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Análise do perfil sócio antropométrico e composição 

corporal de indivíduos praticantes de atividade

física em uma praça de Fortaleza, CE

Análisis del perfil socioantropométrico y la composición corporal de las 

personas que practican actividad física en una plaza de Fortaleza, CE

Profile analysis socio anthropometric and body composition of 

individuals practicing physical activity on a square of Fortaleza, CE

 

*Doutora em Ciências do Movimento Humano UFRGS*

**Mestra em Educação Unesa Pública**

***Doutor em Ciências da Saúde UFRN***

****Dtnd. em Ginástica Rítmica Universidade Estatal

de Cultura Física, Esporte e Turismo da Rússia

*****Bacharel em Educação Física pelo Centro Universitário Estácio FIC/CE

(Brasil)

Doralice Orrigo da Cunha*

Andréa Cristina da Silva Benevides**

Danilo Lopes Ferreira Lima***

Bárbara Raquel Agostini Palomares****

Francisco Carlos Francelino Mendonça*****

Jussara Neves da Costa*****

Ramon Krishna Vigorena Damasceno*****

andrea.benevides@estacio.br

 

 

 

 

Resumo

          A prática de atividade física tem sido relacionada nos estudos como uma estratégia na aquisição da melhora da qualidade de vida e também como contribuição para os níveis de saúde, pois, quanto mais se exercita, melhores são as condições físicas e de saúde. O presente estudo tem como objetivo investigar o perfil antropométrico e de composição corporal em praticantes de atividade física em uma praça da cidade de Fortaleza-Ceará. A amostra foi constituída de 53 indivíduos, de ambos os sexos, com idades a partir de 40 anos, com frequência de atividade física de, pelo menos, três vezes por semana na praça. Todos eles realizam exercícios aeróbicos de corrida ou caminhada. A avaliação antropométrica foi realizada através da mensuração de peso, altura, circunferências da cintura (CC) e do quadril (CQ), índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura, massa magra (MM), massa gorda (MG) e peso muscular (PM). Quando analisadas as classificações do percentual de gordura de acordo com a classificação de Lohman (1992), 1 (10%) homem estava abaixo da média, 7 (70%) acima da média e 2 (20%) com percentual considerado muito alto. Entre as mulheres foi visto que (7) 16,28% estavam abaixo da média (11) 25,58% na média (22) 51,16% acima da média e (3) 6,98% com percentual tido como muito alto. Diante desses dados, pode-se concluir que existe uma prevalência de sobrepeso e obesidade nos dois grupos, nas diferentes faixas etárias. Contudo, as mulheres demonstraram mais cuidado com a saúde, apresentando uma diferença no percentual relevante quando comparados os dois grupos. Acredita-se que esses espaços necessitam de políticas públicas eficazes, sob supervisão regular de um profissional de Educação Física, para que tenha efetividade como espaço de promoção da saúde e de orientação adequada.

          Unitermos: Exercício. Composição corporal. Educação Física.

 

Abstract

          The physical activity has been linked to better quality of life and contributions to health; the more you exercise the better the physical and health conditions. Currently, it has increased the number of people looking for parks and squares for physical activity, where the largest number of attendees is adults and the elderly, producing great social impact. This study aims to investigate the anthropometric profile and composition body in physically active in a square in the city of Fortaleza-Ceará. This sample consisted of 53 individuals of both sexes, aged from 40 who had physical activity frequency at least three times a week in the square. They all perform aerobic running or walking. The anthropometric assessment was performed by measuring weight, height, waist circumference (WC) and hip (HC), body mass index (BMI), body fat percentage, lean mass (LM), fat mass (FM) and muscle weight (MW). When analyzed the rankings of the percentage of fat according to Lohman classification (1992), 1 (10%) man was below average, 7 (70%) above average and 2 (20%) with percentage considered very high. Among women it was seen that (7) 16.28% were below average (11) 25.58% on average (22) 51.16% above the average and (3) 6.98% with a percentage considered very high. It can be concluded that there is a prevalence of overweight and obesity in both groups, in different age groups. However, women showed more care of his health, and demonstrated a significant percentage difference when comparing the two groups. These spaces need effective public policies, under professional supervision, giving them greater effectiveness as health promotion spaces.

          Keywords: Exercise. Body composition. Physical Education.

 

Recepção: 01/11/2015 - Aceitação: 22/03/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 216 - Mayo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Saúde é conceituada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como estado completo de bem-estar físico, mental e não apenas ausência de doenças ou enfermidades (Dalmolin et al, 2012). Porém esse conceito foi ampliado para os seguintes fatores: paz, abrigo, alimentação, renda, educação, recursos econômicos, ecossistema estável, recursos sustentáveis, equidade e justiça social. (Backes et al, 2009).

    A prática de atividade física tem sido relacionada à melhor qualidade e contribuições na saúde, quanto mais se exercita melhores são as condições físicas e da saúde, o contrário também ocorre, quanto menos exercício físico, pior o estilo de vida e maiores os riscos de desenvolver doenças, principalmente quando vem acompanhada de sedentarismo, má alimentação e uso de álcool e cigarro (Marques, 2012).

    Os espaços públicos, entre eles praças e parques, estão se tornando cada vez mais importantes no desenvolvimento sustentável das cidades com ligação direta na qualidade de vida da população (Gonçalves, 2013). Diante dessa necessidade, as praças e outros espaços públicos podem ser vistos como aliados para o desenvolvimento de atividades que aliam sociabilidade, esporte e lazer (Silva, 2011).

    Analises feita por vários estudos mostram que os hábitos populacionais para a prática de atividade física atualmente é realizada principalmente em parques e praças, onde o maior número de frequentadores são os adultos e os idosos, por produzem impacto sociais (Kunzler et al, 2011), devido à grande relevância dada pelos meios de comunicação em massa, com certa valorização na busca de um corpo belo e saudável (Libardi; Silva, 2014). A praça é um bem público e de todos e apenas 2,3% do território de Fortaleza são compostos por praças, parques e áreas verdes (Silva, 2014).

    A preocupação com hábitos saudáveis e com a qualidade de vida são fatores que levam a população (principalmente adulto e idoso) a procurar locais para a prática de atividade física. Neste sentido percebe-se que os efeitos da prática de exercícios ainda beneficiam o envelhecimento, que podem ser observados em termos antropométricos, metabólicos, cognitivos e psicossociais, efeitos nas quedas e até mesmo efeitos terapêuticos (Matter et al, 2011).

    Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a 57ª Assembléia Mundial, aprovou a Estratégia Global para Alimentação, Atividade Física e Saúde, onde o principal objetivo é reduzir os fatores de risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT). Essa estratégia auxiliou o Ministério da Saúde em diversas ações, até a criação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) em 2006, que visa à priorização da utilização das práticas corporais e atividades físicas como estratégias de promoção da saúde (Moraes et al, 2010).

    O Programa Esporte e lazer da Cidade (PELC) foram desenvolvidos por intermédio da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), para proporcionar a prática de atividades físicas, culturais e de lazer que envolve todas as faixas etárias e as pessoas portadoras de deficiência, estimula a convivência social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, favorece a pesquisa e a socialização do conhecimento, contribuindo para que o esporte e lazer sejam tratados como políticas e direitos de todos. E são realizadas atividades para atingir o bem estar biopsicossocial que envolvam diversas possibilidades de manifestações da cultura corporal do movimento às diretrizes do programa (Brasil, 2013).

    Em Fortaleza, o PELC desenvolve ações que pressupõem a consolidação da democracia participativa nas políticas públicas de esporte e lazer no âmbito de uma gestão democrática e popular que sinaliza para a auto-organização social e a articulação entre Estado e sociedade. E vem com a perspectiva de uma política municipal de esporte e lazer (Oliveira, 2010).

    Para avaliarmos estes benefícios encontramos algumas práticas de avaliação entre elas temos a antropometria que é um método muito utilizado para medir partes corporais, pode-se ainda verificar o percentual de massa magra e massa gorda, além do índice de massa corporal e circunferências, os resultados podem ter uma possível correlação com algumas doenças como a obesidade e sendo diagnóstica por um profissional capacitado pode reverter com boas práticas de estilo de vida (Bezerra et al, 2012).

    Nesse contexto surge a necessidade de se buscar respostas para o seguinte questionamento: qual o perfil sócio antropométrico e composição corporal em praticantes de atividade física em uma Praça de Fortaleza-CE?

    Como objetivo buscou-se analisar o perfil sócio antropométrico e composição corporal de indivíduos praticantes de atividade física em praças de Fortaleza – CE.

Método

    O estudo apresenta-se como do tipo descritivo e transversal com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada na praça Pedro Luiz Felipe Borges localizada no bairro Papicu, no período de fevereiro a junho de 2015. A amostra foi composta por 60 indivíduos com idade entre 40 e 60 anos, com a frequência semanal mínima de 2 vezes. A amostra foi selecionada de forma aleatória, após a aceitação voluntária de participar da pesquisa. Foram excluídos da pesquisa os adultos com idade inferior a 40 anos e que praticavam o exercício físico apenas uma vez na semana. A coleta de dados foi feita por meio da avaliação antropométrica, com objetivo de mensurar as características da morfologia humana sistematizando e analisando quantitativamente as variações e dimensões do corpo.

    A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Plataforma Brasil, conforme a portaria 466/12 sendo assim a coleta de dados não irá infligir nenhum dos princípios éticos. A coleta foi iniciada após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Instrumentos e procedimentos

    A antropometria foi avaliada juntamente com o questionário social, com os seguintes dados: peso, estatura, índice de massa corporal, circunferências do braço, panturrilha, cintura e quadril, dobras cutâneas tricipitais (DCT), subescapular (DCSE), supra-ilíaca (DCSI), abdominal (DCAb), coxa (DCCox), panturrilha (DCPant), axilar média (DCAx), bíceps (DCB), supra-espinhal (DCSEsp) e peitoral (DCPt), diâmetros ósseos (bi estilóide e bi condiliano) e por fim a relação cintura/quadril. As medidas de dobras cutâneas foram mensuradas com um adipômetro cientifico de marca Sanny® apresentando uma faixa de medição de 0 a 65 mm. Para o cálculo do diâmetro ósseo a fórmula utilizada foi a seguinte: PO = 3.02 (H² x R x F x 400)0.712, pelo modelo Von Döbeln (1964) modificado por Rocha (1975).

    A interpretação da densidade corporal (DC) das espessuras de dobras cutâneas foi realizada pelo protocolo de Pollock e Col (1984) de sete dobras que envolvem homens e mulheres de 18 a 61 anos.

Resultados e discussão

    Quanto à faixa etária encontramos na pesquisa, 10(18,9%) eram homens, dos quais 5 (50%) tinham idades entre 40 a 59 anos e 5 (50%) acima de 60 anos; e 43(81,1%) eram mulheres, das quais (31)72,1% apresentaram idades entre 41 a 59 anos e (12) 27,9% com idades acima de 60 anos.

    No grupo masculino, as idades estavam entre 40 e 71 anos, com média de 56,8±11,9 anos. No grupo feminino, as idades variaram entre 41 e 73 anos, com média de 56,6±8,4anos conforme a tabela a seguir.

Tabela 1. Distribuição da amostra de acordo com o sexo e faixa etária

Idades

Mínimo

Máximo

Média e desvio padrão

Masculino

40

71

56,8 ± 11,9

Feminino

41

73

56,6 ± 8,4

Fonte: Primária

    Ao analisar o perfil antropométrico dos homens entre 40 e 59 anos, pode-se verificar uma média de peso de 87,92±9,26kg, a estatura ficou entre 1,67±0,1m e IMC de 32,84±3,98 kg/m2. Valores distintos foram encontrados em estudos feitos por Thomaz. et al. (2013), com 500 sujeitos no Distrito Federal, onde a média de peso dos homens foi de 78,5 kg e a altura foi de 1,73 m. Já em relação ao IMC, 52% dos indivíduos encontravam-se com IMC dentro do normal, 33% com sobrepeso e 15% eram obesos. Foram encontrados no estudo sujeitos mais altos e com menos peso correspondendo assim a um IMC dentro do padrão na maioria dos pesquisados.

    Com relação aos homens de 60 a 71 anos, observou-se uma média de peso de 81,86 ± 11,44 kg, estatura de 1,68 ± 0,01 m e IMC de 28,94 ± 1,49 kg/m² (Tabela 2). Em um estudo realizado com 131 idosos do Sul do Brasil, Souza, Fraga, Gottschall et al (2013), encontraram uma média de peso em homens de 68,6 ± 11,1 kg e estatura de 1,63 ± 0,07m um índice diferenciado do estudo apresentado neste presente artigo.

Tabela 2. Valores de (média ± DP) de variáveis morfológicas em homens de diferentes faixas etárias

 

40 a 59 anos

60 a 71 anos

Peso (kg)

87,92 ± 9,26

81,86 ± 11,44

Altura (m)

1,67 ± 0,1

1,68 ± 0,01

IMC

32,84 ± 3,98

28,94 ± 1,49

% G

17,72 ± 5,04

Peso gordo (kg)

16,45 ± 7,24

M. Muscular

35,19 ± 5,49

P. Muscular

67,21 ± 8,29

Legenda: IMC= Índice de Massa Corporal; % G= gordura corporal relativa; M. Muscular= Massa Muscular; P. Muscular= Peso Muscular

Fonte: Primária

    Ao analisar o perfil antropométrico das mulheres com idades de 41 a 59 anos, pode-se verificar uma média de peso de 64,67 ± 10,13 kg, estatura de 1,54 ± 0,1 m e IMC de 27,63 ± 3,63 kg/m². Costa et al (2012), ao analisar uma amostra de 169 mulheres da cidade de Campinas encontrou dados muito parecidos com o presente estudo, onde a média de peso é de 65,60 kg, estatura 1,54 m e IMC de 27,33. Já Thomaz et al. (2013), encontrou em seu estudo uma média de peso para mulheres de 62,8 kg e de 1,59 m de altura. Quando analisados os dados das mulheres com idades entre 60 e 73 anos, pode-se verificar um peso de 66,83 ± 6,3 kg, estatura de 1,52 ± 0,04 e IMC de 28,74 ± 2,71 kg/m² (Tabela 3). Souza et al. (2013), analisaram 131 idosos no Sul do Brasil e encontraram uma média de peso de 59,2 ± 10,7 kg em mulheres e estatura de 1,52 ± 0,08 m um diferencial entre a relação do peso dos Cearenses e Sulista para praticamente a mesma estatura dos idosos do Sul e do Ceará.

Tabela 3. Valores (média ± DP) de variáveis morfológicas em mulheres de diferentes faixas etária

 

41 a 59 anos

60 a 73 anos

Peso (kg)

64,67 ± 10,13

66,83 ± 6,3

Altura (m)

1,54 ± 0,1

1,52 ± 0,04

IMC Kg/m2

27,63 ± 3,63

28,74 ± 2,71

% G

25,57 ± 3,50

Peso gordo (kg)

16,96 ± 4,23

M. Muscular

34,40 ± 4,15

P. Muscular

48,74 ± 6,52

Legenda: IMC= Índice de Massa Corporal; % G= gordura corporal relativa; M. Muscular= Massa Muscular; P. Muscular= Peso Muscular

Fonte: Primária

    Na classificação do IMC para mulheres de 41 a 59 anos, viu-se que (8) 25,8% estavam eutróficas (18) 58,1% com sobrepeso e (5) 16,1% obesas. No estudo de Costa et al. (2012), 24,85% das mulheres eram obesas (IMC>30Kg/m²) e 43,20% apresentaram obesidade abdominal (CC>88cm) dados que nos direcionam que as mulheres pesquisadas podem não estarem cuidando dos hábitos alimentares e da prática de atividades físicas devido as atividades laborais intensas nesta fase da vida. Já quando analisado o IMC para mulheres acima de 60 anos, observou-se que (9) 75% estavam com sobrepeso e (3) 25% com peso adequado, nos indicando que nesta fase da vida, as pesquisadas já estão com menos obesidade, porque, talvez, estejam cuidando da saúde com hábitos de vida saudáveis.

    Entre os homens de 40 a 59 anos, o IMC demonstrou que 2 (40%) estavam com sobrepeso e 3 (60%) estavam obesos. Já entre aqueles a partir de 60 anos, pode-se observar que 4 (80%) estavam com sobrepeso e 1 (20%) com peso adequado. De acordo com a classificação da OMS, apenas dois idosos (1,5%) são classificados como baixo-peso. Já 63 idosos (48,1%) foram classificados como eutróficos e 66 (50,4%) foram classificados com sobrepeso, obesidade grau I e II desta mesma referência.

    Ao se separar estas três classes, 51 idosos (38,9%) encontram-se em sobrepeso, 14 (10,7%) com obesidade grau I e apenas um idoso (0,8%) foi classificado como obesidade grau II. Nenhum idoso foi classificado como obesidade grau III. Já os pontos de corte estipulados pela OMS determinaram que 21 idosos (16%) se encontram com baixo-peso, 69 (52,7%) foram classificados como eutróficos e 41 (31,3%) como sobrepeso (Souza et al, 2013).

    Quando analisadas as classificações do percentual de gordura de acordo com a classificação de Lohman (1992), 1 participante (10%) do sexo masculino estava abaixo da média, 7(70%) acima da média e 2(20%) com percentual considerado muito alto.

    Entre as mulheres, foi observado que (7) 16,28% estavam abaixo da média (11) 25,58% na média (22)51,16% acima da média e (3) 6,98% com percentual tido como muito alto (Tabela 4). Ao relacionarmos homens e mulheres, as mesmas apresentam uma evidencia mais baixa no percentual geral de gordura. Apresentando discrepâncias nestes dados, mas que estas discrepâncias não são semelhantes entre os sexos conforme Bozza et al.(2012).

Tabela 4. Valores de classificação de percentual de gordura em mulheres e homens

 

Mulheres %

Homens %

Abaixo da média

16,28

10

Média

25,58

-

Acima da média

51,16

70

Muito alta

6,98

20

Fonte: Primária

    Com relação ao peso gordo, à massa muscular e ao peso muscular dos homens, verificou-se valores médios de 16,45 ± 7,24 kg, 35,19 ± 5,49 kg e 67,21 ± 8,29 kg, respectivamente.

    Entre as mulheres, os valores para o peso gordo, a massa muscular e o peso muscular foram, na ordem, de 16,96 ± 4,23 kg, 34,40 ± 4,15 kg, 48,74 ± 6,52 kg.

    Quando verificado o risco de doenças cardiovasculares pela relação cintura/quadril (RCQ), foi visto que 3 (60%) dos homens entre 40 e 59 anos apresentaram um risco moderado e 2 (40%) um risco muito alto. Entre aqueles com idades de 60 a 71 anos, 2 (40%) apresentaram um risco baixo e 3 (60%) um risco muito alto 60%. E que conforme Bozza et al. (2012) encontraram em seu estudo uma relação entre perímetro da cintura com o índice de massa corporal e percentual de gordura em adultos de ambos os sexos, em todas as faixas etárias analisadas constatando assim as que diversas alterações são apresentadas no processo de envelhecimento humano.

    Entre as mulheres de meia-idade (3) 9,68% apresentaram risco baixo (10) 32,26% moderado (9) 29,03% alto e (9) 29,03% muito alto. Entre as mulheres idosas (1) 8,33% apresentaram baixo risco (3) 25% risco moderado (5) 41,66% alto e (3) 25% risco muito alto (Tabela 5).

Tabela 5. Valores de classificação da Relação Cintura/quadril em mulheres e homens jovens e de meia idade

RCQ

Mulheres %

< 59 anos

Mulheres %

>59 anos

Homens %

< 59 anos

Homens %

>59 anos

Baixo

9,68

8,33

-

40

Moderado

32,26

25

60

-

Alto

29,03

41,66

-

-

Muito alto

29,03

25

40

60

Fonte: Primária

Considerações finais

    Através da mensuração da composição corporal dos participantes de atividades físicas na praça, pode-se concluir que existe uma prevalência de sobrepeso e obesidade nos dois grupos analisados, nas diferentes faixas etárias. Contudo, as mulheres demonstraram mais cuidado com a saúde, sendo apresentada uma diferença percentual relevante quando comparados ao grupo masculino.

    Portanto, para aumentar esse percentual de pessoas atentas aos cuidados com a saúde e que buscam hábitos saudáveis, esses espaços no caso a praça estudada necessita de políticas públicas eficazes e um maior incentivo para prática de atividade física, porém, sob supervisão de profissional de Educação Física, para que tenham maior efetividade como espaços de promoção da saúde.

Bibliografia

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