efdeportes.com
Representações sociais da cultura corporal
de lazer entre mulheres auxiliares de limpeza
Representaciones sociales de la cultura corporal de ocio entre mujeres auxiliares de limpieza
Social representations of the leisure from the expression and development of the body culture among cleaning assistant women

   
Especialista em Saúde da Mulher no climatério
Departamento Materno Infantil
Faculdade de Saúde Pública (FSP)
Universidade de São Paulo (USP)
 
 
Alessandro Barreta Garcia
alessandrogarcia@hotmail.com
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    O objetivo deste artigo é apresentar e discutir a inserção da cultura corporal de lazer como expressão do cotidiano de auxiliares de limpeza, evidenciar a questão dos possíveis malefícios em função da dupla jornada de trabalho (trabalho formal e trabalho doméstico), bem como a impossibilidade de lazer entre as trabalhadoras pesquisadas. Buscamos, portanto, elaborar um conjunto de representações sociais, de modo a reproduzir a mais profunda realidade em função do lazer como expressão de cultura corporal. Entender, enfim, em que medida o lazer se expressa de forma social e historicamente determinada.
    Unitermos: Lazer. Trabalho doméstico. Dupla jornada. Cultura corporal.
 
Resumen
    El objetivo de este artículo es presentar y discutir la inserción de la cultura corporal de ocio como expresión del día a día de los auxiliares de limpieza. El problema se pone en evidencia en cuanto a los posibles daños que produce la doble jornada de trabajo (el trabajo formal y los quehaceres domésticos), así como la imposibilidad de ocio entre las mujeres encuestadas. Hemos buscado, por lo tanto, elaborar un sistema de representaciones sociales, de manera a reproducir la realidad más profunda en función del ocio como expresión de la cultura corporal. Entender, por fin, en qué medida el ocio se expresa de forma social e históricamente determinado.
    Palabras clave: Ocio. Quehacer doméstico. Doble jornada. Cultura corporal.
 
Abstract
    The objective of this article is to present and discuss the insertion of a body culture of leisure as an expression of the daily life of cleaning assistants to assess the issue for possible damages due to the double work shift (paid work and housework), as well as the lack of leisure among the researched workers. Therefore, we have sought to elaborate a set of social representations capable to express the deepest reality in function of the leisure as an expression of the body culture. To understand, finally, how much the leisure is expressed in a social form historically determined.
    Keywords: Leisure. Housework. Double work shift. Body culture

Desenvolvido no Departamento Materno Infantil - Faculdade de Saúde Pública (FSP) / Universidade de São Paulo (USP).
Developed in the Infantile Maternal Department - College of Public Health (FSP) / University of São Paulo (USP)
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 85 - Junio de 2005

1 / 1

Introdução

    Ao abordarmos e refletirmos criticamente a respeito das atividades de lazer a partir do tempo disponível, encontramos a suposição que seria possível usufruir-se do que Morin (1969) chamará de processo democrático do lazer. Entretanto mesmo com a diminuição da carga horária de trabalho após as lutas sindicais nos séculos XVII e XVIII, não se tem aceito o entendimento do lazer como um tempo ganho sobre o trabalho, principalmente quando se trata de populações específicas.

     Neste sentido os estudos que investigam populações femininas não demonstram grande adesão das atividades de lazer, em relação às atividades produtivas. Além de impedimentos financeiros, e da própria divisão do trabalho doméstico, são relatados possíveis danos (desgaste físico, distúrbios osteomusculares, dores na coluna, pressão arterial alta, sofrimento, varizes) para com a saúde de mulheres de baixa renda (Marcon et al 1997; Rocha, 1999). O que reforçam o ponto de vista de procurar-se avançar de modo a relacionar o lazer/trabalho feminino a um nível empírico mais específico (Pelicioni, 1995; Campos, 1996; Mourão, 1999; De Oliveira, 1999; Ladeira, 2000; Pires, 2001). De acordo com este contexto, ter filhos pequenos e muitas vezes sem ter uma babá com quem deixá-los, também são implicações comuns no que se refere aos estudos. Certamente essas constatações contribuem com a suposição de que mulheres de baixa renda e baixo nível de escolaridade não usufruam de horas de lazer para seu próprio desenvolvimento cultural de movimento.

    Por outro lado, grande parte dos estudos que descrevem tais complicações não colocam a cultura corporal de lazer como objetivo específico das investigação bem como uma carência de estudos das representações sociais (estudos das unidades de significado linguistico em diferentes períodos de trabalho). Além disso notamos ainda que muitas são as diferenças metodológicas (base teórica diferenciada), o que poderia dificultar a interpretação dos resultados encontrados e o bom entendimento da problemática, em função das categorias. A partir desta problemática, perguntamos de que forma as mulheres economicamente ativas poderiam ser prejudicadas quando na análise do tempo disponível para o lazer a partir das representações sociais ?

    Afim de avançarmos no entendimento desta problemática optamos pela abordagem qualitativa a partir das representações sociais proposta por Moscovici (2003), do delineamento da pesquisa por Minayo (1992); Wagner (1995); Spink (1995) e da elaboração do instrumento a partir dos modelos sugeridos por Mucchielli (1978). Adotados o conceito de Gonçalves Junior (2003) que compreende o desenvolvimento da cultura corporal, como a relação humana com o mundo, considerando a motricidade (movimento humano) quer lúdica, agonística, espetacular, higiênica ou estética, que faz parte do acervo de experiências humanas. As atividades de lazer foram delimitadas seguindo a classificação de interesses físicos (práticas esportivas, passeios, pesca, ginástica) e de todas as atividades em que prevalecessem o movimento ou o exercício físico, incluindo as diversas modalidades esportivas que constituem o campo do interesse físico fora do contexto do trabalho, seja público ou privado1 (Marcellino, 2002). Por conta dessas constatações, o objetivo deste estudo consistiu em investigar em diferentes turnos de trabalho, as principais atividades diárias, em especial as atividades de lazer, a partir da expressão e desenvolvimento da cultura corporal de movimento entre mulheres auxiliares de limpeza.


Lazer, trabalho e qualidade de vida

    Apesar de muitas pesquisas terem como objetivo conhecer entre mulheres trabalhadoras, suas condições econômicas e suas atitudes expressas no cotidiano, não se tem notado estudos que visem compreender especificamente as atividades de lazer em relação ao desenvolvimento da expressão e cultura corporal. Por outro lado, tem-se demonstrado, que muitas vezes as únicas formas de lazer dessas trabalhadoras (funcionárias de creches e operarias da industria de calçados) resumem-se a escutar rádio e assistir TV (Pelicioni, 1995; Campos, 1996; Ladeira (2000). Basicamente o único tempo destinado ao lazer encontra-se nos finais de semana, quando a família se reúne. Ainda neste caminho, notamos que existe a possibilidade de haver diferenças entre as idades e entre os graus de escolarização, presumindo que seja possível que as mais jovens e mais escolarizadas possam ter mais tempo dedicado ao lazer e serem mais críticas com relação à divisão das atribuições entre toda a família.

    Muitas destas mulheres trabalhadoras (funcionárias de creches, operarias da industria de calçados e auxiliares de limpeza) expressam a rotina de saírem de casa por volta das 4 horas da manhã em direção ao trabalho (com exposição média de três horas de deslocamento) e quando retornam aos seus lares, essas mulheres ainda executam uma série de atribuições, como cuidar da casa, dos filhos, fazer o jantar, ensinar o dever de casa às crianças entre outras. Estas profissionais enfrentam uma impossibilidade de executar algum tipo de lazer em especial a prática de exercícios físicos de forma regular (Pelicioni, 1995; Campos, 1996; Mourão, 1999; De Oliveira, 1999) entre outros (Moraes & Alexandre et al 2002; Marcondes & Rotenberg et al 2003).

    Apesar de alguns destes estudos terem objetivos e metodologias diferenciadas podemos constatar que a vida dessas mulheres trabalhadoras torna-se mais complicada em função do acúmulo de trabalhos domésticos e preocupações financeiras, itens possivelmente determinantes para a impossibilidade de usufruir seu relativo tempo disponível para o desenvolvimento do lazer.

    Além da repercussão negativa da dupla jornada de trabalho, impossibilitando essa mulher economicamente ativa de participar de atividades de lazer, também são apontados os prováveis efeitos deletérios para com sua saúde (desgaste físico, distúrbios osteomusculares, dores na coluna, pressão arterial alta, sofrimento, varizes)2 (Motta & Neto, 1985; Marcon & Koga et al, 1997; Rocha, 1999; Rocha, 2001; Medeiros & Martins, 2002). Segundo Verbrugge apud Aquino & Menezes et al (1991), para além das doenças eminentes como as cerebrovasculares, pulmonares entre outras, tem se destacado que a grande participação das mulheres como chefes de família, com maior organização política e ingresso no mercado de trabalho possa não estar trazendo vantagens quanto ao tempo de sobrevida, principalmente em função do excesso de atribuições domésticas, maternas e trabalho formal.

    Porém algumas diferenças são apresentadas quando levado em conta os esforços físicos considerados mais pesados entre grupos distintos de auxiliares de enfermagem quando comparado com as enfermeiras chefes (Aquino & Araujo et al, 1993; Rocha, 1999). Resultados estes que se confirmam em termos de dores na coluna, pressão arterial alta e varizes. Finalmente, confirma-se que os trabalhos domésticos, somados ao trabalho formal, podem contribuir para o aparecimento de fadiga crônica, desgaste físico, além de patologias específicas entre grupos femininos com funções distintas.

    Constatamos de forma geral, que a mulher tem participado ativamente tanto no ponto de vista privado (atribuições domésticas e maternas) quanto no ponto de vista público (trabalho capitalista), o que poderia a médio ou longo prazo refletir negativamente tanto no ponto de vista do desenvolvimento da cultura corporal de lazer, como para com sua saúde (Motta & Neto, 1985; Marcon & Koga et al, 1997; Correia, 1997; Rocha, 1999; Rocha, 2001; Rocha & Debert-Ribeiro, 2001; Medeiros & Martins, 2002).


Material e métodos

Revisão de literatura

    A pesquisa aqui apresentada iniciou-se pela revisão de literatura que trata-se especificamente ou parcialmente da relação de mulheres economicamente ativas com o lazer, no período 1985-2003. Serviu-se dos periódicos encontrados a partir dos bancos de dados da FSP-USP3, BIREME4 e MEDLINE5.


Caracterização da amostra /delimitação

    A pesquisa se desenvolveu em uma instituição de ensino privada (na cidade de São Paulo) e contou com um grupo de (37) auxiliares de limpeza entre uma população prevista de 100 trabalhadoras, divididas em 3 (três) categorias (turnos) qualitativas. Sendo esta amostra escolhida sem qualquer forma de controle probabilístico.

    A caracterização da amostra estudada teve como base o gênero feminino, o trabalho formal (serviço de limpeza), idade média das trabalhadoras (30 anos), diferentes turnos de trabalho (manhã, tarde e noite), número de filhos, nível de escolaridade (1o 2o ou 3o graus), número de horas trabalhadas, estado civil, tempo de deslocamento de ida e volta ao trabalho, número de horas de sono e atividades de lazer no âmbito da cultura corporal.

    Em função da abordagem qualitativa, não foi priorizada a representação numérica, e sim o aprofundamento e a abrangência das unidades de significação, portanto 10 (dez) questionários foram suficientes para cada grupo, já que um número maior só representaria uma reprodução desnecessária dos resultados obtidos com fim qualitativo (Mourão, 1999). Para exposição de nossa amostra na tabela abaixo, seguimos as seguintes diretrizes: a) seleção de sujeitos sociais que representassem os atributos procurados na pesquisa; b) obtenção de uma amostra suficiente para posterior reincidência das informações (Minayo, 1992).

Tabela 01


Amostra de (n=37) / universo da pesquisa (n=100)


O instrumento

    Trata-se de um questionário semi-estruturado, ordenado para a compreensão dos conceitos apresentados durante o trabalho. O roteiro de perguntas baseou-se: a) no objetivo e no objeto de estudo da pesquisa; b) na exploração dos fatos e das relações que compõem o objeto de pesquisa; c) na revisão de literatura, (Mucchielli, 1978).

    Para a validade do questionário foram seguidos os critérios de pré-teste com intuito de avaliar a objetividade e a consistência das informações coletadas. Os questionários foram submetidos a uma análise de resultados, após serem distribuídos a dois grupos com as mesmas características do nosso grupo alvo, em diferentes instituições, totalizando 8 questionários. Foram avaliadas e discutidas a representatividade, objetividade, homogeneidade, ordem das questões e a clareza da redação definitiva. Anexo ao questionário foi usado o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme previsto nas recomendações de pesquisa com seres humanos (Resolução 196 de 1996)6.


Análise dos resultados

    Foram tratadas às representações sociais a partir do significado semântico das palavras, tendo como base as dimensões teóricas oferecidas entre os feixes de relações, que poderiam ser interpretados através de uma palavra, uma frase ou um resumo, podendo assim dar sentido ao discurso do objeto pesquisado (Moscovici, 2003). De acordo com Minayo (1992) a fala é reveladora das condições estruturais, dos sistemas de valores, das normas e símbolos, em um determinado contexto histórico, sócio-econômico e cultural. O que para Bakhtin a palavra é o modo mais puro para representar a vida cotidiana (Minayo, 1992).

    Para contribuir com a análise das representações sociais, utilizou-se dos pressupostos semânticos oferecidos por Ilari & Geraldi (2001), conforme o entendimento das ambigüidades (duplicidade de sentido), do ato da fala (ações que o locutor pratica), da estrutura semântica (conjunto de elementos e relações relevantes para determinar o sentido de uma expressão ou oração), da paráfrase (equivalência de sentido que os locutores estabelecem entre orações diferentes), da sinonímia (identidade de sentido que os autores reconhecem entre duas palavras).

    A partir da proposta de Moscovici (2003) foram demarcadas as expressões que evidenciaram as vivências do cotidiano das auxiliares de limpeza, sendo analisadas em formato de categorias de significado, segundo os procedimentos: a) recortes sublinhados das categorias mais relevantes no contexto das falas; b) exposição objetiva do núcleo de compreensão do texto (unidade de significado); c) reprodução individual das frases em sua totalidade; d) exposição entre parênteses, do número total de respostas para uma mesma categoria segundo a sua equivalência de sentido e sinonímia.


Resultados e discussão

    Um dos pontos que ressaltamos na caracterização de nosso grupo (verificar tabela) fica por conta do excesso de horas trabalhadas, cerca de 15 a 16 horas se computadas as horas trabalhadas no emprego formal (público) mais as horas trabalhadas em atividades domésticas (privado). A partir do estudo de Da Motta & Neto (1985), evidencia-se o que os autores chamam de trabalho invisível (trabalho doméstico), com pouca probabilidade de ser reconhecido como trabalho capitalista. Esses autores reportam-se ao trabalho fabril no início do processo capitalista XVII e XVIII quando analisam a dupla jornada de trabalho estritamente doméstica ou parcialmente doméstica. Ainda deixam claro que o trabalho doméstico é cansativo, o que se evidencia no esgotamento do corpo e muitas vezes em uma insuportável e repetitiva tarefa entre mulheres.

    Porém acreditamos que o empenho do gênero feminino seja de extrema importância no sentido de buscar melhores condições de trabalho, melhor remuneração, maior nível educacional e maior liberdade de expressão, pontos esses, para citar alguns, que precisam ser repensados tanto no meio acadêmico, como no âmbito de nossa sociedade. Além das características observadas em nossa tabela, o nível de escolaridade dessas mulheres é de; 1ograu incompleto n=20, 1o grau completo n=06, 2o incompleto n=4 e 2o completo n=7. Ou seja pouco provável que seja observada manifestações mais criticas em relação aos seus costumes estabelecidos de forma cultural. Neste sentido acreditamos que o estabelecimento de uma cultura corporal de lazer tem se distanciado do que Morin (1969) chama de processo democrático do lazer, não entendemos o lazer como tempo ganho sobre o trabalho pois não encontramos um resultado satisfatório suficiente para tal afirmação.


Principais atividades ao acordar

    De forma homogênea, os discursos analisados dizem respeito aos encargos domésticos e maternos: serviço doméstico (35), cuidados maternos (12), atribuições culinárias (20), asseio pessoal (22), refeição(03)7. A dinâmica do grupo estudado baseia-se nas atividades acima, nesse sentido, transcrevemos as frases à medida que foram observadas paráfrases, ou seja observada a equivalência de sentido que os locutores estabeleceram entre orações diferentes. Para as representações sociais, isso significa um discurso homogêneo em função da interiorização de costumes entre um mesmo grupo, tornando-se familiar em uma determinada ação coletiva expressa em palavras ou frases, que para Moscovici (2003) é entendido como habitus coletivo.

    Acrescentamos que em quase todos os questionários foram observadas palavras relacionadas ao trabalho doméstico. O que nos permite afirmar uma ação homogênea culturalmente observada entre as mulheres de baixa renda, (Motta & Neto, 1985; Mourão, 1999). No entanto, convém esclarecer que este trabalho doméstico não deve ser encarado como uma atividade prazerosa nem uma atividade em beneficio da qualidade de vida. Acredita-se que trabalhos domésticos e trabalhos registrados podem juntos ou mesmo separados contribuir para o aparecimento de fadiga crônica, desgaste físico, além de patologias específicas (Aquino & Araujo et al, 1993; Medeiros & Martins, 2002) danosas no âmbito da saúde pública.

    Nesta discussão Dejours, Dessors, & Desriaux (1993) descrevem a depressão como um dos fatores que provocam desequilíbrio, afastada do estado de angustia que é necessária, pois é ela que nos move, que nos impulsiona e nos motiva em nossa vida. O perigo estaria então no mecanismo social no qual a somatização (situação afetiva insustentável) e a impossibilidade de agir com liberdade e autonomia no trabalho desencadearia a doença em específico. Em suas palavras; " A saúde mental não é, seguramente a ausência de angustia, nem o conforto constante e uniforme. A saúde é a existência de esperança, das metas, dos objetivos que podem ser elaborados. É quando há o desejo. O que faz as pessoas viverem é o desejo e não só as satisfações" (p. 101, Dejours, Dessors, & Desriaux, 1993).

    Caracterizando a nossa amostra como representativa da dupla jornada (trabalho doméstico, mais trabalho formal) entre auxiliares de limpeza, sendo possivelmente um fator de deterioração da auto-estima, causador de depressão, cansaço físico e profundo estimulador do esgotamento mental. Notamos ser esta uma tarefa não apreciada pelo gênero feminino, e provavelmente um dos maiores impedimentos para a realização de atividades de lazer.


Principais atividades após o horário de trabalho

    Neste segundo momento do foco da pesquisa, a dinâmica das mulheres não parece se alterar, a dupla jornada de trabalho vem se confirmando em forma de discurso, e nos mostrando a realidade vivida por essas mulheres: serviço doméstico (18), cuidados maternos (10), atribuições culinárias (14), asseio pessoal (11), refeição (07)8. Constata-se neste sentido uma grande preocupação social, pois uma possível falha na educação física escolar poderia estar contribuindo para uma cultura corporal não perceptível nesta pesquisa.


Estabelecimento da cultura corporal

    "O intelecto humano, no sentido específico do raciocínio orientador, depende da manipulação de certos tipos de recursos culturais, de maneira a produzir (descobrir, selecionar) os estímulos ambientais necessários para o organismo - qualquer que seja o propósito; trata-se de uma busca pela informação" (Geertz, 1989, p92).

    Do mesmo modo entendemos a cultura corporal. É preciso saber algo sobre a nossa imagem corporal para desenvolve-la, não só sobre o nosso ritual para com as experiências na dança, na prática desportiva de lazer ou em qualquer outra, mas também sobre as nossas vontades em função de novas atividades, necessita-se de informações nas quais nos de condições para criticamente em pró do lazer, e assim buscarmos imagens que nos sirvam de lembrança, de modelo do presente e do passado.

    "Para tomar uma decisão, precisamos saber como nos sentimos a respeito das coisas; para saber como nos sentimos a respeito das coisas, precisamos de imagens públicas, de sentimentos que apenas o ritual, o mito e a arte podem fornecer" (Geertz, 1989 96p,). A partir da educação, da expressão e da manifestação desta arte e através de sua prática cotidiana, na sua relação social o indivíduo é que se estabelece sua cultura corporal.

    Constatamos em nossa amostra uma quase inexistente cultura corporal entre os discursos, pouca menção foi atribuída a respeito de atividades de lazer. Percebemos uma tímida realização de atividades: andar de bicicleta (03), caminhada em ruas, caminhada em parques, caminhada em praças (09), atividade em academia de ginástica (01), prática de esporte (01), dança (03), nenhuma atividade de lazer (27). Salientamos porém que o simples ato de caminhar encontrado na pesquisa pode ser confundido com atividades do cotidiano, o que dificultaria o entendimento de uma cultura corporal propriamente dita.


Demais atividades de lazer

    Neste item encontramos um quadro também muito preocupante, pois alem de praticamente não existirem atividades físicas de lazer entre estas mulheres, o pouco tempo disponível é despendido com (televisão rádio e igreja). Neste sentido os resultados seguem a partir dos itens mais demarcados; revistas, jornais ou livros (6), cinema (01), televisão (26), viagem (01), radio (24), shopping (05), durmo (13), restaurante e lanchonete (04), teatro (01), igreja (24), circo (00). O terceiro item mais demarcado não é considerado uma atividade de lazer mas sim uma obrigação religiosa segundo o entendimento de Marcellino (2002). Já a televisão e o radio é entendido como uma forma de lazer, porém pouco proveitosa (Morin, 1969).


Satisfação em relação ao tempo livre para o lazer

    As mulheres não estão satisfeitas com seu tempo disponível para o lazer, contendo (19) respostas negativas representadas pelo núcleo de compreensão: "Não tenho tempo para o lazer, porque minha vida está passando e eu não estou vendo, tenho dois filhos para criar sozinha e não tenho muito, alias nada o que escolher, somente trabalhar, se eu pudesse eu gostaria de participar de alguma coisa como freqüentar uma academia ir ao shopping, ao cinema com meus filhos"9.

    Porém, observamos em alguns relatos, um certo conformismo nas mulheres que se sentem satisfeitas com o tempo de lazer, representadas pelo núcleo de compreensão: "Eu chego cansada do trabalho e não tenho vontade para outra coisa, porque durante a semana eu trabalho e no fim de semana eu uso para o lazer, porque vou passear ao domingo, porque eu fico com minha família até ir para o serviço" (16).

    Em razão dessas respostas, o pouco tempo destinado a uma possível atividade para o desenvolvimento do lazer, parece estar mais voltado para as funções maternas, (Motta & Neto, 1985; Correia, 1997; Mourão, 1999) muitas vezes confundido com o próprio momento de lazer, (Mourão, 1999). Fica aqui mais uma constatação de que pouco se observa em relação a um discurso crítico o que poderia ser corrigido através de mudanças nas estruturas educacionais.


Fato de sentir falta de um tempo para o lazer

    As respostas obtidas neste item são mais esclarecedoras que as anteriores, contendo (28) respostas que representam a insatisfação das mulheres em relação ao tempo lazer: "Não posso passar direito os dias de semana com meus filhos, não tenho tempo disponível, porque gostaria de fazer alguma atividade física mas o tempo não dá, porque minha vida é muito corrida, gostaria de ficar um pouco mais com meus filhos ou visitar a minha família". O acúmulo de atividades maternas e domésticas são pontos relevantes nesta discussão e uma intervenção no educacional nos parece ser fundamental em termos de mudanças de atitude.

    Por outro lado o conformismo entre as mulheres que não sentem falta de um tempo disponível para o lazer fica explicito nas seguintes falas: Trabalho muito tanto fora de casa como em casa, nem me sinto sem tempo para o lazer, porque se eu não trabalhasse eu não teria minhas coisas, então não tenho como sentir falta" totalizando (08) respostas.

    Neste sentido, medidas a serem tomadas já na adolescência poderiam ter contribuído para uma melhor formação crítica e para um maior desenvolvimento da cultura corporal entre mulheres de baixa renda. Acreditamos que essa cultura corporal quase inexistente tenha sido fruto de toda uma história de vida muito relacionada à característica do gênero feminino (Correia, 1997).


Liberdade para participar de atividades de lazer

    As respostas deste item se repetem, já que, propositadamente, mudamos um pouco o modo de perguntar para não correr o risco de uma possível incompreensão, assim obtendo (22) respostas representadas pelo núcleo de compreensão: "Só tenho tempo para o trabalho, depende de fazer muito esforço, não tenho liberdade porque tenho muitas coisas para colocar em ordem em minha casa. Presumimos que o ingresso destas mulheres no mercado de trabalho deve ser interpretado com maiores cuidados, para que se evite danos para com a saúde feminina. Já as respostas negativas se confirmam em conformismo descritos como: porque vou fazer os afazeres domésticos, tenho que cuidar das crianças, porque tenho que trabalhar, tenho que cuidar da família (15).


Lazer e mudança de hábito

    Nestes depoimentos, alcançamos maior visualização da dinâmica vivida por essas mulheres: "Queria ter mais tempo para o lazer, gostaria de fazer atividades em academia de ginástica, gostaria que tudo mudasse, gostaria de passear com meus filhos, gostaria de um emprego melhor e um salário melhor, gostaria que mudasse minha rotina de trabalho, gostaria de ganhar bastante dinheiro, ter mais diversão, ir para a praia e viajar, muitas coisas, ter tempo para a família, fazer capoeira". Alem destes depoimentos individuais, acrescentamos alguns núcleos de significado: gostaria de um maior tempo de lazer com a família (05), diminuição do trabalho (01), participar de atividade corporal de luta (01), freqüentar uma academia de ginástica (03).

    Nestas ultimas falas conseguimos identificar uma maior clareza no sentido de insatisfação dessas trabalhadoras em relação a sua rotina de vida. Constatamos que elas gostariam de mudar muito sua vida, principalmente para terem mais tempo com a família e com os filhos. Ficando assim muito claro sua estreita relação com as atividades maternas e suas responsabilidades culturais na dinâmica doméstica de um lar.

    Salientamos também, o grande desejo de mudanças na dinâmica da divisão do trabalho, a partir dos resultados extraídos de Ladeira (2000). Segundo essa autora, o trabalho doméstico, o cuidado com os filhos, o pagamento de contas e as compras de supermercado, são responsabilidades comuns da vida conjugal. Porém, presumimos que uma visão mais crítica a este respeito é pouco observada entre mulheres de baixa renda, e possivelmente mais comum entre mulheres com maior nível econômico e maior nível educacional. Neste sentido acreditamos que os resultados, em termos de dupla jornada e cultura corporal, poderão ser alterados à medida que houver maior nível e maior compreensão dos direitos para com a liberdade e para com a melhora na condição de vida entre mulheres que trabalham. Enfim, para que a cultura corporal se estabeleça entre auxiliares de limpeza, é necessário que ocorram intervenções educacionais, para que se construa um aparato que no nosso entendimento é social e historicamente determinado por variáveis individuais, sociais, econômicas e políticas.


Vontade de participar de atividades de lazer

    Finalizando nossa explanação, em função das informações coletadas, salientamos a vontade dessas mulheres de participar de atividades corporais de lazer, e reconhecemos as barreias para uma possível adesão em alguma atividade corporal: praticar alguma luta (03), freqüentar academia de ginástica (10), fazer natação (02), fazer passeios (09), praticar esporte (02), ir ao parque (03), fazer algum tipo de dança (03), ir ao estádio de futebol (01), viajar (01), praticar esporte radical (01).

    De modo geral, todas as respostas se concentram em atividades corporais, com ênfase na dança, na prática de esportes e nas ginásticas de academia. Consideramos importantes à medida que mostram uma falta de cultura corporal e um excesso de atividades consideradas barreiras culturais para o envolvimento em atividade de lazer, e mas mais do que isso demonstra-nos a grande vontade destas mulheres e quererem participar de atividades de lazer bem como suas inquietações para com suas impossibilidade de satisfação neste contexto.

    Naturalmente entendemos que este quadro se estende a grande parte das mulheres de baixa renda baixo e baixo nível de escolaridade que exercem serviços de limpeza. Torna-se preocupante pela ausência de desenvolvimento em praticamente toda a esfera cultural do lazer, em especial qualquer tipo de cultura corporal, que precisa ser repensado não só no âmbito das políticas públicas como no âmbito educacional. Dumazedier (2001) acrescenta: "A debilidade da renda leva a um modo de vida comum entre pessoas da mesma condição, de tal modo que nem mesmo o lazer gratuito é capaz de despertar interesse e obter sucesso, especialmente entre operários" (84.p, 2001).


Considerações finais

    A partir de alguns pressupostos teóricos disponíveis em nossa revisão, foi possível entendermos algumas das dificuldades vivenciadas entre mulheres de baixa renda e baixo nível de escolaridade, relacionando o impedimento destas mulheres com a dupla jornada de trabalho. Entendemos a dupla jornada de trabalho como uma possível variável causadora do desgaste físico, distúrbios osteomusculares, dores na coluna, pressão arterial alta, sofrimento, varizes entre outras.

    Descrevemos a partir de nossa amostra, uma tímida prática desportiva para o desenvolvimento da cultura corporal de lazer entre mulheres auxiliares de limpeza. Analisamos os diferentes turnos de trabalho (manha, tarde e noite), bem como os caracterizamos como trabalho formal (público) e trabalho doméstico (privado) a partir do nocivo modelo capitalista do início dos séculos XVII e XVIII.

    Entendemos que as medidas a serem tomadas serão importantes a medida que exista maior divisão de tarefas, bem como discussões e propostas em termos de políticas públicas e educacionais. Acreditamos que o empenho do gênero feminino deve ser tão importante quanto às outras vaiáveis, e neste sentido a busca de melhores condições de trabalho, maior adesão ao lazer, melhor remuneração, maior nível educacional e maior liberdade, são alguns dos pontos a serem repensados por nossa sociedade.

    Pressupomos que os resultados em termos de dupla jornada e cultura corporal poderão se alterar de acordo com o maior nível de escolaridade, maior compreensão dos direitos para com a liberdade e com a melhora na condição de vida entre mulheres que trabalham. Em fim para o estabelecimento da cultura corporal entre auxiliares de limpeza, tem-se a necessidade de intervenções educacionais, no sentido de se construir um aparato que entendemos ser social e historicamente determinado entre variáveis individuais, sociais, econômicas e políticas.

    Sugere-se além de instalações de creches acessíveis a trabalhadoras, escolas de boa qualidade para seus filhos, uma maior compreensão por meio dos membros de toda família. Embora esta não seja uma tarefa fácil muito em função do machismo masculino e fatores culturais que determinam o gênero feminino, não se deve confundir o trabalho doméstico como uma subordinação natural própria da mulher ou biologicamente determinada.

    Por fim o estabelecimento de uma cultura corporal de lazer não tem se mostrado como se apresenta o chamado processo democrático do lazer. Mesmo com a diminuição da carga horária de trabalho após as lutas sindicais, não entendemos o lazer como uma prática acessível a mulheres em diferentes ocupações no mercado de trabalho, principalmente aquelas que se encontram menos favorecidas como o caso das auxiliares de limpeza.


Notas

  1. Público no sentido do trabalho capitalista, e privado no sentido de trabalho doméstico.

  2. Com base em Dejours, Dessors, & Desriaux (1993) assume-se o entendimento de saúde, conforme suas palavras, "saúde não é um estado, mas um objetivo que se remaneja sem cessar", "não é alguma coisa que se tem ou não se tem, mas que se tenta conquistar e que se defende, como a liberdade" (104.p, 1993).

  3. Biblioteca da Faculdade de Saúde Pública/Universidade de São Paulo

  4. Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde

  5. NLM, National Library of Medicine

  6. O Conselho Nacional de Saúde regulamentou as pesquisas e as normas sobre pesquisas envolvendo seres humanos, instituindo a figura da responsabilidade ética e legal do pesquisador. Há ênfase para o consentimento livre e esclarecido dos indivíduos alvo e a proteção a grupos vulneráveis e legalmente incapazes. (Conselho Nacional de Saúde). De acordo com essa resolução, fica explicita a importância em seguir as recomendações éticas de pesquisa com seres humanos, independente da área de estudo. Resolução 196 de 1996.

  7. Conforme Halliday, "usamos a linguagem para representar nossa experiência dos processos, pessoas, objetos, abstrações, qualidades, estados e relações existentes no mundo exterior e interior'' São "pequenas cenas''(p23, Ilari & Geraldi, 2001), cenas estas pertencentes ao cotidiano, aos hábitos dos sujeitos estudados, (Moscovici, 2003). Salientamos que de acordo com a nossa metodologia, as numerações entre parênteses correspondentes a totalidade das resposta às diferentes categorias dos resultados obtidos no estudo.

  8. "As orações de processos mentais expressam o que se poderia chamar um experiência pela qual um fenômeno invade a consciência do processador'', (p24, Ilari & Geraldi, 2001).

  9. "Os interlocutores sabem e esperam de toda a frase pronunciada numa situação, que ela, de algum modo, apresente informações relevantes em sua interpretação literal" (p75, Ilari & Geraldi, 2001), é nesse sentido que nos baseamos para analisar e interpretar as falas dos atores sociais, já que neste caso somos os interlocutores. "Interpretar é, sempre, entre outras coisas, reconhecer uma intenção; as intenções é que contam, e o sentido literal só existe como uma hipótese, ou melhor, como uma construção a posteriori do analista",(77p, Ilari & Geraldi, 2001).


Referências bibliográficas

  • AQUINO, E. M. L, MENEZES, G. M, AMOEDO, M. B. E, et al. Mortalidade feminina no Brasil: Sexo frágil ou sexo forte. Cadernos de Saúde Pública, 7 (2) 174- 189p, 1991.

  • CAMPOS, R, A. O lazer da mulher no contexto profissional e familiar: Uma investigação com mães operarias da industria calçadista da cidade de Franca. Dissertação de Mestrado em Serviço Social - Faculdade de História Direito e Serviço Social, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 1996, 89p.

  • CORREIA, G. B. Sexualidade e Maternidade: "nós" e "laços" de um fenômeno cultural. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, v. 8, n.1, p. 21-34, 1997.

  • COSTA, I. T. M. Informação, trabalho e tempo livre: Políticas de informação para o século XXI. Ciência da Informação, v.28, n.2, p.136-138, 1999.

  • DA MOTTA, A. B, NETTO, Z.M. Tempo de mulher - tempo de trabalho entre mulheres proletárias em Salvador. Ciência e Cultura, v. 37, n. 9, p. 1442-1451, 1985.

  • DEJOURS, C, DESSORS, D, DESRIAUX, F. Por um trabalho, fator de equilíbrio. Revista de Administração de Empresas, v. 33, n. 3, p. 98-104, 1993.

  • DE OLIVEIRA, S. R. A relação das mulheres que fazem parte da população economicamente ativa, casadas, que tem filhos, com o lazer. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 21, n. 1, p. 1552, 1999.

  • DUMAZEDIER, J. Lazer e cultura popular. Perspectiva, 2001, 334p.

  • GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Guanabara Koogam - Rio de Janeiro, 1989, 323p.

  • GONÇALVES JÚNIOR, L. Cultura corporal: Alguns subsídios para sua compreensão na conteporaneidade. Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares, Unidade de Investigação em Antropologia, 2003, 35p.

  • ILARE, R, GERALDI, J. W. Semântica. São Paulo, Editora Ática, 10a edição, 2001, 96p.

  • LADEIRA, K. F. Dupla jornada da mulher e qualidade de vida: A influencia do nível socioeconômico nas estratégias de conciliação entre o tempo laboral e o tempo familiar. Magister Scientiae em Economia Doméstica - Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, 2000, 91p.

  • MAMEDE, M. V, MESSIAS, D. K. H, SHIMO, A. K. K, et al. Mulher e saúde: suas preocupações. Revista Paulista de Enfermagem, v. 10, n.3, p. 121-127, 1991.

  • MARCELLINO, N. C. Estudos do lazer: Uma introdução. Autores Associados, 2002.

  • MARCON, S. S, KOGA, M, WAIDMAN, M, A. P, et al. O trabalho da mulher: O confronto com a realidade familiar. Texto e Contexto Enfermagem, Florianopolis, v.6, n.1, p. 135-156, 1997.

  • MARCONDES, W. B, ROTENBERG, L, PORTELA, L. F, MORENO, C. R .C. P. Peso do trabalho "leve" feminino à saúde. São Paulo em Perspectiva, v. 17, n. 2, p. 91-1001, 2003.

  • MAUSS, M. As técnicas corporais. In. Sociologia e Antropologia. São Paulo, EPU/EDUSP, 1974.

  • MEDEIROS, M. H. R, MARTINS, G. O sofrimento mental feminino e sua relação com o trabalho doméstico na cidade de São Carlos (SP). Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 51, n.4, p. 247-258, 2002.

  • MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec-Abrasco, 1992, 269p.

  • MORAES, M. A. A, ALEXANDRE, N. M.C, GUIRARDELLO, E. B. Sintomas músculo-esqueléticos e condições de trabalho de costureiras de um hospotal universitário. Rev Pau Enf, v. 21. n. 3, set/dez., 2002.

  • MORIN, E. Cultura de massas no século XX: O espírito do tempo. 2a Edição - Forense, Rio de Janeiro, 1969, 208p.

  • MOSCOVICI, S. Representações sociais: Investigações em psicologia social. Petrópolis -RJ, Editora Vozes, 2003, 404p.

  • MOURÃO, L. Representação social da relação do trabalho feminino da diarista com as opções de lazer na comunidade de queimados. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 52-72, nov, 1999.

  • MUCCHIELLI, R. O Questionário na Pesquisa Psicossocial. São Paulo: Martins Fontes, 1979, 176p.

  • PELICIONI, M. C. F. Qualidade de vida das mulheres trabalhadoras das creches do bairro Bela Vista do Município de São Paulo. Tese de Doutorado - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1995.

  • PIRES, A. G. M. G. As vozes do algodão: Bóias-frias e suas representações sociais de tempo livre e lazer. In (Org) VOTRE, S. Imaginário e representações sociais em educação física, esporte e lazer. Rio de Janeiro - Editora Gama Filho, 2001, 344p.

  • ROCHA, A. M. Fatores que influenciam a saúde da mulher que trabalha em enfermagem. O Mundo da Saúde, São Paulo, ano. 23, v. 23, n. 2, 1999.

  • ROCHA, L. E, DEBERT-RIBEIRO, M. Trabalho, saúde e gênero: estudo comparativo sobre analistas de sistemas. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 6, p. 539-47, 2001.

  • SPINK, M. J. Desvendando as teorias implícitas: uma metodologia de análise das representações sociais. In. (Orgs) Textos em representações sociais. Petrópolis RJ: Vozes, 1995, 324p.

  • WAGNER, W. Descrição e explicação e método na pesquisa das representações sociais. In. (Orgs) Textos em representações sociais. Petrópolis RJ: Vozes, 1995, 324p.

Outro artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
http://www.efdeportes.com/ · FreeFind
   

revista digital · Año 10 · N° 85 | Buenos Aires, Junio 2005  
© 1997-2005 Derechos reservados