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Efeitos do programa da pliometria de contraste sobre os valores
de impulsão horizontal nos jogadores de tênis de campo

   
Consultoria Esportiva Performance ONE
Pós-Graduado em Bases Fisiológicas e Metodológicas do
Treinamento Desportivo pela Universidade
Federal de São Paulo
 
 
Adriano Vretaros
professorav@bol.com.br
(Brasil)
 

 

 

 

 
Resumo
    A força explosiva se faz presente nas ações motoras dos jogadores de tênis de campo. Um dos meios para se potencializar a força explosiva é através do treino pliométrico. Este trabalho teve como objetivo verificar os valores de impulsão horizontal nos jogadores de tênis submetidos a um programa de pliometria de contraste. Foram sujeitos da pesquisa 08 tenistas competitivos do estado de São Paulo, com faixa etária média de 15,98+2,33 de ambos os sexos. Os atletas realizaram seis semanas de um programa de pliometria de contraste e foram avaliados na potencia horizontal pré e pós-programa. Encontramos que este programa descritivamente permite uma evolução nas medidas de impulsão horizontal dos atletas.
    Unitermos: Pliometria de contraste. Tênis. Impulsão horizontal. Potência.
 

 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 53 - Octubre de 2002

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Introdução

    O tênis de campo competitivo mudou radicalmente as características das suas ações motoras se comparado há vinte anos atrás, pois, naquela época os aspectos técnicos e a tática de uma jogada definiam a partida. Porém, hoje o aparato da força física sobressai sobre os demais quesitos, levando os jogadores a dedicarem uma maior atenção ao seu preparo físico.

    Dentre as valências físicas exigidas para um jogador de tênis competitivo, encontra-se a força explosiva. A mesma pode ser expressa visualmente nas ações potentes dos golpes dos atletas, bem como em sua velocidade de movimentação na quadra.

    Um dos meios para se potencializar a força explosiva dos atletas é através do treino da pliometria. A pliometria é um método de treinamento baseado no uso do ciclo alongamento-encurtamento (CAE) cujo componente elástico de um determinado grupo muscular ao ser precedido por uma ação excêntrica (pré-alongamento) na ação concêntrica resultante geraria uma força maior (acúmulo de energia potencial elástica) (Zatsiorsky, 1999).

    A pliometria sofre uma taxionomia, que pode ser assim disposta em: pliometria simples, média e intensiva. Na pliometria simples os saltos são realizados sem peso adicional e não existe a presença de aparelhos ou instrumentos. Pliometria média refere-se aos saltos realizados sobre caixas, obstáculos e barreiras. Por último, os exercícios da pliometria intensiva sofrem uma complexidade de saltos em diferentes padrões de altura e deslocamentos com graus de exigência elevado (Weineck, 1999).

    Segundo Cometti (1998) dentro do arcabouço de exercícios pliométricos destaca-se a pliometria de contraste, que possui como características a execução de um exercício de pré-exaustão antecedendo os exercícios com saltos. A pliometria de contraste pode ser classificada como um trabalho de pliometria intensiva.

    Portanto, esse estudo tem como objetivo verificar o efeito de um programa de seis semanas de pliometria de contraste sobre os valores de impulsão horizontal em jogadores de tênis de campo.


Metodologia

    Sujeitos: foram sujeitos deste estudo oitos jogadores de treinos de campo competitivo, ambos os sexos, com tempo médio de prática na modalidade de 5,0+2,4 anos. Porém, somente nos últimos dois anos estavam aderindo a programas sistemáticos de treinamento. Os atletas eram submetidos a treinamento sistemático diário (03 horas de parte técnica e 02 de parte física) cinco vezes por semana, todos pertencentes à equipe de competição de uma academia do estado de São Paulo.

    Material: 01 quadra de tênis, uma barra olímpica, anilhas de diferentes pesos, 06 barreiras (30cm de altura), fita adesiva e trena métrica.

    Delineamento da pesquisa: os atletas se submeteram a um programa de seis semanas de pliometria de contraste, realizado duas vezes por semana, com intervalo mínimo de 48 horas entre cada sessão. O programa consistia na realização da seguinte seqüência pedagógica: 01 série de 05 repetições do exercício meio-agachamento com carga de 85-90% de 01 repetição máxima (RM) individual, seguido imediatamente pela realização de seis (06) saltos sobre barreiras de 30cm de altura dispostos transversalmente na quadra. Essa seqüência pedagógica foi repetida três vezes por cada atleta, existindo um intervalo de 5 minutos de recuperação entre a execução de cada seqüência. Na metade do programa, ou seja, na terceira semana foram recalculados os valores de 1RM individual do agachamento. Os valores de impulsão horizontal foram mensurados em dois momentos distintos: na primeira semana antes da realização do programa e na última semana do programa respeitando-se um período de 72 horas após a última sessão de treino. A mensuração da impulsão horizontal se deu através dos procedimentos descritos por Marins & Giannichi (1996).


Resultados

Tabela 01 - Características dos jogadores de tênis


Tabela 02 - Dados antropométricos dos jogadores de tênis


Tabela 03 - Valores de impulsão horizontal pré-pós-programa de pliometria de contraste


Discussão

    Nos resultados, os maiores valores de impulsão horizontal por nós encontrados correspondem ao atleta H (pré: 2,46 e pós: 2,51). Tais valores, segundo Rocha & Caldas (citado por Marins & Giannichi, 1996) encontram-se na classificação Bom. Se levarmos em conta apenas a média do grupo (pré: 2,11 e pós: 2,18) teremos uma classificação Fraco (Vide tabela 04). Somando-se a isto, o atleta de menor idade (F= 13 anos) foi o mais beneficiado em termos de evolução (pré: 2,02 e pós: 2,11).

Tabela 04 - Classificação do teste de salto horizontal


Segundo Rocha & Caldas (citado por Marins & Giannichi, 1996)

    Neste aspecto, deve ser levado em consideração que os atletas em questão possuem faixas etárias distintas e encontram-se em diferentes estágios de maturação biológica. Somando-se a isto, os mesmos ainda possuem pouca experiência com o trabalho de força e especificamente aos métodos de pliometria propostos na pesquisa.

    Em relação à comparação pré-pós-teste, descritivamente todos os atletas apresentaram uma evolução (média de +0,07). Devido à escassez de estudos envolvendo a impulsão horizontal como parâmetro de medida de potência e aliado ao fato de que na modalidade tênis não foram encontrados valores comparativos, torna-se difícil levantar maiores especulações.

    A literatura documenta que a impulsão vertical sofre uma correlação com a valência física velocidade (Badillo & Ayestarán, 2001; Weineck, 1999). Para averiguação deste aspecto, seria necessário submeter os atletas a uma bateria de testes de velocidade. A questão que surgiria imediatamente seria: qual a distância ideal para avaliar a velocidade no tênia que permitisse um índice de correlação ótimo com a impulsão horizontal? Portanto, este fato torna-se uma das limitações desta pesquisa.

    Sendo assim, estudos adicionais objetivando estudar a potência horizontal de tenistas competitivos se faz preciso, principalmente com a utilização de uma população mais homogênea em relação à faixa etária.


Conclusão

    Esta pesquisa de cunho descritivo permitiu-nos chegar as seguintes conclusões:

  • A média de valores da impulsão horizontal dos tenistas estudados é considerada fraca;

  • O treino da pliometria de contraste mostra-se descritivamente um meio eficaz para aprimorar os valores de impulsão horizontal nos jogadores de tênis;

  • A confecção de uma bateria de testes de velocidade propiciaria verificar a existência de algum grau de correlação da impulsão horizontal com a velocidade de deslocamento.


Referências bibliográficas

  • Badillo, J.J.G. & Ayestarán, E.G. Fundamentos do treinamento de força. 2a edição, Artmed, Porto Alegre; 2001.

  • Cometti, G. La Pliometria. Inde Publicaciones, España; 1998.

  • Marins, J.C.B. & Giannichi, R.S. Avaliação e prescrição de atividade física. Shape, Rio de janeiro; 1996.

  • Weineck, J. Treinamento ideal. Manole, São Paulo; 1999.

  • Zatsiorsky, V.M. Ciência e prática do treinamento de força. Phorte, São Paulo; 1999.


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