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Qualidade de vida em atletas e paratletas: uma revisão da literatura

Quality of life in athletes and disabled athletes: a review of the literature

 

*Bacharel em Educação Física-Faculdade dos Guararapespes

**Mestre em Hebiatria - Determinantes na Saúde do Adolescente

pela Universidade de Pernambuco – UPE

(Brasil)

Diogo Holanda Barbosa*

Gabriel Lucas Morais Freire*

Raphael Pereira de Melo*

Samia Timna Santos de Lima*

Vanthauze Marques Freire Torres**

bi88el@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A Organização Mundial da Saúde conceitua a qualidade de vida como a percepção do indivíduo e sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele é inserido. O esporte se encaixa em um domínio da atividade física, no qual exige dos seus atletas o máximo de dedicação e preparação, podendo tornar algo muito desgastante para desenvolvimento das capacidades técnicas, psicológicas e físicas. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo revisar a base de dados eletrônica PUBMED sobre a percepção de qualidade de vida em atletas. Foram utilizados os descritores: qualidade de vida e atleta. Como critério de inclusão as variáveis ex-atleta e atleta com deficiência também foram analisadas. Foram encontrados 150 artigos, dos quais 25 atendiam aos critérios de inclusão, todos publicados entre os anos de 2010 a 2014. Alguns artigos discutiam que o esporte é grande percussor de qualidade de vida em relação a jovens atletas, atletas com deficiência. Conclui-se que a partir dos estudos observados que atrelar uma boa perspectiva de qualidade de vida no grupo estudado é de suma importância para melhoria do rendimento, diminuição de lesões, índices depressivos entre outros.

          Unitermos: Qualidade de vida. Esporte. Atleta.

 

Abstract

          The World Health Organization conceptualizes quality of life as the perception of the individual and their position in life in the context of culture and value system in which it is inserted. Sports fits into a field of physical activity, which requires it’s athletes much dedication and preparation, and can become something very taxing on development of technical, psychological and physical abilities. In this sense, the present study seeks to review the PUBMED electronic database on the perception of quality of life of athletes. The following parameters were used: Quality of life and athlete. As inclusion criteria, the variables: former athlete and athletes with disabilities were also analyzed. We researched 150 articles of which 25 of them reached the inclusion criteria that all had to be published between the years 2010 and 2014. Some of these articles argued that sport is great precursor to quality of life in relation to young athletes and athletes with disabilities. We conclude as observing the studies, that harnessing a good quality of life perspective in the study group, is of paramount importance for improving performance, decreasing injuries, lowering rates of clinical depression, among others.

          Keywords: Quality of life. Sport. Athlete.

 

Resumen

          La Organización Mundial de la Salud conceptualiza la calidad de vida como la percepción de la persona y su posición en la vida en el contexto de la cultura y sistema de valores en el que se inserta. El deporte se inscribe en un campo de la actividad física, lo que requiere de los atletas mucha dedicación y preparación, pudiendo convertirse en algo muy desgastante para el desarrollo de habilidades técnicas, psicológicas y físicas. En este sentido, el presente estudio tuvo como objetivo revisar la base de datos electrónica PubMed sobre la percepción de la calidad de vida de los atletas. Se utilizaron los descriptores: calidad de vida y atleta. Como criterios de inclusión se analizaron también las variables ex-deportista y deportistas con discapacidad. Hemos encontrado 150 artículos, de los cuales 25 cumplieron los criterios de inclusión, todos publicados entre los años 2010-2014. Algunos artículos argumentan que el deporte tiene gran incidencia en la calidad de vida en relación con los jóvenes atletas, deportistas con discapacidad. De ello se desprende que a partir de los estudios observados relacionar una buena perspectiva de calidad de vida en el grupo estudiado es de suma importancia para la mejora de los ingresos, la disminución de las lesiones, los índices depresivos entre otros.

          Palabras clave: Calidad de vida. Deporte. Atleta.

 

Recepção: 31/01/2016 - Aceitação: 12/03/2017

 

1ª Revisão: 09/02/2017 - 2ª Revisão: 08/03/2017

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 226, Marzo de 2017. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele é inserido, considerando seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações e está diretamente ligada a uma série de fatores como à autoestima, capacidade funcional, nível econômico, suporte familiar, o próprio estado de saúde, éticos e a religiosidade (Whoqol Group, 1995; Vecchia et al., 2005).

    Ser considerado um indivíduo saudável evolver diversos fatores que vão da saúde física até a saúde mental. A atividade física, é uma variável que pode interferir no grau de percepção de qualidade de vida, apesar de existirem outras igualmente importante. Diante da relação que existe em qualidade de vida e atividade física, o exercício interfere de maneira positiva nos praticantes, seja a saúde nos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos, bem-estar social. Visto que a literatura aponta pessoas sedentárias tem menor percepção de qualidade de vida, que indivíduos ativos. (Matsudo & Matsudo, 2000; Samulski, 2009; Keller, 2011).

    O esporte se encaixa em um domínio de atividade física, podendo exigir dos seus atletas o máximo em suas preparações, o que pode se tornar algo muito desgastante para desenvolvimento das capacidades técnicas, psicológicas e física, podendo influenciar assim na qualidade de vida dos seus praticantes (Cunha, 2008).

    A dedicação do atleta é um pressuposto fundamental na prática do esporte de alto rendimento, pois exige ao atleta uma abdicação de sua vida social e por muitas vezes esta prática traz consigo limitações de ordem física que podem influenciar a sua percepção da qualidade de vida (Valovich et al., 2009).

    Para conhecer a qualidade de vida da população de atletas, alguns instrumentos de investigação desta área do conhecimento são utilizados em formas de questionário WHOQOL-BREF, PEDSQL e SF-36 com atletas e ex atletas com e sem deficiência (Yazicioglu et al., 2012)

    Portando, o presente estudo teve como objetivo revisar na base de dados eletrônicos estudos sobre a percepção de qualidade de vida em atletas.

Métodos

    Tratou-se de um estudo de revisão integrativa, método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática (De Souza et al., 2010). Foram utilizados artigos publicados e indexados no portal de dados eletrônicos da PUBMED. Utilizando uma combinação dos descritores em saúde “quality of life” e “athlete”. Como forma de delimitar o estudo foram selecionados artigos publicados em língua inglesa, contendo resumo, e publicados entre os anos de 2010 a 2014.

    Para atender aos critérios de inclusão os artigos tinham que conter as seguintes variáveis: a) deficiência e b) ex atleta. Foram utilizados como critérios de exclusão, artigos sem resumo e publicados em outro idioma, bem como aqueles que não se enquadravam na temática do assunto. Dos artigos encontrados foram analisados os resumos e aqueles que atenderam aos critérios de inclusão foram lidos na íntegra e incluídos no estudo.

Resultados

    Foram encontrados 150 (cento e cinquenta) publicações, das quais 125 (cento e vinte e cinco) não atendiam os critérios de inclusão, pois não continham resumo e publicações fora da temática, resultando na análise de 25 publicações, todas publicações entre 2010 a 2014 publicados pela PUBMED (fig. 1). Os dados foram organizados elencando: o ano, país, objetivo, amostra, instrumento e resultados e divididos em três tabelas (atleta, ex atleta e atleta com deficiência).

Figura 1. Fluxograma da seleção dos estudos incluídos na revisão. Fonte: o autor

 

Quadro 1. Qualidade de vida em atletas (autor, ano, país, objetivo, amostra, instrumento e resultado)

Autor

Ano

País

Objetivo

Amostra

Instrumento

Resultados

Lam et al

2013

USA

Comparar a qualidade de vida em atletas adolescentes e não atletas.

2659 adolescentes (2059 meninos e 600 meninas).

PedsQL

As analises mostram que os adolescentes atletas têm melhor qualidade de vida que os adolescentes não atleta.

Cheung et al

 

2013

CHL

Comparar a dor patelofemural em atletas profissionais e amadores e sua influência na qualidade de vida destes.

38 atletas com dor patelofemural de atletismo sendo (19 atletas profissionais e 19 amadores)

SF-36

Os resultados mostram, que os atletas profissionais demostram um nível mais elevado de dor patelofemoral, tendo uma menor percepção física e de qualidade de vida quando comparados com os atletas amadores.

 

Sauers et al

 

2011

USA

Avaliar o histórico de lesões no braço em mulheres atletas praticantes de softball

25 meninas com medias de 18 anos, 1,69cm de altura e 67,5kg

Scale Arm Funcional para Throwers

Constatou-se que a ocorrência de lesões, diminui a percepção de qualidade de vida em situações fora do ambiente de treinamento e competições.

Ledochowski et al

 

2012

ÁUT

Investigar o impacto da qualidade de vida e envolvimento dos pais e comissão técnica sobre a ansiedade competitiva.

.

316 mulheres (com média de 16 anos).

WHOQOL BREF

Influência técnica e parentesca se mostraram de suma importância para percepções positivas de qualidade de vida e ansiedade pré-competitiva.

 

McGuine et al

 

2012

USA

Analisar a qualidade de vida em atletas jovens que já tenham sofrido lesão no joelho

255 mulheres (17 anos) com lesão no joelho.

 

2000 IKDC e SF-12 subescalas.

Foi observado que lesões no joelho das atletas trazem um impacto negativo em relação a qualidade de vida principalmente após a lesão.

Khan

 

2012

USA

Analisar prevalência e impacto em atletas que possuem asma.

699 atletas

 

Medical History questionário

A asma prejudica a qualidade de vida dos atletas assim com o rendimento

Modolo et al

 

2011

BRA

Comparar a qualidade de vida, qualidade do sono, qualidade do humor entre atletas do sexo masculino e feminino.

144 do sexo feminino e 156 do sexo masculino, todos atletas

Escala de Dependência Negative, Beck Depression

Inventory, Trait Anxiety Inventory, Profile of Mood States, SF-36 Qualidade de

Vida, Pittsburgh Sleep Quality e Escala de Sonolência Epworth.

Não foram observadas diferenças nas percepções de qualidade de vida, qualidade do sono e qualidade do humor desses atletas.

 

Zeller et al

 

2011

ISR

Explorar o efeito da paralização do exercício por 7 dias.

Foram 26 atletas de corrida e triátlon de clubes de Israel

SF-36

Observaram que a privação do exercício está associada a menor percepção da qualidade de vida.

Snyder et al

 

2010

USA

Comparar qualidade de vida em adolescentes atletas e não atletas.

219 atletas e 106 não-atletas de ambos os sexos com média de idade de 16 anos.

SF-36 e PODCI

Os resultados mostram que os adolescentes atletas podem ter o esporte como percussor para a saúde e qualidade de vida, diferente dos não atletas.

Bougault et al

2010

CAN

Analisou o impacto da renite alérgica na qualidade de vida de nadadores durante um período de treinamento intenso

39 nadadores (16-23 anos de idade)

Rinoconjuntivite Qualidade de Vida Questionnaire (RQLQ)

Observou-se que o treinamento intenso da natação está associado ao aumento dos sintomas da renite alérgica e na piora da qualidade de vida dos atletas.

 

Kuehl et al

2010

USA

Investigar o auto-relato da história de concussão cerebral com a qualidade de vida em atletas escolares

302 atletas universitários entre 16-19 anos (210 homens e 92 mulheres)

SF-36

Os resultados sugerem que a percepção da qualidade de vida nas questões que envolvem dor, vitalidade e funcionamento social dos atletas escolares foram afetadas por contusões relacionadas a esportes anteriores.

 

Valovich et al

2010

USA

Comparou a qualidade de vida em atletas adolescentes lesionados e não lesionados

160 atletas não lesionado e 45 com idade média de 16 anos.

SF-36

Observou-se que os atletas adolescentes lesionados demonstraram menor qualidade de vida do que os sem lesão.

Valier e Snyder

2013

USA

Analisar a Qualidade de vida em atletas adolescentes que sofrem lesão músculo esquelética e de seus pais.

13 adolescentes lesionados onde seus pais também participavam das consultas.

PedsQL

Analisou-se que a qualidade de vida dos adolescentes era menor que a dos pais.

Fonte: os autores

 

Quadro 2. Qualidade de vida em Ex atletas (autor, ano, país, objetivo, amostra, instrumento e resultado)

Autor

Ano

País

Objetivo

Amostra

Instrumento

Resultados

Latorre et al

2012

ESP

Analisar a composição corporal de ex atletas e sua relação com a qualidade de vida.

91 Homens e 16 mulheres com média de idade de 42,7 anos.

SF-36 e Inbody 720 para a composição corporal

A saúde e qualidade de vidas dos estudados apresentam valores superiores aos da população local.

 

Sinnott

et al

2012

USA

Analisar os efeitos da suplementação dietética na qualidade de vida.

 

15 jogadores aposentados

WHOQOL-BREF

Verificou-se que a suplementação dietética otimizou a percepção de qualidade de vida dos ex jogadores.

 

Simon e Docherty

2014

USA

Avaliar qualidade de vida em ex atletas e não atletas

487 ex atletas e não atletas entre 40-65 anos.

PROMIS e HRQoL

Os ex atletas apresentaram menor percepção de qualidade de vida, em relação aos não atletas.

Maffulli et al

 

2011

UK

Faz uma revisão na literatura, com lesões de joelho e tornozelo, e os aspectos nas atividades esportivas.

Não houve

Não houve

Sugere-se maiores estudos para avaliar se os beneficios do esporte superam os riscos quanto à qualidade de vida de ex atletas comparados com a população em geral.

 

Fonte: os autores.

 

Quadro 3. Qualidade de vida em Atletas com deficiência (autor, ano, país, objetivo, amostra, instrumento e resultado)

Autor

Ano

País

Objetivo

Amostra

Instrumento

Resultados

Yazicioglu et al

 

2012

TUR

O objetivo foi investigar a qualidade de vida de pessoas com deficiência que praticam esporte em relação aos não praticantes.

60 pessoas

WHOQoL-BREF

Detectou-se, que as pessoas com deficiência que praticavam esportes tiveram uma percepção de qualidade de vida maior que as que não praticavam.

Dinomais et al

 

2010

FRA

Investigar a qualidade de vida e auto estima de jovens com deficiência inseridos no esporte competitivo

96 atletas (média de idade de 16 anos e 4 meses).

PedsQL

Os escores de qualidade de vida dos jovens com deficiência foi maior que o encontrado na literatura atual.

Litchke et al

 

2012

USA

Comparar o efeito de treinamento de resistência e sua relação com a melhoria de qualidade de vida

24 atletas todos do sexo masculino

SF-36

Os atletas apresentaram melhoria de qualidade de vida e principalmente com vitalidade e dor corporal reduzida.

Blauwet e Willick

 

2012

USA

Mostrar que o esporte de alto rendimento pode-se trazer benefícios para saúde e qualidade de vida das pessoas com deficiência

Não houve

Não houve

 

É visível a evolução do esporte paraolímpico, a evolução dos direitos dos deficientes. Hoje os praticantes conseguem ter uma ocupação e uma melhor concepção de saúde, qualidade de vida, menor percepção de dor.

 

Bragaru et al

 

2011

NLD

Os efeitos dos esportes em amputados

Revisão sistemática da literatura.

Não houve

Foi constatado vários benefícios para qualidade de vida dos amputados

Shapiro e Martin

2010

USA

Buscou-se analisar as relações entre atletas jovens com deficiência

36 jovens, todos com deficiência entre 12 e 20 anos.

Private-Public Scale Identity Athletic

 

O esporte é capaz de promover melhoria na qualidade de vida alem de promover amizades, inspirações e emoções para essa população

.

Samsoniene et al

2010

LTU

Comparar o impacto do esporte na vida de atletas e paratletas.

 

235 indivíduos:

76 atletas, 159 paraatletas.

WHOQOL-BREF

 

Os atletas apresentaram um maior grau de satisfação de qualidade de vida, do que os paratletas.

Sthephens et al

 

2012

UK

Verificar os benefícios do esporte em indivíduos com lesão medular.

7 pessoas com media de idade de 37 anos e todos praticantes de esportes amador.

Questionário semi-estruturado.

A pratica esportiva além de melhora na percepção de qualidade de vida traz aspectos favoráveis como desenvolvimento funcional, independência entre outros.

 

Fonte: os autores

Discussão

    O esporte de rendimento não é sinônimo de saúde, visto que esses atletas associam o desempenho atlético à qualidade de vida, pois esses atletas assumem todos os riscos para o melhor desempenho, podendo ocasionar assim problemas sérios voltando principalmente à saúde (Santin, 2002). Essas concepções do esporte de rendimento podem levar aos atletas a uma menor percepção de qualidade de vida (Mello et al., 2005).

    A observação de que o esporte é grande percussor na Qualidade de Vida (QV) dos adolescentes atletas quando estes são comparados a não atletas é o que mostra os estudos de alguns autores, como Lam (2013), Snyder (2010) e Kuehl (2010), mas os da mesma população apresentaram uma menor percepção de QV quando se encontram lesionados como mostra Valovich (2010). Valier e Snyder (2013) volta a afirmar que adolescentes lesionados tem uma menor percepção de QV até mesmo que os próprios pais que os acompanham nas consultas. Os próprios pais que junto com a equipe técnica são de suma importância para manutenção de ansiedade pré-competitiva e consequentemente melhoria de QV demostrados por Ledochowski (2012).

    Nota-se que a QV em atletas lesionados é afetada principalmente quando estes estão afastados do âmbito competitivo e de treinamento como afirmam Cheung (2013), Sauers (2011) e McGuine (2012).

    Outros aspectos podem influenciar na QV dos atletas, entre eles estão as doenças das vias áreas que podem interferir no sono noturno com: espirros, prurido, rinorréia e congestão nasal, causando fadiga e sonolência no dia seguinte (Ferguson, 2004). As doenças respiratórias não só prejudicam á QV dos atletas, assim como também seu rendimento como asseguram Khan (2012) e Bougalt (2010).

    Quando comparados à percepção de QV em homens e mulheres, observa-se que os homens possuem melhor QV que as mulheres, podendo essa diferença estar relacionada a formas distintas de analisar os aspectos de sua vida (Lipp e Tanganelli, 2002; Cucchiaro e Dalgalarrondo, 2007), mas quando comparados em atletas, não houveram diferenças significativas mostrado por Modolo (2011).

    Latorre (2012) assegura que a QV em ex atletas é maior que a população espanhola estudada. Simon e Docherty (2014) sustentam a ideia de que a QV em ex atletas é menor em relação aos indivíduos não atletas e Maffulli (2011) sugere mais estudos para chegar a uma conclusão sobre tal tema.

    Blauwet e Willick (2012) mostraram que com a evolução do esporte paraolímpico e dos direitos das pessoas com deficiência, esta população só vem a ganhar com melhoria de saúde e QV.

    Um conjunto de autores assegura, a ideia de que o esporte está completamente ligado à melhoria de amizades, inspirações, emoções, dor, vitalidade corporal e QV (Dinomais (2010); Shapiro e Martin (2010); Bragaru (2011); Yazicioglu (2012); Litchke (2012); Sthephens (2012); Sena et al (2014). Mas quando houve a comparação de atletas com os atletas deficientes mostrou-se uma menor percepção de QV, fatores psicológicos e sociais que estão de fato relacionados a estes resultados de acordo com Samsoniene (2010).

Conclusão

    A compreensão da QV é algo importante entre os atletas. Uma menor percepção pode gerar queda de rendimento, aumento de níveis de lesões e de índices depressivos. Com isso mostra-se que a QV está ligada diretamente ao processo de desempenho, e é fundamental para a melhoria da interação social, inclusão social, percepção de dor, recuperação de lesões e ansiedade pré-competição.

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