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Os processos biopsicossociais do envelhecimento:

o caso dos descendentes de imigrantes Açorianos

Biopsychosocial processes of aging: the Azorean immigrant descendents case

Los procesos biopsicosociales del envejecimiento: el caso de los descendientes de inmigrantes de las Azores

 

*Enfermeira, Doutora em Ambiente e Desenvolvimento

e Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário UNIVATES

**Biólogo, Doutor em Ciências e docente do Centro Universitário UNIVATES

***Acadêmico do Curso de Enfermagem pelo Centro Universitário UNIVATES

****Enfermeira, Doutoranda em Ambiente e Desenvolvimento e Bolsista da

Fundação de Amparo de Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul- FAPERGS

(Brasil)

Arlete Eli Kunz da Costa*

arlete.costa@univates.br

Noeli Juarez Ferla**

njferla@univates.br

Luis Felipe Pissaia***

lpissaia@universo.univates.br

Claudete Moreschi****

clau_moreschi@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo possui como objetivo, compreender os processos biopsicossociais do envelhecimento em indivíduos descendentes de imigrantes açorianos residentes no interior do estado do Rio Grande do Sul. Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida com 25 idosos residentes em 5 municípios do Vale do Taquari, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Verificou-se que as questões de acesso à saúde assumem importância no contexto da qualidade de vida da população. Observou-se que os grupos de convivência constituem-se como espaços de fortalecimento das relações sociais. Evidenciou-se a necessidade de realização de estratégias de educação em saúde visando à preservação de seus direitos. Sendo assim, percebe-se a importância de implementar as políticas de saúde existentes com a finalidade de auxiliar no processo de envelhecimento saudável da população. Enfatizando-se o papel da família e do Estado na responsabilização e respeito aos indivíduos idosos de sua comunidade.

          Unitermos: Assistência integral à saúde do idoso. Política nacional de saúde do idoso. Assistência social para idoso. Assistência à saúde do idoso.

 

Abstract

          The purpose of this study is to understand the biopsychosocial processes of aging for Azorean descendent individuals living in the interior of the state of Rio Grande do Sul. It is a descriptive, exploratory field study of a qualitative approach.. The research included 25 elderly residents from 5 municipalities in the Vale do Taquari, state of Rio Grande do Sul, Brazil. It was verified that health access issues become important within the population’s quality of life context. It was observed that the socialization groups are constituted as social relation strengthening spaces. Evidence was found of a need to realize health education strategies aimed at preserving their rights. This way, there is a perceived importance in implementing the existing health policies with the purpose of assisting with a healthy population aging process, with emphasis on the role of the family and the State in the accountability and respect for the elderly individuals in their community.

          Keywords: Full elderly health assistance. National elderly health policy. Social assistance for the elderly. Elderly health assistance.

 

Resumen

          Este estudio tiene el objetivo entender los procesos de envejecimiento biopsicosociales de personas descendientes de inmigrantes de las Azores que residen en el interior de Rio Grande do Sul. Esta es una investigación de campo, descriptivo y exploratorio, con enfoque cualitativo. La investigación se realizó con 25 residentes mayores de 5 municipios del Vale do Taquari, estado de Rio Grande do Sul, Brasil. Se ha encontrado que el tema del acceso a la salud es importantes en el contexto de la calidad de vida de la población. Se observó que los grupos de convivencia se constituyen como espacios de fortalecimiento de las relaciones sociales. Se puso de relieve la necesidad de llevar a cabo estrategias de educación para la salud con el fin de preservar sus derechos. Por lo tanto, vemos la importancia de implementar políticas de salud existentes con el fin de ayudar en el proceso de envejecimiento saludable de la población. Se destacando el papel de la familia y la responsabilidad del Estado y el respeto a los ancianos en su comunidad.

          Palabras clave: Atención integral de salud de las personas mayores. Política nacional de salud de los ancianos. Asistencia social para los ancianos. Atención de salud para los ancianos.

 

Recepção: 23/04/2016 - Aceitação: 24/02/2017

 

1ª Revisão: 07/02/2017 - 2ª Revisão: 20/02/2017

 

 
Lecturas: Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 225, Febrero de 2017. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O envelhecimento humano pode ser caracterizado como uma fase vital, que incorpora em si mudanças significativas nos aspectos biológicos, sociais e emocionais do indivíduo (Vasconcelos; Rodrigues, 2007). Em um patamar evolucionista podemos observar o ser humano como o único do reino animal que possui uma vida longa após o período reprodutivo, nas demais espécies a infertilidade e suas incapacidades decorrentes torna-se um empecilho (Patricio; Hoshino; Ribeiro, 2009).

    No Brasil, considera-se pessoa idosa aquela com idade igual ou superior a 60 anos, possuindo seus direitos e deveres garantidos pela Constituição Federal e reforçados pela elaboração do Estatuto do Idoso, Lei 10.741 de 2003, direcionando uma preocupação integral e efetiva a esta população (Brasil, 2003). A Organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza um critério cronológico composto por quatro estágios que permeiam este processo, sendo adultos em processo de envelhecimento dos 45 a 59 anos, idosos dos 60 a 74 anos, anciões dos 75 a 90 anos e velhice extrema a partir de 90 anos de idade (OMS, 2005).

    Atualmente verifica-se um crescimento da população idosa mundial, devido a mudanças sociais e culturais das últimas décadas, como a queda nas taxas de natalidade e os avanços da medicina e da indústria farmacêutica que prolongaram a expectativa de vida (Martins et al., 2015). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2002 a população idosa brasileira era de 14,1 milhões de pessoas, e conforme projeções realizadas pelo órgão, em 2025 espera-se um contingente igual ou maior a 33,4 milhões de idosos (IBGE, 2002).

    O envelhecimento é um acontecimento universal, no entanto sua etiologia relaciona-se com o contexto ao qual o idoso esta exposto, sendo, portanto um processo individual passível de diversos fatores intrínsecos e extrínsecos (Borghi et al., 2015). Levando-se em consideração que a cada dia que se passa nosso organismo envelhece, entende-se a velhice como uma característica orgânica dinâmica, progressiva e irreversível (Pimenta et al., 2015).

    A comunidade possui um papel fundamental no auxílio da pessoa idosa, principalmente no enfrentamento das incapacidades que surgem com a velhice, fortalecendo a autonomia do indivíduo e buscando resgatar os laços afetivos sociais (Soares; Istoe, 2015). Devido às mudanças em âmbito biopsicossocial, o idoso fica suscetível ao adoecimento e exclusão social, para tanto a responsabilização e reconhecimento deste indivíduo deve partir de sua família, comunidade e governantes a nível municipal, estadual e federal (Aguiar et al., 2015).

    Sendo assim, o presente estudo possui como objetivo, compreender os processos biopsicossociais do envelhecimento em indivíduos descendentes de imigrantes açorianos residentes no interior do estado do Rio Grande do Sul.

Materiais e métodos

    Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida em 5 municípios do Vale do Taquari, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Os municípios fazem parte da 16ª Coordenadoria Regional da Saúde do Estado e possuem predomínio da cultura Açoriana em sua população.

    A pesquisa foi realizada através de entrevistas com 25 idosos residentes em municípios com predominância de imigrantes de origem Açoriana em sua população total. Para a realização das entrevistas, seguiram-se os critérios de inclusão, sendo a amostra composta por idosos acima de 60 anos e participantes de grupos de convivência. Sendo excluídos indivíduos com idade inferior a 60 anos e que não possuíam condições mentais para responder os questionários.

    A coleta de dados foi realizada em grupos de convivência mediante a aprovação de responsável pelas atividades. Foram aplicados questionários abertos e fechados elaborados pelo grupo de pesquisa. As entrevistas foram individuais e tiveram seus áudios gravados e posteriormente transcritos.

    Todos participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa, e em concordância assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias. O anonimato dos sujeitos da pesquisa foi preservado utilizando-se codinomes de flores escolhidos aleatoriamente pelos pesquisadores. A análise dos dados ocorreu por meio de categorização de pontos focais compatíveis de acordo com a Análise de Conteúdo de Bardin (2011).

    O presente estudo faz parte do projeto de pesquisa “A equipe multiprofissional e o gerenciamento dos investimentos públicos aplicados na saúde dos idosos em um município da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul”, possuindo aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) do Centro Universitário Univates, sob o CAAE nº 11992112.8.0000.5310. Foram observados os aspectos éticos, preconizados pela Resolução Nº 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que determina as diretrizes e normas reguladoras de pesquisas que envolvem seres humanos.

Resultados e discussão

Caracterização dos sujeitos de pesquisa

    Foram realizadas entrevistas com 5 idosos em cada município, totalizando 25 entrevistas. A análise demonstrou que a faixa etária dos entrevistados variou dos 60 aos 89 anos de idade. Quanto ao gênero sexual a maioria dezesseis idosos são do sexo feminino e 7 do sexo masculino. Quanto a ocupação 7 entrevistados são agricultores, 4 não realizam atividades remuneradas e os demais são juiz, pedreiro, industriário, contador e carpinteiro.

    A partir da análise das informações os resultados foram categorizados conforme os seguintes tópicos: (1) As percepções dos idosos quanto a suas necessidades na saúde; (2) As percepções dos idosos quanto as suas necessidades e tendências na educação; (3) As percepções do idoso sobre seu contexto social; (4) As percepções dos idosos quanto as suas necessidades financeiras; (5) As percepções dos idosos quanto às necessidades e tendências no lazer; (6) As percepções dos idosos quanto a sua legislação; e (7) A prevalência de patologias e uso de medicações pelos idosos.

As percepções dos idosos quanto a suas necessidades na saúde

    Conforme os dados coletados os idosos visitados utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) como principal porta de entrada em todas as necessidades referentes à saúde, sobre isso Copo de Leite fala: Nós idosos temos muito cuidado pela Unidade Básica de saúde. Complementando o relato anterior, Glória da Manhã diz: Aqui no nosso município os serviços de saúde estão bons. A saúde pública é um direito de todos os cidadãos brasileiros, sendo que seu acesso é universal e igualitário independente de seu gênero ou faixa etária (Martins et al., 2015).

    Não houve relatos de procura por atendimentos particulares ou via saúde suplementar. Devido à situação financeira de alguns idosos a saúde suplementar torna-se inviável, sendo necessário assim realizar consultas pelo SUS, que em algumas vezes não contemplam as expectativas (Borghi et al., 2015).

    As entrevistas demonstram que a população idosa mesmo que utilizando a saúde pública quase em sua totalidade apresenta dificuldades em ser atendida, Chuva de Prata comenta: Presença de agentes de saúde que não vem programas de educação para idoso. Os profissionais atuantes nas unidades de saúde reconhecem a falta de capacitação em atender a demanda da população idosa residente em sua comunidade (Vasconcelos; Rodrigues, 2007).

    Conforme relatos não há médicos nas unidades básicas todos os dias, os encaminhamentos para exames demoram muito e são realizados a uma distância significativa de sua residência, aumentando a dificuldade das pessoas idosas no quesito prevenção de doenças, Cravina diz: Falta exames, remédios pelos SUS para controle das doenças. As redes de apoio ao diagnóstico da atenção básica perpassam convênios regionais que por momentos podem dificultar o acesso a indivíduos na terceira idade, no entanto suas organizações devem seguir as demandas locais (Pimenta et al., 2015).

As percepções dos idosos quanto as suas necessidades e tendências na educação

    A maioria dos entrevistados expõe a necessidade de disponibilização de cursos de curta duração principalmente na área das tecnologias, pois gostariam de comunicar-se com outras pessoas por meio de redes sociais, Sálvia relata: Seria bem legal fazer curso de computador, para me comunicar com os netos. A educação para a terceira idade causa impacto nas vivências sociais de cada indivíduo, modificando suas compreensões sobre o meio e seus significados (Martins et al., 2015). Sobre a necessidade de comunicar-se com seus familiares através de tecnologias Oncidium fala: Curso de informática para se comunicar com parentes mais longe. Um dos principais medos dos idosos é o distanciamento de seus entes queridos, por este motivo buscam adequar-se as suas exigências (Borghi et al., 2015).

    Alguns idosos relatam ser necessárias aulas para pessoas analfabetas para que consiga assinar seu nome e saber zelar por seus direitos, Copo de Leite diz: Continuar a estudar, para poder mais atenta, conta bancária. As maiores taxas de analfabetismo encontram-se na faixa etária acima dos 60 anos de idade, situação esta de incita os profissionais a buscarem alternativas para suprir as demandas básicas dos idosos (Soares; Istoe, 2015). Partindo do mesmo pressuposto Cravina comenta: Gostaria de estudar para assinar meu nome, e acompanhar a evolução do mundo. O analfabetismo em qualquer faixa etária gera exclusão social e dificuldades em interagir com tecnologias essências para a sociedade do século XXI (Vasconcelos; Rodrigues, 2007).

As percepções do idoso sobre seu contexto social

    Os idosos solicitam ao governo mais segurança social à população, preocupam-se em sair na rua, pois não possuem força para caminhar rápido ou defenderem-se da violência que os cerca, Novelos relata: Não viajo de medo, pois estou velha e tem muita violência. Os casos de violência contra o idoso estão aumentando diariamente, as maiores taxas de ocorrências estão relacionadas à agressão verbal, que deixa marcas profundas no indivíduo (Aguiar et al., 2015).

    Expõe também a preocupação com as gerações mais jovens da comunidade que não respeitam os mais velhos, Cana da Índia comenta: Sair para outros lugares, mas tenho medo da violência. A fragilidade física do idoso é um fator importante quando exposto a situações de violência, deixando-o receoso e recluso pelo medo (Vieira; Aprile; Paulino, 2015).

    Os entrevistados relatam a dificuldade em utilizar o transporte público, devido à dificuldade em subir na escada dos ônibus e a quantidade reduzida de acentos reservados, Vassoura Espanhola fala: Eu não viajo, não recebo incentivo, sinto muita dor. Um dos direitos da pessoa idosa é o acesso ao transporte público gratuito, no entanto cotas mínimas de acentos reservados não são atualizadas, sendo que a demanda é muito maior que a disponibilidade de vagas (Vasconcelos; Rodrigues, 2007).

    Reivindicam a construção de centros de convivência onde as pessoas podem visitar diariamente para interagir com a população e realizar atividades, Cravina reivindica: Mais praças, centros de convivências e mais programas aos idosos. Centros de recreação para pessoas idosas devem ser prioridade em uma comunidade onde sua população possua altos índices de indivíduos acima de 60 anos (Soares; Istoe, 2015).

As percepções dos idosos quanto as suas necessidades financeiras

    Os entrevistados demonstram sua preocupação devido ao baixo valor que recebem de aposentadoria, referem perder as forças ao envelhecer e temer não conseguir pagar as contas, Maria Sem Vergonha diz: Não chega para pagar tudo as contas. Estudos demonstram que a aposentadoria é um fator importante na configuração vital do lar de um idoso, principalmente quando este não possui outras formas de renda (Martins et al., 2015).

    A maioria dos indivíduos relata a necessidade do governo aumentar o valor da aposentadoria para melhorar a vida dos idosos, Oncidium relata: O salário é muito pouco para passar o mês. A aposentadoria como direito da pessoa idosa é de suma importância para o contexto social, levando-se em consideração a contribuição vital que o cidadão oferece à nação (Vasconcelos; Rodrigues, 2007).

    Relatam também as dificuldades em comprar a medicação que não recebem gratuitamente, normalmente estes produtos são mais caros, e compromete boa parte da renda mensal, quanto a isso Cravina diz: Mais ajuda, como remédios, moradia, alimentação o salário é pouco. O contingente de idosos aumenta a cada estimativa anual e, no entanto as politicas públicas continuam desvalorizando esta população e desdenhando seus direitos cíveis (Vieira; Aprile; Paulino, 2015).

    Os idosos gostariam de mais auxilio na questão de trabalho para a terceira idade, pois perderam as forças e não são mais contratados pelo mercado de trabalho, Tango relata: O marido ainda trabalha para complementar o dinheiro, mas dá difícil ele não pode mais trabalhar em função da idade. A inserção da terceira idade no mercado de trabalho favoreceria a economia nacional, levando-se em consideração a constante falta de mão de obra e traria benefícios sociais aos indivíduos (Chies; Rocha, 2015).

As percepções dos idosos quanto às necessidades e tendências no lazer

    Conforme verificado poucos idosos entrevistados realizaram viagens para fora do estado ou país, a maioria das viagens são em cidades vizinhas, Anis comenta: Gostaria de ir para águas termais, mas tenho dificuldade financeira. Estudos realizados apontam como uma das principais dificuldades na realização de viagens para o idoso, como sendo a dependência de outras pessoas para realizar suas atividades físicas ou necessidades fisiológicas (Silva; Marin; Rodrigues, 2015).

    Os idosos expõem a dificuldade em custear as viagens como barreira para sua realização, Tango diz: Agora eu viajo para fora doe estado, pois sei que ganho o desconto e estou bem de saúde. A incapacidade ou falta de motivação em sair de sua casa pode estar associada à dor, comumente debilita o indivíduo (Soares; Istoe, 2015).

As percepções dos idosos quanto a sua legislação

    Os idosos entrevistados desconhecem a legislação que os defendem, Sálvia diz: Não, tenho passe livre no ônibus ah e ganho aposentadoria. Estatísticas indicam que a maioria dos idosos brasileiros desconhecem seus direitos a fundo, neste sentido torna-se dever do Estado, através dos profissionais que trabalham com este público fomentar a sua participação em debates e capacitações sobre o tema (Oliveira; Madrid, 2015).

    No entanto relatam direito como preferência nas filas de instituições bancárias ou Unidades Básicas de Saúde (UBS), vagas preferenciais de estacionamento e direito a aposentadoria, Vassoura Espanhola comenta: Não, mas sei que temos direitos de passagem, filas no banco e na Unidade Básica de saúde. A disseminação do conhecimento sobre a legislação do idoso é função da equipe multiprofissional que atua em todas as esferas assistenciais (Pithan, 2015).

A prevalência de patologias e uso de medicações pelos idosos

    Conforme relatos dos entrevistados a doença mais prevalente é a Hipertensão Arterial Sistêmica, Cana da Índia relata: Tenho hipertensão e recebo os medicamentos no Posto de saúde. Dentre as doenças crônicas mais frequentes na população idosa destacam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), que associadas aos fatores de risco alcoolismo, tabagismo e sedentarismo diminuem a expectativa de vida (Pimenta et al., 2015).

    Com menor número seguem casos de Diabetes Mellitus, Artrose, Osteoporose, Psoríase e enfisema pulmonar, sobre isso Chuva de Prata fala: Sou doente e tenho colesterol alto e hipertenso e não compro remédio, pois recebo do posto. Ações de educação em saúde são as mais eficazes no que diz respeito à conscientização dos idosos quanto aos cuidados com a saúde (Leite et al., 2015).

    Quanto ao uso de medicação onze indivíduos idosos relatam fazem uso de medicação contínua e os demais não utilizam, Cravo diz: Sim tomo remédio, não recebo do posto uma parte eu compro, e minha família me ajuda. As garantias do acesso à medicação necessária aos indivíduos portadores de doenças principalmente crônicas fazem parte dos objetivos do milênio (Rodrigues; Luiz, 2015).

    Aqueles que fazem uso declaram que recebem a maior parte da medicação financiada pelo Estado, quanto a isso Copo de Leite fala: Me pago os remédios, mas só o da diabetes eu recebo no posto. A dispensação de medicação para idosos deve ser observada atentamente quanto a sua necessidade, pois se trata de uma população de risco para o excesso de automedicação (Lima et al., 2015).

Conclusões

    A partir dos resultados analisados verificou-se em um sentido mais amplo a identidade dos idosos descendentes de imigrantes açorianos residentes no Vale do Taquari. Compreenderam-se os principais problemas a serem trabalhados e as reais virtudes desta população em risco social e que desempenha papel fundamental na comunidade regional.

    A questão de saúde apareceu na maioria das vezes atrelada a qualidade de vida, percebeu-se que nesta área são necessárias melhorias, como a ampliação da infraestrutura regional e capacitação dos profissionais atuantes principalmente na atenção básica. Quanto à identificação de patologias presentes no público estudado, verificou-se que em sua maioria são acometidos por doenças crônicas não transmissíveis.

    Compreende-se que os grupos de convivência relacionados com os sujeitos da pesquisa são espaços importantes dentro de comunidades idosas, por fortalecerem as relações sociais e incentivarem o envelhecimento saudável. Verificou-se também a necessidade de responsabilização social através de estratégias de educação em saúde que visem a integração dos direitos da pessoa idosa a realidade local.

    Percebe-se a importância de implementar as politicas sociais vigentes com a finalidade de enfatizar os direitos e deveres dos idosos, auxiliando no processo de envelhecimento e instrumentalizando ações de educação em saúde. A população idosa regional possui uma tendência de crescimento limiar, o que representa impactos nos sistemas de gestão municipal para suprir suas necessidades.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 225 | Buenos Aires, Febrero de 2017
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