efdeportes.com

Estrutura e planificação do treinamento desportivo
Emerson Ramirez Farto

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 8 - N° 48 - Mayo de 2002

3 / 3


    No primeiro gráfico observamos um macrociclo de cinco mesociclos, nesta estrutura em cada mesociclo se vê a correlação entre a preparação geral e a preparação especial e a medida que o processo avança se vão diferenciando mais os ambos tipos de preparação. Assim temos no exemplo que a relação primária parte de uma proporção de 40% a geral por um 60% a especial. A primeira como colocamos continua diminuindo enquanto que a segunda continua aumentando até chegar ao mesociclo nº 5 no qual observamos uma relação de 5% a preparação geral e 95% a preparação especial. Aqui temos uma estrutura que propicia o atleta participar das atividades competitivas do calendário quase ao começar seu ciclo, digamos desde a terceira semana aproximadamente isto resolve um problema atual muito importante, geralmente os atletas dispõem de pouco tempo de concentração preliminar para a temporada competitiva aspecto que já foi mencionado.

    Ao observar o segundo exemplo constatamos uma dupla campana contínua, isso se deve a que o atleta depois de haver terminado uma temporada competitiva quase imediatamente deve começar a outra. Observa que ainda unindo as duas campanas o pêndulo não cruza a fronteira de diferenciação, quer dizer, a preparação especial em relação da carga percentual, o alívio está depois de haver terminado um macrociclo neste caso o primeiro de três mesociclos com uma relação de 10% - 90% - geral e especial respectivamente, se inicia uma nova campana na estrutura com uma relação de 45% - 65%. Neste caso a também a possibilidade de inverter a ordem das campanas, a primeira de cinco mesociclos e a Segunda de três, isto dependerá basicamente do calendário de competições e das possibilidades dos atletas de suportar um alto regime de preparação especial.

    Dois aspectos a considerar na planificação das campanas estruturais são as seguintes:

    A consideração de planificar as campanas estruturais do treinamento, esta concepção foi formulada no livro Entrenar para Ganar. Metodologia del entrenamiento desportivo. Argentina, México (1994), Espanha (1997) (do próprio autor). As direções concretam o trabalho em cada meso e micro estrutura pelo que a planificação e o controle do trabalho se faz mais efetivo.

    As destinar um porcento de trabalho na preparação geral e a preparação especial se deverá destinar quais direções de treinamento correspondem - isto é por tipo de esporte como é lógico - a cada tipo de preparação.

    Por exemplo, natação, em um mesociclo temos destinados um 30% de trabalho para a preparação geral e um 70% para a preparação geral e um 70% para a preparação especial, então devemos considerar:

  • Preparação geral: 30%

  • Direções Trabalho em terra

  • Aeróbio 40%

  • Força Máxima 30%

  • Rapidez 20%

  • Flexibilidade 10%

2.7. A estruturação ATR

    Um conceito alternativo de classificação dos mesociclos que é proposto por Issurin y Kaverin (1986) que diferenciam três tipos: acumulação, transformação e de realização. Sua essência radica na periodicidade e a troca da orientação preferencial do treinamento, estas trocas se conseguem alternando esses três tipos de mesociclos (Navarro, 1994).

    A idéia geral da estrutura ATR se baseia em dois pontos fundamentais (Navarro, 1994).

  • A concentração de cargas de treinamento sobre capacidades específicas ou objetivos concretos de treinamento (capacidades/objetivos).

  • desenvolvimento consecutivo de certas capacidades/objetivos em blocos de treinamento especializados ou mesociclos.

    As características da estrutura ATR se pode resumir da seguinte forma: (Navarro, 1994 citado por Garcia Manso, 1996).

  1. Sequencialização de mesociclos baseados na supercompensação dos efeitos do treinamento residuais. Como o treinamento aeróbio e a força máxima possuem o maior efeito residual estes tipos de treinamento devem ser a base sobre a intensificação da ação posterior. O treinamento deve começar com o desenvolvimento das capacidades com o maior efeito residual. A seguinte fase deve centralizar-se no desenvolvimento das capacidades de efeitos residuais médios (força resistência e capacidade anaeróbia). O mesociclo final de realização deve utilizar as cargas de menos efeito residual (cargas anaeróbias aláticas, competição, etc).

  2. A organização de diferentes macrociclos ao cargo da temperatura. A estrutura dos diferentes macrociclos sempre apresenta a seguinte organização de mesociclos concentrados: 1 - Acumulação, 2 - Transformação, 3 - Realização. A concentração de uma determinada orientação de carga de treinamento em atletas de elite fica assegurada com um 40% da totalidade de trabalho. O resto da carga do mesociclo fica distribuído em cargas de outra orientação dentro das que ocupam um lugar preferente do trabalho anterior realizado.

  3. A distribuição racional dos macrociclos dentro do plano anual dependerá do número e duração de cada um, da fase específica dentro da temporada, da qualificação do atleta e da especificidade do esporte.

        Número de macrociclos/ano x modalidade esportiva.

    • Velocistas 7 - 8

    • Média e larga distância 7 - 9

    • Maratona 6

    • Lançadores 5 - 7

    • Decatlon 6 - 8

    • Remadores canoagem 6 - 9

    • Atletas nível médio 4 - 6

  4. Ao final de cada Mesociclo de realização, o atleta se encontra em condições de alcançar elevados registros e nesse momento se deve introduzir competições (Garcia Mansi, 1996).

    A estrutura ATR é igual ao ciclo anual, mas em miniatura, variando sua estrutura e conteúdo em função de:

  1. O momento de temporada em que se encontra.

  2. A qualificação do atleta.

  3. As especificidades dos esportes.

    Dependendo da localização da fase no ciclo anual, a estrutura e conteúdo pode ser diferente. Na figura abaixo representam duas variações de desenhos de uma temporada com diversas durações e estruturas das fases de treinamento nos períodos preparatório e competitivo.

    Variações na planificação da temporada com diferentes planejamentos das fases de treinamento.

  1. Planejamento com 3 mesociclos diferentes.

  2. Planejamento com 5, 4 e 3 mesociclos.

Gráfico 6

    A primeira variação se caracteriza pela combinação de três mesociclos diferentes dentro de uma fase. Este sistema oferece o uso de mesociclos mais largos e uma combinação padrão entre os mesmos de macrociclos permitirá que alcance (Navarro, 1994).

  1. Mais "picos" de preparação e tomar parte em competições com resultados elevados.

  2. Uma variação no treinamento porque os mesociclos estão trocando frequentemente.

    Na Segunda variação se entende a uma reunião de cinco ou quatro mesociclos. Como consequência, as fases de treinamento são mais largas e são utilizadas principalmente por atleta de classe média ainda que pode ser apropriado para a primeira parte de treinamento na temporada dos atletas de elite. O uso dos mesociclos duplos de acumulação, transformação pode justificar-se para aumentar a influência de certos tipos de treinamento.

    A concentração de uma capacidade/objetivo fica usualmente assegurada nos atletas de elite com um 40% como mínimo da duração total do treinamento. O resto do treinamento deve ser distribuído entre outras capacidades tendo atenção especial nos efeitos residuais do trabalho precedentes.

Tabela: Tipos de treinamento predominantes e complementários na resistência em diferentes mesociclos.

    Um exemplo da estrutura ATR para nadadores de 100 metros livre proposta por Navarro (1995) citado por Garcia Manso (1996) é a seguinte:


3. Conclusão

    Atendendo as considerações atuais da dinâmica competitiva internacional do esporte de elite, se considera que a periodização do treinamento desportivo do cientista Russo L. Matveiev passou a ser a forma efetiva de estruturação do esporte juvenil e de menores aonde os objetivos e alto rendimento tem um caráter de perspectiva.

    As formas anteriormente expostas de estruturação do treinamento tem sua base nas chamadas estruturas cíclicas do treinamento definidas pelo próprio Matveiev, 1983. Isso nos faz ver que as diferentes estruturas cíclicas constituem a base da planificação em nossos dias e no futuro imediato.

    Os altos rendimentos esportivos alcançado pelos atletas nos últimos anos se deve entre outros fatores a uma biologização do processo de treinamento esportivo (Forteza, 1999).


Referências bibliográficas

  • Barbanti, V. Teoria e Prática do Treinamento Desportivo, , Ed. Edgard Blucher Ltda., 1997.

  • Berger, J. y Minow, J. Microciclos y Metodologia del Entrenamiento. , Roma, Escuela de Deportes, 1984.

  • Bompa, T. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. , São Paulo. Phorte ed, 2001.

  • Cooper, Kenneth H. O programa aeróbico para o bem estar total. , Rio de Janeiro, Nórdica, 1982.

  • Counsilman, James E. Ciencia y tecnica para la preparacion de campeones, , Barcelona (España): New Jersey, 1995. Ed. Hispano Europea.

  • Diaz, Otañez J. Manual de Entrenamiento, , 3ª edicion, Córdoba, Argentina, 1984.

  • Fiser, L. Carreras Atléticas de Fondo y Médio Fondo. , México. Ed. Pax - México, 1980.

  • Forteza, A. Y. A. Ranzola Bases Metodológicos del Entrenamiento Deportivo. , La Havana. Ed. Científica Técnica, 1988.

  • Forteza, A. Apuntes sobre teoria y metodologia del entrenamiento deportivo, , Córdoba, Argentina. Ed. Jado, 1992.

  • Forteza, A. Entrenar para ganar. Metodologia del entrenamiento deportivo, , Ed. Pila Teleña, Madrid, 1997.

  • Forteza, Armando de la Rosa. Entrenamiento deportivo Alta metodologia, , Cuba, 1999. Ed. Komekt

  • Garcia Manso, Bases Teóricas del Entrenamiento deportivo, , España 1996. Ed. Gymnos.

  • Garcia, Manso y Col. Planificación del entrenamiento deportivo, , España, 1996. Ed. Gymnos.

  • Grosser, M y P. Briggemamm. Alto rendimiento deportivo. Planificacion y desarollo. , Técnicas deportivas, México D.F Ed. Mtnez Roca, 1990.

  • Grosser, M. y Zimmermam. Princípios del entrenamiento deportivo, , México. Ed. Mtnez Roca, 1990.

  • Harre, D. Teoria del Entrenamiento deportivo,, 1ª edicion, LA Havana, Ed. Científico Técnica, 1988.

  • Hegedus, Jorge. La ciencia del entranamiento deportivo, Argentina, 1998. Ed. Stadium

  • Mc. Farlane, B. Princípios básicos de la Periodizacion del entrenamiento deportivo, ed. stadium, Buenos Aires, 1986.

  • Matveiev,L. El entrenamiento deportivo y su organizacíon. , Roma. Escuela de deportes.1990

  • Marquez, A. Sobre la utilizacion de medios de preparacion general en la preparacion deportiva (I) y (II) Entrenamiento deportivo, , Lisboa, 1990.

  • Navarro, Fernando V. La Resistencia. , Madrid, Ed. Gymnos, 1998.

  • Feal, A.R; Valdivielso,F.N; Fontoira, D.M. Planificación y Control del Entrenamiento de Natación. , Madrid, Ed. Gymnos, 2001.

  • Oliveira, Paulo, R. Metodologia do treinamento desportivo. , Londrina, 1981.

  • Ozolin, N. Sistema Contemporaneo de entrenamiento, , 1ª edicion, LA Havana, Ed. Científico Técnica, 1989.

  • Platonov, V. El entrenamiento deportivo, teoria, metodologia, , Barcelona, Ed. Paidotribo, 1988.

  • Recio, Joaquim B. e Ribas, Alfredo R. Manual para el deporte de iniciacion y desarrollo,, Cuba, 1998. Ed. deportes.

  • Satori, J. y P. Tchiene. La evolucion delle teoria del entrenamiento (I) y (II), , Roma, Escuela de deportos, 1987.

  • Tchiene, P. El estado actual de la teoria del entrenamiento, , Roma, Escuela de deportes, 1990.

  • Verjoshansky, I. Entrenamiento deportivo. Planificacion y programacion, , Barcelona, Mtniz Roca, 1990.

  • Weineck, J. Treinamento Ideal, 9º edição, Ed. Manole, 1999


| Inicio |

Outro artigos
em Portugués | Entrenamiento Deportivo

  www.efdeportes.com/
http://www.efdeportes.com/ · FreeFind
   

revista digital · Año 8 · N° 48 | Buenos Aires, Mayo 2002  
© 1997-2002 Derechos reservados