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Motivos que levam a evasão nas aulas de Educação Física no ensino médio

Motivos que llevan al ausentismo en las clases de Educación Física en escuela media

Reasons that lead to evasion in Physical Education classes in high school

 

Licenciado em Educação Física pela

Universidade Federal do Pará

Pós-graduado em Educação Física Escolar pela

Universidade Norte do Paraná

Paulo Sérgio Ribeiro de Lima Filho

oazulino@bol.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A reflexão proposta neste artigo tem o objetivo de discutir e analisar os fatores e motivos que levam a evasão de alunos das aulas de Educação Física no Ensino Médio, que cresce a cada dia, na grande maioria em escolas públicas. Existem vários motivos que levam os alunos a evadirem das aulas de Educação Física como trabalho, filhos, problemas de saúde, cursinho pré-vestibular, serviço militar, entre outros. Embasados em alguns autores, será discutido quais os principais fatores, motivos, as conseqüências dessa evasão e o que os alunos estarão deixando de adquirir ao não participar regularmente das aulas de Educação Física no ensino médio, como vivências das mais diversas atividades corporais, respeito as diferenças e ao próximo e noções de saúde e hábitos de vida saudáveis, que serão fundamentais vida diária desses alunos, tanto em casa quanto no trabalho.

          Unitermos: Evasão. Ensino Médio. Educação Física.

 

Abstract

          The reflection proposed in this paper aims to discuss and analyze the factors and reasons that lead to dropout students in physical education classes in high school, which is growing every day, the vast majority in public schools. There are several reasons that lead students to evade the physical education classes as work, children, health problems, pre-university preparatory course, military service, among others. Grounded in some authors, will discuss what are the main factors, reasons, the consequences of evasion and what students are failing to get to not participate regularly in physical education classes in high school, as experiences from various bodily activities, respect the differences and neighbor and notions of health and healthy lifestyles that will be instrumental daily life of these students, both at home and at work.

          Keywords: Evasion. High School. Physical Education.

 

Recepção: 02/11/2015 - Aceitação: 16/02/2016

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 214, Marzo de 2016. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    O declínio da Educação Física escolar reflete uma tendência global, apontada por Medina (1989), quando diz que a maioria dos professores não se encontra preparado para trabalhar com a mesma, tendo em decorrência, um baixo prestígio desta disciplina. Este fato apresentado tem colaborado para que a Educação Física escolar não seja um componente curricular tão importante quanto os outros, pois tais acontecimentos permitem que muitos alunos substituam as aulas de Educação Física pela prática de esportes ou outras atividades, fazendo com que esta se torne desacreditada e desnecessária dentro do contexto escolar.

    Muitas atitudes dos alunos, em relação aos métodos adotados para se trabalhar durante a aula, refletem a atuação do professor. Tais atitudes demonstram certa passividade, suas tarefas parecem ser ouvir o professor e fazer o que ele determina.

    Com relação à metodologia do professor, na segunda tendência da Educação Física (militarista), buscou-se um entendimento para o que ainda hoje presenciamos em algumas escolas, como predominância dos conteúdos relacionados ao esporte em detrimento de outras temáticas, como saúde, ética e respeito as diferenças, exclusão e discriminação dos alunos menos habilidosos, impossibilitando os mesmos de vivenciarem atividades corporais, etc. Neste período, não se resumia apenas a prática militar de preparo físico, mais do que isso, visava impor à sociedade padrões de comportamento estereotipado, fruto da conduta disciplinar própria do regime de caserna.

    A escola preparava o aluno nos moldes militaristas, onde a marcha fazia parte das práticas obrigatórias da Educação Física. Quem ministrava as aulas eram instrutores do exército, mais tarde denominados professores, tendo sua formação nas escolas militaristas. Castellani Filho (1998) relata que, no que se refere à metodologia de ensino, embora tenha sido revogada a obrigatoriedade do método francês na rede escolar, a Educação Física permaneceu impregnada dos procedimentos militares autoritários, caracterizando o “fazer pelo fazer”.

    A concepção tecnicista da educação, predominante na época, que se encarregou dos pacotes prontos para as escolas, foi também responsável por esse processo que despersonalizou o ato educativo, desobrigando o professor a pensar, criar e planejar o seu trabalho. Somente após os anos 80, com o enfraquecimento do sistema militar, é que se começou a discutir o papel da Educação Física na sociedade brasileira, bem como, questões ligadas à prática efetiva nas aulas de Educação Física.

    Cabe salientar que os procedimentos didáticos pedagógicos do professor também influenciam na qualidade das aulas e, conseqüentemente, sobre a motivação do aluno. Os conteúdos são instrumentos importantes na Educação Física, e sua utilização serve para que o professor chegue aos objetivos desejados, através de variações como forma de planejamento das aulas.

    Os alunos acabam sendo vítimas da cultura da improvisação, do espontaneísmo, do fatalismo e da fragmentação da ação. Para compreender esta cultura do não planejamento na escola, Neto (2002) diz que os professores com mais experiência de escola, com o tempo de prática que possuem, não sentem mais a necessidade de planejar, escrever, porque as coisas sempre se repetem.

    O aluno do Ensino Médio é crítico, contestador e busca uma educação com qualidade. Tem interesse em que haja uma educação melhor, diferenciada e com acompanhamento de um professor qualificado e motivado.

    Um fator importante para o aluno que estuda no Ensino Médio é o relacionamento, e sua aceitação junto ao grupo. Este aluno passa por mudanças físicas e psicológicas, sentindo necessidade de estar inserido e aceito no meio em que vive. Durante a aula de Educação Física, este aluno tem a oportunidade de trabalhar, através dos esportes e atividades propostas, as suas potencialidades, podendo, com isso, ser aceito. Contudo, para que isso possa acontecer é importante o relacionamento entre o professor e o aluno.

    Para os PCN’s (Brasil, 1999) o professor deve cumprir o seu papel de mediador, adotando a postura de interlocutor de mensagens e informações, sendo flexível no tocante às mudanças do planejamento e do programa de curso; mostrando aos alunos que aquele é um espaço de aprendizagem e procurando entender e aceitar as relações corporais existentes no mundo humano para o bom desempenho do seu papel de educador.

    O trabalho foi feito como artigo de revisão, sendo desenvolvido por meio de um estudo teórico sobre a temática proposta, tendo como metodologia a pesquisa bibliográfica em livros e artigos produzidos entre 1996 e 2010, com o objetivo de discutir e analisar os fatores e motivos que levam a evasão de alunos das aulas de Educação Física no Ensino Médio, que cresce a cada dia, na grande maioria em escolas públicas.

2.     Fatores que levam a evasão

    Hoje em dia, ministrar aulas de Educação Física no Ensino Médio constitui-se de um grande desafio e uma tarefa árdua para o professor de Educação Física, pois neste nível de ensino a evasão de alunos das aulas é grande.

    Isso é um fato preocupante, pois ao não participar das aulas de Educação Física, os alunos deixam de adquirir conhecimentos importantes sobre saúde, qualidade de vida e bem-estar.

    A função da Educação Física para o Ensino Médio deve ser a educação para um estilo de vida ativo. O objetivo é ensinar os conceitos básicos da relação estabelecida entre atividade física e saúde, além de proporcionar vivências diversificadas, levando-os a escolherem um estilo de vida mais ativo (Nahas, 1997). Infelizmente isso não acontece, pois o Ensino Médio sempre privilegiou a prática dos esportes não considerando os demais componentes da cultura corporal, que precisam ser contemplados (Tedeschi, 1997).

    As aulas no Ensino Médio são quase sempre uma repetição mecânica dos programas de Educação Física do Ensino Fundamental. Em geral não apresentam características próprias e inovadoras, que considerem a nova fase vivenciada pelos alunos (Darido et al. 2005).

    Para Gallahue e Ozmun (2003), os programas de ensino que não estão baseados nos interesses dos alunos, dificilmente vingam, pois os alunos não demonstram motivação durante a execução das atividades; por isso é que os alunos passam a se afastar cada vez mais das aulas de Educação Física. De acordo com Luna et al (2009), devido a este distanciamento, nota-se que deve haver uma preocupação com o aprofundamento dos conteúdos a serem abordados, ajudando assim a solucionar o problema da evasão nas aulas de Educação Física.

    Esses fatos acabam por desestimular os alunos a participar das aulas de Educação Física no Ensino Médio, contribuindo assim para a evasão dos mesmos dessas aulas.

    São diversos os fatores que causam as evasões das aulas de Educação Física: trabalho, filhos, cursinho pré-vestibular, priorização pelos professores dos alunos mais habilidosos em detrimento dos menos habilidosos, aulas de Educação Física fora do horário das demais disciplinas, desinteresse dos professores, problemas de saúde, etc.

    Gambini (1995) em pesquisa realizada com alunos do Ensino Médio afirma que “a maioria dos alunos não participa das aulas e pede dispensa por motivo de trabalho; em seguida, os alunos apontam para a falta de material e o desinteresse dos professores; a minoria afirma se afastar das aulas por problemas de saúde”.

    Outro fator que contribui para a evasão das aulas de Educação Física é a colocação freqüente da mesma fora do período das demais disciplinas, dificultando a freqüência dos alunos às aulas (Darido et al. 2005).

    Em função do turno inverso, especialmente nos turnos vespertino e noturno, observa-se que este é um dos principais motivos dos alunos solicitarem a dispensa das aulas de Educação Física, através do atestado de trabalho. Porém, este desinteresse não é culpa do professor, ou melhor, não somente do professor. O jovem atual possui outras prioridades, e muitas ocupações, principalmente na adolescência. E é na adolescência que ele tem a obrigação de decidir seu futuro. A sociedade é muitas vezes cruel neste sentido, a própria situação social dos pais influi nestas decisões. (Darido et al. 2005).

    Devido a maioria dos alunos terem tido poucas experiências em relação a prática da Educação Física, e em geral estas experiências não terem sido marcadas pelo sucesso e prazer, quando é requisitado para a prática o discurso do aluno é o de não gostar ou ela não ser importante (Darido et al. 2005).

    A Educação Física é o espaço escolar que permite ao aluno experimentar os movimentos, desenvolvendo por meio dessa experimentação, um conhecimento corporal e uma consciência dos motivos que o levam a prática desses movimentos. Contudo, nem sempre isso acontece e parte do alunado acaba desmotivando-se pelas aulas de Educação Física (Martineli et al. 2006).

    Para Paiano (1998), a Educação Física deve aproximar o aluno da percepção de suas atividades permitindo a articulação de suas ações de forma que entenda o que se faz, o porquê se faz e o que se sente ao praticá-la, fazendo assim com que desenvolva um maior interesse pela pratica das atividades.

    A Educação Física no Ensino Médio tem estado desacreditada pelos alunos, não só pelos fatores que provocam a evasão dos mesmos das aulas, mas também devido os professores não procurarem repensar sua prática, sua metodologia, o que possibilitaria encontrar formas de tornar a Educação Física mais atraente para os alunos, o que reduziria assim a sua evasão.

2.1 .     Motivos mais freqüentes da evasão nas aulas de Educação Física no ensino médio

    A escola é a segunda casa de todo jovem que está em situação de pleno período escolar, ou seja, que participa constantemente das aulas e das práticas que a escola oferece, sendo assim, o oferecimento de atividades que possam atrair os jovens a atuarem cada vez mais integrados é o ponto central que a escola deve discutir. A Educação Física nesse contexto, integrada a mesma faz-se necessária como uma preciosa ferramenta no que diz respeito a busca do adolescente para interagir dentro desse ambiente.

    Betti e Zulani (2002), pensando nessa questão, ressaltam que as aulas de Educação Física devem ser um ambiente que acolha e ofereça aos alunos momentos de prazer para cada vez mais estarem dentro do espaço escolar, todavia não é isso que está acontecendo, pois a evasão escolar esta sendo uma constante nas aulas de Educação Física, uma razão se deve pelos meios que hoje a lei oferece. A lei 10.793, de 01 dezembro de 2003, estabelece que a prática da Educação Física passe a ser facultativa para aluno que: trabalha mais de seis horas por dia; tiver mais de 30 anos de idade; for portador de algum problema de saúde, crônico ou temporário; estiver prestando serviço militar; estiver submetido a atividade física; tiver filhos (Brasil, 2003).

    Outros motivos que são enfatizados pelos alunos para a não participação nas aulas de Educação Física, além dos já citados estar prestando serviço militar e ter prole, ambos previstos na lei 10.793 de 01 de dezembro de 2003, são estar se preparando para o vestibular e até mesmo fazendo curso técnico. Diante de todas as situações concretas citadas é importante divulgar tais entraves, que fazem a Educação Física no Ensino Médio caminhar em passos lentos dificultando o trabalho do professor de Educação Física que tem de conviver com essa realidade, prejudicando-o.

    A não participação dos alunos do Ensino Médio nas aulas de Educação Física e a sua conseqüente evasão pode também ser reflexo de fatores que se inter-relacionam, como idade, horários, classe social, gênero, estrutura da escola, educação familiar, tendo como conseqüência alunos que gostam de participar das aulas e aqueles que preferem não participar (Luna et al. 2009).

    Segundo Rodrigues et al. (2010) outros fatores que também podem ser levados em consideração como responsáveis pela não participação e conseqüente evasão das aulas de Educação Física no Ensino Médio são trabalho, desinteresse nos conteúdos das aulas, pratica de atividades físicas fora da escola, a metodologia que é utilizada pelo professor não agrada e não gostar das aulas de Educação Física

    Para Martineli et al. (2006) o conteúdo abordado nas aulas de Educação Física influencia na desmotivação e evasão dos alunos, pois o fato de as aulas serem na maioria das vezes esportivizadas fazem com que os alunos que não gostam de modalidades esportivas se sintam desmotivados a participar. Dessa maneira, os alunos se sentem saturados e insatisfeitos sem a possibilidade de diversificar e experimentar outras vivências motoras.

    Trabalhar com a Educação Física no Ensino Médio é um grande e árduo desafio, pois a evasão das aulas de Educação Física nesse nível de ensino é considerável, o que muitas vezes dificulta o trabalho do professor, pois os motivos que causam essa evasão são os mais diversos, que vão desde assuntos pessoais até leis que conferem ao aluno o direito de ser dispensado da Educação Física. Cabe aos professores encontrarem saídas que possam reverter essa difícil situação que a Educação Física no Ensino Médio tem passado.

2.2.     A dispensa das aulas de Educação Física

    Apesar da obrigatoriedade da Educação Física em todos os níveis de ensino, ao longo da sua história foram abertas algumas exceções que acabaram por influenciar enormemente a prática da Educação Física na escola (Darido et al. 2005). De acordo com estas leis:

    É facultativa a prática da Educação Física em todos os graus de ensino:

  • ao aluno do curso noturno ou diurno que comprove exercer atividade profissional remunerada ou jornada superior a 6 horas, mediante a apresentação de carteira profissional ou funcional devidamente assinada ou atestados de trabalho com firma reconhecida em cartório;

  • ao aluno que esteja prestando serviço militar;

  • a aluna que tenha prole.

    A legislação federal que promovia a dispensa dos alunos que trabalham seis horas diárias ou mais praticamente esvaziou a Educação Física no noturno. Seus pressupostos são questionáveis porque vinculam a área a um suposto gasto energético que os alunos, já exaustos pelo trabalho, não teriam condições de suportar. Tal conclusão reflete uma concepção ultrapassada de Educação Física, baseada em parâmetros energéticos e fisiológicos, e desconhece a possibilidade da adequação de conteúdos e estratégias às características e necessidades dos alunos dos cursos noturnos que trabalham, bem como a inclusão de conteúdos específicos (por exemplo, aspectos ergonômicos dos movimentos e posturas de trabalho, exercícios de relaxamento e compensação muscular, etc.) (CEE, 1997).

    Além dos alunos dispensados legalmente, existem os faltosos, que para não ficarem reprovados por faltas, têm que ter no mínimo 75% de freqüência nas aulas. Essa porcentagem se torna difícil de ser alcançada por alunos que têm o hábito de freqüentar casas de shows, e bares nos finais de semana.

    A legislação que confere aos alunos o direito de pedir dispensa das aulas de Educação Física, embora os beneficiem, por outro lado, prejudica o desenvolvimento da disciplina, especialmente no Ensino Médio, fazendo com que em algumas situações as aulas de Educação Física fiquem esvaziadas, dificultando seriamente o trabalho do professor. Sendo assim, é de vital importância que os professores criem e desenvolvam estratégias de ensino que possam atrair esses alunos para as aulas de Educação Física, mesmo que as leis lhes dêem o direito de ser dispensados dessa disciplina que será de extrema importância para a sua vida, tanto pessoal como profissional.

3.     Conclusão

    Diante de todos esses problemas do ponto de vista da motivação para se ministrar as aulas, ainda assistimos pessoas que vêem na Educação Física uma profissão que tem muitos desafios que precisam ser superados e cabe a esses profissionais superá-los para que se possa ministrar aulas onde os alunos sintam-se comprometidos para participar, sabendo de seu verdadeiro valor dentro da Educação Física e que benefícios essa prática lhes concederá.

    Os professores devem, urgentemente, repensar suas posturas e conscientizar os alunos da importância da Educação Física, pois se essa situação persistir por longo tempo, em breve não existirá mais motivos e razões para a existência da Educação Física no Ensino Médio, pois as ações pedagógicas dos professores não tem suprido as necessidades e anseios do educando e da própria disciplina.

    Os professores de Educação Física no Ensino Médio precisam ter a responsabilidade e a preocupação de dialogar com os alunos, perguntando quais as atividades que eles gostariam de praticar durante as aulas ou dar a eles a opção de escolher entre algumas atividades e realizar uma discussão sobre os benefícios, significados e importância dessas atividades, o que faria com que o índice de desmotivação e evasão das aulas fosse reduzido, pois os alunos poderiam escolher alguma atividade que fosse de seu agrado, teriam mais conhecimento e informação sobre ela, e assim, teriam prazer e satisfação em participar.

    Portanto é fundamental, que se inclua nas aulas de Educação Física no Ensino Médio conteúdos que não priorizem somente o esporte e que os mesmos possam ser aprofundados, possibilitando assim a diversificação das aulas incluindo-se o maior número possível de alunos, para que se reduza ao máximo a evasão das aulas de Educação Física.

Bibliografia

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