efdeportes.com

Índice de massa corporal, circunferência da cintura, relação 

cintura-quadril e o risco cardiovascular em adolescentes de Caxias, MA

Índice de masa corporal, circunferencia de la cintura, relación cintura-cadera y riesgo cardiovascular en adolescentes de Caxias, MA

Body mass index, waist circumference and cardiovascular risk in adolescents from Caxias, MA

 

*Especialista em Desporto Escolar pelo Instituto Federal

de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí - IFPI/Teresina/PI

**Mestranda em Ciências e Saúde na Universidade

Federal do Piauí - UFPI/Teresina/PI

***Mestrando em Educação Física na Universidade

Federal do Triângulo Mineiro - UFTM/Uberaba/MG

****Doutoranda em Saúde Pública na Faculdade

de Saúde Pública - USP/São Paulo/SP

(Brasil)

Maricelia dos Santos Oliveira*

celiasantos15@hotmail.com

Claudia Maria da Silva Vieira**

claudiavieiraef05@hotmail.com

Ruan Carlos Macedo de Moraes***

oraes.ruan@gmail.com

Mara Jordana Magalhães Costa****

mara.jordana@usp.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo verificar a prevalência de obesidade e sobrepeso e o acúmulo de gordura centrípeta em adolescentes da cidade de Caxias-MA. O estudo foi do tipo quantitativo e transversal, realizado com 230 adolescentes, com idade de 15 a 19 anos da rede pública de ensino do município de Caxias-MA. As variáveis avaliadas foram: Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC) e Relação Cintura Quadril (RCQ). O IMC apresentou uma correlação muito forte e significante (p<0,01) com a circunferência da cintura, obtendo fraca correlação com o RCQ. Assim, conclui-se que o RCQ não pode ser considerado um bom indicador de risco cardiovascular na população avaliada, e que o IMC e a CC foram os indicadores antropométricos com maior correlação com doenças cardiovasculares em ambos os sexos. Esses dados suportam a hipótese de que o IMC e a CC podem ser considerados como índices antropométricos preditores de Obesidade e fatores de risco para a doença cardiovascular também em adolescentes.

          Unitermos: Adolescentes. Avaliação nutricional. Doenças cardiovasculares.

 

Abstract

          This study aimed to determine the prevalence of obesity and overweight and the centripetal fat accumulation in adolescents in the city of Caxias-MA. The study was a quantitative and cross-sectional, conducted with 230 teenagers, aged 15 to 19 years teaching the public network in the city of Caxias, MA. The variables were: body mass index (BMI), waist circumference (WC) and waist hip ratio (WHR). BMI showed a strong and significant correlation (p <0.01) with waist circumference, getting weak correlation with WHR. Thus, it is concluded that WHR can not be considered a good indicator of cardiovascular risk in the population used, and that BMI and WC were the anthropometric indicators with greater correlation with cardiovascular disease in both sexes. These data support the hypothesis that the BMI and the CC can be considered as predictors anthropometric measures of obesity and risk factors for cardiovascular disease in adolescents as well.

          Keywords: Adolescents. Nutritional assessment. Cardiovascular disease.

 

Recepção: 30/09/2015 - Aceitação: 24/01/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    Atualmente tem-se conhecimento que as doenças cardiovasculares são altamente associadas com problemas como excesso de peso e sedentarismo, e essa epidemia acomete cada vez mais a população jovem. A predominância de obesidade na infância e na adolescência cresce absurdamente e representa um problema de saúde pública relevante nos países desenvolvidos e em muitos países em desenvolvimento (Lavrador, 2011).

    Diante disso, Moreira (2010) relatou que no Brasil, as Doenças Cardiovasculares (DCV) também se encontram entre as principais causas de morbimortalidade e ainda um grande desafio da saúde pública, especialmente por sua prevalência ao longo dos anos. E essa prevalência tende a cada ano crescer devido ao sedentarismo da população que é diretamente proporcional ao crescimento das DCV.

    A avaliação antropométrica é a mais utilizada para avaliar a composição corporal e fatores associados a problemas cardiovasculares. Estudos, como o de Chagas et al. (2011), demonstraram relações quantitativas entre os diferentes índices antropométricos de obesidade e risco para eventos cardiovasculares, no qual a circunferência da cintura (CC) e a relação cintura-quadril (RCQ) têm se associado a fatores de riscos cardiovasculares.

    Em estudo, Rezende (2010) relatou que o IMC e a CC têm sido amplamente utilizados na avaliação do excesso de peso e da obesidade abdominal. Apesar do IMC não fornecer informações relacionadas com a quantidade e o padrão de distribuição da gordura corporal, ele pode ser associado a outras variáveis como a CC, para ajudar a predizer sobre o risco cardiovascular na população.

    Segundo Pinto et al. (2010) a circunferência da cintura (CC) tem sido uma medida antropométrica adicional muito proposta para avaliar a obesidade e adiposidade central porque estaria associada aos fatores de risco cardiovascular.

    Diante disso, nota-se a importância de testar a efetividade da utilização dessas estratégias em população adolescente, faixa etária que por mudanças no estilo de vida estão cada vez mais sendo acometidos por essas doenças, antes típicas apenas da idade adulta.

    Levando em conta esse contexto, o estudo teve como objetivo verificar a prevalência de obesidade e sobrepeso e o acúmulo de gordura centrípeta em adolescentes da cidade de Caxias-MA.

Métodos

    A pesquisa foi do tipo quantitativa e transversal, ocorrendo nos meses de setembro e outubro de 2014.

    O processo de amostragem foi de forma probabilística, aleatória simples, de forma que as dez escolas de ensino médio existentes no município de Caxias-MA tiveram a mesma chance de participar do estudo. Inicialmente, a Secretaria de Educação do Município forneceu o número de escolas que tinham ensino médio, totalizando 10 escolas. Em seguida, foi realizado um sorteio de cinco escolas e em seguida, por meio da coordenação das escolas, foi investigado o número de alunos que estavam cursando o 1º ano do ensino médio (542).

    Após conhecer o valor da população de interesse do estudo, o cálculo amostral foi realizado pela fórmula: n=n.z².p(1-p)/z²p(1-p)+e²(1-p), no qual considerou-se a prevalência de 7% de risco cardiovascular para adolescentes, levando em consideração a prevalência da doença cardiovascular mais comum, hipertensão arterial. O número mínimo de adolescentes para a amostra foi de 81 alunos, com o nível de confiança de 95% e com erro amostral de 5%.

    Após a autorização da Secretaria de Educação e da coordenação da escola, a pesquisa teve início com uma amostra constituída por 230 adolescentes do 1º ano do ensino médio, sendo 114 do sexo masculino e 116 do sexo feminino, com idades de 15 a 19 anos, regularmente matriculados no turno da manhã de escolas da rede pública estadual de ensino do município de Caxias-MA. Foi utilizado como critério para inclusão no estudo que os adolescentes não apresentassem nenhuma restrição física, motora ou mental que pudessem interferir nos resultados.

    Com relação aos aspectos éticos, além dos Termos Institucionais, que autorizaram a pesquisa nas referidas escolas, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), foi assinado pelos participantes da pesquisa, no qual os objetivos e métodos do estudo foram apresentados aos alunos.

    O estado nutricional foi avaliado por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), que foi determinado pela divisão da massa do indivíduo em Quilos (Kg) pelo quadrado da estatura em metros (m). O peso corporal foi medido por meio de uma balança plataforma (Life/CA5000) com peso máximo de até 150 Kg e precisão de 0,1 Kg. A estatura foi aferida por meio de um estadiômetro adaptado por meio de fita métrica fixada na parede. Realizaram-se três medidas consecutivas e uma média destas, para maior confiabilidade dos dados.

    A pesagem e a medida foram feitas concomitantemente. O indivíduo estava descalço com o mínimo de roupa possível, sem objetos nas mãos ou nos bolsos. Manteve-se com os calcanhares encostados a fita métrica fixada na parede e a cabeça mantida com a região occipital encostada na fita. As medidas seguiram os protocolos de Fernandes Filho (2003).

    O risco cardiovascular foi avaliado por meio das medidas da Circunferência da Cintura (CC) e pela Relação Cintura Quadril (RCQ). A CC foi medida por uma fita métrica Sanny TR4010 (American Medical LTDA/São Paulo-Brasil) e seguiu o padrão de medida de acordo com o protocolo de Fernandes Filho (2003). A aferição foi realizada no ponto de menor circunferência, abaixo da última costela.

    A RCQ foi medida pela divisão da circunferência da cintura pela circunferência do quadril. De acordo com o protocolo de Fernandes Filho (2003), a medida da cintura foi realizada no ponto de menor circunferência, abaixo da última costela. E a do quadril no ponto de maior massa dos glúteos.

    A análise estatística foi realizada com o auxílio do programa estatístico IBM SPSS – Statistical Package for the Social Sciences, versão 21.0, o qual foi realizada primeiramente uma estatística descritiva para caracterizar a amostra e um teste de normalidade dos dados (Kolmogorov-Smirnov). Verificando-se a normalidade dos dados, em seguida foi realizada a correlação de Pearson para verificar a relação entre as variáveis IMC, RCQ e CC. Para comparar as variáveis entre os sexos, o teste T para amostras independentes foi realizado.

    Para classificação do IMC foram utilizadas as tabelas de percentil de IMC por idade e sexo, para adolescentes com idade maior ou igual a 10 e menor de 20 anos, Brasil (2008), sendo o estado nutricional avaliado por meio da tabela citada pelo NCHS – National Center for Health Statistics (2000), adotando os seguintes critérios: adolescente está com baixo peso percentil < 5, peso saudável percentil ≥ 5 e <85, excesso de peso ≥ 85 e < 95 ou obeso > 95.

    A RCQ foi classificada por meio da tabela de Normas da relação entre perimetria da cintura e do quadril, CSTF – Canadian Standardized Test of Fitness (1986), no qual se dividiu a circunferência da cintura pela do quadril, sendo estes considerados com baixo risco, risco moderado ou alto risco de acordo com o gênero. A circunferência da cintura foi classificada de acordo com percentil, sendo considerada medida elevada ≥ percentil 75 e < percentil 90; e muito elevada as que se encontravam no percentil ≥ 90, de acordo com a classificação dos autores McCarthy, Jarrett e Crawley (2001).

Resultados e discussão

    A Tabela1 mostra a classificação do estado nutricional, por meio do IMC, relatando que a maioria (84,5%) dos adolescentes pesquisados estava com peso normal.

Tabela 1. Classificação do estado nutricional dos adolescentes segundo o IMC. Caxias, 2014.

Fonte: Dados da pesquisa

    Os dados demonstraram que a maioria dos adolescentes apresentou peso saudável, mas ainda houve um percentual identificado com excesso de peso e obesidade, com os valores de 5,6% e 1,7%, respectivamente.

    Com relação ao IMC o presente estudo apresentou resultados bastante favoráveis para os adolescentes com relação ao estado nutricional. Resultados que corroboram com este trabalho foram apresentados no estudo de Silva et al. (2009), no qual relacionando o peso com a altura para encontrar o IMC, verificou-se que 67% das crianças e adolescentes avaliados apresentaram o IMC dentro dos padrões normais, sendo que 2% dos avaliados encontravam-se abaixo do peso, 23% com excesso de peso e 8% eram obesos.

    Oliveira et al (2010) ressaltou que o uso do IMC, como uma medida de classificação do estado nutricional pode ser útil em estudos populacionais, porém as medidas como a RCQ e a CC podem ajudar dando uma informação adicional com relação à natureza da obesidade.

    Isso pode indicar que mesmo os alunos sendo classificados com peso saudável de acordo com a classificação do IMC, não implica exatamente que os mesmos não possam ter algum risco cardiovascular, surgindo assim à necessidade de se verificar essa relação por meio de outros indicadores antropométricos.

    No estudo de Chiara et al. (2009), a circunferência de abdômen também apresentou desempenho junto ao IMC superior às razões cintura/quadril e cintura/estatura. Porém o estudo concluiu que ainda são poucos os trabalhos com adolescentes que empregaram este indicador.

    A tabela 2 apresenta a classificação do estado nutricional dos adolescentes segundo a Relação Cintura Quadril (RCQ), em que a maioria (60,6%) encontra-se com baixo risco de adquirir doenças cardiovasculares.

Tabela 2. Classificação do estado nutricional dos adolescentes segundo a RCQ. Caxias, 2014.

Fonte: Dados da pesquisa

    Os adolescentes apresentaram 3,5% (8) de alto risco para doenças coronárias, 60,6% (140) apresentaram baixo risco e 35,6% (82) risco moderado. Observou-se que o percentual indicando riscos para doenças cardiovasculares foi muito menor na RCQ do que nos demais indicadores, no qual a maioria encontrava-se fora da linha de risco para adquirir tais doenças.

Segundo Faria et al. (2009), a RCQ em adolescentes não tem sido considerada uma medida apropriada para avaliar a distribuição da gordura corporal, pois a estrutura óssea da pelve sofre alterações rápidas durante a maturação sexual, sendo que a RCQ pode estar mais relacionada a essa variação do que à distribuição da gordura corporal propriamente dita.

    Na tabela 3 são apresentadas as classificações de risco cardiovascular dos adolescentes estudados de acordo com a circunferência da cintura.

Tabela 3. Classificação risco cardiovascular dos adolescentes segundo a CC. Caxias, 2014.

Fonte: Dados da pesquisa

    Na tabela 3 foi identificado que 7,8% (18) dos adolescentes encontravam-se com medida de circunferência da cintura classificada como elevada, 6,9% (16) com medida muito elevada e 85,3% (197) com medida considerada normal. Pôde-se perceber que a maioria dos adolescentes estava com o risco cardiovascular normal (85,3%), havendo apenas 7,8% de risco elevado. A circunferência da cintura (CC) é considerada como o melhor preditor de doenças cardiovasculares da atualidade (Oliveira et al, 2010). De acordo com Pereira et al. (2010) cada vez mais o papel da gordura abdominal no desenvolvi­mento de doenças têm sido descoberto, no qual diversos estudos realizados com crianças e adolescentes tem observado significante associação entre fatores de risco cardiovasculares e circunferência da cintura.

A tabela 4 mostra que as variáveis IMC e CC apresentaram uma forte correlação, demonstrando que a utilização da CC em conjunto com o IMC pode ser um bom indicador de obesidade e distribuição de gordura, ao passo que a RCQ, por ter fraca correlação com o IMC pode ser um preditor fraco de distribuição de gordura corporal.

Tabela 4. Correlação entre IMC, RCQ e CC em adolescentes de Caxias-MA, 2014

**A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades)

    De acordo com Burgos et al. (2013) a combinação das medidas de IMC e da CC vem se tornando mais eficientes na predição de doenças cardiovasculares do que apenas a utilização de somente um dos dois indicadores antropométricos. E no presente estudo a circunferência de cintura se destacou na correlação com o IMC, podendo ser considerada como melhor indicador de obesidade cen­tral a ser utilizado juntamente com o IMC na avaliação nutricional de adolescentes do que a RCQ.

    Estudos, como o de Lee et al.(2008), que usaram os indicado­res nutricionais como a circunfe­rência de cintura, obtiveram resultados parecidos com os desse estudo, em que observaram uma melhor correlação entre CC e IMC, quando comparada às razões cintura/quadril e cintura/estatura em adolescentes.

    Chiara et al. (2009) relatou em estudo que a CC é a variável mais adequada para complementar o IMC em estudos com estado nutricional de adolescentes. Neste sentido, observou-se que a CC pode ser usada efetivamente para a avaliação clínica da presença ou não de fatores de risco para doença cardiovascular em crianças e adolescentes.

    As figuras 1, 2 e 3, demonstram as diferenças encontradas entre as variáveis pesquisadas entre os adolescentes, segundo o sexo.

Figura 1. Percentual da CC dos adolescentes

de escolas públicas, segundo o sexo. Caxias-MA

 

Figura 2. Percentual da RCQ dos adolescentes

de escolas públicas, segundo o sexo. Caxias-MA

 

Figura 3. Percentual do IMC dos adolescentes de escolas

públicas, segundo o sexo. Caxias-MA

    Observou-se que houve diferença significativa na CC e na RCQ quando comparada por sexo. O mesmo não foi observado, quando se analisou o IMC.

    Estes dados mostram que parece haver uma maior concentração de gordura na região abdominal dos homens, do que nas mulheres. Farias Júnior e Mendes (2011), mostrou resultados similares quando comparou o risco cardiovascular entre os sexos, demonstrando que o sexo masculino apresentou maiores riscos.

    Riba e Silva (2014) em estudo mostraram que os escolares do sexo masculino se apresentaram mais ativos e menos propensos a desenvolver pré-hipertensão em comparação com os do sexo feminino.

    O presente estudo não avaliou outras variáveis importantes para que maiores inferências pudessem ter sido realizadas sobre o risco cardiovascular nos adolescentes estudados. Fatores relacionados ao estilo de vida, como tabagismo, álcool e nível de atividade física, assim como análises de variáveis bioquímicas, como colesterol e triglicerídeos, não foram verificados.

Conclusão

    Diante do exposto, pôde-se observar que a maioria dos adolescentes entre 15 e 17 anos da cidade de Caxias-MA, apresentou peso saudável e baixo risco para adquirir doenças cardiovasculares por meio dos índices antropométricos avaliados.

    Quando comparada as variáveis por sexo, observou-se que os homens, parecem ter um acúmulo de gordura abdominal maior do que as mulheres.

    Das variáveis avaliadas, a CC e o IMC parecem ter tido melhores índices para avaliar a composição corporal da população estudada, dando parâmetros de distribuição da massa corporal (Kg/m²) e concentração de massa central (obesidade centrípeta) com maior proporcionalidade.

    Esses dados suportam a hipótese de que o IMC em conjunto com a CC pode ser considerado bom indicador de distribuição de gordura e de fatores associados a problemas cardiovasculares. Assim, a avaliação antropométrica por meio do IMC e CC é de grande utilidade e importância para estabelecer estratégias de intervenção visando à prevenção de doenças cardiovasculares em adolescentes.

Bibliografia

Outros artigos em Portugués

www.efdeportes.com/

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 21 · N° 215 | Buenos Aires, Abril de 2016
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2016 Derechos reservados