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Lesões no triathlon: uma revisão de literatura

Las lesiones en el triatlón: una revisión de la literatura

Injuries in triathlon: a review

 

*Autor

**Orientador

Universidade Federal de São Carlos

Campus São Carlos

Departamento de Ciências Fisiológicas

Manoel Marques da Silva Junior*

Ms. Luiz Paulo Gomes Rosa Milares**

jiunoru@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O triathlon é um exercício físico de endurance composto por três modalidades, sendo uma combinação entre natação, ciclismo e corrida. Com o crescimento pela procura pela pratica desta modalidade de exercício físico nos últimos anos, a mesma se tornou alvo de interesse e até curiosidade de atletas profissionais e amadores. Com isso, o despreparo de alguns profissionais para com esta modalidade esportiva pode acabar expondo o atleta a riscos, que podem surgir com o treinamento das modalidades, sejam de formas separadas ou em conjunto e esse fator pode acelerar o mecanismo de lesões esportivas. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar os artigos em periódicos nacionais, onde foram feitas buscas nas bases de dados LILACS e SciELO, sendo selecionados um total de 21 artigos, publicados no período de 1995 a 2015. De acordo com os artigos, foram encontrados maior incidência de lesões em: joelho, tornozelo, ombros, mãos e cotovelos sendo a corrida o esporte que mais foi citado na incidência das lesões.

          Unitermos: Lesões em atletas. Traumatismo em atletas. Atletas. Medicina desportiva.

 

Abstract

          The triathlon is an endurance exercise consists of three modalities, as a combination of swimming, cycling and running. According to growth by demand for the practice of this exercise modality in recent years, it became the target of interest and curiosity up of professional and amateur athletes. Thus, the awkwardness of some professionals towards this sport could end up exposing the athlete to risks that can arise with the training modalities, whatever the forms can be, separate or together and if this factor can accelerate the mechanism of sports injuries. Therefore, the objective of this study was to investigate the articles in national journals, which were made searches in the LILACS and SciELO databases, and selected a total of 21 articles published in the 1995 to 2015 period. According to the articles, were found higher incidence of injuries: knee, ankle, shoulder, hands and elbows and the running was the sport that more was quoted in the incidence of injuries.

          Keywords: Injuries in athletes. Trauma in athletes. Athletes. Sports medicine.

 

          Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, como exigência para obtenção do título de Especialista em Fisiologia do Exercício.

 

Recepção: 06/10/2015 - Aceitação: 25/02/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/

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1.    Introdução

1.1.     O Triathlon

    A definição da palavra Triathlon obteve seu principio grego nas Olimpíadas da Era Antiga, em 708 a.C, onde foi criado o pentathlon, uma modalidade esportiva que combinava arremesso de disco, arremesso de martelo, corrida, salto em distância e luta. Após, o nascimento deste principio foi só em meados dos anos 70, em que o Triathlon é citado como um esporte único, com largo crescimento e alta popularidade, devido à diversidade de eventos em que se poderia competir.

    Então, o evento atlético ganhou um significado ainda maior: tornou-se um esporte olímpico, composto por três modalidades esportivas de natação, ciclismo e a corrida, normalmente nessa ordem de execução e sem interrupção entre as modalidades.

    Historicamente o Thiathlon inicia-se em meados de 1974, onde amigos se reuniam democraticamente e provavelmente foram os primeiros a organizar um evento não-oficial no mundo de natação/ciclismo/corrida. E o vencedor deste primeiro evento da modalidade foi Bill Phillips um fisiologista de 46 anos, da San Diego University. A distância do percurso foi de: 4.500 metros de corrida, logo após 8.000 metros de ciclismo, seguindo de 400 metros de natação, com mais 3.200 metros de corrida novamente e finalizando com 400 metros de natação, notadamente bem diferente do modelo de competição que se vê nos dias atuais. (Tinley, 1986).

    Cipriani, Swarz e Hodgson (1998) afirma que existem diversos eventos de triathlon que vão desde as corridas de curta distância (1.000 metros de natação, 20.000 metros de bicicleta e 5.000 metros de corrida) até as corridas de maiores distâncias (3.500 metros de natação, 180.000 metros de bicicleta e 42.000 metros de corrida).

    Contudo, o esporte do triathlon saiu da Califórnia e expandiu para o mundo inteiro, sem sombras de dúvidas, a criação da prova do Ironman na Ilha de Oahu, Havaí foi o fator chave para que a modalidade se tornasse o sucesso mundial que ocorreu posteriormente. A prova do Ironman (Tinley, 1986) foi idealizada pelo fuzileiro norte-americano John Collins, em fevereiro de 1978 e teve a participação de 15 superatletas, dos quais apenas 12 completaram a prova, acabou se definindo como uma prova de superação de limites e muita persistência. McHardy, Pollard and Fernandez (2006) destacam que existem diferentes distâncias sobre as quais eventos de triathlon são realizadas (evento sprint, distância olímpica, de longa distância e de ultra distância ou "Ironman”). Entretanto, conforme a disposição e a popularidade do evento crescem, pode-se verificar distâncias intermediarias ou diferentes dos modelos acima citados.

    Segundo Bertola et al. (2014) os formatos mais comuns das provas atuais podem ser encontradas na seguinte disposição:

a.    Triathlon de Curta Distância

  • Sprint ou Short Triathlon: onde os atletas nadam 750 metros no mar, pedalam 20.000 metros e correm 5000 metros;

  • Triathlon Olímpico (desde Sidney 2000), onde são percorridos 1.500 metros de natação, 40.000 metros de ciclismo e 10.000 metros de corrida;

b.     Triathlon de Longa Distância

  • Ironman, onde o desafio é chegar ao fim depois de nadar 3.800 metros, pedalar 180.000 metros e percorrer a pé 42.195 metros de corrida;

  • Ultraman, onde o desafio é chegar ao fim depois de nadar 10.000 metros, pedalar 421.000 metros e percorrer a pé 84.000 metros de corrida;

  • Meio Iron também chamado de Ironman 70.3, com medidas 1.900 metros de natação, 90.000 metros de ciclismo e 21.100 metros de corrida;

    Segundo Cipriani, Swarz e Hodgson (1998) os triatletas devem lidar com todos os desafios únicos associado com três muito diferentes desafios físicos. Sendo assim, o triathlon caracteriza-se por ser um esporte que exige um forte preparo físico do atleta; visto que os atletas competem em três diversas modalidades esportivas e durante um período de tempo elevado.

    Com isso, muitas pessoas tanto leigos como profissionais da área de Educação Física ainda associam o surgimento da modalidade Triathlon com o Iron Man, contudo o Triathlon surgiu em San Diego, California (EUA), no ano de 1974, em Mission Bay, ao sul do bairro Pacific Beach; tudo começou quando Jack Johnstone (ex-nadador universitário que por causa da Marinha Americana mudou-se para a Califórnia, procurou uma atividade que poderia mantê-lo em forma e ao mesmo tempo alimentar suas ambições competitivas) juntamente com o amigo Don Shannahan (ambos membros do San Diego Track Club) elaboraram uma competição de 18.600 metros de extensão: 460 metros de natação, 8.000 metros de ciclismo e uma corrida de 9.600 metros. (Tinley, 1986).

    Independente da forma em que o Triathlon é disputada, esta modalidade esportiva já vem despertando o interesse de inúmeros pesquisadores da área desde a sua primeira disputa oficial em 1978. Contudo, a procura dessas atividades deve vir acompanhada por uma orientação adequada, por profissionais da área que entendam sobre esta modalidade, porque se for feito de forma equivocada ou desordenada, pode acabar facilitando o mecanismo de lesões ou outras injúrias.

    Pelo fato de expor os atletas a um estresse físico e enorme esforço cardiovascular, é necessário que a carga das atividades sejam seguras, confiáveis e ainda de acordo com a capacidade física e dentro do limite individual de cada atleta. É importante verificar todos os riscos que podem surgir com os treinos das modalidades, sejam separadamente ou em conjunto.

    A popularidade da participação de pessoas nos eventos de endurance aumentaram muito nos ultimos anos, o que provavelmente deve ter levado ao aumento também da ocorrência de lesões esportivas relacionadas à pratica da modalidade. Gosling afirma (2008) que desde meados dos anos 1970 a participação no triathlon tem crescido constantemente de 1500 membros em 1982 para 58.073 triatletas inscritos a nível nacional no EUA em 2005; contudo cita também que esse aumento da participação nos eventos de triathlon durante os últimos 30 anos tem sido acompanhado por um aumento do número de artigos que relatam sobre as ocorrencias de lesões em variadas distâncias de eventos de triathlon.

    Uma lesão é classificada como qualquer doença ou moléstia num órgão significa ainda pancada, contusão, equimose, prejuízo ou dano. Dessa maneira, torna-se sensata a conclusão que lesão esportiva está necessariamente ligada a um esporte ou modalidade, independente de qual seja e de qual for o nível praticado, seja amador ou profissional. Sendo assim invariavelmente, qualquer pessoa que pratica esportes está sujeita a sofres lesões esportivas em algum momento da pratica.

    Dessa maneira, pessoas que estão iniciando ou já praticam a modalidade estão cada vez mais contratando profissionais de treinamento personalizado, para através do embasamento científico poderem melhorar seus níveis de condicionamento; por conseqüência obter maior rendimento atlético e na medida do possível, sem o acometimento de lesões relacionadas à pratica do esporte.

2.     Objetivos

O objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de lesões esportivas provocadas pelos treinamentos físicos relacionados às modalidades do triathlon, podendo as lesões ser provocadas pelo treino de modalidades separadamente ou em conjunto, através de uma revisão de literatura.

3.     Metodologia

    Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão sistemática da literatura, em que foram utilizadas as bases de dados online LILACS e SciELO, buscando evidências científicas relevantes ao tema estudado.

    Assim, inicialmente foi realizada uma busca sobre a produção do conhecimento referente ao triathlon, tendo como objetivo identificar as lesões mais comuns, nos referidos periódicos nacionais, através da revisão de literatura sobre o tema.

    Na busca inicial foram considerados os títulos e os resumos para a seleção primária dos artigos de interesse.

    Para critérios de inclusão os textos que abordavam as palavras: triathlon, lesões esportivas e ocorrências, textos nacionais e internacionais publicados entre 1995 e 2015, entretanto foi dada a preferência em pesquisar artigos recentes.

    Como critério de exclusão para os textos, aqueles que não abordavam única e exclusivamente sobre o Triathlon sejam em qualquer de suas distancias foram descartados da revisão de literatura.

    Além disso, para a contextualização histórica da modalidade foi utilizado um livro referência para a determinação das datas dos eventos para uma melhor definição do esporte.

4.     Resultados

    Como relatado na metodologia e na Figura 1 abaixo, a busca foi realizada em periodicos nacionais com ênfase em publicações mais recentes. Os termos lesões, traumatismo em atletas, medicina desportiva nos revelaram 21 artigos, dos quais apenas 11 artigos foram relevantes para a realização deste trabalho. A figura I mostra um diagrama de fluxo que evidencia os critérios de inclusão e de exclusão dos artigos encontrados.

Figura 1. Fluxograma de inclusão e exclusão dos artigos encontrados

5.     Discussão

    Segundo Egermann (2003) as lesões podem ser classificadas em 4 formas, sendo: contusão ou abrasão na pele, lesão muscular ou tendinosa, lesão capsular ou ligamentar, ou as fraturas: incluindo as lesões por estresse e por lesões traumáticas. Nesse sentido, é interessante correlacionar este tipo de lesões e as modalidades esportivas decorrentes do Triathlon.

    Nota-se que as lesões por contusões ou abrasão estão mais associadas à prática do ciclismo e a exposição a radiação solar e muitas vezes não necessita de qualquer tipo de intervenção. Tais lesões são provocadas em sua maioria, por causa do alto índice dos atletas em exposição aos raios solares, pois a grande parte dos treinos são realizados em ambientes externos e juntamente com o alto volume de treino e a grande quantidade de horas treinando a modalidade. Esse tipo de lesão, que é uma das mais comuns entre os atletas é potencialmente perigosa e se faz necessário ter extremo cuidado; visto que aparentemente inofensiva e que não exige grande intervenção médica provoca lesões na pele aumentando o risco desenvolvimento de câncer de pele.

    Já as lesões musculares ou tendinosas estão mais associadas ao ciclismo e a natação, onde cerca da maioria dos individuos necessitam de intervenção médica. As lesões tendinosas estão presentes na natação atingido mais a região do ombro em virtude da grande solicitação durante os treinamentos e no ciclismo na região de joelhos e tornozelos; enquanto as lesões musculares atingem mais os musculos lombares, os isquiotibiais e o musculo gastrocnémio solicitados em grande parte durante o ciclismo e posteriormente também durante a corrida.

    Além das lesões capsulares e ligamentares, que apresentam um carater mais dificultoso de relacionar e identificar uma modalidade que mais a acometem As lesões capsulares e ligamentares são as mais temidas pelos praticantes, pois muita vezes esse tipo de lesão pode envolver algum procedimento médico ou ainda cirúrgico; o que pode se tornar um fator limitante para o treinamento ou competição.

    A popularidade da participação de pessoas nos eventos de endurance aumentaram muito nos últimos anos, o que provavelmente deve ter levado ao aumento também da ocorrência de lesões esportivas relacionadas à pratica da modalidade. Como mostrado na Figura 2, Gosling (2008) afirma que desde meados dos anos 1970 a participação no triathlon tem crescido constantemente de 1500 membros em 1982 para 58.073 triatletas inscritos a nível nacional no EUA em 2005; contudo cita também que esse aumento da participação nos eventos de triathlon durante os últimos 30 anos tem sido acompanhado por um aumento da o número de artigos que relatam sobre as ocorrências de lesões em variadas distâncias de eventos de triathlon.

Figura 2. Gráfico da evolução de participantes ao longo dos anos

    Ainda afirma Egermann (2003) que as lesões ligamentares ou capsulares podem ser no: joelho(41,6%), tornozelo(40,2), ombros(12,3), mãos (5%) e cotovelos(0,9), ilustrados na Figura 3. No tocante as fraturas, as fraturas por estresse estão comumente relacionadas à quantidade de horas de treino semanalmente enquanto as lesões traumáticas estão relacionadas a idade do praticante e ao tempo de pratica da modalidade (quanto mais tempo de esporte maior velocidade e maior a chance de quedas no ciclismo).

Figura 3. Gráfico das lesões capsulares ou ligamentares

    Já Bertola (2014) cita que os atletas que relataram tempo de prática entre 3 a 6 anos (20%), frequência de formação de 5 dias por semana (48%), pelo menos uma lesão durante os treinamentos (76%). A prevalência de lesões de acordo com a categoria de esportes foi: em corrida (79%), ciclismo (16%) e natação (5%). A região mais lesionada durante o treinamento (39%) e da competição (46%) foi a panturrilha. As atletas femininas relataram 92% das lesões durante o treino e 35% dessas lesões estavam em tornozelo e pé. Durante a competição apenas dois atletas tiveram lesões relatadas. A lesão muscular foi o mais prevalente (54%) entre os atletas do sexo masculino, seguido de tendão (19%), ligamento (17%) e osso (9%). Entre os atletas do sexo feminino as lesões prevalentes foram os seguintes: 32% do músculo, osso 32%, 32% tendão e apenas 4% lesões ligamentares.

    Percebe-se assim, que o esporte exige muito dos componentes do sistema musculoesquelético dos atletas, podendo comprometer a constituição física de várias estruturas em conjunto ou isolodamente, além disso os resultados obtidos por Bertola (2014) relacionados ao local das lesões corroboram com os citados anteriormente de Egermann (2003) ao investigar o local mais acometido por lesões em triatletas.

    È interessante também investigar conjuntamente à incidência de lesões em triatletas; qual das modalidades poderia ser potencialmente mais perigosa para a integridade física dos indivíduos como ilustrado na Figura 4.

Figura 4. Porcentagem de lesões nos esportes do triathlon

    McHardy (2006) confirma também que a maioria das lesões referentes ao triatleta estão relacionadas à fase da corrida, cerca (58-72%) e afirma que investigações revelaram a incidência de lesões em triatletas é semelhante ao tipo de lesão do corredores. Contudo, cita que correr também é o mais estressante de todos os exercícios da modalidade e não podemos nos esquecer que a corrida também é a ultima fase da prova, momento que o praticante pode estar fadigado devido ao enorme esforço até o momento.

    Contudo, por causa do enorme esforço ao qual o corpo do atleta é exposto na modalidade e devido ao fato de poder ser realizado por horas uma competição foi investigada também a possibilidade de outros tipos de lesões além de lesões relacionadas ao sistema músculo-esquelético.

    No artigo de Puggina (2014) procurou saber se exercício de longa duração, em especial um meio Ironman induziria alterações na função renal de triatletas. Com o objetivo de investigar os efeitos na função renal de triatletas, doze atletas foram estudados durante 12 semanas de treinamento e após uma prova e foi constatado alterações após a competição para: proteinúria, creatinina, eritrócitos e leucócitos quando comparados com outros momentos de coleta. E tal modificações são resultados das modificações da membrana glomerular decorrentes do exercício e a variáveis endócrinas como ADH (hormônio antidiurético), catecolaminas e aldosterona

    Cita Park (2014) em seu estudo que os triatletas podem experimentar uma variedade de problemas médicos problemas durante o treino ou competição, incluindo hiponatremia, hemólise, imunossupressão e lesão muscular. Em particular, esse estudo verificou a possibilidade de lesões cardíacas em atletas (elite e não elite) de triathlon. Os autores chegaram a conclusão que o dano cardíaco ocorrido durante uma competição de triathlon foi mais verificada em atletas de elite se comparados aos atletas de não elite, todavia todos os marcadores de dano cardíaco voltaram ao normal dentro de um intervalo de uma semana.

    Ainda sobre o risco de danos ao coração dos atletas, um outro artigo procurou nesse sentido observar se o triathlon poderia provocar uma lesão ventricular esquerda ou direita em seus atletas; para isso foi verificado as estruturas cardíacas, as funções ventriculares e o desempenho cardio-pulmonar dinâmico em um grupo de triatletas alemães recreacionais de média e longa distância. Foram examinados os atletas utilizando-se da técnica da espiroergometria e da ecocardiografia;e mesmo assim todos os parametros apresentaram valores normais para os atletas e não demonstraram alteração alguma. (Leischik & Spelsberg, 2014).

    É importante salientar ainda uma atitude que prevalece em primeiro lugar entre os triatletas é a de que o negócio é treinar e essa atitude pode superar outros aspectos da vida do praticante, incluindo a família, o trabalho, os amigos e especialmente a saúde ou a integridade física. Todavia, quando se trata dos triatletas, além das lesões, da fadiga muscular ou do overtraining, é importante analisar outros fatores, tais como: volume de treinamento, intensidade do treinamento, freqüência do treinamento, modalidade praticada durante o treinamento entre outros aspectos; caso contrário pode ocorrer consequências trágicas referentes ao treino.

    Freitas (2008) afirma que em sua maioria, os triatletas são especialistas em uma das modalidades antes de iniciar a prática do triatlo. Entretanto, devido ao número de horas e volume de treinamento, muitas vezes há dificuldade de se respeitar o tempo adequado de recuperação dos treinos submetendo-se a cargas excessivas. Em função disso, a prevalência de lesões pode ser alta levando à interrupção no treinamento e à necessidade de tratamento médico.

    Goldfeder (2010) em seu estudo propõe a utilização do marcador da Creatina Kinase (CK) que é a enzima que catalisa a fosforilação do ADP a partir da creatina fosfato. Segundo o referido autor; a concentração plasmática de CK é amplamente utilizada como marcador de lesão muscular, por ser uma molécula citoplasmática que não têm a capacidade de atravessar a barreira da membrana sarcoplasmática e atinge o pico no sangue em 1-4 dias após o exercício, permanece elevada por vários dias e tal fator deve ser utilizado com os triatletas como parâmetro para prescrição de treinamento, em especial para prevenir lesão muscular ou desenvolvimento de fadiga crônica e “overtraining”.

    Especialmente nessa modalidade cita Bales (2012) que a formação de um alteta para o triathlon é um exercício muito exigente. Há uma infinidade de problemas, tais como lesões por uso excessivo, overtraining e/ou treinamento inadequado que pode inviabilizar até mesmo o melhor atleta. Os autores também citam varios “mitos” e contos da “carochinha” que fazem parte da preparação do triathlon e do triatleta, principalmente no que se refere aos sintomas de “overtraining” (há muitos sinais e sintomas de overtraining e cada triatleta pode apresentar um ou mais, dependendo do grau de overtraining).

    Destaque para alguns sinais de atenção, durante o periodo de preparação de um triatleta:

6.     Conclusão

    Verificou-se que há relação direta entre o volume do treino e a incidencia de lesões nos triatletas; sendo assim há que se controlar melhor a intensidade e o volume dos treinos da modalidades para promover um melhor equilibrio entre a melhora da performance esportiva e a diminuição da incidência de lesões.

    Dessa maneira, como os atletas muitas vezes não dispõem de recursos para o controle da intensidade dos treinos e verificar a carga que o corpo deles é capaz de suportar; é importante que um dos indicadores para a determinação do estresse seja a verificação constante do estado de “overtraining”.

    Por fim, conclui-se que além das lesões que podem vir a sofrer e do “overtraining” durante o treinamento ou mesmo durante a competição, devemos nos atentar também para o fato que o triatleta apesar de ser um individuo altamente treinado e hábil para o esporte; independente disso tudo enfrenta dificuldades no controle da intensidade do treino e que esse esportista também possui limites fisicos e as intensidades do esforço fisico que devem ser respeitadas para evitar a incidencia de lesões e assim permanecer apto aos treinos e as provas da modalidade.

Bibliografia

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