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Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada para Atletas

(EDAO-AR-A): primeiras evidências de validade e precisão

Escala Diagnóstico Adaptativa Operacionalizada para Atletas (EDAO-AR-A): primeras evidencias de validez y fiabilidad

 

*Mestre em Psicologia como Profissão e Ciência. Doutorando em Psicologia

pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)

**Doutora em Psicologia, docente do programa de pós-graduação stricto sensu

em Psicologia da PUC-Campinas entre 1990 e 2013

Evandro Morais Peixoto*

Elisa Medici Pizao Yoshida**

epeixoto_6@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Psicólogos do esporte necessitam de instrumentos de avaliação psicológica, válidos e fidedignos para sua prática. Nesta direção, esta pesquisa objetivou obter evidências de validade interna da primeira versão da Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada para Atletas (EDAO-AR-A), uma medida da adequação das respostas destes indivíduos frentes aos desafios enfrentados no contexto Afetivo Relacional e Produtivo. Amostra: 205 atletas, 51,7% homens, com idade entre 18 e 48 anos (22,44 ± 5,25), inscritos nas categorias juvenil 26,3% e adulta 73,7%. Instrumento: EDAO-AR-A, 50 itens divididos em duas subescalas: afetivo-relacional/A-R (n= 22) e produtividade/Pr (n=28). Através da Analise Fatorial Exploratória e Analise Paralela se estimou três dimensões para ambas as subescalas: Autocontrole, Relações Interpessoais, Enfrentamento. Índices Alfa de Cronbach apontaram boa consistência interna para a subescala Pr. Entretanto, encontraram-se índices insatisfatórios para a escala AR. Sugere-se refinamento dos itens, em busca de maior fidedignidade na avaliação de atletas diante este setor adaptativo.

          Unitermos: Avaliação psicológica. Esporte. Teste psicológico. Adaptação.

 

Resumen

          Los psicólogos del deporte necesitan instrumentos de evaluación psicológica válidos y confiables para su práctica. Así, esta investigación tuvo como objetivo obtener evidencias de validez interna y fiabilidad de la primera versión de Escala Diagnóstico Adaptativa Operacionalizada para Atletas (EDAO-AR-A), una medida de adecuación de las respuestas de los individuos frentes los desafíos que enfrentan en el contexto afectivo relacional y productivo. Muestra: 205 atletas, 51,7% hombres, con edades entre los 18 y 48 años (22,44; ± 5,25) y registrada en las categorías jóvenes (26.3%) y adultos (73.7%). Instrumento: EDAO-AR-A, compuesta de 50 ítems que se divide en dos subescalas: afectivo y relacional / A-R (n = 22) y productividad / Pr (n = 28). A través del Análisis Factorial Exploratorio y análisis paralelo se estimó tres dimensiones para los dos subescala: Auto control, Relaciones Interpersonales, Afrontamiento. Índices alfa de Cronbach mostró buena consistencia interna para la subescala Pr. Sin embargo, se encontraron índices insatisfactorios para la escala A-R. Se sugiere refinamiento de los ítems, buscando mayor fiabilidad para evaluar los atletas en el fenómeno de la adaptación.

          Palabras clave: Evaluación psicológica. Deporte. Pruebas psicológicas. Adaptación.

 

Recepção: 15/12/2015 - Aceitação: 02/04/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 216 - Mayo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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    Desde a entrada efetiva dos profissionais da psicologia nas equipes esportivas brasileiras estes se deparam com demandas por avaliação psicológica de atletas (Rubio, 2000). Nesta perspectiva pesquisadores e profissionais práticos tem se deparado com a dificuldades em encontrar modelos teóricos suficientemente abrangentes que possam ser aplicados aos contextos desportivos (Gomes, 2011). Dentre as possibilidades de avaliação que consideram a configuração do funcionamento total do sujeito, encontra-se o conceito de eficácia adaptativa proposto por Simon (1989), que define adaptação como sendo o “conjunto de respostas de um organismo vivo, em vários momentos, a situações que o modificam, permitindo manutenção de sua organização (por mínima que seja) compatível com a vida” (Simon, 1989, p. 15).

    A eficácia adaptativa é uma medida da adequação das respostas adaptativas do indivíduo em quatro setores da personalidade: A-R (Afetivo-Relacional); Pr (Produtividade). O setor A-R compreende o conjunto de respostas emocionais do sujeito em relação a si mesmo e nas relações interpessoais; o da Pr, à totalidade das respostas frente ao trabalho, estudo ou qualquer atividade produtiva de ocupação principal do indivíduo, mesmo que de natureza artística, filosófica ou religiosa.

    As respostas do indivíduo, em cada um desses setores, são avaliadas segundo três graus de adequação: adequado, pouco adequado e pouquíssimo adequado, e de acordo com os seguintes critérios: solução do problema, grau de satisfação obtido pelo sujeito com a solução encontrada; e conflito frente às normas internas e/ou culturais advindas das soluções adotadas (Simon, 1989, 1998, 2005). Para que a resposta seja classificada como adequada, além da solução do problema, critério obrigatório, deve trazer satisfação ao indivíduo, e não criar conflitos intrapsíquicos ou ambientais. Uma resposta pouco adequada, não contempla um dos critérios. E por fim, uma resposta pouquíssimo adequada, não traz em sua solução nenhum dos dois últimos critérios (Simon, 1989, 1998). Assim, quanto mais o conjunto de resposta do sujeito for adequado, mais eficaz será sua adaptação.

    Para a avaliação da eficácia adaptativa, Simon (1989) desenvolveu a Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada (EDAO), amplamente utilizada no Brasil por inúmeros pesquisadores e profissionais práticos (Enéas & Rocha, 2011). No entanto, trata-se de uma escala clínica que depende da realização de entrevistas para obtenção das informações a serem avaliadas. Uma versão de autorrelato da EDAO (EDAO-AR) foi desenvolvida por Yoshida (2013). A escala conta com 45 itens, dividida em duas subescalas, uma para avaliar o setor afetivo-relacional (A-R), com 24 itens e outra para avaliar a adequação da adaptação do setor da produtividade (Pr), com 21 itens, foi avaliada quanto evidências de validade da estrutura interna e relação com variável externa. Em relação à validade interna, ambas apresentaram bons índices de consistência interna (respectivamente, α = 0,81 e 0,80), e a estrutura fatorial, analisada por meio de análise fatorial exploratória e rotação Promax, apontou três fatores em cada uma delas, consentâneos com o modelo teórico da adaptação de Simon (1989). Os fatores que emergiram foram interpretados como medidas do foco na situação problema, foco na relação interpessoal e foco no eu (Yoshida, 2013). E, em relação a evidências de validade externa, a EDAO-AR apresentou correlação negativa com a severidade de sintomas psicopatológicos, avaliados com a Escala de Avaliação de Sintomas – 40/ EAS-40 (Laloni, 2001).

    Como as propriedades psicométricas de um teste dependem das peculiaridades do estrato da população avaliada, e como a adequação do conteúdo dos itens a esta população (Urbina, 2014), considerou-se a necessidade de adaptações para avaliação de uma mostra composta por atletas, especialmente no que diz respeito aos itens da subescala Pr, de modo a adequá-los às situações específicas vividas por esta população. Tomou-se como base a segunda versão da EDAO-AR (Yoshida, 2013) e procedeu-se à revisão dos itens de forma a adequá-los às situações vividas por atletas. Alguns itens foram modificados em sua estrutura e outros criados.

    Chegou-se então a uma versão preliminar da Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada de Autorrelato para Atletas (EDAO-AR-A), cujos itens foram submetidos à apreciação de quatro especialistas, que os avaliaram quanto ao conteúdo e pertinência ao setor que pretendiam avaliar (A-R ou Pr), e quanto ao grau de adequação da adaptação das alternativas de respostas propostas. Foram retidos aqueles itens em que se atingiu ao menos 75% de acordo. A seguir, os itens foram apreciados por um grupo de 14 atletas que os analisaram quanto à inteligibilidade. Desta etapa resultou um instrumento de 58 itens divididos em 30 itens para avaliar a qualidade da eficácia adaptativa do setor A-R e 28 para o setor da Pr (Peixoto, 2012). Esta pesquisa tem como objetivo principal estimar as primeiras evidências de validade da estrutura internada e precisão da EDAO-AR-A. A proposta deste estudo vai, portanto em direção às preocupações atuais da psicologia do esporte, diante da necessidade dos profissionais e práticos da área de contar com instrumentos de avaliação, cujas propriedades psicométricas sejam conhecidas.

Método

Participantes

    A amostra, por conveniência, foi composta por 205 atletas, inscritos nas instituições federativas estaduais das respectivas modalidades, sob as categorias juvenil (26,3%) e adulta (73,7%). Destes, 51,7% eram homens, com idade que variou entre 18 e 48 anos (média ± desvio padrão = 22,44±5,25); representantes das seguintes modalidades: Atletismo (6,8%), Basquete (25,4%), Futsal (26,3%), Natação (9,3%), Vôlei (21,5%) e Rugby (10,7%).

Instrumento

    Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada de Autorrelato para Atletas (EDAO-AR-A) (Peixoto, 2012). A escala tem como objetivo medir a eficácia adaptativa de atletas, de acordo com a teoria da adaptação de Simon (1989), resumida na Introdução. A EDAO-AR-A ficou constituída por 50 itens divididos em: 22 itens para avaliar a qualidade da eficácia adaptativa do setor A-R e 28 para o setor da Pr. Cada item conta com três opções de respostas correspondentes aos diferentes níveis de qualidade adaptativa - adequada, pouco-adequada e pouquíssimo-adequada, sendo que o respondente deve assinalar apenas uma das alternativas. As respostas aos itens foram ponderadas de acordo com os critérios propostos por Simon (1998) para a EDAO. No setor A-R: 3 (adequada), 2 (pouco-adequada), 1 (pouquíssimo adequada) e no setor da Pr: 2 (adequada), 1 (pouco-adequada) e 0,5 (pouquíssimo- adequada). A avaliação geral da escala é alcançada a partir da somatória dos escores médios obtidos nas Escalas A-R e Pr.

Procedimento

    Analise de dados: da mesma forma que proposto por Yoshida (2013) as subescalas A-R e da Pr foram avaliadas como instrumentos independentes. Para tanto, as respostas dos sujeitos foram submetidas a Analise Fatorial Exploratória (AFE) como método de estimação Unweightes Lesast Squares (ULS) e rotação Promax. A escolha de tais procedimentos foi fundamentada na adequação destes métodos ao nível de mensuração ordinal, para estimação de variáveis latentes, assim como pela perspectiva teórica de correlação entre os fatores que pudessem emergir da solução fatorial (Borsboon, 2006; Osborne, 2015). Vale destacar que a AFE foi antecedida avaliação dos indicadores de adequação da matriz de correlação, são estes Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e Teste de Esfericidade de Bartlett. Para a retenção do número de fatores, recorreu-se a análise gráfica do Scree Plot, Analise Paralela (AP), Cargas fatoriais superiores a 0,30 e interpretabilidade da solução fatorial. Por fim, se estimou índices de confiabilidade, alfa de Cronbach, para as fatores e escala total. Todas as análises estatísticas foram realizadas com o apoio do software IBM SPSS Statistics 21, para a realização da AP empregou-se a sintaxe RanEign (Enzmann, 1997).

    Considerações éticas: inicialmente a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Para o recrutamento da amostra, foram realizados contatos com as agremiações esportivas, com base nas informações contidas em sites de federações esportivas, bem como na rede de contatos pessoais do primeiro autor. A coleta de dados foi realizada em espaços localizados nos próprios centros de treinamentos, de forma coletiva, precedida da assinatura de TCLE. Buscaram-se condições mínimas de privacidade para a aplicação do instrumento.

Resultados

Escala Afetivo Relacional (AR)

    A fim de averiguar o padrão de correlação entre os itens e verificar a possibilidade destas variáveis serem explicadas por um construto latente, avaliou-se os indicadores de adequação da matriz de correlação: KMO igual (0.716) indicando que a proporção de variância dos itens poderia ser explicada por variáveis latentes. E teste de Esfericidade de Bartlett igual a χ² (231) = 503.645, p <0.01, rejeitando a hipótese nula de que a matriz de dados é similar a uma matriz-identidade (Tabachnick & Fidell, 2012).

    A AFE sem a utilização de método rotacional indicou a pertinência da solução com oito fatores com eigenvalues superiores a um e total de variância explicada igual a 55,62%. Considerando a fragilidade do critério de Kaiser para retenção dos fatores recorreu-se a análise gráfica do Scree Plot e AP, que demostraram a pertinência de extração de três fatores, os resultados da AP são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1. Analise Paralela, comparação entre Eigenvalues reais e aleatórios das subescalas A-R e Pr (n=205)

    A AP consiste em um procedimento estatístico de simulação de dados que objetiva a construção aleatória de matrizes de correlação baseadas nas mesmas características do conjunto de dados reais, número de participantes e itens. Assim, a média dos autovalores obtidos através das matrizes simuladas (1000 matrizes) foi comparada com o autovalor extraído dos dados reais. Os números de fatores retidos na solução fatorial correspondem ao número de autovalores que apresentavam índices superiores aqueles obtidos por meio dos dados aleatórios, neste caso três fatores. A solução fatorial apresentou porcentagem de variância explicada igual a 29,83%, um item com carga fatorial em mais de um fatorial (item 19), e um item (item 22) que não apresentou carga fatorial significativa, igual ou superiores a 0,30, em nenhuma das dimensões. As cargas fatoriais da solução com três fatores para o setor AR são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Cargas fatoriais estimadas a partir do método de extração ULS e rotação PROMAX das subescalas A-R e Pr (n=205)

    No que respeita à interpretação teórica dos itens, pode-se observar que aqueles que compuseram o primeiro fator da escala AR compartilhavam como característica principal respostas adaptativas do indivíduo em situações que exigem controle de seus impulsos em situações sociais ou no contato com o outro. Nestas situações, o foco da avaliação está na capacidade de autocontrole do indivíduo. O agrupamento de itens que formam o segundo é caracterizado por avaliar respostas adaptativas às situações problemas que exigem do indivíduo capacidade de tolerar frustrações e reconhecer as próprias limitações. Com isso, optou-se pela manutenção do item 19 (Quando fico nervoso eu... 3- procuro entender o que me deixou nervoso para resolver o problema. 2- tenho medo de perder o controle, mas isso nunca aconteceu. 1- não consigo me controlar e acabo brigando com quem aparece na minha frente) uma vez que se encontra teoricamente alinhado aos itens do segundo fator, no qual apresentou carga fatorial mais elevada, caracterizando-se como um representante legítimo do fator. Por fim, o terceiro e ultimo fator que compõe a escala AR é caracterizado por avaliar situações problemas que emergem da convivência e da relação com o outro, ou seja, o sentido estrito deste fator está calcado nas relações interpessoais.

Escala Produtividade (Pr)

    O mesmo método foi utilizado para estimação da estrutura fatorial do setor Pr. Desta forma, realizou-se AFE que apresentou as seguintes medidas de adequação KMO (0,765), e o teste de Esfericidade de Bartlett igual a χ² (378) = 1107.090, p <0.01, índices que deram suportam a análise pretendida. Com base no Critério Kaiser obteve-se solução com nove fatores e total de variância explicada igual a 57,15%. Novamente recorreu-se a análise gráfica do Scree Plot e AP que demostraram a pertinência de extração de três fatores. Conforme apresentado na Tabela 1.

    A explicação da variância para extração de três fatores foi igual a (33,40%). Nota-se a existência de itens que apresentam cargas fatoriais em mais de um fator (Item: 29 e 43). Além disso, os itens 31, 35, 42 e 48 não apresentaram cargas fatoriais iguais ou superiores a 0,30 em nenhum dos fatores descritos e, portanto, foram excluídos da escala. As cargas fatoriais da solução com três fatores são apresentadas na Tabela 2.

    A interpretação do conteúdo do primeiro fator da escala Pr sugere que os itens estão direcionado para avaliação do posicionamento do indivíduo diante das exigências a serem enfrentadas no cotidiano esportivo. Nessa perspectiva, o foco está nas tarefas profissionais a serem enfrentadas, pode-se observar que o item 29 apresentava carga fatorial também no segundo fator. Decidiu-se, todavia por sua manutenção, uma vez que se encontra teoricamente afinado aos itens do primeiro fator, assim como carga fatorial significativamente superior neste (> 0,10) (Gorsuch, 1983) (item 29: Durante situações decisivas eu... 3- consigo lidar com a pressão e manter o nível de concentração para resolver o problema. 2- consigo controlar meu nervosismo, mas mesmo assim tenho meu desempenho prejudicado. 1- fico travado e não consigo fazer nada).

    Os itens que compuseram o segundo fator avaliavam a capacidade de controle interno do indivíduo diante as situações-problema, oriundas da prática esportiva de alto rendimento, tendo como foco o próprio indivíduo. Por fim, a interpretação teórica do terceiro do fator indica avaliação das respostas adaptativas frente às relações interpessoais no âmbito do trabalho, o que concerne ao modo como o sujeito valoriza e/ou conta com o outro no enfrentamento das situações problemas. No sentido estrito, o foco está nas relações interpessoais no contexto do trabalho, assim como o item 43 (Quando me desentendo com algum companheiro de equipe eu... 3- consigo expressar minha opinião sem ofender o outro. 2- falo o que tenho vontade mesmo que isso prejudique nossa relação. 1- perco o controle e tenho comportamentos explosivos). Por tanto, manteve-se o item neste fator, haja vista sua maior saturação e similaridade ao construto avaliado pelo mesmo.

    Pode-se afirmar que a extração de três atendeu às expectativas teóricas, visto que as dimensões obtidas em ambas subescalas contemplam de forma específica dimensões da adaptação apropriadas aos desafios enfrentados pelos atletas no cotidiano esportivo, além disso são condizentes com a teoria da adaptação proposta por Simon (1998), bem como, estão em concordância com a estrutura interna apresentada por Yoshida (2013) frente avaliação da população geral através da EDAO-AR-45.

Precisão

    Uma vez obtida às primeiras evidências de validade da estrutura interna de ambas as escalas que compõem EDAO-AR-A estimou-se os índices de precisão do instrumento e seus respectivos fatores. Os resultados são apresentados na Tabela 3

Tabela 3. Coeficientes alfa de Cronbach para as subescala afetivo-relacional/A-R, produtividade/ Pr

    Os resultados apresentados na Tabela 3 apontam bons índices de precisão para a escala Pr. No entanto, denuncia índices insatisfatórios para a escala AR, em especial no que respeita os fatores que compõem o instrumento. que demandará nova revisão dos itens, em busca de maior fidedignidade nas avaliações da adequação das respostas de atletas. Em relação à escala total, observa-se índice muito próximos do aceitável.

Considerações finais

    Ainda que demande refinamento de alguns itens e, portanto, melhores índices de consistência interna, a primeira versão da EDAO-AR-A parece já contar com qualidades psicométricas promissoras para a avaliação de atletas, demonstrando assim o potencial de utilidade do instrumento para diagnósticos de esportistas. Neste sentido fazem-se necessários a realização de novos estudos que confirmem a estrutura interna da EDAO-AR-A. Espera-se, contribuir com profissionais e pesquisadores da psicologia do esporte ao disponibilizar um instrumento desenvolvido especificamente para a população de atletas. Por fim, destacam-se limitações desta pesquisa como o fato da amostra ter sido selecionada por conveniência, neste sentido a não randomização dos sujeitos inspira cautela na generalização dos resultados obtidos.

Bibliografia

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  • Enzmann, D. (1997). RanEigen: a program to determine the parallel analysis criterion for the number of principal components. Applied Psychological Measurement, 21, 232-232.

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  • Simon, R. (2005). Psicoterapia breve operacionalizada: teoria e técnica. São Paulo: Casa do Psicólogo.

  • Tabachnick, B. G.; Fidell, L. S. Using Multivariate Statistics. 6ª ed. Boston: Allyn and Bacon.

  • Urbina, S. (2014). Essentials of Psychological Testing. (2nd Ed. Hoboken, N.J.: John Wiley & Sons.

  • Yoshida, E. M. P. (2013). Escala Diagnóstica Adaptativa Operacionalizada de Autorrelato - EDAO-AR: Evidências de Validade. Paidéia, 23(54), 81-93.

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