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Atividade física corporativa: 

colaborações para a saúde do trabalhador

 

*Nutricionista graduada pelo Centro Universitário São Camilo

**Acadêmica do curso de Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo

***Nutricionista, Mestre em Saúde Pública pela FSP/USP.
Doutoranda da Faculdade de Medicina da USP.
Docente do Centro Universitário São Camilo.

(Brasil)

Flavia de Sanctis*

Claudia Akemi Uemura*

Carolina Camargo Nishimura**

Renata Furlan Viebig***

flavia_sanctis@yahoo.com.br

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve por finalidade discutir sobre as modificações no mercado de trabalho e sua influência no estado de saúde do trabalhador. Devido à globalização e o estresse da atualidade causado aos trabalhadores, a prática de exercícios físicos vem sendo discutida, devido sua relação com a melhora e prevenção de doenças causadas pelo sedentarismo e melhoria dos aspectos psicossociais. Com base nessa revisão da literatura, salienta-se a importância da empresa como meio de acesso dos trabalhadores á exercícios físicos, pela implantação de atitudes que estimulem a prática de atividades corporativas. Concluiu-se que a implantação de exercícios físicos nas empresas torna o ambiente de trabalho valorizado e oferece melhora no quadro competitivo e humano.

          Unitermos: Atividade motora. Qualidade de vida. Saúde do trabalhador. Terapias complementares.

 

Abstract

          This study was intended to discuss the changes in the labour market and its influence on the worker health. Due to today's globalization and stress caused to workers, the practice of physical exercise is being discussed, because their relationship with the improvement and prevention of diseases caused by inactivity and improving the psychosocial aspects. Based on this literature review, stresses the importance of the company as a means of access for workers to Motor Activity, the deployment of attitudes that encourage the practice of corporate activities. It was concluded that the deployment of exercise on business makes the work environment and offers valuable improvement in the competitive framework and human.

          Keywords: Motor activity. Quality of life. Occupational health. Complementary therapies.

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 13 - N° 125 - Octubre de 2008

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I.     Introdução

    Atualmente as relações de trabalho estão cada vez mais complexas. O avanço da tecnologia tem exposto os trabalhadores a uma grande pressão competitiva, submetendo-se a exigências de maior produtividade devido à concorrência do mercado mundial. Esta tendência faz com que as empresas procurem cada vez mais por indivíduos capacitados e preparados a uma abordagem mais competitiva (1).

    Muitas empresas direcionam a atenção dos trabalhadores ao processo de produtividade e qualidade, oferecendo benefícios e recompensas pelo aumento da produtividade, deixando de lado suas necessidades pessoais para alcançar os objetivos propostos. Por isso, o trabalho ocupa espaço importante na vida do funcionário, uma vez que, este passa a maior parte de seu tempo no local ocupacional do que em suas casas ou em atividades destinadas ao lazer (2).

    Observa-se, que a relação entre bem estar e saúde do funcionário e aumento da produtividade no ambiente de trabalho entram em desequilíbrio, uma vez que as empresas ignoram as necessidades citadas acima. Este equilíbrio é alcançado quando a realização de atividades prazerosas e saudáveis em ambientes onde se permaneça por longos períodos (local ocupacional) e onde o nível de stress costuma ser elevado, implicam em ansiedade, falta de concentração e queda na produtividade (2).

    Foi constatado na prática, que pessoas que não se sentem satisfeitas e tranqüilas em seu ambiente de trabalho, e cujos níveis de tensão e insegurança são significativos, tornam-se mais propensas a sofrerem acidentes de trabalho e cometerem erros. Mediante este fato, ocorrem mudanças no mundo do trabalho, seja na produção ou na corporação, gerando aos trabalhadores conseqüências para a sua saúde física e mental (1).

    Além disso, um novo perfil patológico configura-se, sendo caracterizado pela maior prevalência, na população trabalhadora, de agravos à saúde marcados pelas doenças crônicas. Proliferam-se então, as doenças cardiocirculatórias, gastrointestinais, psicossomáticas, morbidades na musculatura esquelética expressa nas lesões por esforços repetitivos (LERs), às quais se somam o desgaste mental e físico patológicos, além de doenças psicoafetivas e neurológicas ligadas ao estresse e conseqüentemente prejudicando a produtividade da empresa (3).

    A alta exigência pela competividade nas empresas tem elevado em demasia o desgaste dos funcionários, o que acabou favorecendo a implantação de programas de qualidade de vida nas empresas. Uma das estratégias utilizadas tem sido a inserção da atividade física no ambiente de trabalho que consiste desde a ginástica laboral até a construção de academias nas empresas. Assim, as empresas devem proporcionar a qualidade de vida aos seus funcionários, e incorporar na rotina diária a prática de atividade física, objetivando uma redução nos índices de sedentarismo e criando uma humanização e valorização no ambiente de trabalho. Assim, o trabalho torna-se equilibrado quando permite ao indivíduo a recuperação de suas necessidades biopsicossocias, contribuindo para a sua realização e reestruturação pessoal (1).

II.     Sedentarismo e qualidade de vida

    Com o processo de industrialização, existe um crescente número de pessoas que se tornam sedentárias e com pouca oportunidade de praticar atividades físicas, principalmente nas atividades relacionadas ao lazer (4).

    O sedentarismo se reflete nas condições de trabalho oferecidas nas empresas, que têm sido melhoradas significativamente devido ao avanço e democratização da tecnologia. Por outro lado, a comodidade proporcionada por essas tecnologias no trabalho e no lazer, tem contribuído para a adoção de um estilo de vida caracterizado pela inatividade física e pela alimentação hipercalórica dos fast – foods (5).

    O predomínio da dieta denominada ocidental (rica em gorduras, açúcares e alimentos refinados, e reduzida em carboidratos complexos e fibras) em vários países e regiões do mundo, e o declínio progressivo da prática de atividade física, contribuem para o aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis (6).

    Considera- se como atividades físicas como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulte em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicosocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos e deslocamentos (4).

    Benefícios da prática de atividade física associados à saúde e ao bem-estar, assim como riscos do aparecimento disfunções orgânicas relacionados ao sedentarismo, são amplamente apresentados e discutidos na literatura. Segundo Blair (7), o sedentarismo é considerado um problema mundial de saúde. A falta de informação de como se exercitar, as finalidades de cada exercício, limitações de alguns grupos populacionais e percepções distorcidas em relação aos benefícios do movimento são consideradas os maiores fatores que levam à inatividade física (8).

    Análises epidemiológicas demonstraram que muitos indivíduos morreram simplesmente por sedentarismo, o que despertou em muitos países a importância da atividades física em sanar esse problema de saúde pública (2).

    Para proporcionar bem-estar no ambiente de trabalho, segundo Micheletti (9), o esporte é alternativa que, ao mesmo tempo em que contribui para a manutenção da saúde do indivíduo, é fator de desenvolvimento profissional.

III.     Programas de atividade física corporativa

    A busca pela qualidade de vida insere-se no contexto da responsabilidade social, onde a prática deve ser incorporada tanto pelas empresas quanto pelos próprios profissionais. Para que os programas de qualidade de vida gerem benefícios efetivos, o comprometimento deve ser completo: a empresa deve desenvolver políticas, ações e programas de estímulo a uma vida saudável, e o funcionário, por sua vez, deve perceber que seu papel é fundamental para que os objetivos sejam alcançados por ambas as partes (10).

    Segundo Fitz-Enz (11), a chave para manter uma empresa lucrativa ou uma economia saudável é a produtividade da força de trabalho – o Capital Humano. Visto esta necessidade, o equilíbrio organizacional reflete o êxito das organizações em recompensarem seus integrantes (12).

    Com a maior participação do capital humano no sucesso das empresas, a valorização desse ativo torna-se imprescindível pessoas saudáveis trabalhando em organizações saudáveis, o que representa negócios com melhores lucros e maior retorno do investimento (13).

    É importante ressaltar a distinção entre atividade física no local de trabalho ou fora dele e ginástica laboral (GL), pois essas duas práticas têm objetivos diversos e diferem significativamente nos meios e instrumentos que utilizam. A GL tem por objetivo principal a prevenção de doenças ocupacionais, é realizada nos locais de trabalho durante a jornada de trabalho, atuando de forma preventiva e terapêutica. De acordo com Souza (2), a ginástica no ambiente de trabalho surge em 1925, com a terminologia de “ginástica de pausa” e Couto (14) enfatiza a importância da pausa pelo organismo devido à diminuição das lesões por atividades repetitivas, onde as tais “pausas” poderiam contribuir para a fluxo normal de sangue diminuindo o acúmulo de ácido láctico no músculo; visco elasticidade normal e lubrificação dos tendões evitando atrito interestrutural.

    Já os programas de atividade física consistem em incentivos à prática de esportes ou atividades que levem a um maior dispêndio energético e movimentação da musculatura. Em geral, recomenda-se a prática de um esporte ou atividade física pelo menos três vezes na semana, com uma duração de aproximadamente uma hora por sessão. Para isso existem as academias e outros centros esportivos, em geral, fora dos locais de trabalho, o que poderia invibializar que o trabalhador se exercitasse regularmente (15).

    No Brasil, são raros os programas de atividade física nas empresas no sentido de promover uma conscientização e um aumento da prática de exercícios, visando à melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e da população em geral. Apesar das tentativas bem intencionadas de proporcionar maiores oportunidades de os trabalhadores se exercitarem fisicamente, oferecendo descontos em academias, ou até academias próximas dos locais de trabalho e outros tipos de incentivo, a participação não é muito constante (15).

    Em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 1988, evidenciou-se que apesar dos esforços de programas de incentivo para a prática de atividades físicas boa parte de população brasileira encontra-se inativa. Na década de 1990, houve aumento da prática de atividade física pela população, principalmente nas nações industrializadas, porém tal situação permanece nos países independente de sua taxa de desenvolvimento, onde 60% da população adulta apresentam níveis insuficientes de atividade física (16).

    Foi constatado pelo Grupo Pão de Açúcar (17), que um colaborador que pratica exercícios físicos regularmente tem um índice de 30% maior de produtividade e registra uma motivação para o trabalho 40% maior. Pesquisa realizada pelo grupo consta que das 1000 maiores empresas no país, 93% possuem uma academia de ginástica, o que demonstra investimento no colaborador e conseqüentemente gera a satisfação deste (18).

IV.     Benefícios da atividade física para os trabalhadores

    Os principais benefícios da atividade física para os funcionários são: melhora da auto-imagem, redução das dores, redução do estresse e alívio das tensões, melhoria do relacionamento interpessoal, aumento da resistência da fadiga central e periférica, aumento da disposição e motivação para o trabalho e a melhoria da saúde física, mental e espiritual (18).

    Em estudo realizado por Domingues (8) observou-se que a população tem conhecimento do tempo mínimo (3 dias da semana por 30 minutos) de realizar exercícios para que gerem benefícios à saúde. Observou-se também que entre os exercícios físicos considerados “emagrecedores” entre homens e mulheres do estudo, destacam-se o futebol e a caminhada, respectivamente. Concordando com as recomendações fisiológicas, onde atividades aeróbicas estão relacionadas com o consumo de gordura corporal. Dentre os participantes desse estudo, muitos relacionaram prática de atividade física a indivíduos de pouca idade e de saúde plena, no entanto, sabe-se que pessoas com limitações e/ ou idosas se beneficiam do movimento corporal para melhor qualidade de vida (7).

    A análise da percepção sob o exercício realizada no estudo de Domingues (8), dos cinco problemas citados pela população como alteráveis pela prática do exercício o mais citado foi o estresse, seguido dos problemas circulatórios, problemas emocionais (depressão, ansiedade) e insônia. No mesmo estudo, verificou-se que a facilidade da prescrição e adesão de terapias farmacológicas poderia diminuir a prática de atividades físicas, uma vez que grande parte da população considera que problemas como hipertensão e hipercolesterolemia devem ser tratados apenas com medicamentos e dieta, mostrando a baixa prevalência de conhecimento sobre os benefícios do exercício para a saúde.

    Em estudo realizado por Stort (1) no qual se observou melhora do humor em trabalhadores de uma empresa, constatou-se que a prática de exercícios físicos regulares de intensidade baixa ou moderada está relacionadas com este fator, podendo melhorar os níveis de rendimento e competividade da empresa, uma vez que insatisfações pessoais podem transparecer em desequilíbrio no trabalho, assim como insatisfações no trabalho podem trazer desajustes na vida familiar e social.

    O trabalhador que reserva alguns minutos por semana para exercitar-se tem mais disposição e seu serviço irá render muito mais. Quando a pessoa está praticando qualquer tipo de atividade ocorre um aumento do volume sanguíneo e uma maior oxigenação dos músculos. Tais atividades resultam em maior fôlego, disposição e energia para realizar suas tarefas diárias. Além disso, atividade física ajuda a manter o estresse a distância (19).

V.     Considerações finais

    As empresas dependem de seus funcionários para obterem sucesso, por isso suas equipes devem estar motivadas a atuarem de forma diferenciada. Para manter uma equipe motivada a empresa terá que oferecer “motivos” diferentes do benefício salarial que estimulem a permanência e o rendimento de seus funcionários nos programas corporativos de atividade física.

    Sendo o exercício físico o maior produtor de saúde, este é o primeiro a ser abandonado quando há a inserção no mercado de trabalho, devido à carga horária e trajeto até o local ocupacional. No entanto, cabe às empresas incentivarem a prática de exercícios físicos, como um “motivo” que satisfaça suas necessidades diante do mercado competitivo, devido aos benefícios da prática de esportes como a retenção de despesas com faltas por doenças crônicas associadas ao sedentarismo, além de proporcionar melhora no desempenho e rendimento dos trabalhadores devido à melhora dos aspectos não somente físicos, mas também emocionais, que em conjunto tornam o ambiente de trabalho mais valorizado e humanizado.

    Os programas de promoção de atividades físicas nas empresas são uma grande oportunidade de democratizar conhecimentos a respeito da atividade física no contexto da saúde e de cuidados com os hábitos de vida, desde que tenham suporte político e técnico para favorecer a conscientização sobre o trabalho, corporeidade e sociedade.

Referências bibliográficas

  1. STORT, R.; SILVA, F.P.; REBUSTINI,F. Os efeitos da atividade física nos estados de humor no ambiente de trabalho. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. Brasil, 2006. 1: 26-33.

  2. SOUZA, I.; JÚNIOR, R.V. Ginástica laboral: contribuições para a saúde e qualidade de vida de trabalhadores de uma indústria de construção e montagem - Case TECHINT S.A. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2004. 10.

  3. FIAMONCINI, R. L.; FIAMONCINI, R.E. O stress e a fadiga muscular: fatores que afetam a qualidade de vida dos indivíduos. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2003. 9.

  4. CASPERSEN C.J.; POWELL, K.E.; CHRISTENSON, G.M. Physical activity, exercise and physical fitness. Public Health Rep, 1985. 100: 126-31.  

  5. SANTOS J.F.S., COELHO C.W. Atividade física e obesidade em trabalhadores da indústria. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, 2003. 9.

  6. World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation. Geneva; 2003; WHO Technical Report Series: 916.

  7. Blair, S.N.; BOOT, M.; GYARFAS, I.; IWANE, I.; MARTI, B.; MATSUDO, V.; MORROW, M.S.; NOAKES, T.; SHEPHARD, R. Development of public policy and physical activity initiatives internationally. Sports Med, 1996. 21: 157-63.

  8. DOMINGUES, M.R.; ARAÚJO, C.L.P.; GIGANTE, D.P. Conhecimento e percepção sobre exercício físico em uma população adulta urbana do sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2004. 1: 204-215.

  9. MICHELETTI, C. Ser radical faz bem à saúde e à carreira. Disponível em: http://carreiras.empregos.com.br/comunidades/executivos/gestao_de_carreiras/030203-esportes_radicais.shtm, Acesso em: 05.05.2008.

  10. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA. Disponível em: http://www.abqv.org.br/conexao.php?id=152. Acesso em 18 de abril de 2008.

  11.  FITZ-ENZ, J. Retorno do investimento em capital humano. São Paulo: Makron Books, 2001.

  12. CHIAVENATO, I. Construção de Talentos. Rio de Janeiro, Elsevier. Rio de Janeiro, 2002. 3: .

  13. SZTAJN, M.; IOSHII, S. H.; BELOTTI, M. P. Por uma Cultura de Qualidade de Vida nas Empresas de Curitiba. Curitiba, 2004. Disponível em: http://www.ismabrasil.com.br. Acesso em: 04.05.2008

  14.  COUTO, H. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. ERGO. Belo Horizonte, 1995. 1: 353.

  15. MACIEL, R. H.; ALBUQUERQUE, A.M.F.C. ; MELZER, A.C. ; LEÔNIDAS, S.R. Quem se beneficia dos programas de ginástica laboral?. Cad. psicol. soc. trab. São Paulo, 2005. 8: 71-86.

  16. WHO/CDC. Promoting physical activity: a best buy in public health. CDC-Collaborating Center on Physical Activity and Health Promotion. Atlanta, 2000.

  17. LACERDA, D. Grupo pão de açúcar - Recursos humanos. Mexa-se. Você S/A. São Paulo, 2004. 71:10-21 .

  18. MILITÃO, G. A.; et. al. A influência da ginástica laboral para saúde dos trabalhadores e sua relação com os profissionais que a orientam. Dissertação de Mestrado. Florianópolis, 2001. 1: 27- 32.

  19. MOURA, R. Exercício físico melhora rendimento profissional. São Paulo, 2001. Disponível: http://www.asu.com.br/default.asp?id=DicasDetalhes&codigo=9, Acesso em: 05.05.2008.

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