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O desenvolvimento da coordenação motora aplicada ao futsal
na escolinha Dentinho de Leite no município de Areia-PB

   
*Prof. de Ed. Física da rede Estadual do Estado do Tocantins
**Prof. Dpto. de Educação Física na Paraíba (U.E.P.B)
***Prof. Universidade Federal do Tocantins (UFT)
(Brasil)
 
 
Osvaldo Cavalcante da Silva*
osvaldocsilva@uol.com.br  
Tetsuo Tashiro**
Marivaldo Cavalcante da Silva***

marivaldo.areia@bol.com.br
 

 

 

 

 
Resumo
     É crescente a prática de esportes em todos os níveis, tanto de ordem social quanto econômico. No Brasil, a prática do Futsal tem envolvido milhares de crianças, jovens e adultos na busca por uma melhor qualidade de vida, assim como um melhor condicionamento físico. Este estudo, teve com objetivo avaliar a capacidade física e motora dos atletas da Escolinha de Futsal Dentinho de Leite da cidade de Areia-PB, permitindo com isso, verificar e observar a sua performance. Foram realizados testes de habilidades motora, de acordo a idade, altura, sexo e peso. O procedimento utilizado nesta pesquisa possibilitou avaliar a agilidade, coordenação, equilíbrio, velocidade e força que foram analisadas por posições especificas de jogo que revelaram seu grau de comprometimento e desenvolvimento motor, quanto à prática do Futsal.
    Unitermos: Futsal. Categoria Mirim. Coordenação motora.
 
Abstract
    It is increasing practice of sports in all the levels, as social order as economic. In Brazil, the futsal practice has involved thousand of children, young and adults in search for one better quality of life, as well as one better physical conditioning. This study, it had with objective to evaluate the physical and motor capacity of the athletes of the Escolinha de Futsal Dentinho de Leite of the Areia-PB city, allowing with this, to verify and to observe its performance. Tests of abilities had been carried through motor, in agreement the age, height, sex and weight. The procedure used in this research made possible to evaluate the agility, coordination, balance, speed and force, that had been analyzed by position specify of game that they had disclosed to its degree of involvement and motor development, as futsal practice.

Artigo extraído do Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura Plena em
Ed. Física pela Universidade Estadual da Paraíba (U.E.P.B).

 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 99 - Agosto de 2006

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1. Introdução

    Segundo FERREIRA (1998), o surgimento do futebol de salão data da década de 30. Iniciou-se com as peladas de várzea que foram adaptados às quadras de basquete e pequenos salões. As primeiras regras surgidas fundamentaram-se no futebol, basquete, handebol e pólo-aquático que foram introduzidas pelo professor Jean Carlos Ceriane.

    Com a realização de um curso promovido pelo Instituto Técnico da Federação Sul Americana de Associações Cristã de Moços, foram distribuídas copias das regras aos representantes da América do Sul, e entre alguns brasileiros (Asdrúbal Monteiro, João Lotufo e José Rothier).

    Para TEIXEIRA (1996), as regras do futsal em seu início não passavam de simples transposição das regras do futebol de campo, com algumas modificações, sendo uma delas a não-aplicação da lei de impedimento. A realidade demonstrou que o futebol jogado nos salões da ACM era violento, principalmente para os goleiros. Mediante esta situação sua prática foi restringida aos adultos de forma esporádica.

    No Brasil, o futsal constitui-se como esporte muito popular. Prova disso é que as federações de futsal promovem competições oficias para crianças há muitos anos. Por isso, será cada vez mais necessário investigar temas que melhor se expliquem quanto aos diversos fatores acerca da iniciação de crianças nesta modalidade, de modo a contribuir para um maior entendimento, em particular dessa fase e configurar um quadro de referências capaz de subsidiar a atuação de profissionais da área de educação física. Para SANTANA (2006) o professor de Educação Física é o profissional qualificado para ensinar o futsal, competente para propiciar o aprendizado, estabelecendo objetivos, conteúdos, metodologia e avaliação do ensino.

    O futsal é a modalidade esportiva mais praticada no Brasil, abrangendo todas as faixas etárias, principalmente as crianças no qual ocupa um lugar de destaque no cenário nacional. O número de equipes filiadas às federações e ligas é muito grande. Dentre estes podem ser citados: (i) os colégios; através das suas escolinhas de esportes, (ii) os clubes; montando e mantendo equipes, (iii) as Universidades introduziram em seus currículos a disciplina futsal; (iv) a criação de uma competição em nível nacional entre os clubes, (v) a divulgação através da imprensa, enfim o futsal conquista seu espaço (MUTTI, 1999).

    No estado da Paraíba, o Futsal foi introduzido na década de 60, com a fundação da Federação Paraibana de Futebol de Salão, tendo como primeiro presidente Napoleão Medeiros e vice-presidente Adalberto Delgado. O primeiro campeonato paraibano de Futebol de Salão, aconteceu em 1964, teve como campeã a equipe do Esporte Clube Cabo Branco (ECCB) que atua em campeonatos da Federação Paraibana até os dias atuais.

    Com a fundação da Federação Paraibana de Futebol de Salão (FPFS), O Estado da Paraíba tem revelado vários craques da bola "pesada", que se destacam em equipes de outros estados e também na seleção brasileira como: Ronaldão, Rabicó, Mazureik, Fininho (considerado o melhor jogador da Liga de Futsal em 1998).

    Este estudo teve como objetivo central, analisar o Desenvolvimento Psicomotor dos atletas de Futsal por posições específicas, grau de comprometimento motor de cada aluno, bem como incentivá-los para a prática desportiva, valorizando o futsal enquanto excelente instrumento para desenvolvimento pessoal, na categoria mirim da Escolinha Dentinho de Leite no município Areia-PB.


2. Procedimento metodológico


2.1. Métodologia adotada

    Foi adotado como procedimento metodológico neste trabalho, a aplicação de testes para a avaliação do desenvolvimento da coordenação motora dos alunos da Escolinha de Futsal Dentinho de Leite da cidade de Areia-PB, Categoria Mirim. Os testes foram aplicados em crianças do sexo masculino na faixa etária de onze e doze anos, por meio de amostragem. A amostra constituiu-se de 10 (dez) atletas de um total de 14 (quatorze) que desenvolveram as seguintes atividades: (i) avaliar a agilidade (teste shuttle run), (ii) coordenação olho-pé (teste de chute á meta), (iii) equilibrio dinâmico (teste de passeio na trave), (iv) velovidade (teste de corrida de 50 metros) e (v) força (teste de long-jump), de cada atleta, em posição específica.


2.2. Materiais utilizados

    Nesta sessão, segue discriminado o tipo de teste adotado no procedimento metodológico e o respectivo material utilizado. Vale salientar, que os testes de agilidade, de coordenação olho-pé e força, foram realizados dentro de um ginásio esportivo municipal.

  • teste de agilidade:


dois blocos de madeira (5cm x 5cm x 10 cm), cronômetro, apito, espaço livre de obstáculos de 15 metros, no mínimo, bloco de anotações e caneta;
  • teste de Coordenação Olho-Pé:


bola de futebol de salão, bloco de anotações, caneta, apito e meta (trave).
  • teste de e Equilíbrio Dinâmico


foi utilizada uma guia de 5 metros de comprimento por 0,15 cm de largura, bloco de anotações, caneta, apito e cronômetro.
  • teste de velocidade


cronômetro preciso, folha de anotação, caneta, apito, pista de 100 metros previamente em 50 metros.
  • teste de força


fita adesiva para assinalar a linha de partida, apito, bloco de anotação, caneta e trena,


3. Resultados

    Os resultados dos testes foram obtidos à partir da aplicação de um protocolo de avaliação, utilizado para registrar os dados coletados de cada aluno, após a execução dos atividades conforme Anexo 01 e 02.


3.1. Técnicas adotadas para obtenção de resultados

  • Testes de Agilidade

    Segundo (JOHNSON & NELSON, 1975) a agilidade pode ser definida, como a valência física que possibilita a mudança de posição corporal ou de direção do movimento no menor tempo possível como um dispêndio mínimo de energia.

    Shuttle-Run (JOHNSON & NELSON, 1975)

  • Finalidade: avaliar a agilidade;

  • Porção corporal envolvida:todo o corpo;

  • Protocolo: fazer duas marcas no solo, separados, de 9,14 cm cada uma. A linha mais próxima do avaliado será a linha de partida e a outra a linha de referência, depois dai qual os dois blocos serão colocados. O avaliado coloca-se em posição semiflexionado com um afastamento antero-posterior das pernas (com o pé o mais próximo possível da linha de partida). Para iniciar o teste, o avaliado dará a vez de comando "Atenção! Já" acionando concomitantemente o cronômetro. O avaliado, em ação simultânea, corre na sua maior velocidade possível até o bloco, pega um deles, retorna a ponto de partida, e deposita entre o bloco atrás da linha de partida. Sem interromper a corrida, vai a busca do segundo bloco procedendo da mesma forma.

  • Resultado: o teste estará terminado e o cronômetro parado quando o avaliado colocar o ultimo bloco no solo e ultrapassar, com pelo menos um dos pés, as linhas que delimitam os espaços demarcados.

  • Observações: o bloco não pode ser jogado, mas colocado no solo, sempre que haver erros na execução, o teste será interrompido e refeito novamente.

  • Precauções: explicar ao avaliado todos os detalhes do teste, pois este é de alguma complexidade na execução.

  • Teste de Coordenação Olho-Pé

     Para MELLO (1993), a coordenação é definida como a qualidade física que permite ao homem assumir a consciência e a execução, levando-o a uma integração progressiva de aquisições, favorecendo-o a uma ação ótima dos diversos movimentos musculares na realização de uma seqüência de movimentos com um máximo de eficiência e economia.

    Chute à meta (JOHNSON & NELSON, 1975).

  • Finalidade: verificar a coordenação óculo-podal;

  • Porção corporal envolvida: olhos e pés;

  • Protocolo: utilizando uma meta de futebol de salão ou desenvolvendo-se uma na parede com as mesmas dimensões da anterior, divide-se a meta horizontal por duas linhas paralelas e eqüidistantes, horizontais e, longitudinalmente por duas linhas também paralelas e eqüidistantes. Cada região delimitada receberá um valor.

  • Resultado: mede-se a coordenação olho-pé somando-se os valores obtidos nos chutes, de acordo com as áreas que as bolas atingem.

  • Teste de e Equilíbrio Dinâmico

     O equilíbrio consiste na manutenção da projeção do cetro de gravidade dentro da área da superfície de apoio. Apresentando-se de três formas: estático, dinâmico e recuperado.

    Passeio na trave (DANTAS, 1995)

  • Finalidade: avaliar o equilíbrio,

  • Protocolo: o testado deverá caminhar sobre uma rua, realizando o percurso de ida e volta, sem correr, mantendo o equilíbrio.

  • Observações:explicar com bastante detalhe ao avaliado a execução do teste. Permitir que este reconhecesse antes o implemento.

  • Precauções: dimensões da trave.

  • Resultado: mede-se o tempo gasto para a realização do percurso.

  • Teste de Velocidade

     Velocidade é a atividade física que permite ao individuo realizar uma determinada ação no menor tempo possível (JOHNSON & NELSON, 1975).

    Corrida de 50 metros (JOHNSON & NELSON, 1975)

  • Finalidade: medir a velocidade de deslocamento.

  • Porção corporal envolvida: membros inferiores.

  • Material necessário: um cronômetro preciso, folha de anotação, pista de 100 metros previamente em 50 metros.

  • Protocolo: o avaliado fica posicionado atrás da linha de partida. Os comandos de "Pronto" e "Vai" devem ser dados. Ao comando de "Vai" o avaliado deve partir, avaliador posicionado próximo à linha de chegada deve acionar simultaneamente o seu cronômetro. No momento em que o a avaliado cruza a linha, o avaliador deverá travar o cronômetro e anotar o tempo de corrida.

  • 0bservações:Precauções esclarecer ao avaliado que ele deverá executar a sua velocidade máxima nos 50 metros a serem percorridos. Realizar um aquecimento prévio que deve ser interrompido 3 minutos antes do teste.

  • Teste de Força

    Para CARNAVAL (1995), força é a capacidade física que permite um músculo ou um grupo de músculos produzir uma tensão, e vencer uma resistência na ação de empurrar, tracionar ou elevar.

    Salto em extensão - Long Jump (JOHNSON & NELSON, 1975)

  • finalidade: medir a potencia dos membros inferiores no plano horizontal.

  • Posição corporal envolvida: membros inferiores.

  • Protocolo: partindo da posição de pé, paralelos e em pequeno afastamento lateral, o testado deverá de trás da linha de partida, saltar a maior distância possível à frente, com a ajuda da flexão das pernas e utilizando o balanço dos braços.

  • Resultado: é dado em centímetros, medindo-se a distância entre a linha de partida e o calcanhar que tenha o tornozelo mais próximo desta linha. São dadas três oportunidades, computando-se a melhor dos três resultados alcançados.

  • Observações: precauções - ponto adicional - se o testado cair para trás, o resultado é dado computando-se a distância entre a linha de partida e a parte do corpo que esteja mais próxima desta linha; a trena devera ser fixada no solo e o testando devera posicionar-se de maneira que a trena fique colocada entre seus pés, facilitando desta forma a visualização do testador do local de aterrissagem do testando.


4. Conclusões e considerações finais

    A realização deste trabalho permitiu concluir que os jogadores de Futsal da Escolinha Dentinho de Leite, apresentaram uma variância média em todos os testes aplicados. No entanto, existe por posição atletas que apresentam determinado grau de comprometimento no seu desenvolvimento motor, enquanto em determinada posição (ex. ala esquerda, pivô e ala direita), apresentaram rendimentos consideráveis para a categoria em análise.

    Diante do avanço conquistado por praticantes de futsal (especialmente as crianças), percebe-se claramente a necessidade da utilização de recursos metodológicos de ensino, para rever os princípios em que a criança está inserida, principalmente, na fase inicial para que os atletas praticantes do futsal tenham capacidade de desenvolver uma musculatura capaz de executar movimentos específicos e não sofra lesões por causa da prática aplicada de forma errônea dentro do esporte.


Referências

  • CARNAVAL, P. E. Medidas e avaliação em ciências do esporte. Rio de Janeiro: Sprint. 143 p.

  • DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. Rio de Janeiro: Shape, 1995.

  • FERREIRA, R. L. Futsal e a iniciação. 4 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

  • JOHNSON, B. L. & NELSON, J.K. Pratical Measurements for Evoluation in Physical Education. Minnesota: Burgess Publishing Company, (1975), 470p.

  • MATTOS, M. G.; JUNIOR, A. J. R.; BLECHER, S. Teoria e Prática da Metodologia da Pesquisa em Educação Física: Construindo sua monografia, artigo e projeto de ação. São Paulo: Phorte, 2004, 176 p.

  • MELLO, A. M., Psicomotricidade, Educação Física e Jogos Infantins. 2ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1993.

  • MUTTI, Daniel. Futsal da iniciação ao alto nível. São Paulo: Loyola, 1999.

  • SANTANA, W. C. de. Uma proposta de subsídios pedagógicos para o futsal na infância. Disponível em: http://www.pedagogiadofutsal.com.br/artigo_001.php. Acesso em: 10 de Janeiro de 2006.

  • TEIXEIRA, H. V. Educação Física e Desportos. 2 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1996.


Anexo I


Anexo Ii

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