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Da estética privada, para uma estética pública:
implicações na Educação Física do fetiche

De la estética privada, para una estética pública: las implicaciones en la Educación Física del fetiche
Of aesthetic the private one, for an aesthetic public: implications in the Physical Education of the fetish

   
Licenciado e Bacharel em Educação Física
Centro Universitário Nove de Julho
Especialista em Saúde da Mulher no Climatério
Departamento Materno Infantil
Faculdade de Saúde Pública (FSP)
Universidade de São Paulo (USP)
 
 
Alessandro Barreta Garcia
alessandrogarcia@hotmail.com
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    Esta pesquisa teve como objetivo, apresentar a construção e a evolução teórica da estética, na qual é notadamente inserida em nossa sociedade moderna. A partir da dialética; tese (estética da moralidade/metafísica) antítese (estética como mercadoria) e síntese (estética do fetiche e da adoração), foi possível discutir a cerca do corpo acadêmico da Educação Física, no qual contribui para este mercado de consumo, e demonstrar aos acadêmicos do curso de Educação Física a problemática do fetiche (busca do corpo como mercadoria na sociedade capitalista), bem como as implicações negativas desta ideologia consumista.
    Unitermos: Educação Física. Estética. Fetiche. Consumo.
 
Resumen
    Esta investigación tiene como objetivo, presentar la construcción y la evolución teórica de lo estético, como marcadamente inserto en nuestra sociedad moderna. De la dialéctica; tesis (estético de la moralidad/metafísica) antítesis (estético como mercancía) y síntesis (estético de fetiche y de la adoración), fue posible argumentar sobre el grupo académico de la Educación Física el cual contribuye para este mercado del consumo, y demostrar a los académicos del curso de Educación Física la problemático del fetiche (la búsqueda del cuerpo como mercancía en la sociedad capitalista), así como las implicaciones negativas de esta ideología del consumo.
    Palabras clave: Educación Física. Estética. Fetiche. Consumo.
 
Abstract
    This research had as objective, to present the construction and the theoretical evolution of the aesthetic one, in which she is note inserted in our modern society. From the dialectic; thesis (aesthetic of the morality/metaphysics) antithesis (aesthetic as merchandise) and synthesis (aesthetic of fetish and the worship), was possible to argue about the academic group of the Physical Education in which contributes for this market of consumption, and to demonstrate to the academics of the course of Physical Education the problematic one of fetish (the search of the body as merchandise in the capitalist society), as well as the negative implications of this consumption ideology.
    Keywords: Physical Education. Aesthetic. Fetish. Consumption.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 86 - Julio de 2005

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Introdução

    A estética corporal (referente à beleza da forma física) nunca esteve tão em voga. Seu entendimento porém, tem sido diferenciado no período Antigo, Médio e Moderno (do sensível e do belo na Filosofia, da estética da arte Moderna, da relatividade da beleza por Hume ou do belo universal de Kant).

     Na leitura de Nietzsche, a ética cívica de uma conduta humana, apresenta-nos como um ciclo da moral estética, da bela e boa vida, da virtude e do continuo homem bom (se refere à contradição bem e mal). Esta Filosofia tida como a responsável pela aproximação da lógica e da verdade universal através de Sócrates (através do diálogo crítico) e Platão (por meio da Dialética), tinha por objetivo conhecer a interioridade humana. Sócrates discutia essencialmente a justiça, o bem, o mal e o belo. Apesar de nada escrever, Sócrates foi para a Filosofia o ponto de partida ao que se pode chamar de razão crítica (CHAUÍ, 1995; LUCKESI & PASSOS, 2002; MANNION, 2004), a razão comum aos homens, visto que Sócrates era um homem do povo.

    Já na Idade Moderna (o salto da Antiguidade para a Idade Moderna é justificado pela intenção do nosso trabalho que se refere à tese da Antiguidade, antítese da Idade Moderna e síntese da Pós-Modernidade) o sistema capitalista se consolidaria a partir da Reforma Protestante, das Revoluções Burguesas (Inglesa-1666, Americana-1776 e Francesa-1789), e do desenvolvimento cientifico e tecnológico entre outras, dando ao mundo ocidental um olhar de caráter quase que estritamente racionalista.

    A mercadoria proveniente deste quadro de globalização já em seu prenúncio (séc XVI e XVII), traz a tona uma série de modificações no quadro mundial e no entendimento da estética (estética corporal, estética facial etc) nos séculos XVIII, XIX e XX. O que para Marx (1983) seria entendido como o papel puramente Metafísico, social ou fantasmagórico na busca do saciar das necessidades e desejos implícitos nas entrelinhas do consumo e das mercadorias.

    Ao se reconhecer este bem e belo inicial da Filosofia Clássica, entende-se a estética como uma virtude de viver para perpetuar a felicidade da família e da Sociedade. Instituída a estética da felicidade e da virtude como essencial, o nosso problema é como a estética se apresenta em nossa Sociedade Pós-Moderna? Como ela se alterou de uma estética contemplativa para uma estética da forma física, do consumo e da mercadoria? Por fim como ela poderia ser entendida como fetiche? Dada esta explanação tentaremos responder estas perguntas a partir dos objetivos abaixo;

  1. apresentar um entendimento de estética, com base nas argumentações da filosofia de Nietzsche (tese);

  2. demonstrar a estética do corpo como mercadoria na Idade Moderna (antítese);

  3. demonstrar que o corpo acadêmico da Educação Física contribui para este mercado de consumo e do fetiche da estética (síntese);

  4. demonstrar aos acadêmicos do curso de Educação Física a problemática do fetiche do corpo como mercadoria da Sociedade Pós-Moderna (síntese).


Período pré-socrático

    O período inicial da ciência grega, tem registro de nascimento a partir da figura de Tales de Mileto (625-545), que é o mais antigo dos filósofos pré-socráticos, (LUCKESI & PASSOS, 2002). Apesar da visão grega do universo ser guiado, primordialmente, pelas aparências, com a terra estática (sendo esta o centro do universo), por outro lado esse período se caracteriza também como uma nova forma de analisar entender a realidade. De um entendimento apenas do ponto de vista mítico, agora é proposto o uso da razão, o que não significa dizer que a Filosofia vem para romper radicalmente com o mito, mas sim para atribuir um novo significado (LUCKESI & PASSOS, 2002). Os pré-socráticos partiam de observações, e chegavam a conclusões sobre a ordem das coisas e sua origem por meio da razão e do mito.


O povo grego

    A Grécia encontrava-se dividida entre as mais conhecidas cidades antagônicas, Esparta e Atenas. Esparta reconhecida por sua rigidez, formação militar voltada para guerras e conquistas territoriais, tinha como sua opositora a Cidade de Atenas, que no seu auge filosófico era provida de uma democracia parcial e uma Educação entendida como mais humanista (no que se refere ao trato com as crianças). Neste sentido Atenas priorizava a formação intelectual, moral e estética do homem (ARANHA & MARTINS, 2002).


Período clássico

    Atenas havia se tornado o centro da vida cívica e cultural da Grécia, em virtude do crescimento do comércio, artesanato, artes e ciências, em fim da democracia (exceto para os escravos, estrangeiros, mulheres e crianças)1, o povo grego se viu com a necessidade de algum tipo de Educação, sendo o próprio Alexandre o grande um pupilo Aristóteles antes mesmo de suas conquistas. Nesta época os sofistas, nos quais foram os primeiros filósofos do Período Clássico, também eram Educadores e não tinham uma origem ou destino bem definido (CHAUÍ, 2002; MANNION, 2004). Dentro deste contexto, Sócrates foi o mais conhecido e reconhecido entre2. Sócrates proporcionou o diálogo crítico entre os homens e teve como discípulo Platão, que na realidade é quem mais difundiu o conhecimento de seu mestre, pois este nada escreveu (ARANHA & MARTINS, 2002).


Sócrates, Platão e Aristóteles

    Se Sócrates foi o primeiro grande construtor do diálogo, Platão foi o fundador da teoria da Educação (da norma), tendo seu pensamento baseado na reflexão pedagógica e Política. Platão se preocupou a vida inteira com os problemas políticos e educacionais. Na República, o princípio universal supremo é a idéia do Bem, tendo descrito nas Leis, que a divindade se apresenta como o legislador dos legisladores, mantendo com o homem uma relação eminentemente pedagógica e teológica (ARANHA & MARTINS, 2002; CHAUÍ, 2002). Sua Cidade utópica se baseava no homem de bronze responsável pelo comércio e agricultura, o homem de prata responsável pela defesa da Cidade (o guerreiro), e o homem de ouro responsável pela direção da Cidade, este ultimo seria também um Filósofo (ARANHA & MARTINS, 2002).

    Em Aristóteles podemos perceber um outro aspecto de entendimento humano. Apesar deste ser discípulo de Platão, conseguiu ao longo do tempo, e através de influências3, inclusive a do seu pai, superar o que herdou de seu mestre. Aristóteles desenvolveu, ao contrário de Platão, uma teoria voltada para o real, onde se procurava em explicar o movimento das coisas e a imutabilidade dos conceitos. Visão esta, totalmente divergente à superioridade do Mundo das Idéias4 desenvolvido por Platão (LUCKESI & PASSOS, 2002).


Do contexto geral ao específico

    Para apresentarmos um entendimento de estética a partir de um ponto de vista da Filosofia Clássica, nos basearemos nas argumentações Contemporâneas de Nietzsche. Com esta finalidade; como entender a estética5 na figura do belo e do bem contemplativo?

    Como diria Nietzsche, "dos gregos só se pode falar em temos de suposição, e ainda assim com escassa certeza" (NIETZSCHE, 2003, p. 32). Neste caso não poderíamos utilizar outra fonte literária ao não ser, o já consagrado Filósofo Nietzsche. Mesmo porque este se concentrou quase que exclusivamente no período que nos interessa a principio, e ainda assim considera o período repleto de possíveis incertezas e re-interpretações.

    É a partir de seu livro "O Nascimento da Tragédia", discursando a respeito da oposição mitológica entre Apolo (o deus da seriedade) e Dionísio (o deus do vinho e das festas orgiásticas), bem como a ligação destes deuses olímpicos ao principio da arte grega, da poesia e da estética que iniciamos nossa interpretação.

    Conforme Nietzsche (2003), Apolo simbolizava um homem belo e bom. "Apolo, como divindade ética, exige dos seus a medida e, para poder observá-la, o auto conhecimento. E assim corre, ao lado da necessidade estética da beleza, a exigência do "Conhece-te a ti mesmo" 6 e "Nada em demasia" (NIETZSCHE, 2003, p. 40) 7. Há sem duvida um pensar no estético, o belo e o bom se personificam na aparência de Apolo, em suas atitudes, sua ética, e razão individualista.

    Para Nietzsche (2003) “A Origem da Tragédia” não se deu simplesmente a partir do coro dionisíaco e das imagens de um mundo apolíneo, mas da configuração entre Dionísio e Apolo, considerado-os como heróis apresentados por Sófocles, Esquilo e posteriormente por Eurípides8.

    Enquanto a tragédia em sua origem sofocliana-esquiliana se baseava na diversidade poética, mascarando o formal e o subjetivo, para Eurípides, era preciso mostrar o real, racional, e tirar a duvida do público.

“Eurípides se encarregou, como também Platão o fizera, de demonstrar a contraparte do poeta "irracional"; o seu principio estético, tudo deve ser consciente para ser belo, é como já disse, o lema paralelo ao principio socrático: tudo deve ser consciente para ser bom. Em conseqüência disso, Eurípides deve valer para nós como o poeta do socratismo estético. Sócrates porém, foi aquele segundo espectador, que não compreende a tragédia antiga e por isso não a estimava; aliado a ele, atreveu-se Eurípides a ser o arauto de uma nova forma de criação artística” (NIETZSCHE, 2003, p. 83).

    É através de destas argumentações acima, que caracterizamos a estética como uma Metafísica, ou seja, como uma ética de conduta, não restritamente personificada pela aparência (forma física), mas pela ação e conduta humana necessária ao homem virtuoso e verdadeiro cidadão grego.

    Assim segundo Nietzsche (2003), é no socratismo/estético que "Tudo deve ser inteligível para ser belo", como sentença paralela à sentença socrática: "Só o sabedor é virtuoso" (NIETZSCHE, 2003, p. 81). Neste ponto há de se destacar a posição com estreita ligação da moral com o estético enquanto representação da ação do bem do belo e do divino. Neste sentido reconheceremos que a estética na Antiguidade, acima de tudo carregava um caráter Metafísico, religioso e transcendental por parte da moralidade estética de Sócrates e Platão9. Que vai ser reproduzida na Renascença como uma imitação da tragédia grega (NIETZSCHE, 2003). Por fim como diria Schopenhauer, "o que distingue o sentimento do sublime do sentimento do belo é que no belo o predomínio do conhecimento puro exerce sem luta, a beleza do objeto" (SCHOPENHAUER, 1988, p. 30). Segundo este mesmo autor, Platão não apresentava idéia estética de coisas, como mesa e anel, pois eram apenas mesa e anel. Platão condena e menospreza a arte e a poesia (SCHOPENHAUER, 1988). O que poderia explicar seu entendimento do belo a partir da contemplação.

     “Todo espírito belo e bem dotado se expressará sempre de modo mais natural, simples e direto, procurando sempre que possível comunicar seus pensamentos a outros, diminuindo assim a solidão a que é obrigado neste mundo; por outro lado, contudo, pobreza de espírito, confusão e extravagância se revestirão com os termos mais rebuscados e as expressões mais confusas, para assim mascarar em frases difíceis e pomposas pensamentos mesquinhos, ínfimos, banais ou cotidianos, como aquele que desprovido da majestade da beleza, pretende substituir essa carência por meio de vestimenta, e procura ocultar a insignificância ou feiúra de sua pessoa sob bárbaros ornamentos, lantejoulas, penachos, babados, peles e mantos” (SCHOPENHAUER, 1988, p. 52). 10


Da estética moral para uma estética do fetiche

    Após reconhecermos a estética antiga como conduta ética e moral, como demonstrar a estética do corpo como mercadoria da Idade Moderna? Neste sentido é necessário se fazer um rompimento entre antiguidade e a modernidade. Mas o que dizer da Idade Média? Este período é na realidade a disseminação do conhecimento anterior, o estético neste período é caracterizado pela apropriação do conhecimento por parte dos teólogos S. T. de Aquino a partir de Aristóteles e Santo Agostinho a partir de Platão ou neoplatonismo (MANNION, 2004). Neste caso não importando neste momento as teorias divergentes, a conduta seria a mesma ,ou seja, o que para Santo Agostinho (com base em Platão) as idéias eram chamadas de verdades eternas do bem e da beleza advindas do Deus supremo, para S. T. de Aquino (com base em Aristóteles) isto era possível através da observação da realidade. Porém ambos consideravam o belo, o bem e o bom como conduta divina. Não o bastante fica evidente que em toda a Idade Média o homem se interiorizou em suas condutas religiosas (LUCKESI & PASSOS, 2002; MANNION, 2004). O corpo neste período era praticamente deixado de lado o que impossibilitaria o fato de este ser adorado por sua forma física (estética).


A modernidade em sua fase inicial

     Finalizado o período do Feudalismo (Idade Média), sendo o fim do apogeu da Igreja Católica, o mundo se viu com novas necessidades e novos rumos a serem seguidos (nota-se neste período a separação da Igreja com o Estado). Tanto o movimento protestante dos padres João Calvino e Martinho Lutero, quanto às revoluções Inglesa 1666, Americana 1776 e Francesa de 1789, contribuiu para tal consolidação do sistema econômico que viria a ser conhecido como sistema capitalista (ARANHA & MARTINS, 2002).

     Este novo entendimento se deu a partir de uma busca de novas terras a serem exploradas, e fez com que uma produção desenfreada se iniciasse lentamente. O trabalho considerado pelos protestantes como divino, era uma interpretação da Bíblia. Acumular riquezas era a nova ordem vigente. Mesmo sem saber ao certo se o sistema capitalista se consolidaria mesmo sem uma Reforma Protestante, assume-se que sua influência foi importante para tal mudança (MANNION, 2004).

    A partir do percurso iniciado pelos colonizadores, a busca de especiarias e a necessidade de se criar o que seriam novas colônias, Portugal, Espanha e Inglaterra entre outras se mobilizaram para suprir a produção já crescente, na qual a mão de obra escravista teve seu fundamental papel para que se desenvolvesse o mercantilismo da Idade Moderna. Sendo destacado o Renascimento dos séculos XV e XVI, (corresponde à restauração dos grandes nomes da Antiguidade, ao aparecimento do humanismo estóico, da Reforma Protestante e da Contra Reforma) e o Iluminismo do século XVII e XVIII (correspondente à Revolução Científica de Kepler, Galileu, Bacon Descartes entre outros).


A mercadoria na modernidade

    Em função do quadro mercantilista dos séculos XVII e XVIII, tentaremos agora a partir da definição de Marx (1983), entender a mercadoria como um objeto externo, na qual tem por extensão satisfazer as necessidades dos seres humanos. O que nos remete a simplificar a mercadoria a partir de bens primários e secundários. Marshall (1982) neste caso diferencia duas formas de mercadorias: a) gastos com alimentação, vestimenta, habitação etc. b) a extravagância e excesso levariam a uma ostentação e satisfação dos sentidos.

    Neste ultimo caso Marx (1983) classificará a mercadoria como um fetiche a ponto de satisfazer as necessidades humanas, e responderá que este caráter de fetiche será proveniente entre a relação do trabalho despendido, assumindo uma determinada forma de grandeza de valor. O que para o autor em termos de fetiche, assume-se um papel puramente Metafísico ou socialmente ou fantasmagórica, são figuras mentais que para Marx (1983) se revelam autônomas e mantenedoras de relação com os homens. E neste ínterim provem do caráter social do trabalho no qual produz mercadoria. É preciso satisfazer os desejos. Mas neste item diz Marx, "só satisfazem as múltiplas necessidades de seus próprios produtores" (MARX, 1983, p. 72). Além disso "O produto satisfaz hoje a uma necessidade social. Amanhã será, talvez, deslocado parcial ou totalmente, de seu lugar, por uma espécie semelhante de produto" (MARX, 1983, p. 95).

    Quando nos remetemos ao contexto do corpo e da estética da Idade Moderna, Carvalho (1995) demonstrará a extensão do problema do consumo da atividade física como produto da Idade Moderna. Neste mesmo contexto Morin (1969) destacará como cultura de massa e a erotização do Mercado Moderno11. Comprando-se a beleza, a estética e o brilho artificial12. É o corpo como mercadoria na Sociedade Capitalista.

    Dada esta exposição assumimos agora a responsabilidade de transformar esta mercadoria entendida com extravagância e consumo desenfreado, a partir da suposição do corpo como mercadoria em si próprio. Deslocaremos o entendimento de Marx (1983) 13. para o entendimento da mercadoria como fator interno, ou seja, a busca do estético, do corpo belo em si mesmo. Mas onde queremos chegar ? Queremos dizer que na realidade o homem não busca somente a estética em produtos externos (na mercadoria externa), mas busca o estético nele mesmo. Sendo assim, ele vai a uma academia de ginástica para ter músculos fortes (esta é a reprodução da estética nela mesma) e compra suplementos alimentares para aumentar a massa muscular (o estético nele mesmo). O homem busca sua própria modificação, ele é a sua matéria prima e seu próprio produto.

    Prosseguindo com base neste raciocínio, vamos colocar a busca da estética do corpo como um fetiche que segundo Quadros (1976) é um utensílio cultivado como ídolo, objeto de adoração, sobrecomum ou cega dedicação. Seria o amar somente em parte, o amar de forma estratificada. Segundo esta definição o homem cultiva seu corpo, e o transforma em mercadoria ou como chamaremos, de fetiche do corpo na Modernidade. O belo das atitudes, das virtudes, agora é o belo da forma, da imagem e do consumo do corpo belo, perfeito e oco, lembrado a analogia de Schopenhauer14. O corpo como fetiche em nossa Sociedade Pós-Moderna.


A mercadoria do corpo e sua relação com a atuação do profissional em Educação Física

    Para respondermos ao nosso objetivo no qual tem por finalidade demonstrar que o corpo acadêmico da Educação Física (os Bacharéis) contribui para este mercado de consumo e do fetiche da estética, recorreremos não só ao fato de este consumo estar arraigado na mídia exploradora do assunto, mas de fato no que se refere ao corpo acadêmico que tem se direcionado para esse consumo.

    É fato que a mídia tem determinado o consumo de um corpo belo. Carvalho vai desvelar este consumo e entendê-lo como a busca do imaginário. Seria "o mito" da atividade física e saúde, a reprodução do mito (em uma Sociedade Moderna), do ritual do passado, no nosso presente (CARVALHO, 1995).

    De acordo com Kohan (2003), além do caráter militar do povo grego (espartanos), a ginástica também era uma forma de cuidado com a saúde. Era a preocupação de uma Educação (já em Atenas) ao que se refere à intencionalidade Política. No caso da Educação Infantil (em Atenas), "é um problema filosoficamente relevante na medida que se tenha de educá-la de maneira específica para possibilitar que a polis atual se aproxime o mais possível da idealizada" (KOHAN, 2003, p.14). É à busca do bem segundo a lei, no caso da ginástica, era só mais uma ferramenta para a formação do homem ideal (VERENGUER, 1993; KOHAN, 2003). É à busca da saúde da Cidade (VERENGUER, 1993).

    Não perdendo de vista o objetivo de demonstrar que o corpo acadêmico da Educação Física contribui para este mercado de consumo e do fetiche da estética, vamos apresentar uma série de títulos de cursos ministrados a graduandos dos cursos de Educação Física (entre outros cursos da área da saúde) no Brasil. Nos parece muito clara a relação estritamente comercial entre professor e consumidores (no caso o aluno) 15. Alguns dos títulos são; "musculação estética & wellness", "técnicas no tratamento da estética corporal", "estética corporal e facial", "mulher, exercício e saúde", "mulher, exercício e saúde16", "Clínica de musculação personalizada17", "Polestar Pilates": "Saúde e bem estar18" "Musculação em Academia19", "Corrida Qualidade de Vida, Estética e Performance20", "Método Pilates21", "Personal Training Direcionado a mulheres em busca da estética..." "personal trainer" visando saúde emagrecimento e qualidade de vida (27o ENAF, 1999; 14o FITNESS BRASIL INTERNACIONAL, 2004; 36o ENAF, 2004; 37o ENAF, 2004; 38o ENAF: Educação Física, 2005; 19a JOPEF, 2005) 22 associando-se muitas vezes ao bem estar, no caso do termo wellness.

    Sendo um mercado tão promissor que a própria industria fitness; IHRSA (International Health, Racquet & Sportsclub Association) tratou de apoiar para governador (do Estado da Califórnia - EUA) o consagrado ator e fisiculturista do passado; Arnold Schwarzenegger (FITNESS BUSINESS, 2003).

    A principio não seriamos levianos em discutir o conteúdo advindo destes cursos, mas refletirmos sobre a representação social que já em seus títulos e objetivos, poderiam proporcionar ao que chamaremos de uma segregação do conhecimento consumista. É preciso se dar uma pausa, para que se possa refletir se é essa mesma a intenção dos cursos disseminadores do conhecimento acadêmico, em especial, os provenientes do Bacharelado em Educação Física. Se os títulos são estes, que outro propósito teriam os professores engajados nesta ideologia?


Expondo a problemática ao aluno do curso de Educação Física e profissionais da área da saúde

    Para demonstrarmos aos acadêmicos do curso de Educação Física (entre outros estudantes da área da saúde) a problemática do fetiche do corpo como mercadoria da Sociedade Pós-Moderna, partiremos com base em tudo que já foi dito, levando-nos a refletir que o consumo do corpo como estética e fetiche, pode contribuir para empobrecimento do ser crítico, assim como pela valorização do consumo pelo consumo. Dado este que o homem vem adquirindo produtos na tentativa de mascarar uma felicidade, ou tentando ser artificialmente um modelo proposto para seduzi-lo.

    O profissional de Educação Física (em especial o Bacharel), tem se posicionado mesmo que inconscientemente23 a favor de um corpo como mercadoria. Este profissional no que tange nosso conhecimento, tem demonstrado uma certa intimidade com o que poderíamos chamar de alienação24 do corpo em um mercado extremamente consumista. O homem é alienado por um mercado consumista, e não percebeu25 que sua alienação o transformou em um produto que se coloca necessário. Mas será necessário?

    Como se não bastasse a alienação pelo lazer (ARANHA & MARTINS, 2002), o homem agora se encontra alienado por uma busca desenfreada por ele mesmo, é a sua própria adoração, é o fetiche que o homem tem pela sua própria imagem, a imagem que lhe é imposta26. Mas em que esta adoração implica? Esta adoração implica em uma busca do belo e das formas em detrimento do belo da alma27. Como se o mundo somente fosse inteligível, visível a partir do que se expressa através da estética de uma forma bonita. Mas o que mais o homem tem de bom (aos professores ou estudantes de Educação Física) além de suas formas não disponíveis a todos, mas tão somente a quem pode comprá-las? Ou mesmo a quem não as pode comprar, "mas sonham com elas"?

    O que os Educadores Físicos estão fazendo? Em que estão contribuindo, além de proporcionarem aos homens, a terem sonhos, às vezes impossíveis, ou provavelmente possíveis quando expressos em ilusões28, "mesmo que de forma artificial"? Qual é o cuidado que se tem quando lidam com sonhos, fantasias, felicidade, adoração e desejos? Ou com a própria saúde? 29 Qual é nossa responsabilidade neste mundo econômico e não menos social ? Que tipo de educadores somos? Ou queremos ser?

    É preciso repensar, quais caminhos vamos seguir. Como diz Morin. "Há, no Homem que parece dever esconder-se como um eremita, sob os estranhos objetos de sua propriedade, a cega aspiração à comunicação com o outro" (MORIN, 1969, p.191). O homem quer falar, se rebelar, se transformar. É o prenúncio de uma mutação social, um distanciamento da técnica e do produto. Este Homem pede por socorro, pede por ajuda, e quer solução30.


Um desfecho provisório

    Foi possível traçar o que para nós em diálogo com os autores, significa a inversão de valores, uma inapropriação da técnica, da tecnologia em detrimento de uma melhor definição de valores, neste caso o valor estético. Compreendemos esta estética por meio de uma concepção moral, divina - religiosa, e estritamente comercial, e fetichista.

    Entendemos que o corpo é a própria mercadoria, é um tipo de consumo, passando-se de matéria prima para um produto final, pertencente ao mundo da fantasia, dos desejos, e do modelo ideal de um corpo perfeito. Mas o problema maior é encontrar na própria Educação Física (aos Bacharéis) o alimento aos sonhos de um consumidor seduzido. O problema estará na formação? Talvez sim, pois se temos filhos rebeldes é porque nossa Educação contribuiu de alguma forma. Se tivermos Educadores Físicos preocupados com a proliferação apenas de um corpo belo, de alguma forma a formação superior lhe proporcionou este resultado.

    Acreditamos que em parte a responsabilidade recai sobre o corpo acadêmico, e por outro no corpo discente que não se vê apto a criticar. Mas em fim parte do problema é da Educação Física. Esta que trata da relação do homem com as práticas corporais, é nela que necessariamente se deveria compor a formação, humanização e a socialização do homem frente à diversidade de uma cultura corporal.


Notas

  1. Este quadro era aceito por Aristóteles (2002) que distinguia os homens de acordo com suas virtudes.

  2. Certamente foi influenciado pelos filósofos pré-socráticos.

  3. Certamente foi influenciado pelos filósofos pré-socráticos.

  4. O pondo se ao mundo das idéias onde Platão se coloca a mercê de um Deus maior e orientador das atitudes normas e valores, Aristóteles acreditava na relação entre os homens na cidade, o homem é um ser político, cívico e social, acreditava em fim no mundo dos sentidos e não nas idéias inatas (MANNION, 2004).

  5. Para compreensão da estética ao longo do ensaio, delimitaremos o assunto com base nos referenciais de Nietzsche (2003). Nas evidencias contextuais como no caso de Tomas de Aquino (na Idade Média) que coloca a beleza como um dos aspectos do bem, sendo uma aproximação com a divindade (ARANHA & MARTINS, 2002). No entendimento moderno no qual a estética ganha uma roupagem racional a partir de axiomas, sendo chamada de estética normativa estabelecendo regras artísticas (ARANHA & MARTINS, 2002). E no entendimento da estética enquanto produto e erotismo da mercadoria (MORIN, 1969). Entre outros entendimentos não discutidos neste ensaio (ARANHA & MARTINS, 2002).

  6. Inscrição encontrada em Delfos. Que é a cidade que abrigava o oráculo mais importante do mundo clássico (MATTIUZZI, 2000).

  7. "Conhece-te a ti mesmo" e "Nada em demasia" refere-se as inscrições do templo de Apolo, em Delfos.

  8. Sófocles, Esquilo e Eurípides, são os três autores da tragédia grega mais reconhecidos do período clássico (ARANHA & MARTINS, 2002).

  9. No banquete de Platão, ele descreve a juventude como um período em que se predomina a admiração pela beleza física; mas um futuro amadurecimento proporcionará ao jovem, descobrir que a beleza da alma é mais importante do que a beleza do corpo (ARANHA & MARTINS, 2002). O que confirma o ponto de vista da obra de (NIETZSCHE, 2003). Ainda assim é preciso esclarecer que Platão era um defensor da ginástica, mas somente para que se tivesse um corpo saudável em beneficio da superioridade do espírito, ou para fins de defesa da cidade (ARANHA & MARTINS, 2002). O que se contrapõe ao entendimento simplista que o homem grego apenas se preocupava com o seu corpo no sentido físico.

  10. Esta é uma analogia do homem antigo para o homem moderno.

  11. "O erotismo da mercadoria é, antes de tudo, publicitário, e por isso êle concerne diretamente à cultura de massa, que engloba os mais importantes meios modernos de publicidade (rádios, jornais e televisão)" (MORIN 1969, p.126).

  12. "Os produtos de regime, por sua vez, tornaram-se produtos de sedução, acrescentando a valência beleza à valência saúde, uma vez que êles trazem futuro, além da saúde para o hepático, a esbeltez para o barrigudo" (MORIN 1969, p.127).

  13. Marx (1983), entende a mercadoria como um objeto externo, na qual tem por extensão satisfazer as necessidades dos seres humanos.

  14. "todo espírito belo e bem dotado se expressará sempre de modo mais natural, simples e direto, procurando sempre que possível comunicar seus pensamentos a outros, diminuindo assim a solidão a que é obrigado neste mundo; por outro lado, contudo, pobreza de espírito, confusão e extravagância se revestirão com os termos mais rebuscados e as expressões mais confusas, para assim mascarar em frases difíceis e pomposas pensamentos mesquinhos, ínfimos, banais ou cotidianos, como aquele que desprovido da majestade da beleza, pretende substituir essa carência por meio de vestimenta, e procura ocultar a insignificância ou feiúra de sua pessoa sob bárbaros ornamentos, lantejoulas, penachos, babados, peles e mantos". SCHOPENHAUER, 1988, p. 30).

  15. Neste sentido nos referimos ao conhecimento passando para o graduando (docentes vs alunos), que será futuramente o professor de um determinado aluno que será considerado em nosso raciocínio um mero consumidor.

  16. Objetivando analisar de que forma a mulher associa mudanças físicas a estética, a beleza etc. (19a JOPEF, 2005).

  17. Constando no objetivo do curso oferecer subsídios para programas de musculação voltados para a estética e para a saúde (14o FITNESS BRASIL INTERNACIONAL, 2004).

  18. Constando como Indicação para a saúde, a estética e o bem estar dos clientes (14o FITNESS BRASIL INTERNACIONAL, 2004).

  19. Objetivando a estética, o resgate da saúde e o bem estar, (36o ENAF: Educação Física, 2004).

  20. Como parte do conteúdo o ajuste de treino objetivando a saúde, estética corporal e qualidade de vida (36o ENAF: Educação Física, 2004).

  21. Objetivando a saúde, a estética e o bem estar (19a JOPEF, 2005).

  22. Consideramos desnecessária a reprodução de outros exemplares, pois seria redundante tal informação.

  23. Na melhor das hipóteses.

  24. Alienação é a segregação de um conjunto normativo que se faz presente na sociedade, mesmo que ela não a perceba. O ser alienado é aquele incapaz de perceber que esta sendo mobilizado por correntes de pensamento que não lhe são próprias. É a perda de sua identidade ou autonomia (ARANHA & MARTINS, 2002).

  25. Talvez não compreenda o problema em longo prazo, pode ser considerado um homem imediatista, consumista e capitalista.

  26. Através da mídia e em parte do próprio corpo acadêmico da Educação Física (referente aos que contribuem para este quadro de consumismo).

  27. De 548 homens entrevistados por um estudo da revista Psychology Today, cerca de 43% relatam estar insatisfeito com a aparência em geral, 63% insatisfeitos com o abdome, 52% com o tônus muscular e 38 % com seu tórax (POPE JR, PHILLIPS & OLIVARDIA, 2000).

  28. Se da este entendimento a partir de: "a humanidade, em sua massa planetária, sofrendo a fome e a dominação, ainda está bem aquém do bem estar, da felicidade e do nôvo individualismo, é que já não podemos encarar o além do bem estar, da felicidade, do novo individualismo. Estamos num tempo de desigualdade extraordinária de desenvolvimento, onde aparecem os aquém e os além dos problemas, isto é, também, seu movimento, sua evolução" (MORIN 1969, p.190). É o mundo da satisfação e da insatisfação, da igualdade e da desigualdade, da ordem e da desordem, neste sentido vivemos no mundo das contradições.

  29. É preciso refletir neste sentido, pois a busca pela estética poderá acarretar em dismorfia muscular, uso de esteróides anabolizantes, distúrbios alimentares, ou distúrbio dismórfico corporal, ou mesmo um complexo de Adônis que na realidade é um Mito. Neste se relata que Adônis era meio homem meio deus (o máximo de beleza masculina). Usado apenas para representar como uma analogia, este Mito representa uma série de preocupações e imagens corporais, que vão de pequenos desgostos até obsessões devastadoras e perigosas para a vida (POPE JR, PHILLIPS & OLIVARDIA, 2000).

  30. Para MORIN o Homem está à procura de "um ser (dotado de mais consciência? e de mais amor?) que poderia encarar o dever e assumir uma condição cósmica" (MORIN 1969, p.191).


Referências bibliográficas

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  • CARVALHO, Y. M. O "mito" da atividade física e saúde. São Paulo, Editora Hucitec, 1995, p133.

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  • LAFARGUE, P. O direito a preguiça. Tradução (de) Massano, A. J. 3a Edição, Lisboa, Editora Teorema, sem data, 73p.

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  • MANNION, J. O livro completo da Filosofia.: entenda os conceitos básicos dos grandes pensadores: de Sócrates a Sartre. Tradução (de) Fernanda Monteiro dos Santos. São Paulo: Madras , 2004, 286p.

  • MARSHALL, A. Princípios de economia: tratado introdutório. Tradução (de) Rômulo de Almeida & Ottolmy Strauch São Paulo, Abril Cultural, 1982, 272p.

  • MARX, K. O Capital: critica da economia política. Tradução (de) Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. São Paulo, Abril Cultural, 1983, 301p.

  • MATTIUZZI, A. A. Mitologia ao alcance de todos - deuses da Grécia e Roma antigas. Editora Nova Alexandria, São Paulo, 2000, 184p.

  • MORIN, E. Cultura de massas no século XX: O espírito do tempo. Companhia Editora Forense, Rio de Janeiro - São Paulo, Tradução (de) SARDINHA, M. R.

  • PLATÃO. Diálogos. Tradução (de) Jose Cavalcante de Souza, Jorge Paleikatne e João Cruz Costa, 2a Edição, - São Paulo: Abril Cultural, 1979, 261p.

  • POPE JUNIOR, H.G, PHILLIPS, K. A, OLIVARDIA, R. O complexo de Adônis: A obsessão masculina pelo corpo. Tradução (de) Sérgio Teixeira, Rio de janeiro, Campus, 2000, 316p.

  • QUADROS, J, S. Novo dicionário da língua portuguesa. São Paulo, Rideel, 1976, 1211p.

  • SCHOPENHAUER, A. O mundo como vontade e representação. III parte. p.03-82. In SCHOPENHAUER, A. Os Pensadores. Tradução de MARR, W. L, OLIVEIRA CACCIOLA, M.L.M. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1988, 240p.

  • VERENGUER, R. C. G. Ginástica e Platão: que dupla é essa ? Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, 7(1), p. 69-79, jan/junh, 1993.


Outros documentos

  • 27o ENAF: Referência em Educação Física. Poços de Caudas, Ano III n. 02, Outubro de 1999.

  • FITNESS BUSINESS. Informativo da Industria Fitness Latino-Americana. n. 10, Novembro/Dezembro de 2003.

  • 36o ENAF: Educação Física. Poços de Caudas, Ano IX n. 16, Abril de 2004.

  • 37o ENAF: Educação Física. Poços de Caudas, Ano X n. 20, Outubro de 2004.

  • 14 a FITNESS BRASIL INTERNACIONAL. Santos, 28 de Abril a 2 de Maio de 2004

  • 38o ENAF: Educação Física. Poços de Caudas, Ano X n. 21, Abril de 2005.

  • 19a JOPEF. Jornada Paranaense de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Turismo e Hotelaria. Curitiba, Maio de 2005.

Outro artigos em Portugués

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