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Tendências epistemológicas da Educação Física no Brasil

Tendencias epistemológicas de la Educación Física en Brasil

Epistemology tendencies of Physical Education in Brazil

 

*Graduada em Ed. Física (FURB)

Especialista em Natação e Atividades Aquáticas (UGF)

Mestranda em Educação (FURB)

Professora do curso de Ed. Física da FURB

**Graduado em Ed. Física (PUC-Campinas)

Especialista em Natação e Atividades Aquáticas (UGF)

Mestrando em Educação (FURB) – Bolsista Capes

Milena Engels de Camargo*

mi_engels@yahoo.com.br

Denis Augusto de Camargo**

denisdecamargo@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este é um artigo de revisão bibliográfica que busca apresentar o processo de conhecimento humano, a epistemologia, na area de educação física. Passando por algumas teorias que problematizam a produção cientifica desenvolvida e caracterizam seus paradigmas científicos na area de educação, até chegar a reflexão crítica na área de educação física. Na busca pelo processo de constituição da educação física apresentamos dois modelos que influenciam diretamente nas produções cientificas, higienista e militar. E por fim colocamos a importancia que se tem em aprofundar e ampliar os conhecimentos na educação física, compreendendo as dimensões da pesquisa na formação para que não se torne uma atividade de reprodução de conceitos e movimentos.

          Unitermos: Conhecimentos. Epistemologia. Epistemologia da Educação Física.

 

Resumen

          Este es un artículo de revisión de la literatura que trata de presentar el proceso el conocimiento humano y la epistemología, en el área de Educación Física. Se recorren algunas teorías que problematizan la producción científica desarrollada y caracterizaron sus paradigmas científicos en el área de la educación, para llegar a una reflexión crítica en la Educación Física. En la búsqueda de procesos de constitución de Educación Física se presentan dos modelos que influyen directamente la producción científica: la higienista y la militar. Finalmente consideramos la importancia que tiene profundizar y ampliar los conocimientos en la Educación Física, incluyendo las dimensiones de la investigación en la formación de manera que no se conviertan en reproducción de conceptos y movimientos.

          Palabras clave: Conocimiento. Epistemología. Epistemología de la Educación Física.

 

Abstract

          This is a literature review article that seeks to present human knowledge process, epistemology, in the area of physical education. Experiencing some theories that questions the scientific production developed and characterized his scientific paradigms in education area, to reach a critical reflection in physical education. In the quest for physical education constitution process present two models that directly influence scientific, hygienist and military. Finally we put the importance that has to deepen and expand knowledge in physical education, including the dimensions of research in training so that does not become a breeding activity concepts and movements.

          Keywords: Knowledge. Epistemology. Epistemology of Physical Education.

 

Recepção: 21/08/2015 - Aceitação: 24/09/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 208, Septiembre de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Considerações iniciais

    Para que possamos realizar pesquisas e investigações na área da educação, é necessário que conheçamos os seus pressupostos epistemológicos. Tomemos aqui, de acordo com Severino, a Epistemologia como “área da Filosofia que estuda os processos do conhecimento humano, tanto do ponto de vista descritivo como do ponto de vista crítico.” (2011, p.17). Trata-se de apurar de que forma se produz o conhecimento, quais as suas fontes, qual a relação entre teoria e fato, quais os seus valores, métodos, estratégias e qual sua relação com a verdade. “Entender o complexo, profundo e instigante processo de pesquisar como simples produção do conhecimento pode se tornar uma idéia cara para aqueles que, intencionalmente colocam-se como agentes deste processo, independente da área/campo de atuação” (Zoboli e Mezzaroba, 2011, p.125). Portanto, a pesquisa ultrapassa os saberes, as teorias e as representações, pesquisar implica compromisso, responsabilidade e ética.

    Parte-se então do entendimento de que o conhecimento e o domínio do referencial teórico-filosófico que marca o contexto científico-cultural da atualidade são imprescindíveis para o desenvolvimento de trabalhos mais rigorosos e profundos de investigação, análise e reflexão, tanto no campo das Ciências Humanas, em geral, como no campo da Educação em particular (Severino, 2011, p.18).

    Entende-se portanto que para realizar pesquisa devemos articular a teoria com a prática, o sujeito com o objeto. De acordo com Severino (2011, p.18), a teoria é quem pode conferir significação científica a dados empíricos, o pesquisador não pode escapar do desafio teórico pois a ciência não se faz apenas pelo domínio e aplicação de um instrumental técnico e metodológico nem pelo amontoar de dados e informações.

    “É inquestionável a importância da pesquisa científica em todos os ramos do conhecimento e, por conseguinte, a sua aplicação e/ou reflexão frente à busca da verdade como processo e essa busca caracteriza-se como finalidade da própria pesquisa científica” (Lima, 2001, p.6).

    Portanto, retomando a importância da epistemologia para a pesquisa científica, concordando com Gamboa (1987) ao dizer que, a epistemologia aponta elementos que aplicados à pesquisa científica permitem questionamentos e análises constantes dessa atividade e dá suporte para aprimorar a pesquisa básica. Segundo o autor, “o estudo epistemológico define-se como análise de segunda ordem ou análise conceitual que desenvolve questões sobre as ciências, sobre os processos de produção do conhecimento e sobre a pesquisa científica” (p. 54 e 55). Considerar os pressupostos epistemológicos, independente da área de realização da pesquisa, é essencial para o seu desenvolvimento.

    Conforme Silva (2013), foi a partir de 1970, que na área da educação, vários estudos começaram a problematizar a produção científica desenvolvida nos mestrados e doutorados e dentre estes estudos o autor destaca o trabalho de Silvio Sánchez Gamboa (1987), que caracterizou três grandes paradigmas científicos ou abordagens da pesquisa educacional denominadas de empírico-analíticas, fenomenológico-hermenêuticas e crítico-dialéticas, que se diferenciam pela maneira de construir o conhecimento e de articular os diversos elementos da pesquisa como técnicas, métodos, epistemologias, teorias do conhecimento e concepções filosóficas do real.

    Nas pesquisas consideradas empírico-analíticas, para Gamboa (1987), as técnicas utilizadas são quantitativas com uso de medidas e procedimentos estatísticos, técnicas descritivas e de análise de conteúdo com tratamento estatístico. Algumas pesquisas excluem qualquer tipo de discussão, confronto, debate ou questionamento. Isso se dá devido à neutralidade axiológica do método científico e na imparcialidade do pesquisador. Ainda segundo o autor, as pesquisas tidas como fenomenológico-hermenêuticas são aquelas que utilizam técnicas não quantitativas como entrevistas, depoimentos, narrações, técnicas bibliográficas, vivências, histórias de vida e análise do discurso, onde as críticas às abordagens são fundadas no experimentalismo e nos métodos quantitativos e as pesquisas buscam ainda desvendar e decifrar os pressupostos implícitos nos discursos, textos e comunicações. Em referência ao grupo das pesquisas crítico-dialéticas, segundo Gamboa (1987), as técnicas utilizadas são a pesquisa-ação e a pesquisa participante, além das já citadas no grupo anterior (fenomenológico-hermenêutica). As pesquisas expressam amplamente um interesse transformador das situações ou fenômenos estudados, resgatando sua dimensão sempre histórica e desvendando suas possibilidades de mudança.

    Silva (2013, p. 3 e 4), aponta que “foi a partir dos anos 1980 que verificamos a realização dos primeiros estudos que se preocuparam em enfatizar a reflexão crítica na área da Educação Física, trazendo importantes referêcias quanto as tendências epistemológicas e ontológicas, quanto as abordagens teórico-metológicas e aos paradigmas científicos da Educação Física no Brasil.” Portanto, para que possamos compreender o processo de constituição da Educação Física, precisamos, necessariamente, fazer uma retomada de movimentos de transformação no contexto social, político e econômico que lhe deram origem, buscando por fim, caracterizar as tendências epistemológicas da Educação Física no Brasil.

    Segundo Dallcastagne (2012), estudos relacionados à epistemologia da Educação Física tornam-se cada vez mais frequentes, ainda que, para alguns pesquisadores, a área ainda carece de reflexão e parece estar em busca de uma identidade epistemológica que a possa caracterizar.

A Educação Fisica na origem: o papel dos higienistas e a influência dos militares

    A busca por compreender o processo de constituição da Educação Física traz a tona o diálogo com autores que têm se dedicado a refletir sobre esta temática, a história da Educação Física, cada um a seu tempo e apartir de diferentes referenciais. Perante essas produções, consideramos dois aspectos que se tornaram recorrentes nesta área e precisam ser retomados para um bom entendimento sobre a origem da Educação Física, são eles: o papel dos higienistas e a influência dos militares. “... médicos e militares, tiveram participação ativa na determinação das características para a área hoje denominada Educação Física” (Nascimento, 2010, p.55).

    Segundo Bracht (1999, p.73): O corpo é alvo de estudos nos séculos XVIII e XIX, fundamentalmente das ciências biológicas. O corpo aqui é igualado a uma estrutura mecânica – a visão mecanicista do mundo é aplicada ao corpo e a seu funcionamento. O corpo não pensa, é pensado, o que é igual a analisado (literalmente, “lise”) pela racionalidade científica.

    Podemos compreender, que neste momento, a ciência se faz no controle da natureza, e da mesma forma também da nossa natureza como corpo. Ainda segundo Bracht (1999), a ciência é quem fornece os elementos que permitirão um controle eficiente sobre o corpo e um aumento consequente de sua eficiência mecânica, e para conseguir melhorar o funcionamento dessa máquina dependemos do conhecimento que se tem de seu funcionamento e das técnicas corporais que construímos com base nesse conhecimento.

    É importante considerar que, atrela-se a origem da Educação Física, os cuidados com o corpo, ao momento de reorganização social desencadeado pelo capitalismo. Nesse sentido, concordamos com Soares (1994), ao dizer que, a Educação Física, no contexto mundial, surge na era do Positivismo, com pensamentos e abordagens higienistas, aonde o cuidado com a saúde é de responsabilidade individual e essencial para manter um corpo ativo e produtivo. “Na sociedade do capital, constituir-se-á em valioso instrumento de disciplinarização da vontade, de adequação e reorganização de gestos e atitudes necessárias à manutenção da ordem” (Soares, 1994. p.20).

    Assim, entendidos na origem de um projeto médico-higienista, os exercícios de ginástica, que vieram posteriormente a ser definidos como Educação Física, foram considerados como um meio de controle social, de formação moral e disciplinar, como agentes de regeneração de raças e de construção de sentimentos de identidade nacional (nacionalismo) e de desenvolvimento e melhoramento do físico e da saúde, e no Brasil tiveram influências do modelo europeu.

    As fontes inspiradoras de médicos e militares brasileiros foram produções europeias do Século XIX, especialmente, de intelectuais da Alemanha, França, Dinamarca e Suécia, que defendiam os “exercícios gymnasticos” como meios de regenerar a raça, promover a saúde, desenvolver a coragem, força, vontade e “a energia de viver para servir à Pátria nas guerras e na indústria (Soares, 1998, p.27).

    Cunha Júnior ao comentar sobre o assunto, destaca que essas considerações sobre os médicos-higienistas são válidas, porém é preciso repensar o modo pelo qual parte dos trabalhos descreve o papel exercido pelos médicos e demais higienistas, considerados por vezes “vilões” da história. Ainda segundo o autor, se for certo que suas ações não visavam alterar de maneira radical as condições de vida e de trabalho da maioria da população, e que estavam atrelados aos objetivos capitalistas, também é preciso notar o idealismo que tiveram alguns desses agentes e sua contribuição para o desenvolvimento e consolidação da Educação Física no meio escolar.

    Como atividade presente nas instituições militares, a Educação Física foi estendida ao meio civil e, por conseguinte, ás escolas, a partir de sua afirmação como parte significativa dos novos códigos de civilidade postos em circulação e de sua importância como componente educativo (Cunha Júnior, 2008, p.61).

    Os militares elaboraram uma teoria pedagógica aplicada a Educação Física brasileira, tendo como referencial o estatuto da instituição militar. Em função da necessidade de preparar fisicamente seus membros, o Estado, por meio do exército, projeta-se pela e sobre a sociedade civil, a partir do Estado Novo, a fim de manter a defesa da nação.

    Portanto, assim, de acordo com Bracht (1999, p.73), “o nascimento da Educação Física se deu, por um lado, para cumprir a função de colaborar na construção de corpos saudáveis e dóceis”, ou melhor, com uma educação estética (da sensibilidade) que permitisse uma adequada adaptação ao processo produtivo ou a uma perspectiva política nacionalista, e, por outro, foi também legitimado pelo conhecimento médico-científico do corpo que referendava as possibilidades, a necessidade e as vantagens de tal intervenção sobre o corpo. Ainda segundo Bracht (1999, p.76), “fica claro que a Educação Física também possuiu papel importante no projeto Brasil dos militares, instaurado a partir da ditadura militar a partir de 1964”. A importância da Educação Física estava ligada ao desenvolvimento da aptidão física, pois era importante para aumentar a capacidade produtiva da nação e também ao desporto, pela contribuição que traria para afirmar o país no concerto das nações desenvolvidas.

A Educação Física e seus pressupostos epistemológicos

    Os discursos sobre o processo de constituição da Educação Física e seus consensos epistemológicos, podem ser encontrados em ampla produção durante as décadas de 1980 e 1990. Segundo Nascimento (2010, p.60-61), neste período há o interesse de trazer para o debate aqueles que seriam os conteúdos e princípios norteadores e legítimos da área.

    Os pesquisadores passam, então, a focar a identidade da área, gerando a necessidade de melhor compreender os pressupostos teóricos com os quais se vinha atuando para ser possível optar em segui-los, modificá-los, ou ainda buscar outros caminhos. Assim ficou conhecido, na historiografia da Educação Física, que a década de 1980 corresponde ao período da “crise de identidade” e é nesse contexto que a área adentra a década de 1990, com intenso debate sobre o conhecimento capaz de lhe conferir legitimidade” (Nascimento, 2010, p.61).

    “Os últimos anos do século passado e os primeiros anos deste novo milênio foram permeados por vários questionamnetos no contexto da Educação Física brasileira no que tange as questões de cunho epistemológico” (Zoboli e Mezzaroba, 2011, p.128). Todas essas discussões, geradas a partir dos anos 80, nos permitem compreender, em acordo com Zoboli e Mezzaroba (2011), que a Educação Física caminha buscando a sua identidade acadêmica enquanto campo/área do conhecimento.

    Conforme Nascimento (2010, p.62), é possível afirmar que os estudos realizados neste período tiveram o objetivo de compreender as tranformações que estavam ocorrendo, os avanços e as lacunas. “Em meio às mudanças e questionamentos, pesquisadores passaram a participar do debate enfocando, principalmente, a definição de um estatuto epistemológico ou identidade da área [...]”.

    Relativo as opiniões de Silva (1997), além da necessidade de estabelecer uma identidade para a Educação Física, de enunciar qual o seu objeto de estudo, as discussões ocorridas traziam a necessidade de redefinição dos conceitos mais usuais, a mudança de denominações que identificassem com mais clareza novas abordagens em relação a “criação” de uma nova ciência. Ela ainda ressalta que os estudos realizados neste período apontam um predomínio da produção marcada por temas voltados aos aspectos médico-biológicos da atividade física, para o esporte de alto rendimento e para avaliação da aptidão física e que, na década de 1990, houve uma alteração, uma mudança no sentido da adoção de novos referenciais, sobretudo, devido à aproximação da Educação Física com a educação, história, filosofia, sociologia, etc.

    Confirmando o exposto por Silva (1997) sobre esta relação entre os estudos que primeiramente eram voltados as questões biológicas e médicas e, posteriormente passaram a ser considerados em seus aspectos quanto as questões educativas e sociológicas, aparece o exposto por Zoboli e Mezzaroba (2011) em discussão com demais autores, Medina, Bracht, Soares e Kunz, onde elucida que esta relação (aspectos médico-biológicos e atividade física) sofre seus primeiros abalos, como já é próprio da história da Educação Física brasileira, no chamado “período da crise dos anos 80”.

    Nesse sentido, podemos dizer que a educação física não se constitui apenas através dos estudos médico-biológicos, mas transcorre através de questões de cunho educativo, social, histórico e filosófico.

    Isso significa dizer que o objeto da pedagogia da Educação Física está situado nas problemáticas que envolvem as manifestações culturais do movimento humano. Movimento este que implica num homem/corpo que tem história, que tem uma estrutura biológica, psíquica, um homem/corpo que exerce e sofre poder político, que é atravessado por implicações de cunho moral e ético, um homem/corpo econômico e possuidor de classe social, enfim, um homem/corpo que se movimenta em meio a essa complexidade de multiplicidades que o torna um ser único e com necessidade de movimento (Zoboli e Mezzaroba, 2011, p.129).

    Diante desse expostos, surge a necessidade de se pensar a Educação Física, de acordo com Zoboli e Mezzaroba (2011), como uma área que pensaria de modo científico sobre as formas de educar o ser humano, ou seja, estas formas de educar estariam então fundamentadas em conhecimentos científicos. Portanto, uma prática que deveria ser transdisciplinar, para que assim se possamos melhor compreender e resolver as necessidades e problemas do ser humano do qual educamos. Entendendo assim a Educação Física como uma prática educativa que articula problemas de um corpo físico, psicológico, sagrado, cultural, econômico, político, ético...

    A partir então deste período de crise dos anos 80, nasce uma Educação Física mais crítica em termos políticos, sociais, filosóficos e pedagógicos.

    Tendo como foco o “humano” e suas mais diversas e variadas dimensões que o constitui e que faz o “ser humano” ser o todo que é – a física/biológica, a psicológica, a social/cultural – necessariamente obriga, também a Educação Física, enquanto campo do saber e prática de intervenção social, a ampliar o entendimento dos sujeitos numa dimensão que contemple outras ciências que outrora não eram (ou não foram) merecedoras de atenção em outros períodos históricos, neste caso, a Pedagogia, a História, a Sociologia, a Antropologia, a Geografia Humana, a Psicologia, a Economia, a Filosofia, a Comunicação Social entre outras (Zoboli e Mezzaroba, 2011, p.137).

    Diante dos expostos, fica claro que no entendimento da Educação Física, considera-lá como uma área que trata apenas dos conhecimentos referentes ao corpo biológico, seria pactuar com o reducionismo desta área. É necessário sim, pensar nas possibilidades de aproximação dessa com demais áreas relativas e relevantes ao “ser humano”, para além de transmitir, pesquisar e produzir conhecimentos.

Considerações finais

    Todo aquele profissional que atuará profissionalmente no ensino e na orientação de práticas corporais escolares, ou seja em espaços formais ou não-formais de ensino, deve ter a experiência da pesquisa em sua formação, para que possa empregar as suas estratégias de forma sistemática em seu trabalho profissional, e conhecer os pressupostos epistemológicos de cada área é imprescindível para se realizar a pesquisa.

    É importante, mesmo que não se objetive ser um pesquisador, que se tenha as dimensões da pesquisa na formação para que atividade profissional não se torne uma simples reprodução de conceitos e movimentos.

    Através dos pressupostos epistemológicos investigados da área da Educação Física, se vê necessária a aproximação cada vez maior desta área com demais áreas de estudos como as ciências sociais e humanas, para que se tenha a possibilidade de direcionar a Educação Física a caminhos mais sociais e culturais. Ou seja, atuar na transdiciplinariedade para que se considere cada vez mais o “ser humano”, como ser que não é somente corpo, mas um ser individual e social. Construir uma Educação Física crítica em termos políticos, sociais, filosóficos e pedagógicos, uma educação Física que hoje deve ser “sociocultural”.

Bibliografia

  • Bracht, V. (1999). A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física. Cadernos Cedes, 19, 48, p. 69-88.

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  • Dalcastagne, G. (2012). A produção de dissertações em Educação Física no estado de Santa Catarina: concepções de iniciação esportiva e saúde e sua inter-relação. (Dissertação de Mestrado não publicada). Universidade Regional de Blumenau, Blumenau.

  • Gamboa, S. A. S. (1987). Epistemologia da pesquisa em educação: estruturas lógicas e tendências metodológicas. (Tese de Doutorado não publicada). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

  • Lima, P. G. (2001). Tendências paradigmáticas na pesquisa educacional. (Dissertação de Mestrado não publicada). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

  • Nascimento, A. C. S. (2010). Mapeamento temático das teses defendidas nos Programas de Pós-Graduação em Educação Física no Brasil (1994-2008). (Tese de Doutorado não publicada). Universidade de São Paulo, São Paulo.

  • Severino, A. J. (2011). Implicações epistemológicas da investigação educacional: desafio teórico para o pesquisador. In Silva, N. M. A; Rauch, R. B. Pesquisa em educação: pressupostos epistemológicos e dinâmicas de investigação. Blumenau: Edifurb.

  • Silva, R. V. De S. E. (1997). Pesquisa em Educação Física: determinações históricas e implicações epistemológicas. (Tese de Doutorado não publicada). Universidade Estadual de Campinas.

  • Silva, R. H. R. (2013). Tendências teórico-filosóficas das teses em educação especial desenvolvidas nos cursos de doutorado em educação e educação física do estado de São Paulo (1985-2009). (Tese de Doutorado não publicada). Universidade Estadual de Campinas, Campinas.

  • Soares, C. L. (2012). Educação Física: Raízes Europeias e Brasil. (5ª ed.) Campinas: Autores Associados.

  • Soares, C. L. (1998). Imagens da educação no corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. Campinas: Autores Associados.

  • Zoboli, F. & Mezzaroba, C. (2011). Pesquisa em Educação Física: refletindo e problematizando algumas tensões e perspectivas para os “filhos do casamento (in)feliz”. In: Silva, N. M. A, & Rauch, R. B. Pesquisa em educação: pressupostos epistemológicos e dinâmicas de investigação. Blumenau: Edifurb.

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