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Acompanhamento da força rápida em goleiros de
futebol junior no primeiro semestre de competição

   
*UFRGS
**LAFIMED/ULBRA
***ULBRA
(Brasil)
 
 
Alex Leal Oliveira*
Osvaldo Donizete Siqueira**
Juliano Rodrigues Padilha***

oliveiraalexleal@ig.com.br
 

 

 

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 75 - Agosto de 2004

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    Na atualidade a velocidade e a força são as características mais importantes para obtermos êxito em esportes coletivos (Mouche, 2002). Devido a sua grande importância, a força rápida para o futebol, necessita de testes para o seu controle que constituem num meio eficiente para a orientação do treinamento. O controle da força rápida pode ser avaliado indiretamente de um modo muito simples em diversas modalidades (saltos, chutes, lançamentos e corridas de sprints). A medida da força de salto vertical pode ser facilmente avaliada através da medida de saltos simples ou múltiplos. Na avaliação da força de salto vertical empregam-se os conhecidos "colchões de contato", que permitem a verificação do nível de força reativa individual através da determinação de tempo no ar e a medida indireta da altura do salto (Weineck, 1999).

    O goleiro realiza, durante as partidas, uma seqüência de atividades (intervenção-pausa-repouso-inervenção) indicando que o metabolismo anaeróbico alático é o mais utilizado, pois a maioria das ações não passa de 10 segundos (Sains, 2002), atividades estas divididas em saltos, deslocamentos e lançamentos compostos por movimentos realizados com muita potência muscular (Fonseca, 1998).

    Este estudo tem como objetivo apresentar a variação da força rápida de membros inferiores de goleiros de futebol Junior, durante o processo de treinamento em um semestre de competições, através do protocolo de saltos proposto por Bosco.


Material e métodos

    A amostra desse estudo é composta por 4 atletas de futebol de campo que atuem na posição de goleiro, do sexo masculino, do clube de futebol S C ULBRA de Canoas. Com média de estatura de 183.5cm +\- 5.92, massa corporal de 76.380K +/- 3.76, índice de massa corporal (IMC) de 22.71 +/- 1.29, percentual de gordura de 10.29% +/- 0.76 e percentual de massa muscular de 48.06%, +/-1.11.

    As variáveis a serem controladas neste estudo serão as seguintes: Força rápida através de saltos verticais, um utilizando a o componente contrátil e outro além do componente contrátil o componente elástico da musculatura envolvida nos testes.

    A avaliação foi efetuada em três momentos do trabalho experimental utilizando testes de força de impulsão vertical através das provas propostas por Komi e Bosco, 1978:

    SQUAT JUMP, salto vertical partindo da posição de pé com membros inferiores em semiflexão a 90º, sem executar qualquer movimento prévio e as mãos na cintura. O sujeito efetua um salto vertical máximo. Trabalho concêntrico.

    CONTERMOVEMENT JUMP, salto vertical com contra movimento. Da posição de pé, com as mãos na cintura, e mantendo o tronco o mais ereto possível. Descer o corpo flexionando os membros inferiores até quase os 90º seguido imediatamente de um salto vertical máximo.Trabalho concêntrico, precedido por uma atividade excêntrica.

    A análise estatística dos dados foi realizada, calculando-se a média e o desvio padrão (sd).


Apresentação e discussão dos resultados

    Comparação dos valores individuais da altura de impulsão vertical máxima através do squat jump (SJ) e counter-moviment jump (CMJ), médias e desvios-padrão (sd) entre o inicio e o final do processo de treinamento.

    O primeiro passo para o inicio de uma temporada é verificar qual o nível de condicionamento dos atletas, sendo esta avaliação realizada através de testes específicos para a modalidade. No inicio da temporada objetiva-se um restabelecimento da condição física dos goleiros. Após um inicio de aprimoramento, busca-se a manutenção das capacidades físicas adquiridas (Saldanha, 2002).

    A analise geral dos resultados (quadro acima), nos mostra a adaptação que cada atleta sofre ao longo do processo de treinamento. O mês de abril representa o 1º mês de trabalho e o mês de agosto o término do mesmo. Pode-se observar os substanciais ganhos e/ou perdas entre os três momentos de avaliação. Temos a possibilidade de fazer uma comparação individual de cada goleiro, de um goleiro com o outro ou até mesmo entre o desempenho médio do grupo durante o processo. Em função do grande significado da força rápida para o goleiro, o controle dela pelos respectivos testes representa tema de grande importância para a avaliação do treinamento. Erros na metodologia de treinamento podem ser reconhecidos antecipadamente e corrigidos na comparação dos resultados, podendo ser retiradas valiosas conclusões para o treinamento individualizado específico (weineck, 2000). Pois como mostra o trabalho de Di Salvo & Pigozzi (1998) a força rápida, ao ser submetida a um programa de treinamento individualizado de acordo com a posição do jogador dentro da equipe, foi somada um significativo incremento (14%, p< 0.01) observado no counter-movement jump (CMJ) pelos goleiros do grupo experimental na comparação com o grupo controle. Existe um perfil de força rápida diferente segundo a posição ocupada em campo, já que, em geral, os goleiros são os jogadores com melhores valores em esta qualidade (Garcia et al, 2000). Essa diferença já é esperada, uma vez que os goleiros utilizam basicamente o metabolismo anaeróbico alático como fonte de energia em treinamentos e jogos (Mine, Lotufo e Barros, 1996). Podemos através das médias traçar um perfil de força rápida em goleiros de futebol Junior.


Conclusão

    Podemos visualizar as adaptações que cada goleiro sofre ao longo do processo de treinamento, tendendo a ter um incremento nos testes de força rápida (SJ) e (CMJ). Podendo ser devido ao fato de que o seu treinamento consiste numa seqüência de saltos e atividades anaeróbicas aláticas, executadas sempre em velocidades máximas e sub-máximas. Mostrando que o treinamento individualizado específico pode otimizar a performance do goleiro de futebol.


Referencias

  • Carvalho C, Carvalho A, Diferenças de efeitos verificados em dois programas de treino pliométrico. Revista Treino Desportivo.

  • Garcia J, Villa J G, Rodrigues J A, San Roman, Gaspar J, Moreno C. Archivos de Medicina Deportiva, vol XVII - nº 76 - 2000.

  • Mine, F, Lotufo, R. F, Barros, T. L. N. Consumo máximo de oxigênio em jogadores de futebol profissional. Revista Âmbito Medicina Desportiva 1996; 3: 5-6.

  • Weineck, J. Treinamento Ideal. São Paulo - Manole - 1999.

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