significante entre a adiposidade corporal e a capacidade cardiorespiratória das crianças r = -0,480 (p<0,05). Mostrou-se que quanto maior o nível de adiposidade corporal, menor a capacidade aeróbica das crianças. Em nosso estudo, embora não foram encontradas correlações significativas entre as variáveis, observou-se da mesma forma que à medida que se teve um aumento do peso, estatura e IMC, houve uma diminuição da capacidade cardiorespiratória. O sobrepeso e a obesidade são fatores que influenciam negativamente a capacidade de realizar atividades físicas, além de serem elementos limitantes da capacidade cardiorespiratória.

    As tabelas 2, 3 e 4 apresentam os resultados do questionário preenchido pelos pais com questões referentes ao comportamento das crianças, aos hábitos alimentares e questões relacionadas à família. Os dados estão apresentados de acordo com a classificação do estado nutricional das crianças. A tabela 2 apresenta os dados referentes ao comportamento das crianças quanto à prática de atividades físicas.

Tabela 2. Participação nas aulas de educação física; realização de outras atividades físicas fora da escola; assistir televisão; jogar videogame.

 

Eutróficas

Risco de sobrepeso

Sobrepeso

Total

 

n

%

n

%

n

%

n

%

Aula de Educação Física

Sim

10

100

7

100

20

95,24

37

97,37

Não

-

-

-

-

1

4,76

1

2,63

 

 

 

  

 

 

 

 

 

Atividades físicas fora da escola 

Sim

10

100

6

85,71

20

95,24

36

94,74

Não

-

-

1

14,29

1

4,76

2

5,26

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Assistir TV

Sim

9

90

7

100

21

100

37

97,37

Não

1

10

-

-

-

-

1

2,63

  

  

  

  

  

  

  

  

  

Jogar videogame

Sim

1

10

-

-

12

57,14

13

34,21

Não

9

90

7

100

9

42,86

25

65,79

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eutróficos n =10; Risco de sobrepeso n = 7; Sobrepeso n = 21

    Foi observado que apenas 4,76% das crianças do grupo com sobrepeso não participam das aulas de educação física. Já no grupo das crianças eutróficas, todas participam das aulas de educação física e realizam algum tipo de atividade física fora da escola, sendo essas atividades dos mais diversos tipos como: brincadeiras que incluem jogos tradicionais, andar de bicicleta, correr, jogar futebol, etc. A prática de atividades físicas, tanto de forma sistematizada como não sistematizada atua como ferramenta fundamental na prevenção e tratamento do desenvolvimento da obesidade.

    Todas as crianças que participaram do estudo, incluindo os grupos de crianças eutróficas, com risco de sobrepeso e sobrepeso assistem à televisão todos os dias, mas nem todas jogam videogame. O abuso da utilização desses itens é considerado fator de risco para o desenvolvimento da obesidade, principalmente entre crianças e adolescentes.

    Em seu estudo, CANO et al. (2005), objetivando identificar o estado nutricional de crianças em idade escolar da cidade de Franca-SP, observaram que dentre as crianças envolvidas no estudo, todas participavam das aulas obrigatórias de educação física escolar, exceto aquelas que possuíam algum problema de saúde e eram dispensadas pelo médico. Observaram também que das 44 crianças que se encontravam na faixa de risco nutricional, apenas 16 realizavam atividades físicas fora da escola, como basquete, natação, balé, etc.

    A atividade física é fundamental para o desenvolvimento das crianças. Incluir esportes, brincadeiras ao ar livre, passeios e caminhadas é uma boa estratégia para que possam adquirir o hábito da prática regular de atividades físicas. É necessário que os hábitos sedentários associados aos maus hábitos alimentares devam ser restringidos, principalmente na infância e adolescência, sendo que os bons hábitos alimentares e a prática de atividades físicas devam fazer parte do processo de orientação educacional, principalmente desses indivíduos nessa faixa etária. A família e a escola exercem papel fundamental nesse processo.

    A tabela 3 apresenta os dados referentes aos hábitos alimentares das crianças.

Tabela 3. Hábitos alimentares

 

Eutróficas

Risco de sobrepeso

Sobrepeso

Total

 

n

%

n

%

n

%

n

%

Desjejum

Sim

10

100

7

100

21

100

38

100

Não

-

-

-

-

-

-

 

 

  

 

 

 

 

 

 

Lanche da manhã

Sim

7

70

2

28,57

13

61,90

22

57,89

Não

3

30

5

71,43

8

38,10

16

42,11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Almoço

Sim

10

100

7

100

21

100

38

100

Não

-

-

-

-

-

-

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lanche da tarde

Sim

10

100

7

100

21

100

38

100

Não

-

-

-

-

-

-

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jantar

Sim

10

100

6

85,71

15

71,43

31

81,.58

Não

-

-

1

14,29

6

28,57

7

18,42

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Substituição de jantar por lanche

Sim

4

40

5

71,43

11

52,38

20

52,63

Não

6

60

2

28,57

10

47,62

18

47,37

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lanche noturno

Sim

7

70

-

-

8

38,10

15

39,47

Não

3

30

7

100

13

61,90

23

60,53

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Merenda (lanche na escola)

Sim

10

100

7

100%

20

95,24

37

97,37

Não

-

-

-

-

1

4,76

1

2,63

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eutróficos n =10; Risco de sobrepeso n = 7; Sobrepeso n = 21

    Com relação aos hábitos alimentares das crianças, foi observado positivamente que todas as crianças realizam duas das principais refeições do dia (desjejum e almoço). Foi observado também que algumas crianças substituem o jantar por lanche e que a maior parte do grupo de crianças eutróficas apresenta o hábito de realizar lanche noturno.

    A maioria das crianças de ambos os grupos possuem o hábito de lanchar na escola, o que chamam de “merenda”. Muitas crianças lancham o que é servido pela escola, outras preferem comprar o lanche na cantina da escola (salgados fritos e assados, guloseimas, refrigerantes, etc.). Percebe-se ainda que algumas crianças levam o lanche de casa e que a maioria faz a opção por alimentos de baixo valor nutritivo e alto valor calórico.

    Em um estudo realizado em Franca–SP, CANO et al. (2005) observaram que das 171 crianças avaliadas, com idade entre 7 e 8 anos de ambos os sexos, em escolas públicas e privadas, 16,9% estavam na faixa de sobrepeso. Observaram também que durante o lanche da escola todas as crianças utilizavam a cantina para a compra de balas, pirulitos, salgados fritos, refrigerantes, entre outros.

    Tem sido constatado que a alimentação de crianças e adolescentes é na maioria das vezes rica em gordura e nem sempre atende às necessidades nutricionais dos indivíduos. Percebe-se o abuso cada vez maior de alimentos altamente energéticos, ricos em gordura saturada, colesterol, sal e açúcar (VIEIRA, et al., 2001). A aquisição de hábitos alimentares saudáveis, em conjunto com a prática de atividades físicas, devem ser fatores fundamentais do processo educacional de crianças e adolescentes.

    Com relação aos hábitos alimentares, os ambientes familiares e escolares, principais locais de permanência e orientação dos indivíduos exercem influência direta nesse processo e devem ser pilares norteadores da aquisição desses hábitos. A preocupação com o tipo, quantidade e qualidade dos alimentos deve fazer parte do processo de orientação educacional dos indivíduos. A aquisição de bons hábitos alimentares, principalmente durante a infância, é fator decisivo no desenvolvimento da qualidade de vida dos indivíduos e prevenção da obesidade, além de outras doenças decorrentes do processo de envelhecimento.

    A tabela 4 apresenta os dados referentes à presença de casos de doenças relacionadas à obesidade em familiares próximos das crianças.

Tabela 4. Familiares próximos com algum tipo de doença

 

Eutróficas

Risco de sobrepeso

Sobrepeso

Total

 

n

%

n

%

n

%

n

%

Familiares com diabetes

Sim

4

40

2

28,57

8

38,10

14

36,84

Não

6

60

5

71,43

13

61,90

24

63,16

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Familiares com hipertensão

Sim

7

70

6

85,71

18

85,71

31

81,58

Não

3

30

1

14,29

3

14,29

7

18,42

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Familiares com doenças cardiovasculares

Sim

4

40

3

42,86

10

47,62

17

44,74

Não

6

60

4

57,14

11

52,38

21

55,26

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Familiares com hipercolesterolemia

Sim

4

40

4

57,14

13

61,90

21

55,26

Não

6

60

3

42,86

8

38,10

17

44,74

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Familiares com câncer

Sim

1

10

2

28,57

5

23,81

8

21,05

Não

9

90

5

71,43

16

76,19

30

78,95

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eutróficos n =10; Risco de sobrepeso n = 7; Sobrepeso n = 21

    Os resultados mostraram que todas as crianças dos três grupos apresentam parentes próximos com alguma enfermidade como diabetes, hipertensão arterial, doença cardiovascular, hipercolesterolemia e câncer, que podem ser agravadas pelo excesso de gordura corporal.

    Um outro dado que chamou atenção, foi o alto número de familiares hipertensos, principalmente das crianças que apresentam risco de sobrepeso e sobrepeso. Tal fato deve ser levado em consideração, visto que crianças e adolescentes que apresentam sobrepeso precocemente, têm grande probabilidade de quando adultos, tornarem-se hipertensos.

    Segundo NOVAES et al. (2003), cerca de 80% dos adolescentes obesos tornam-se adultos obesos, podendo futuramente apresentar doenças como hipertensão arterial, diabetes e hiperinsulinemia.

    Sabe-se que hábitos alimentares inadequados, principalmente na infância e adolescência, podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de doenças (MENDES, et al., 2001). É importante que os hábitos alimentares e as práticas corporais sejam reestruturados para a prevenção do aparecimento de possíveis patologias clínicas.

Conclusão

    Concluiu-se através do estudo que houve uma correlação negativa, embora não significativa (p>0,05) entre a capacidade cardiorespiratória (VO2máx) e as variáveis peso, estatura e IMC de crianças com idade entre 6 e 10 anos, em duas escolas da rede pública de ensino do município de Viçosa-MG. Observou-se também, através de análise do questionário preenchido pelos pais, que é necessário que sejam implementadas estratégias de intervenção junto à família e a escola, relacionadas à prática de atividades físicas e aquisição de hábitos alimentares saudáveis pelas crianças. Tais estratégias possibilitariam a melhoria da qualidade de vida das crianças, atuando de forma a prevenir o aparecimento de morbidades relacionadas ao sedentarismo e má alimentação.

Referências bibliográficas

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  • NOVAES, J. F.; BORGES, A. E. B.; PRIORE, S. E.; FRANCHESCHINI, S. C. C. Fatores associados à obesidade na infância e adolescência. Revista Nutrição Brasil – Janeiro/Fevereiro 2003.

  • OLIVEIRA, C. L.; MELLO, M. T.; CINTRA, I. P.; FISBERG, M. Obesidade e síndrome metabólica na infância e adolescência. Revista de Nutrição, v.17, n.2, p.237-245, 2004.

  • SILVA, J. U.; MOREIRA, S. R.; PELEGRINI, A.; MIRANDA, J. M.; BARTHOLASE, T. S.; SILVA, K. E. S. Influência da adiposidade corporal na função cardiorespiratória em escolares do sexo masculino de 09 a 10 anos da cidade de Cascavel-PR. In: Anais do XXVI Simpósio Internacional de Ciências do Esporte, São Paulo, 2003.

  • SOAR, C.; VASCONCELOS, F. A. G.; GROSSEMAN, S.; ASSIS, A. A; LUNA, M. E. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de uma escola pública de Florianópolis, Santa Catarina. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v.4, n.4, p.469-477, 2004.

  • VIEIRA, V. C. R.; PRIORE, S. E.; SABRY, M. D.; FERREIRA, A L. R.; SAMPAIO, H. E. A; SILVA, M. G. C. Hábitos Alimentares e Consumo de Lanches. Revista Nutrição em Pauta, v.9, n.46, 2001.

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