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Concentração de lactato sanguíneo em aulas de ciclismo
indoor de intensidade submáxima: um estudo piloto
Blood lactate concentration in sub maximum intensity indoor cycling classes: a pilot study

   
* Academia Corpo e Saúde - Taguatinga/ DF
** Universidade Católica de Brasília - UCB,
Laboratório de Estudos em Fisiologia do Exercício - LEFE,
*** Universidade Católica de Brasília - UCB,
Laboratório de Estudos de Força - LABEF
**** Universidade Católica de Brasília - UCB,
Coordenação do Programa de Iniciação Científica
***** Universidade Castelo Branco - RJ,
Coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
 
 
Adriano de O. Gomes*
Renato André Silva**
Hildeamo Bonifácio Oliveira***
Fernando Policarpo Barbosa****
José Fernandes Filho*****

renatoa@ucb.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    O Ciclismo Indoor vem crescendo em todo o mundo, porém, pouco se sabe sobre as respostas e adaptações fisiológicas implícitas a essa modalidade. Podemos destacar as concentrações de lactato sanguíneo (LAC) e a resposta da freqüência cardíaca (FC) durante as aulas como pontos de partida para obtenção de tais conhecimentos. Desta maneira, o objetivo deste estudo foi relacionar as concentrações de LAC nas intensidades de 70% e 80% da freqüência cardíaca máxima, em uma aula do tipo intervalada aeróbica, com a realização ou não de exercícios físicos pré-aula. A amostra foi composta por dez praticantes com idade média de 28,00±5,86 e os resultados mostraram uma inadequação entre os valores médios encontrados de LAC 3,05±1,15; 5,81±3,92 para primeira a aula e 8,51±3,36 e 8,30±2,50 para a segunda, nas intensidades de 70 e 80% respectivamente, sendo observada diferença significativa para a intensidade de 70%, comprovada por uma acidose sustentada provinda dos exercícios pré-aula. A massa corporal não apresentou diferença entre as aulas. Consideramos que a prescrição das intensidades, utilizando equação preditiva apresenta pouca confiabilidade, exigindo uma maior atenção do profissional, além do que há necessidade de informar aos alunos a importância da recuperação entre as sessões exercícios físicos.
    Unitermos: Lactato sanguíneo. Ciclismo indoor. Intensidade submáxima.
 
Abstract
    The Indoor Cycling is becoming more and more practiced all over the world, however, little is known about the answers and implicit physiological adaptations to this modality. We can choose the blood lactate concentrations (BLC) and the cardiac frequency reply (CF) during the classes as starting points to get such information. In this way, the aim of this study is to relate the concentrations of BLC in the 70% and 80% intensities of the maximum cardiac frequency, in intervals ride type class, with or without pre-class physical exercises. Ten practitioners with average age of 28,00±5,86 composed the sample and the results had shown difference between the average values of BLC 3,05±1,15; 5,81±3,92 for the first class and 8,51±3,36 and 8,30±2,50 for the second class, in the 70 and 80% intensities respectively. A significant difference for the 70% intensity was observed, proved by a sustained acidosis caused by pre-class exercises. The corporal mass did not present difference between the classes. We consider that the prescription of the intensities, using predictive equation presents little trustworthiness, demanding a great attention of the professional, besides the need to inform the pupils about the importance of recovery between the physical exercises sessions.
    Keywords: Blood lactate. Indoor cycling. Sub maximum intensity.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 79 - Diciembre de 2004

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Introdução

    A prática do Ciclismo Indoor (CI) nas academias de todo o mundo vem crescendo vertiginosamente, porém, pouco se sabe sobre as alterações fisiológicas relacionadas às concentrações de lactato sanguíneo (LAC) e a freqüência cardíaca durante as aulas16. As turmas se caracterizam em sua grande maioria, pela heterogeneidade no condicionamento físico, o que poderá gerar adaptações negativas, caso não se tenha em mente os princípios científicos da preparação física17.

    Nesta modalidade, há situações de esforço considerável que variam entre 65 a 92% da freqüência cardíaca máxima (FCmáx) com alternância ou não de intervalos de recuperação ativa (treinamento intervalado). O monitoramento cardíaco para o controle da intensidade do exercício é acompanhado por um profissional de Educação Física ou um instrutor, que por sua vez, prescreve as zonas alvo de treinamento tendo como base a equação 220 - idade, segundo recomendações do Programa Johnny G. Spinning®8.

    Johnny G.8, criador do programa Spinning®, pondera que para se construir uma base aeróbica sólida deve-se respeitar a intensidade de 80% da FCmáx, e/ou utilizar a escala de percepção subjetiva de esforço até 16 pontos. McArdle 11 considera que 70% a 90% da FCmáx são valores consideráveis para ganho de condicionamento físico aeróbico, nomeando zona sensível ao treinamento, valores que são similares aos sugeridos pelo programa Spinning®. Estes valores podem variar em função das equações que são utilizadas para predizer a FCmáx. Herrera7 denomina estes níveis como áreas funcionais do treinamento, fazendo uma correlação entre freqüência cardíaca (FC) e a concentração LAC.

    Já o treinamento intervalado tem revelado uma série de vantagens (adaptações crônicas e agudas) se comparado ao treinamento aeróbio contínuo, tais como: aumento do VO2máx, aumento do volume cardíaco, aumento das mioglobinas, diminuição da freqüência cardíaca tanto em repouso quanto no exercício submáximo, assim como foram observadas alterações na pressão arterial, na diastólica como a sistólica 1, 2.

    O CI e sua bicicleta específica apresentam características peculiares. Em virtude disso, tal modalidade torna-se bem diferente do ciclismo convencional (outdoor). A bicicleta possui o que chamamos de catraca fixa1 (1) que faz com que a mecânica da pedala e, possivelmente, as respostas fisiológicas ao exercício sejam diferentes, além de determinar diferenças marcantes no programa como a não busca por competição entre os praticantes8.

    Observa-se na literatura uma carência de estudos relacionados à prática do CI, havendo contradição no que diz respeito ao treinamento em bicicletas estacionárias em que se busca obter um treinamento ideal que proporcione a promoção da saúde através do CI. Deve-se respeitar a individualidade biológica de cada aluno e levar em conta que este treinamento é feito em não-atletas, visando uma resposta positiva para sua saúde. Outro ponto a ser ressaltado, é a prática de diferentes modalidades como: musculação, ginástica localizada, dentre outras, antes da aula de CI, o que poderá influenciar nas concentrações de LAC na aula.

    Torna-se evidente que a prática de exercícios deve ser executada de forma consciente, respeitando os limites individuais, genéticos e ambientais que influenciam no desempenho dos mesmos17.

    Desta maneira, o objetivo deste estudo foi relacionar as concentrações de LAC sanguíneo em intensidades submáximas (70% e 80% da FCmáx) em uma aula de CI, do tipo intervalada aeróbica, com a realização ou não de exercícios físicos pré-aula.


Materiais e Métodos

Metodologia

    Este estudo teve uma abordagem descritiva quase-experimental 15; visando observar as alterações das concentrações de LAC sanguíneo em praticantes de CI, em diferentes intensidades, em relação à realização de exercícios físicos ou não antes da aula 15.


Amostra

    A amostragem foi intencional, composta por dez indivíduos voluntários, sendo 05 do sexo masculino e 05 do sexo feminino praticantes de Ciclismo Indoor, segundo o programa Spinning®, com mais de vinte semanas e com freqüência de três aulas semanais, sendo uma amostra intencional.

    Antes do início do estudo, os voluntários foram informados dos procedimentos, dos possíveis riscos e desconfortos, além dos benefícios e convidados a assinar o termo de livre consentimento segundo a lei 196/96.

    Esse estudo foi submetido ao Comitê de Ética da UCB, bem como devidamente autorizado pelos proprietários e coordenação técnica da Academia Corpo e Saúde, Brasília-DF.


Protocolo Experimental

    O estudo foi dividido em duas fases: na primeira aula, os participantes foram instruídos a não praticar exercícios físicos no intervalo de 12 horas precedentes a aula; e na segunda aula, os mesmos foram informados que poderiam manter sua rotina diária dentro da academia, podendo realizar qualquer atividade antes da aula.

    No início das aulas, os alunos realizaram exercícios de alongamento e um aquecimento dinâmico de aproximadamente dez minutos. A aula teve como objetivo estimular o sistema cardiorespiratório, utilizando o treinamento intervalado (aeróbio) proposto por Johnny G.8. O tempo total de aula foi de 45 minutos.


Antropometria

    Na chegada, foram coletados dados antropométricos de peso por meio de uma balança (FILIZOLA Eletrônica/digital) com acuidade 100 g modelo PERSONAL LINE, estatura pelo estadiômetro modelo: 67031 (COUNTRY TECNOLOGY INC).


Lactacidemia

    Foram coletadas duas amostras de sangue por meio de punção digital sendo a coleta por meio de capilares com heparina, a concentração obtida nas intensidades de 70% e 80 % da FCmáx, estimada pela equação 220 - idade, conforme as recomendações do método JOHNNY G.8 e a análise foi realizada no lactímetro portátil ACCUSPORT. A primeira coleta foi feita após o período de aquecimento ( 10'), quando todos os alunos se encontravam na intensidade de 70% da FCmáx. A segunda coleta foi realizada quando os alunos alcançaram a intensidade de 80% da FCmáx, através da técnica subida média durante 4 minutos16.


Tratamento Estatístico

    Para a análise estatística, foram utilizados os modelos descritivos para os dados de antropometria e característica da amostra e o teste "t" pariado para verificar as possíveis diferenças nas concentrações de LAC sanguíneo e para tanto, foi adotado o nível de significância de p < 0.05.


Limitações do Estudo

  • Não foram observados os valores de lactacidemia de repouso para as duas aulas.

  • O número de indivíduos estudados (n) não permite que os resultados obtidos sejam extrapolados.

  • Os exercícios, bem como a intensidade e o volume executados antes da aula dois, não foram levantados, o que impossibilita a relação das concentrações de LAC antes da aula.


Resultados

    A amostra foi composta de dez indivíduos na primeira aula, sendo que na segunda, três voluntários não compareceram, sendo estes excluídos do experimento.

    A idade média do grupo foi de 28,0 5,66 anos. Na variável massa corporal, não foi observada diferença significativa, os valores para a estatura média de foi de 171,21 9,91 cm. O tempo médio de treinamento relatado foi de 26,86 18,43 semanas (Tabela 01).

Tabela 01 - Valores médios e desvio padrão para as variáveis: idade, antropometria e tempo de treinamento de praticantes de Spinning (n = 7).


MC = massa corporal; TP = tempo de prática em meses; DP = desvio padrão.

    Os valores para a concentração de LAC e freqüência cardíaca para as intensidades do treinamento intervalado encontram-se nas tabelas 02 a 04 respectivamente. Para a intensidade de 70% da primeira aula, foi excluído um indivíduo "outline".

Tabela 02 - Concentração do LAC Sanguíneo da amostra (n = 7) para as diferentes aulas de ciclismo indoor.


Lacs 70% 01 = LAC sangüíneo na aula 01 a 70% da FCmáx; Lacs 80% 01 = LAC sangüíneo na aula 01 a 80% da FCmáx; Lacs 70% 02 = LAC sangüíneo na aula 02 70% da FCmáx e Lacs 80% 02 = LAC sangüíneo na aula 02 a 80% da FCmáx; DP = desvio padrão; * = p > 0,05.

Tabela 03 - Resultados médios, desvio padrão e para o "t" para as concentrações de LAC sangüíneo da amostra (n = 7).


*(P > 0,05)

    No gráfico 01, podemos analisar os valores médios e desvios padrão para a concentração de LAC nas duas intensidades de treinamento, observando que a concentração média de LAC sanguíneo, na segunda aula, para o percentual de 70% da FCmax, apresentou diferença significativa, a freqüência cardíaca apresentou diferença significativa p>0,05 em todas as intensidades.


Gráfico 01. Níveis médios e desvio padrão das concentrações de LAC a 70% e 80% da FCmáx na aulas 1 e 2.


Discussão

    A concentração de LAC sangüíneo fornece informações sobre os efeitos agudos e crônicos do treinamento. Isto é importante no planejamento da periodização, já que o consumo máximo de oxigênio pode ser aumentado aproximadamente de 15-20% do seu valor inicial, desde que sejam respeitados os princípios do treinamento 6.

    No presente estudo, verificamos que as concentrações de LAC nos praticantes de CI encontram-se em valores acima da média quando comparadas às intensidades correlacionadas ao consumo máximo de oxigênio7, 5, principalmente, quando combinadas, com outros exercícios físicos antes da aula, o que passa ser senso comum entre os praticantes, já que muitos acreditam que um volume alto de treinamento é mais importante que a qualidade do mesmo.

    Segundo Lima & Kiss9, em estudo experimental sobre a variabilidade da freqüência cardíaca e o limiar de LAC, podemos dividir os exercícios aeróbicos em razão ao comportamento da acidose lática, da cinética do VO2 e da resistência aos exercícios em três domínios: a) moderado, que não irá provocar melhorias na aptidão aeróbica, sendo esta uma atividade que poderá ser realizada em um período de tempo longo; b) intenso, em que se nota uma acidose lática compensada, retardando a estabilização do consumo de oxigênio (steady-state), sendo este o domínio mais utilizado nas competições e treinamentos e; c) severo, em que se observa uma acidose elevada e que o sistema de tamponamento passa a ser ineficiente, não há estabilidade do consumo de oxigênio; nesse domínio o exercício tem duração entre quinze e vinte minutos ou pode ser utilizado no treinamento fracionado.

    A divisão em domínios proposta por Lima e Kiss9 classificaria o CI (aula do tipo intervalada aeróbica entre 70% e 80%) dentro de modalidade "moderada", principalmente, quando analisamos o limite inferior de 70% FCmáx, o que não se evidenciou nos valores encontrados para a FC nas intensidades estudadas. Em relação aos níveis de LAC, podemos inferir que a classificação adequada seria "intensa", esta classificação contrapõe o objetivo inicial da aula que era trabalhar com o predomínio do metabolismo aeróbio.

    Mello et al12 cita que o LAC sanguíneo medido ao longo de uma aula de Spinning pode variar entre 3.6 mmol/l a 9.34 mmol/l, sendo que o limiar é de 6.60 mmol/l com vinte e um minutos de aula. Estes dados corroboram os resultados da primeira aula. Já na segunda aula, observa-se que os valores médios foram de 8,48 3,41 e 8,51 2,27, respectivamente, para as intensidade de 70% e 80%, contudo os valores apresentaram uma variação entre: 2,80 e 13,80 na LACS 70% 02 e 4,60 e 11,00 LACS 80% 02.

    Criando uma relação entre produção de LAC e exercício, podemos citar alguns mecanismos que controlam a produção de LAC durante o exercício.

    Brooks4 afirma que a concentração de LAC no sangue varia muito pouco em relação aos valores em repouso e quando se realiza esforço entre 50-75% do VO2max.. Acima desta intensidade, existe um aumento exponencial da concentração de LAC no sangue e no músculo. Segundo Mazzeo10, durante o exercício em humanos, aproximadamente 75% do LAC é removido através da oxidação, sendo uma fração mínima (10-15%) convertida em glicose via ciclo de Cori. Brooks3 sugere que o aumento exponencial do LAC sangüíneo, que ocorre em uma determinada intensidade submáxima de esforço, pode refletir num aumento exponencial da liberação de LAC pelo músculo com a diminuição da capacidade de remoção de LAC.

    Esta menor remoção pode ocorrer pela diminuição do fluxo de sangue para a região esplênica (fígado e rins). Assim, com o aumento da intensidade de esforço, como demonstrado por Rowell 14, há uma incapacidade do músculo em extrair e oxidar o LAC na mesma proporção em que ele é liberado.

    Segundo Bacis 2, as zonas alvo, entre 70 e 85% da FCmáx, correspondem a 58 e 78% do VO2máx. Nesse intervalo de intensidade, sabe-se que tanto indivíduos sedentários como bem treinados toleram o exercício por longos períodos de tempo, porém segundo Lima & Kiss 9, os estoques de glicogênio muscular passa ser um fator limitante no indivíduo destreinado. Apesar de existir uma grande variabilidade individual, a participação do metabolismo anaeróbico (medida através da produção de LAC) é baixa quando o exercício é realizado entre 70 e 80% da FCmáx, principalmente, se mantivermos a FC próxima ao limite inferior. Em resumo, mantendo-se a intensidade do exercício dentro da zona alvo, obtêm-se benefícios centrais e periféricos do treinamento aeróbio ao mesmo tempo em que se reduz o risco de lesões e complicações cardiovasculares 11. No entanto, a maneira pela qual as intensidades alvo de treinamento são inferidas no momento da prescrição, poderão subestimar as intensidades de 70% e 80% da FCmáx 13.

    Uchida et al 16 compararam diferentes técnicas utilizadas no Ciclismo Indoor com relação às concentrações de LAC sanguíneo e freqüência cardíaca para determinar a intensidade de cada técnica, em 06 indivíduos com prática regular. Os voluntários realizaram as principais técnicas, intercaladas com descanso ativo de três minutos, logo após, foi mensurado o LAC e aferida a FC. Por fim, as técnicas de sprint e running intervalados apresentaram os valores de: 6.21 0.58 mmol/l e 151 4.75 bpm; 8.21 0.60 mmol/l e 166 3.24 bpm, respectivamente. As concentrações de LAC supracitadas são similares às encontradas no presente estudo, porém os níveis encontrados foram para as duas técnicas considerados de mais intensas da modalidade, o que coloca em cheque a acurácia da predição e da prescrição das intensidades utilizadas no presente estudo, a partir do momento em que encontramos valores similares, utilizando uma técnica considerada bem menor intensa. E em relação à FC, os valores foram similares nas variáveis FC 70% 01 e FC 80% 02.


Considerações finais

    Podemos observar nos resultados da segunda aula, uma inadequação entre os valores encontrados de LAC sanguíneo e as intensidades prescritas, isso pode ter ocorrido por três fatores: a) a utilização de equação preditiva pouco precisa para o cálculo da freqüência cardíaca de treinamento em ciclismo; b) um monitoramento ineficiente da zona alvo por parte dos praticantes; e c) uma acidose sustentada provinda dos exercícios pré-aula.

    Os escores encontrados demonstraram que existe uma relação direta dos níveis de LAC sanguíneo naqueles indivíduos que praticaram atividade física precedendo a aula de Ciclismo Indoor. Desta forma, podemos inferir que os exercícios pré-aula têm uma influência na atividade, proporcionando níveis elevados de acidose. Portanto, em casos em que o aluno pratica algum tipo de exercício físico anterior à aula de Spinning, pode comprometer os treinamentos visados na aula.

     Sugerimos que os profissionais devem tomar precauções ao ministrarem aulas com altas intensidades, devido ao fato de que grande parte dos alunos pode estar com altos níveis de LAC sanguíneo já no início da aula.

     Vemos a necessidade de outros estudos realizados nessa área, primeiramente incluindo a lactacidemia de repouso pré-aula, para que possamos entender melhor a progressão dos níveis de LAC sanguíneo na modalidade, e também, uma melhor especificação das metodologias e tipos de aula, correlacionando-as com as intensidades.


Nota

  1. Catraca Fixa - mecanismo que permite que o movimento da roda se perpetue junto aos pedais, enquanto a força cinética existente nela não tiver sido totalmente transformada em calor e energia sonora (em pequena escala), para que o movimento cesse. (AMBROGI, 2000)


Referências bibliográficas

  1. AMBROGI, Giba, Ciclismo Indoor, Apostila entregue aos congressistas do SPINNING MILLENNIUM TOR São Paulo, SP, 1999.

  2. BACIS, Rolando, M.S., PHD Aspectos Fisiológicos do Treinamento Aeróbio- tópicos relacionados à intensidade do exercício e respostas cardiovasculares no "Bike Indoor" . Apostila entregue aos congressistas do SPINNNING MILLENNIUM TOR São Paulo, SP, 1999.

  3. BROOKS, G.A. Anaerobic threshold: review of the concept and directions for future research. Medicine and Science in Sports and Exercise, vol.17, 22-31, 1985.

  4. BROOKS, G.A. Current concepts in lactate exchange, Medicine and Science in Sports and Exercises, v.23, 895-906, 1991.

  5. DENADAI, Sérgio; Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Limiar Anaeróbico, considerações Fisiológicas e Metodológicas. 1 (2) : 74-88, 1995.

  6. DENADAI, B.S. et al. AVALIAÇÃO AERÓBIA: Determinação Indireta da Resposta do Lactato Sanguíneo. Editora MOTRIX. Rio Claro. São Paulo, 2000.

  7. HERRERA, B.J Áreas funcionales de entrenamiento. Formacion Continuada. Arch de Med del Despuerto. 63:61-63, 1998.

  8. JOHNNY G. Manual do Instrutor- JOHNNY G. SPINNING PROGRAM. Parte integrante do material didático utilizado na formação de instrutores, distribuídos no Brasil, pela VIP ATHLETICS, representante exclusiva da MAD DOGG ATHETICS (MDA), 2000.

  9. LIMA, J.R.P. & KISS, M. A. P.M. Limiar de variabilidade da Freqüência cardíaca. Revista Brasileira Atividade Física & Saúde. 4, (1) 29-38, 1999.

  10. MAZZEO, R.S. et al. Disposal of [1-13C] lactate in humans during rest and exercise. Journal Applied Physiology, v.60, 232-241, 1986.

  11. McARDLE, W.D; KATCH, F. I; KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício, Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Editora Guanabara Koogan 4° ed., Rio de Janeiro- RJ, 1998.

  12. MELLO, D.B.; DANTAS, E.H.M.; NOVAES, J.S.; ALBERGARIA, M.B. Ciclismo Indoor: alterações fisiológicas ciclismo indoor. Revista Fitness & Performance Journal, Rio de Janeiro- RJ, v. 02, n. 01, p. 30-40, 2003.

  13. POLICARPO, F.B. BIAZOTTO, J.R & BOTTARO, M.M. Prescrição de Exercícios Físicos por meio da Equação de Freqüência Cardíaca de Reserva. Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - n?54 - http://www.efdeportes.com acessada em noviembre, 2002.

  14. ROWELL, L.B. Human cardiovascular adjustments to exercise and thermal stress. Physiology Review, v.54, 75-159, 1974.

  15. Thomas, J.R. & Nelson, J.K. Métodos de Pesquisa em Atividade Física. Porto Alegre - RS, Editora ArtMed. 2000.

  16. UCHIDA, Marco C. e cols. Comparação das concentrações de lactato do sangue e freqüência cardíaca entre as técnicas mais usadas nas aulas de ciclismo indoor. XXV Simpósio Internacional de Ciências do Esporte- novas fronteiras para o movimento, 10 a 12 de outubro de 2002.

  17. WEINECK, Jurgen. Treinamento Ideal. Editora Manole 9°ed, São Paulo, SP, 1999.

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