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Da crise ao ressurgimento da
educação física no contexto internacional

   
Universidade Luterana do Brasil
ULBRA
 
 
Jefferson Leal Oliveira
jefferson.prepfisico@ig.com.br
(Brasil)
 

 

 

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 72 - Mayo de 2004

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    O conceito aqui expresso para educação física será restrito somente a disciplina do currículo escolar. Inicialmente para desenvolver este tema faremos uma análise de como se encontra no mundo, passando para o papel do educador, e como podemos desenvolver uma nova idéia no contexto atual da sociedade.

    A Educação Física, atualmente, encontra-se numa crise de existência sem precedentes na sua história, conforme Bento (2001, in Santos, 2001) passa pelo declínio acentuado do seu estatuto, em redução da carga horária, com inadequação de recursos materiais e pessoais, e no surgimento de formas alternativas de atividade física na escola, mas com caráter optativo ou voluntário. Um exemplo desta situação está na Suécia onde o seu magistrado quer a eliminação da Educação Física como disciplina obrigatória, ou na França onde 90% dos alunos não tem a obrigatoriedade da prática na escola e 30% encontra-se envolvidos na atividade desportiva voluntária. Em outras partes do mundo a falta de dinheiro (África do Sul) ou a inadequação (Kuwait, Grécia) do seu uso dificultam a prática esportiva escolar, na Austrália onde foram realizados os Jogos Olímpicos todo o dinheiro investido foi canalizado, penalizando a atividade física no currículo escolar. Contudo, não se pode ter o pensamento ingênuo em pensar que só aspectos administrativos são culpados pela atual situação da Educação Física, uma pesquisa realizada no Estado de minesota revela que 45% dos respondentes apontam uma falta de motivação bem como uma falta de respeito com o professor, será que a atual atuação do professor junto aos alunos não é o verdadeiro motivo desta descrença nos profissionais e na disciplina escolar.

    Na verdade, torna-se importante saber qual o papel do professor no contexto escolar, e responder as perguntas: o que a escola quer da Educação Física? O que a Educação Física oferece a Escola? A escola busca através da prática desportiva entreter a criança para que ela possa "descansar" a cabeça enquanto se prepara para voltar as aulas e a conviver harmoniosamente com seus colegas. Mas a Educação Física pode oferecer mais, e de forma melhor com criatividade e motivação contagiando alunos para a criação de uma cultura esportiva dentro de nossa sociedade, pois a criança de hoje que não pratica desporto por se achar sem jeito, pode ser nosso obeso de amanhã, nosso hipertenso do futuro. A criança fica "nua" na Educação Física, pois ela não tem a classe para se esconder de seus desjeitos físicos, e ela pode usar de vários artifícios para se defender das mais diversas formas de uma possível ridicularizarão perante os colegas de classe, pois é na faixa de 8 a 16 anos aonde as crianças e adolescentes sentem a necessidade de serem aceitos pelo grupo, o que na atividade física pode dificultar a intervenção do professor, mas não impede que possamos interferir e encontrar idéias para superar estes obstáculos.

    Estes indícios nos levam a refletir no sentido de experiências nas atividades lúdico-desportiva por parte do professor, promover ao aluno o um caráter afetivo-emocional para a aula. Um estudo do prof. Negrine (1997) mostra que crianças entre 3 e 6 anos com desenvolvimento criativo mais aguçado influem no desenvolvimento de outras crianças, sendo como líder em brincadeiras, onde os outros os seguem e estes ficam restritos em sua imaginação não aceitando mudar de papel quando necessário. A criança também passa a sofrer com a mudança inesperado sobre seu corpo, maturação biológica e tende muitas vezes a ficar desengonçado inibindo sua ação física. Desigualdades sociais dentro da aula e objetivos mal estabelecidos, regras não claras, conflitos entre vencer e ser vencido, afeição maior pelo computador e vídeo game do que pela atividade física, entre outros. Nestes aspectos, só a intervenção do professor poderá causar uma mudança de pensamento para o jovem e a criança, estabelecendo objetivos claros e de gradativa evolução para que todos em sala de aula possam acompanhar seus próprios crescimentos como desportistas e sintam motivados a pratica da atividade física. As outras disciplinas falam do homem e buscam explicações para a utilização pela mente das matérias junto ao corpo, mas só a Educação Física traz à prática estes conceitos, isso nos torna de fundamental importância no contexto social, a história nos fala das relações humanas, conta guerras por tais mal entendidos e a criança muitas vezes na atividade física colocará em prova estas relações, com contato em conversas, diálogo de oposição, e situação de vitória e derrota, com suas implicações perante o grande grupo.

    De certa forma é importante que a nova visão de Educação Física, enfocada por vários autores, entre eles, Vigotski, Negrine, Bento, entre outros, de que a reconstrução da nossa disciplina passa pela atualização constante do professor, junto com uma visão humana e integradora junto a nossos alunos. Passa também pela interdiciplinarização, onde como exemplificado, podemos sim atuar de várias maneiras dentro da escola, não só com suor e recreação, mas sim buscando um ser pensando autônomo em ações e respeitador de idéias alheias. Interagir na aula e buscar métodos inovadores, com aulas de simples entendimento pelos alunos e de crescente evolução pedagógica, com dificuldades estimulantes e com graus de raciocínio lógico aos alunos. Nossa meta será reconquistar alunos, e mostrar as escolas e a sociedade que possuímos conhecimento do tema, transmitindo uma idéia inovadora de educação para a atividade física e o desporto escolar.


Bibliografia

  • NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil a partir da perspectiva lúdica. Revista Perfil - Ano 1. São Paulo, 1997

  • SANTOS, Edmílson Santos dos(Org.). Olho Mágico: O Cotidiano, o Debate e a Crítica em Educação Física Escolar. Editora da Ulbra, 2001, pág 93-120.

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revista digital · Año 10 · N° 72 | Buenos Aires, Mayo 2004  
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