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Caracterização dos acidentes de trânsito na 

região macronorte do estado de Minas Gerais, Brasil

Caracterización de los accidentes de tráfico en la región macronorte de Minas Gerais, Brasil

Characterization of traffic accidents in the macro northern region of Minas Gerais, Brazil

 

*Acadêmico do Curso de Graduação em Enfermagem das Faculdades Unidas

do Norte de Minas – FUNORTE. Funcionário da Equipe de Educação Permanente

do SAMU-Macronorte Montes Claros - MG

**Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem

das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE

***Professor-orientador. Especialista em Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica – PUC/MG

Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade

Estadual de Montes Claros – UNIMONTES

Antônio Osmar Santos Gusmão*

Andréa Batista Santos Oliveira**

Carlos Oliveira Rocha**

Henrique Andrade Barbosa***

carlos.o.rocha2005@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que acidente pode ser caracterizado como todo acontecimento eventual que determina uma lesão reconhecível, e constitui atualmente, importante problema de saúde pública. Para o ministério da saúde (MS) de acordo com a classificação internacional de doenças (CID), acidentes são caracterizados como causas externas. Entre os acidentes externos com grande incidência incluem se os acidentes com motocicletas. Objetivo: Caracterizar o perfil dos acidentes de trânsito ocorridos no primeiro semestre de 2014 atendidos pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na cidade de Montes Claros. Métodos: O método utilizado para esta pesquisa foi a coleta de dados secundários, a partir da ficha de atendimento Pré Hospitalar (FAPH) do Samu Macronorte. Estes dados depois de coletados foram submetidos a programas estatísticos, SPSS versão 2000, para análises dos resultados que serão apresentados em tabelas e figuras, para obtenção de resultados em percentuais. Discussão: De acordo com análises dos dados apresentados no mês de janeiro a junho de 2014, nas figuras abaixo compreende se a incidência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 9,2%, acidente com bicicletas com um índice de 9,7%, acidentes com automóveis com um índice de 12% e em destaque a motocicleta que lidera o ranking com 69,1% dos acidentes em todos os meses. Conclusão: Diante do estudo realizado caracterizou-se, com êxito, o perfil dos acidentes de trânsito ocorridos em Montes Claros – MG, tendo em destaque os acidentes envolvendo motocicletas.

          Unitermos: Acidente de trânsito. Serviços de saúde de emergência. Causas externas.

 

Abstract

          Introduction: The World Health Organization (WHO) states that accident can be characterized as any possible event that determines a recognizable injury, and currently constitutes a major public health problem. For the ministry of health (MOH) according to the International Classification of Diseases (ICD), accidents are characterized as external causes. Among the external accidents with high incidence include whether accidents with motorcycles. Objective: To characterize the profile of traffic accidents in the first half of 2014 attended by the SAMU (Mobile Emergency Care Service) in the city of Montes Claros. Methods: The method used for this research was the collection of secondary data from the Pre Hospital medical record (FAPH) Samu Macronorte. These data once collected were subjected to statistical programs SPSS version 2000 to analyze the results to be presented in tables and figures, to obtain results in percentages. Discussion: According to analysis of the data submitted during the month from January to June 2014, in the figures below include the incidence of accidents involving pedestrians with a 9.2% rate, with bicycle accident with a 9.7% rate, accidents with vehicles with a 12% rate and highlighted the motorcycle leading the ranking with 69.1% of the accidents every month. Conclusion: Before the study was characterized successfully, the profile of traffic accidents in Montes Claros - MG, has highlighted the accidents involving motorcycles.

          Keywords: Car accident. Emergency health’s service. External cases.

 

Recepção: 19/10/2015 - Aceitação: 08/03/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 21 - Nº 216 - Mayo de 2016. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que o acidente pode ser caracterizado como todo acontecimento eventual que provoca uma lesão reconhecível e constitui atualmente importante problema de saúde pública pela sua grande incidência e repercussões (Cardoso et al., 2012). Para o Ministério da Saúde do Brasil, de acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), acidentes são caracterizados como causas externas e seus impactos na qualidade de vida da população denotam um grande problema a ser enfrentado em todo o mundo, pois atinge um número muito maior de pessoas do que somente as que se encontram diretamente envolvidas e seus efeitos vão além do sofrimento individual e coletivo, recaindo na cultura e no modo de viver das pessoas (Sousa et al., 2010).

    Uma grande preocupação está associada à consequência que as causas externas têm tido na organização dos sistemas de saúde (Freitas e Nóra, 2012). Mais de um milhão de pessoas morrem, no mundo, vitimadas por acidentes de trânsito todo ano, sendo que mais de 90% dessas mortes acontecem em países de baixa e média renda. A OMS calcula que as perdas devido aos acidentes de trânsito ultrapassem US$ 500 bilhões por ano. No Brasil, os mortos e feridos graves são mais de 150 mil pessoas e a estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é que os custos totais destes acidentes sejam de R$ 28 bilhões ao ano (Bacchieri e Barros, 2011).

    Entre os acidentes com grande incidência, incluem-se os acidentes com motocicletas, veículo que vem ganhando maior destaque devido a sua agilidade, baixo custo para aquisição e manutenção, mas que por outro lado provocam grandes impactos sociais, econômicos e pessoais as vítimas (Freitas e Nóra, 2012).

    Com o trânsito considerado um dos mais violentos do mundo, o Brasil tenta conter o alto índice de acidentes. Com taxa de mortalidade estável (cerca de 20 mortes por 100 mil habitantes) desde a implantação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB - 1998), as novas leis, o controle municipal do trânsito, a melhoria da segurança dos veículos e a fiscalização eletrônica não conseguiram diminuir significativamente as mortes e incapacidades (Bacchieri e Barros, 2011)

    De acordo com Ascari et al. (2010), o trânsito surgiu antes da existência do automóvel, fazendo-se parte do trânsito, pessoas, veículos e vias desta forma considera-se a circulação de bicicletas e carroça como parte do trânsito. Com o surgimento do grande número dos veículos de transporte de tração mecânica e as consequências de maus comportamentos e imprudências dos seus usuários ocasiona-se um grande número de acidentes de trânsito, responsáveis por diversos tipos de traumas, invalidez e morte principalmente da população jovem e masculina.

    A OMS faz um levantamento anual onde se registrou, no mundo, cerca de 1,2 milhão de mortes ocasionadas por acidentes de trânsito que constituem cerca de 3 mil mortes por dia, principalmente na faixa etária de pessoas mais jovens. O Brasil faz parte dos dez países com o maior número de óbitos por acidentes de trânsito que concentram mais de 60% destes (León et al., 2012).

    Diversos são os fatores associados às causas externas, dos acidentes de trânsito, incluindo as desfavoráveis condições do clima, do uso de álcool, entre outros eventos (Moraes et al., 2010).

    Para Santos e Carvalho (2013), existe um grupo prioritário que é constituído de jovens que devido ao seu processo de mudanças fisiológicas, psicológicas e emocionais tem uma maior exposição aos riscos de acidentes e violência, o que, consequentemente, se destaca como um fator que aumenta o índice desses acidentes envolvendo essa classe que, por sua vez, exige maior atenção das políticas públicas de promoção e prevenção de danos e agravos que podem minimizar gastos relacionados a internações e atendimentos no Sistema Único de Saúde. A saúde pública tem um grande desafio para contribuir com a redução dos acidentes de trânsito com ações pertinentes. Um fator importante seria a implementação de orientações junto a escolas como uma estratégia benéfica que contribuirá para a diminuição das ocorrências de acidentes de trânsito no país.

    Entendendo esse contexto, o objetivo traçado por este estudo foi de caracterizar os acidentes de trânsito registrados pelo serviço de atendimento móvel de urgência da região macronorte, com sede na cidade de Montes Claros, MG.

Materiais e métodos

    Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa, de corte transversal. Para isso, foi realizada a avaliação das fichas de atendimento pré-hospitalar do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) da região macronorte, que tem sede na cidade de Montes Claros-MG, onde foram levantados tipos de acidentes, quantificar o número de acidentes, horários e locais de maior frequências de acidentes e a relação dos acidentes com os fatores gênero e faixa etária de todas as ocorrências atendidas no período de 01 de janeiro a 30 de junho de 2014, caracterizando este estudo como censitário para o período proposto. O método utilizado para esta pesquisa foi a coleta de dados secundários, a partir da Ficha de Atendimento Pré-Hospitalar (FAPH) que foram avaliadas no período de 04 a 15 de maio de 2015. O critério de exclusão definido para delineamento desta pesquisa foi de eliminar as fichas de registros de atendimento clínicos. Estes dados depois de coletados foram submetidos a análise estatística descritiva no programa Excel for Windows®, para análises dos resultados que serão apresentados em tabelas e figuras, para obtenção de resultados em percentuais. O projeto de pesquisa que originou este estudo seguiu os preceitos éticos estabelecidos pela Resolução nº. 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, submetendo-o ao Comitê de Ética em Pesquisa da SOEBRAS que analisou e aprovou concedendo parecer consubstanciado nº. 1.039.798 de 28 de março de 2015.

Resultados e discussão

    Seguem os resultados da análise descritiva dos dados referentes aos acidentes de trânsito atendidos pelo SAMU da região macronorte.

Tabela 1. Registros dos acidentes de trânsito, por sexo e tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG, no período de janeiro de 2014

Acidentes

Janeiro

Masculino

Feminino

Não informado

Total

N

%

N

%

N

%

N

%

Atropelamento

22

66,6

5

15,2

6

18,2

33

9,1

Bicicleta

29

66,0

12

27,2

3

6,8

44

12,2

Motocicleta

168

69,4

55

22,8

19

2,8

242

67,0

Automóvel

32

76,2

8

19,0

2

4,8

42

11,7

Total

251

69,5

80

22,1

30

8,4

361

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    De acordo com análises dos dados apresentados no mês de janeiro de 2014, na tabela acima se compreende a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 9,1%, acidente com bicicletas com uma prevalência de 12,2%, acidentes com automóveis com um índice de 11,7% e em destaque a motocicleta que lidera com 67,0% dos acidentes.

Tabela 2. Registros dos acidentes de trânsito, por sexo e tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG no período de fevereiro de 2014

Acidentes

Fevereiro

Masculino

Feminino

Não informado

Total

N

%

N

%

N

%

N

%

Atropelamento

25

75,8

7

21,2

1

3,0

33

8,0

Bicicleta

30

69,7

12

28,0

1

2,3

43

10,4.

Motocicleta

190

67,1

74

26,1

19

6,8

283

68,5

Automóvel

41

76,0

10

18,5

3

5,5

54

13,1

Total

286

29,3

103

24,9

24

5,8

413

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    Essa análise dos dados apresentados no mês de Fevereiro de 2014, na tabela acima, compreende-se a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 8,0%, acidente com bicicletas com um índice de 10.4%, acidentes com automóveis com um índice de 13,1% e em destaque a motocicleta que lidera com 68,5% dos acidentes.

Tabela 3. Registros dos acidentes de trânsito, por sexo e tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG, no período de Março de 2014

Acidentes

Março

Masculino

Feminino

Não informado

Total

N

%

N

%

n

%

N

%

Atropelamento

20

60,6

9

27,3

4

12,1

33

8,2

Bicicleta

27

72,9

10

27,1

0

0,0

37

9,2

Motocicleta

190

66,9

80

28,1

14

5,0

284

70,8

Automóvel

30

63,8

13

27,6

4

8,6

47

11,8

Total

267

66,6

112

27,9

22

5,5

401

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    Os dados apresentados no mês de Março de 2014, na tabela acima compreende se a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 8,2%, acidente com bicicletas com um índice de 9,2%, acidentes com automóveis com um índice de 11,8% e em destaque a motocicleta que lidera com 70,8% dos acidentes.

Tabela 4. Registros dos acidentes de trânsito, por sexo e tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG, no período de Abril de 2014

Acidentes

Abril

Masculino

Feminino

Não informado

Total

n

%

N

%

n

%

N

%

Atropelamento

26

68,5

12

31,5

0

0,0

38

10,6

Bicicleta

27

77,1

8

22,9

0

0,0

35

9,7

Motocicleta

174

69,3

77

30,7

0

0,0

251

69,7

Automóvel

29

80,6

7

19,4

0

0,0

36

10,0

Total

256

71,1

104

28,9

0

0,0

360

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    De acordo com análises dos dados apresentados no mês de Abril de 2014, na tabela acima compreende se a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 10,6%, acidente com bicicletas com um índice de 9,7%, acidentes com automóveis com um índice de 10.0% e em destaque a motocicleta que lidera com 69,7% dos acidentes.

Tabela 5. Registros dos acidentes de trânsito, por sexo e tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG, no período de Maio de 2014

Acidentes

Maio

Masculino

Feminino

Não informado

Total

n

%

N

%

n

%

N

%

Atropelamento

27

62,8

16

37,2

0

0,0

43

10,7

Bicicleta

24

80,0

6

20,0

0

0,0

30

7,5

Motocicleta

189

69,7

82

30,3

0

0,0

271

67,4

Automóvel

42

72,4

16

27,6

0

0,0

58

14,4

Total

282

70,1

120

29,9

0

0,0

402

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    De acordo com análises dos dados apresentados no mês de Maio de 2014, na tabela acima compreende se a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 10,7%, acidente com bicicletas com um índice de 7,5%, acidentes com automóveis com um índice de 14,4% e em destaque a motocicleta que lidera com 67,4% dos acidentes.

Tabela 6. Registros dos acidentes de trânsito, por sexo e tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG, no período de Junho de 2014

Acidentes

Junho

Masculino

Feminino

Não informado

Total

n

%

n

%

n

%

N

%

Atropelamento

22

61,1

14

38,9

0

0,0

36

8,7

Bicicleta

30

76,9

9

23,1

0

0,0

39

9,4

Motocicleta

210

71,2

83

28,1

2

0,7

295

71,1

Automóvel

28

62,2

17

37,8

0

0,0

45

10,8

Total

290

69,9

123

29,6

2

0,5

415

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    As análises dos dados apresentados no mês de Junho de 2014, na tabela acima compreende se a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 8,7%, acidente com bicicletas com um índice de 9,4%, acidentes com automóveis com um índice de 10,8% e em destaque a motocicleta que lidera com 71,1% dos acidentes.

Tabela 7. Somatória do registro dos acidentes de trânsito, por tipo de acidente, ocorridos na cidade de Montes Claros/MG, no período de janeiro a junho de 2014

Acidentes

Jan

Fev

Mar

Abr

Maio

Jun

Total

N

%

n

%

n

%

n

%

n

%

n

%

n

%

Atropelamento

33

15,3

33

15,3

33

15,3

38

17,5

43

19,9

36

16,7

216

9,2

Bicicleta

44

19,3

43

19,0

37

16,2

35

15,3

30

13,1

39

17,1

228

9,7

Motocicleta

242

14,9

283

17,4

284

17,5

251

15,4

271

16,7

295

18,1

1.626

69,1

Automóvel

42

14,9

54

19,1

47

16,6

36

12,8

58

20,7

45

15,9

282

12,0

Total

361

15,4

413

17,5

401

17,0

360

15,3

402

17,1

415

17,7

2.352

100,0

Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    Estes dados apresentados nos meses de Janeiro a Junho de 2014, na tabela acima compreende a prevalência de acidentes envolvendo atropelamentos com um índice de 9,2%, acidente com bicicletas com um índice de 9,7%, acidentes com automóveis com um índice de 12,8% e em destaque a motocicleta que lidera com 69,1% dos acidentes.

    Percebe-se, em relação aos acidentes com automóveis, que o destaque é para a motocicleta que liderou o ranking com 69,1% dos acidentes em todos os meses. De acordo com Alves (2013), no ano de 2010 e 2011, observou-se um aumento do número de acidentes envolvendo motocicletas devido seu baixo custo de manutenção e fácil acessibilidade, sendo um dos principais meios de transporte urbano. Conforme Maciel (2013), as motocicletas representam categorias vulneráveis à acidentes e ressalta também a importância dos envolvidos não estarem em acordo com a habilitação (CNH) que favorece a experiência de condução e prática em vias abertas.

    Detecta-se, também o perfil, dos envolvidos com maior frequência serem indivíduos do sexo masculino e com idade entre 21 e 30 anos (como pode ser verificado na Figura 1), um fator importante por ser uma idade considerada produtiva o que gera grande impacto na economia do país devido ao grande número de mortos e sequelados.

Figura 1. Faixa etária de indivíduos envolvidos em acidentes de trânsito atendidos pelo SAMU-Macronorte 

no período de janeiro a junho de 2014. Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    A faixa etária de maior prevalência de envolvimento em acidentes de trânsito foi entre 21 e 30 anos de idade. Nessas idades estão incluídos os indivíduos caracterizados como mão de obra fundamental no mercado de trabalho.

    Segundo Oliveira (2013), a educação no trânsito, o respeito, a obediência para com as normas e regras de circulação das vias são fatores essenciais para uma harmonia e a formação cultural de valores e cidadania para com os usuários das vias a fim de promover um trânsito seguro, que deve ser iniciado o mais precocemente possível para se resultar em um tráfego e trânsito mais seguros.

Figura 2. Bairros com maior prevalência de atendimentos a acidentes de trânsito pelo SAMU-Macronorte

 no período de janeiro a junho de 2014. Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    Foram evidenciadas as localidades (bairros) com os maiores índices de acidentes de trânsito que são os bairros Alto São João, Esplanada, Bairro Industrial, Cintra, Dr. João Alves, Edgar Pereira, Esplanada, Independência, Jardim Palmeiras, Zona Rural, Major Prates, Maracanã, Renascença, Santa Rita, Santo Antônio, Santos Reis, São Judas, Todos os Santos, Vila Guilhermina, predominando o centro da cidade de Montes.

    Esses são os bairros com maior número de chamadas para atendimentos de urgência (tipo acidentes de trânsito) que totalizaram 1.125 atendimentos. O restante de atendimentos realizados no primeiro semestre de 2014 foi computado em 1.227 distribuídos nos demais bairros da cidade de Montes Claros-MG e adjacências.

    O bairro que registrou maior número de ocorrências foi o centro da Cidade de Montes Claros-MG com 142 chamadas, o que corresponde a 6% dos atendimentos de acidentes de trânsito.

Figura 3. Horários de atendimentos das ocorrências pelo SAMU-Macronorte

no período de janeiro a junho de 2014. Fonte: FAPH-SAMU MACRONORTE, 2015

    Os horários de maior pico de atendimento de urgência realizado pelo SAMU foram registrados entre 12:01 e 18:00 horas, porém o maior número de ocorrências foi apontado entre 18:00 e 19:00 horas.

    No estudo de Silva (2011), há uma predominância de jovens adultos e do sexo masculino envolvidos em acidentes de trânsito em horários comerciais no horário de 07 horas às 18 horas predominando no início e no final do dia por estar relacionado com o aumento generalizado da frota de veículos em circulação nas vias em percurso de ida ou volta do trabalho pra casa, ou casa para o trabalho destacando se os fatores como estresse, cansaço físico e mental, a imprudência associado ao uso de álcool por partes dos jovens, os favorecem como um grupo de risco.

    De acordo com Leite et al. (2013), em cidades subdesenvolvidas há um grande índice de acidentes com pedestres e ciclistas, porém na maioria das vezes não são quantificadas de forma exata devido aos envolvidos em alguns casos não registrarem as ocorrências principalmente quando não há lesões graves nos casos, sendo assim a uma grande possibilidade de se trabalhar com números subestimados em levantamento de dados.

    No total, foram analisadas 7.200 fichas de atendimento do banco de dados do SAMU macronorte, entretanto, foram excluídas 4.848 fichas relacionadas a atendimentos clínicos, perfazendo 67,3% dos atendimentos. Dessas fichas foram identificadas 2.352 como sendo registros de acidentes de trânsito, que foram analisados como dados para a pesquisa, sendo 32,7% das ocorrências. Como limitação deste estudo, destaca-se que, em várias fichas, o preenchimento foi incompleto dos dados o que não permitiu alcançar a avaliação algumas variáveis propostas pelo projeto do estudo, como fatores de risco para os acidentes de trânsito.

Conclusão

    Diante do estudo realizado caracterizou-se, com êxito, o perfil dos acidentes de trânsito ocorridos em Montes Claros – MG, tendo em destaque os acidentes envolvendo motocicletas.

    Este trabalho permitiu um levantamento expressivo de acidentes em virtude de diversos fatores que requerem modificações urgentes. O acidente com motocicleta tem uma magnitude e relevância alta por se tratar de um meio de transporte rápido, eficaz e com despesa mínima.

    Sendo assim a cidade de Montes Claros assim como outras localidades sofre com esse grande problema de saúde pública e que leva as autoridades governamentais a emitirem providências e estratégias para mudar essa realidade.

    Frente ao exposto faz-se necessário maior investimento governamental no emprego de políticas públicas, e estratégias de educação permanente para uma melhoria no trânsito, e um intensivo rigor na fiscalização de trânsito para diminuir os comportamentos de risco gerados pelos usuários das vias.

Bibliografia

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 216 | Buenos Aires, Mayo de 2016  
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