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Exercício físico e hipertensão: alterações fisiológicas ocorridas 

durante a prática e sua ação terapêutica sobre a doença

El ejercicio físico y la hipertensión: los cambios fisiológicos durante la práctica y su acción terapéutica en la enfermedad

Physical exercise and hypertension: physiological changes during practice and its therapeutic action on the disease

 

*Especialista em Fisiologia do Exercício (UECE)

**Mestrado em Ciências Fisiológicas (UECE)

Professor Assistente da Universidade Regional do Cariri**

***Mestrado em Computação Aplicada (UECE)
Professor Titular do Instituto Superior de Teologia Aplicada

(Brasil)

Diogo Queiroz Allen Palacio*

André Accioly Nogueira Machado**

Genilson César Soares Bonfim***

Patricio Autobelly Paulino da Silva*

diogoallenpalacio@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Entende-se atualmente por hipertensão arterial sistêmica, uma condição clinica oriunda de múltiplos fatores, que se caracteriza por níveis elevados e sustentados de pressão arterial. Quando falamos de intervenção não medicamentosa relevamos o fato de que quanto maior o nível de aptidão física do indivíduo maior a probabilidade de controle da pressão arterial de repouso. , investigar através de pesquisa bibliográfica os efeitos agudos e crônicos da prática de exercício físico no tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica. Realizou-se uma pesquisa em bases de dados científicas específicas à área da saúde e direcionadas a formação acadêmica, consultados tanto na língua portuguesa quanto na inglesa e como corte temporal, utilizados apenas artigos com período entre 2005 a 2015. Como resultados observa-se que os exercícios aeróbios contínuos apresentam períodos de hipotensão mais duradouros quando comparados aos de treinamento resistido. A intensidade moderada a intensa e com maior conteúdo de volume ou duração foi diagnosticada como significativamente mais potentes no processo de hipotensão. Conclui-se com o presente estudo que o exercício físico realizado regularmente pode combater diretamente a Hipertensão Arterial Sistêmica uma vez que o mesmo reduz os níveis de pressão arterial mesmo após a prática.

          Unitermos: Hipertensão. Exercício físico. Tratamento.

 

Abstract

          It is currently meant by systemic arterial hypertension, a clinical condition arising from multiple factors, which is characterized by high and sustained levels of blood pressure. When we talk we highlight not drug intervention the fact that the higher the level of physical fitness of the individual most likely to control blood pressure at rest. Investigate through literature chronic and acute effects of physical exercise in the treatment of Hypertension. We conducted a search in scientific databases specific to healthcare and targeted academic training, consulted both in Portuguese and in English and as temporal court, used only articles with period from 2005 to 2015. As a result it is observed that continuous aerobic exercise have more lasting hypotension periods when compared to resistance training. The moderate to intense and more content volume or duration was diagnosed as significantly more powerful in the process hypotension. It concludes with this study that physical exercise done regularly can fight directly to Hypertension since it reduces blood pressure levels even after the practice.

          Keywords: Hypertension. Physical exercise. Treatment.

 

Recepção: 12/10/2015 - Aceitação: 08/03/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 215, Abril de 2016. http://www.efdeportes.com/

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1.    Introdução

    Nas últimas décadas, observa-se a prática de Exercício Físico (EF) como uma atividade terapêutica a ser incorporada no processo de tratamento de pacientes portadores de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) (Soares, 2011). Entende-se por EF, uma atividade física planejada, estruturada e repetida, possuindo como efeito intermediário ou final, melhorar ou estabilizar a saúde do indivíduo através de adaptações agudas ou crônicas oriundas da prática (Nogueira, 2012).

    A prescrição ou prática ideal de esforço físico é modulada pela intensidade e volume da atividade, promovendo respostas metabólicas diferentes, para atender a necessidade de adaptação fisiologia do indivíduo, atrelando função terapêutica a prática sobre a respectiva ou determinada doença, respeitando a especificidade da mesma. (Gualano e Tinucci, 2011).

    Em tempos atuais, o EF tem sido apontado por muitos autores como uma das principais medidas não farmacológicas no tratamento das DCNT (Guedes; Lopes, 2010). É válido salientar, a unanimidade com que os especialistas tratam o EF como fator primário de prevenção e reabilitação de várias disfunções crônicas, classificando o mesmo como um dos pilares no combate a essas enfermidades (Costa, 2009; Fernandes, 2005).

    No Brasil as DCNTs correspondem ao problema de saúde de maior magnitude na atualidade. Sendo essas responsáveis por 72% dos óbitos, com destaque para doenças do aparelho circulatório 31,3%, câncer 16,3%, diabetes 5,2% e doenças respiratórias crônicas 5,8%. Atingindo todos os níveis socioeconômicos, com ênfase para os indivíduos de baixa renda, escolaridade e idosos (Malta, 2013).

    Como apresentado, a Hipertensão representa dentre as DCNTs a de maior incidência em tempos atuais representando forte impacto sobre a condição de saúde da população (Michelin; Coelho e Burini, 2008; Franchi, 2009).

    O EF por estimular adaptações hemodinâmicas e autonômicas, diante ou decorrente do incremento da demanda metabólica, tende a promover homeostasia celular combatendo o quadro de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Isso evidencia a importância que se deve atribuir aos programas de atividade física terapêutica como meio para uma intervenção sobre a HAS (Spinato; Monteiro e Santo, 2010).

    Dentro desse contexto torna-se necessário a realização de pesquisas que discorram sobre as alterações ou respostas fisiológicas decorrentes da prática de EF quando relacionados a indivíduos portadores de HAS, uma vez que quando compreendidas, servem de parâmetro para determinação ou mensuração sobre o controle das variáveis que norteiam a prescrição dos exercícios, aumentando a efetividade destes como prática terapêutica no processo de tratamento, estimando a saúde do indivíduo (Soares, 2011).

    O presente estudo tem como objetivo, investigar através de pesquisa bibliográfica os efeitos agudos e crônicos da prática de exercício físico no tratamento da HAS.

    Foram coletadas informações provenientes de livros, publicações periódicas, monografias, dissertações e teses, todos relacionados ao assunto. Para tanto, foram consultados bancos de dados em diversos web sites científicos, como Scielo, Medline, Bireme, Lilacs e Fiocruz, como também seminários, apresentações em congressos e jornais acadêmicos.

    Para maior validade e fidedignidade deste trabalho, foram selecionadas obras publicadas e/ou editadas a partir de 2005, admitindo um corte temporal de 10 anos de produção científica obtendo um levantamento mais atualizado sobre a prescrição de exercícios físicos para indivíduos hipertensos.

2.     Alterações fisiológicas ocorridas durante a prática do exercício físico em indivíduos hipertensos

    Considerando relevância da prática de exercício física como uma proposta terapêutica no tratamento de Hipertensão, apresentamos a seguir as alterações e/ou respostas principalmente na pressão arterial do indivíduo em diferentes condições de prática, considerando intensidade e volume de esforço físico na sessão de treinamento.

    No exercício contra resistido, com predominância metabólica anaeróbica de esforço, o grau de tensão gerado principalmente durante a fase concêntrica ou isométrica de contração muscular, gera compressão mecânica dos vasos arteriais periféricos no grupo muscular ativo. Essa compressão mesmo que de maneira parcial é o suficiente para resultar em elevação drástica da resistência periférica total assim como diminuição da perfusão muscular (Carmo, 2007).

    A obstrução do vaso sanguíneo ou diminuição de fluxo é proporcional à tensão gerada quando relacionada com a capacidade potencial máxima de geração de tensão do músculo ativo. De maneira subseqüente na tentativa de restaurar o fluxo sanguíneo local, observa-se um aumento substancial na atividade do sistema nervoso simpático, no débito cardíaco e na pressão arterial (PA). É válido salientar que além da intensidade de esforço local, a quantidade de massa muscular envolvida na contração também interfere na magnitude da resposta hipertensiva. (Mediano, 2005).

    No exercício aeróbico continuo, atividades cíclicas e repetitivas, observa-se uma vasodilatação dos músculos ativos reduzindo assim a resistência periférica. Isso ocorre em detrimento da necessidade da elevação de fluxo sanguíneo durante a prática da atividade. As sucessivas contrações e relaxamentos dos grupos musculares envolvidos contribuem de modo a impulsionar o sangue através do circuito vascular, levando-o de volta ao coração, melhorando o retorno venoso (Júnior, 2010).

    No inicio da prática o aumento do fluxo sanguíneo ocorre antes da vasodilatação, o que eleva rapidamente a pressão arterial sistólica (PAS) nos primeiros minutos do exercício. De maneira subseqüente ao atingir o “steady-state”, momento onde o consumo de oxigênio é equivalente à demanda metabólica, a freqüência cardíaca e pressão arterial tente a se estabilizar entre 140 e 160 mmHg em homens e mulheres sadios. Com o decorrer da prática a PA pode ainda declinar gradualmente, uma vez que o processo de vasodilatação nos músculos ativos continua contribuindo para a diminuição da resistência periférica. A pressão arterial diastólica (PAD) tente a manter-se inalterada durante o esforço (Dutra, 2009).

    No exercício aeróbico gradativo, observa-se uma elevação inicial da PA em relação à de repouso. Essa mesma tende a continuar aumentando linearmente ao decorrer da pratica. Isso ocorre muito em decorrência da própria característica da atividade uma vez que essa aumenta a intensidade e demanda metabólica ao longo do tempo de duração da sessão (Corazza, 2005).

    Durante o pico de intensidade, momento de máxima exigência do exercício, homens e mulheres saudáveis tendem a atingir a marca de 200 mmHg de PAS ou até mais considerando principalmente as características genéticas do indivíduo. Acredita-se que essa elevação da PA ocorre muito em detrimento da maior volemia sanguínea durante a prática em um exercício de máxima capacidade aeróbica (McArdle; Katch e Katch, 2013).

3.     Alterações fisiológicas após a sessão de treinamento

    É durante o período de recuperação com a resposta hipotensiva pós-exercício, que encontramos o principal fator terapêutico quando falamos no tratamento de HAS com EF. A hipotensão é encontrada após exercícios tanto aeróbicos de baixa e alta intensidade quanto em exercícios anaeróbicos, contudo, ainda não existe um consenso bem definido quanto aos mecanismos fisiológicos que causam essa queda de PA durante horas após o esforço (Santos; Moraes e Rodrigues, 2009).

    Uma possível explicação para hipotensão pós-exercício propõe-se a hipótese de que ocorre uma estagnação sanguínea nos órgãos viscerais e nos leitos vasculares dos músculos esqueléticos recém-ativos. Dessa forma o volume sanguíneo circulante diminuiria a ponto de reduzir o enchimento atrial acarretando na queda da PA sistêmica (McArdle; Katch e Katch, 2013).

    Outro fator relevante descrito na literatura é a relação existente entre os níveis de insulina séricos e o aumento PA através da reabsorção de sódio e secreção de catecolaminas. Uma vez que o EF estimula à liberação do hormônio de ação antagônica a insulina o glucagon, a liberação da mesma é diminuída na existência de trabalho muscular, como um meio de tornar a glicose mais disponível para a prática. Adicionalmente ao que foi exposto, as catecolaminas cuja concentração é aumentada durante o exercício também contribui na diminuição dos níveis de insulina. Dessa forma, acredita-se que diminuição dos níveis de insulina principalmente durante a prática de exercício aeróbico poderia reverter à elevação da PA. Considerando também a excreção urinária de sódio e diminuição subseqüente da atividade da renina plasmática, como respostas fisiológicas também apontadas para explicar a hipotensão após o exercício físico (Cruz, 2011; Nunes, 2006).

    O débito cardíaco é considerado como um dos fatores de regulagem da PA pós-exercício. A redução do débito cardíaco, explicado pela diminuição da freqüência cardíaca de repouso e diminuição do tônus simpático no coração em detrimento da menor intensificação simpática e maior retirada vagal, juntamente com a diminuição da resistência periférica associada a fatores humorais como adrenalina, óxido nítrico e fator natriurético atrial, parecem contribuir em parcela para a diminuição da PA pós-exercício (Hawerroth; Kulkamp e Wentz, 2010).

4.     Efeitos agudos e crônicos da prática do exercício físico em hipertensos

    Os efeitos ou alterações fisiológicas promovidas pela prática do exercício físico são classificados na literatura científica como: agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos imediatos são aqueles ocorridos durante a prática como, elevação da freqüência cardíaca, ventilação pulmonar e sudorese. Já os agudos tardios são aqueles que ocorridos após a prática se perpetuando pelas próximas 24 ou 48 horas, como aumento da sensibilidade à insulina da musculatura esquelética, melhor função endotelial, dentre outros. Os efeitos são crônicos quando resultam da prática regular das sessões de treinamento induzindo adaptações morfofuncionais que diferenciam um indivíduo não treinado para um treinado, dentre as adaptações destacamos a hipertrofia ventricular esquerda, hipertrofia muscular esquelética, aumento do consumo máximo de oxigênio dentre outras. (Pires; Penão e Lopez, 2010; Prado, 2012)

    Em indivíduos de meia-idade a redução de 2 mmHg na PA proporciona uma diminuição direta de 4% na mortalidade por doença cardiovascular. Devemos ainda relevar o fato de que o EF proporciona a aquisição de mecanismos protetores para o praticante. A redução do peso corporal, adiposidade visceral, inflamação, melhora na resposta endotelial, dentre outros benefícios podem ser citados, que por maneira independente a redução da pressão arterial de repouso, atuam de maneira preventiva na aquisição de doenças relacionadas ao aparelho circulatório ou doenças cardíacas (Ruivo e Alcântara, 2012).

    Apesar de todos os benefícios apresentados acerca da prática regular de EF para indivíduos portadores de HAS, o mesmo não é desprovido de riscos durante sua prática, relevando a necessidade de monitoramento de marcadores fisiológicos de esforço durante as sessões, assim como monitoramento médico continuo para segurança integral do praticante (Schenkel, 2011).

    Os trabalhos apresentados na tabela 1 parecem evidenciar a necessidade de exercícios moderados a intensos, utilizando como parâmetro médio ou zona alvo 50% a 70% da FCmáx, para obtenção de resposta hipotensiva após a atividade. É válido salientar que intensidades muito elevadas podem ser prejudiciais ao praticante uma vez que sua PA tente a se elevar drasticamente.

Tabela 1. Pesquisas relacionadas à prática de exercícios físicos em indivíduos hipertensos

Referência

Objetivos

Amostra

Intervenção

Resultados

Conclusão

Pires, 2010

Comparar a Hipotensão pós-exercício em sessões de exercício resistido com intensidades típicas de hipertrofia e resistência muscular.

9 indivíduos normotensos treinados de ambos os sexos (39,6 ± 6,5 anos, 63,9 ± 12,6 Kg de peso corporal, 161,5 ± 7,10 cm de estatura)

2 sessões de exercício resistido, método circuito.

Sessão 1: 45% de 1 RM.

Sessão 2: 70% de 1 RM.

PAS e PAD mensurada antes e depois da sessão.

Redução da PAS em ambas as sessões.

Redução da PAS na sessão 2 teve período de tempo maior.

PAD não mostrou redução.

O método circuito promove hipotensão pós-exercício.

Sessão com maior intensidade promove resposta hipotensiva mais duradoura.

Schenkel, 2011

Avaliar o comportamento da PA após uma sessão de Dança de Salão e de caminhada em indivíduos hipertensos.

8 hipertensos sedentários sob uso de anti-hipertensivos.

75% mulheres, idade média 56±11 anos.

Avaliados por MAPA em 3 momentos.

Monitorado em dia sem exercício; após 30 mim de caminhada; após sessão de Dança de salão com intensidade de 70% da FCmáx.

 

Os valores de PAS e PAD não apresentaram diferença estatística nas 3 situações.

Curvas de pressão apresentaram melhor comportamento nos dias com exercício.

O comportamento da pressão arterial foi semelhante no dia sem exercício, após única sessão de caminhada e de dança de salão.

Santos, 2009

Verificar o efeito agudo de um programa de hidroginástica na pressão arterial em homens normotensos.

2 grupos, sendo o primeiro grupo experimental (GE; n= 12; 26,6±3,2 anos; 24,4±2,6 kg/m2) e o segundo grupo controle (GC; n= 12; 25,6±3,0 anos; 23,6±2,1 kg/m2).

Avaliação antropométrica.

GE foi submetido a 1 sessão 40 minutos de hidroginástica entre 56 e 70 % da freqüência cardíaca de reserva.

GC permaneceu em repouso na água.

Diminuição significativa (p<0,05) da pressão arterial no grupo experimental.

Hidroginástica é capaz de gerar hipotensão pós exercício.

Mediano, 2005

Comparar as respostas de PA em hipertensos medicados após sessões de exercícios de força.

20 indivíduos de ambos os gêneros (61 ± 12 anos) com hipertensão controlada por fármacos.

Sem experiência com treinamento de força.

Teste de força, aferição da PA pré e pós exercício.

Divisão em dois grupos SER1 e SER3.

PA elevada do grupo SER1 imediatamente após a sessão.

PA reduzida e por longo período para o grupo SER3 após sessão.

Treinamento de força pode promover reduções na PA.

Necessário volume elevado de exercício na sessão.

Cunha, 2006

Comparar os efeitos hipotensores de exercícios de intensidade variada (EIV) e constante (EIC).

Verificar se EIV potencializa a Hipotensão pós-exercício.

Onze hipertensos (56,8 ± 2,6 anos; IMC =26,5 ± 0,3kg/m²).

 

Teste ergométrico.

Submetidos a sessão de EIV alternando-se 2 min a 55,9 ± 2,6% e 1 min a 74,5 ± 4,0% da reserva de freqüência cardíaca e uma sessão de EIC a 60 ± 2,5%.

PA monitorada durante a sessão.

Redução da PAD após sessão de EIC.

PA reduzida após sessões de EIC e EIV.

EIC resultou em hipotensão pós exercício mais duradoura que EIV.

EIV não potencializa o efeito hipotensor pós-exercício quando comparado com o EIC.

 

Carmo, 2007

Investigar o efeito hipotensor do exercício resistido em um indivíduo com diagnóstico médico de hipertensão leve, sem tratamento farmacológico.

Um indivíduo sedentário, do gênero masculino, 39 anos, com massa corporal de 110 kg, não diabético, com hipertensão arterial classificada como leve, diagnosticada desde os 24 anos de idade.

Cumpriu um programa de 7 exercícios com intensidade moderada por 12 semanas.

Monitoração da FC e PA durante todo o período.

Redução da PA e FC de repouso.

Redução das medidas pressóricas em relação ao realizado antes do programa, dando um valor clínico significativo

Dutra, 2009

Analisar respostas da PA de jovens normotensas após uma sessão de natação, estilo crawl, bem como após uma sessão de hidroginástica.

 

10 mulheres fisicamente ativas e sem complicações cardiovasculares (26,6 ±2,91 anos; 21,95 ±5,07% gordura).

Sessão de natação e hidroginástica com duração em ambas de 20 mim a 70% da FC de reserva.

Sessão controle.

PA e FC mensuradas.

Redução da PAS de 4,7mmHg após a natação e de 5,6mmHg após a hidroginástica.

Não houve alteração da PAD.

Natação gerou sobrecarga cardiovascular.

Objetivando proteção cardiovascular a sessão de hidroginástica é mais recomendada para a população estudada.

    O volume da sessão de treinamento deve ser priorizado, uma vez que atividades mais prolongadas trouxeram também como resposta fisiológica períodos de hipotensão pós-exercício mais duradouros. O exercício de baixa intensidade não promove alteração na PA do indivíduo de maneira significativa como demonstrado na tabela 1.

Todas as atividades tanto aeróbicas quanto no treinamento resistido podem proporcionar hipotensão pós-exercício, por tanto que realizados de maneira correta atendendo as variáveis de volume e intensidade ideais já mencionados.

    Os dados condizem com as recomendações de Simão (2013) que indica exercícios aeróbicos no mínimo cinco vezes por semana, com duração mínima de 30 minutos, de modo continuo ou intervalado. De modo geral afirma que a intensidade deve ser moderada para iniciantes podendo chegar à intensa após familiarização do indivíduo com a prática, respeitando sempre o volume mínimo de duração para o efeito hipotensor ser sustentado por maior período. Os exercícios de resistência muscular localizada também são recomendados por seus benefícios cardiovasculares e osteomuscular, envolvendo grupos musculares maiores e com ajuste de carga de modo a contribuir com o volume da prática.

    Por fim, as recomendações relevam a necessidade de avaliações detalhadas e individualizadas, com teste ergométrico, teste cardiopulmonar, avaliação antropométrica e testes de força e flexibilidade. Podendo assim, quantificar o déficit funcional do indivíduo frente ao considerado ideal, para que de maneira subseqüente seja estimulada metas, e realização de novas avaliações com o intuito de estimular o comprometimento do paciente, assim como a segurança do mesmo (Simão, 2013).

5.     Conclusão

    Como considerações finais mediante a pesquisa realizada, entende-se que a prática regular do exercício físico é uma estratégia de tratamento que deve ser adotada ou inserida na reabilitação do paciente com hipertensão. Principalmente pelo efeito hipotensor que o exercício físico possui sobre os estes, podendo esse efeito ocorrer durante e após a sessão de treinamento, considerando ainda que esse efeito se perpetua por horas após o termino da atividade sendo ainda maior em indivíduos hipertensos quando comparado aos normotensos. Dentre os exercícios mencionados o aeróbico continuo foi o mais eficiente por promover hipotensão tanto durante, como por um período maior após a sessão. É valido salientar que o presente estudo possui caráter adicional sendo necessário novas ou mais pesquisas relacionadas ao tema para formulação de um consenso sobre o que foi exposto.

Bibliografia

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