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A educação alimentar no ensino fundamental II:
fundamentos e proposições

Education food in basic education II: background and proposals

 

*Mestre Nutricionista

**Docente Mestrado do Centro Universitário Adventista de São Paulo

São Paulo

(Brasil)

Daniela Queiroz Zinhani*

Dra. Cristina Zukowsky Tavares**

Dra. Marcia Maria Hernandes de Abreu de Oliveira Salgueiro**

dani.queiroz@terra.com.br

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: As escolas compartilham com a família a responsabilidade de oferecer às crianças educação sobre nutrição. Sabemos da importância de uma alimentação adequada durante toda a vida e na adolescência, ressalta-se a importância por tratar-se de um período com intensas mudanças biológicas, psicológicas e sociais que podem interferir diretamente nos hábitos alimentares. O professor tem um papel fundamental na construção dos saberes de forma clara e reflexiva para que estas informações possam ser utilizadas em suas vidas para uma educação alimentar correta. Estando os professores junto com seus alunos diariamente essa abordagem poderá ser muito mais intensa e promover melhores resultados. Objetivo: avaliar as principais estratégias de educação alimentar utilizadas em classe e a importância do professor na educação alimentar no ensino fundamental II. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com 21 professores de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II de 2 escolas privadas da cidade de São Paulo. O questionário utilizado continha 14 questões fechadas com o tema “As principais estratégias de educação alimentar utilizadas pelos professores do ensino fundamental II”. Resultados: A presença feminina foi maior no ambiente escolar estudado, 66,6% do sexo feminino e 33,3% do sexo masculino. Constatou-se uma distribuição homogênea entre a faixa etárias avaliadas, sendo a idade dos professores participantes entre 21 anos a 59 anos. Observou-se que somente 23,8% dos participantes cursaram pedagogia, sendo que 100% possuem curso superior, 28,5% cursaram pós graduação, 4,76% cursou mestrado e 4,76% cursou doutorado. Evidenciou-se no grupo estudado, que 85% dos docentes declaram que as escolas promovem programas sobre alimentação e saúde e 80,9% dos professores recebem apoio da escola para discutir o tema em sala de aula, mas para 57,1% dos professores o tempo não é suficiente. Apesar desta dificuldade, 76,1% reservam parte de seu tempo para abordar o tema em sala de aula. As estratégias utilizadas demonstram que os professores procuram diversificá-las para melhorar a aprendizagem, valendo-se principalmente de métodos ativos como o debate em grupo (62%). 76,2% indicam a disciplina de ciências e/ou biologia para abordagem e discussão do tema em sala de aula. Os professores são unânimes em afirmar a necessidade quando questionados se o tema deve ser estendido aos pais/responsáveis, pois, 57% dos professores sentem falta de um manual técnico para orientá-los. Conclusões: O estudo evidenciou a importância da escola como um local para a educação alimentar e o importante papel do professor em sala de aula, fornecendo um ambiente favorável e com estratégias de ensino que facilitem a aprendizagem.

          Unitermos: Educação nutricional. Ensino fundamental. Estratégias de ensino.

 

Abstract

          Introduction: The schools share with family responsibility to provide children with education about nutrition. We know the importance of proper nutrition throughout life and adolescence, it emphasizes the importance because it is a period with intense biological, psychological and social changes that can directly. The teacher plays a key role in the construction of knowledge in a clear and reflective way so that this information can be used in their lives for proper food education. Being teachers with their students every day this approach could be much more intense and promote better results. Objective: To assess the main nutrition education strategies used in class and the importance of the teacher in nutrition education in elementary school II. Methods: This is a cross-sectional study with 21 teachers from 6th to 9th grade of elementary school II 2 private schools in São Paulo. The questionnaire contained 14 closed questions on the theme "The main nutrition education strategies used by elementary school teachers II”. Results: The presence of women was higher in the studied school environment, 66.6 % female and 33.3 % were male. It was found a homogeneous distribution between the evaluated age ranges, being the age of the participating teachers from 21 years to 59 years. It was observed that only 23.8 % of participants attended teaching, being 100 % having higher education, 28.5 % attended graduate, 4.76 % and 4.76 % attended master attended doctorate. Showed up in the study group, 85% of teachers claim that schools promote programs on food and health and 80.9 % of teachers receive school support to discuss the topic in the classroom, but for 57.1 % of teachers the time is not enough. Despite this difficulty, 76.1 % reserve part of their time to address the issue in class. The strategies used show that teachers seek to diversify them to enhance learning, mainly worth up to active methods such as group discussion (62%). 76.2 % indicate the discipline of sciences and / or biology to approach and discussion of the topic in the classroom. Teachers are unanimous in stating the need when asked whether the issue should be extended to parents / guardians, for 57% of teachers feel the lack of a technical manual to guide. Conclusions: The study showed the importance of school as a place for food education and the important role of the teacher in the classroom, providing a favorable environment and teaching strategies that facilitate learning.

          Keywords: Nutrition education. Elementary education. Teaching strategies.

 

Recepção: 17/11/2014 - Aceitação: 03/03/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 207, Agosto de 2015. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    O interesse em buscar uma melhor qualidade de vida e alimentação saudável é a tendência de muitas pessoas na atualidade, e para isso buscamos a educação nutricional que é inerente a vida e não se aprende de um dia para o outro, tem que estar presente no cotidiano por meio de ações e ensinos (Boog, 2004).

    Uma alimentação adequada é essencial para a saúde humana e além do acesso a alimentação saudável é necessária uma compreensão da importância de uma boa nutrição (Zancul, 2007)

    Carmo et al. (2006) afirma que a educação alimentar pode ser considerada fundamental, porque a aprendizagem dessa educação influencia as escolhas alimentares das pessoas ao longo de suas vidas. Embora os hábitos alimentares estejam arraigados nas práticas familiares, as escolas têm um papel vital na promoção de noções saudáveis, já que os professores tem um papel importante frente às atitudes dos estudantes, encompassados pelo seu contato expressivo e envolvimento com a família e ambiente social.

    A escola como um importante lócus de desenvolvimento cognitivo da criança vem se destacando como um agente de promoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis (Fernandez et al., 2008).

    Vargas (2007) salienta a necessidade da inserção da educação nutricional desde a infância, além disso, e apregoa a implementação da educação nutricional como obrigatória no ensino fundamental.

    Trata-se de uma proposta complexa, e, no contexto escolar, é necessário dar abertura aos alunos, professores e familiares, aumentando a participação, a troca de experiências e o envolvimento da gestão educacional no planejamento e execução dos programas de aprendizagem, por fim, trazer um enfoque mais contextualizado e dinâmico no ensino de nutrição nos ambientes escolares (Fernandez et al., 2008).

    Entende-se como educação em saúde qualquer combinação de experiências de aprendizagem para facilitar ações que falam da saúde. A importância em combinar múltiplos determinantes do comportamento humano com múltiplas experiências de aprendizagem faz da educação em nutrição uma tarefa complexa, pois devemos observar as decisões que afetam a saúde, as crenças, valores e predisposições pessoais e sua modificação demanda muita reflexão, tempo, respeito e orientação competente (Boog, 2004).

    É importante considerar que a adolescência é um período da vida caracterizado por intensas mudanças biológicas, psicológicas e sociais que podem interferir no consumo alimentar deste grupo populacional (Carmo et al., 2006).

    Estando os professores junto com seus alunos diariamente essa abordagem poderá ser muito mais intensa e promover melhores resultados.

    No entendimento de Vargas (2007), o ensino sobre nutrição é fundamental na promoção de saúde e este se faz necessário nas escolas como disciplina do plano curricular. Para isso há necessidade de uma “alfabetização em saúde” e a “alfabetização em nutrição” que avaliem o grau de conhecimento dos leigos sobre saúde e alimentação. Assim o professor poderá ser encorajado ao consumo de alimentos saudáveis sendo ele um exemplo para os alunos. A implementação da educação nutricional como obrigatória no ensino fundamental será essencial às necessidades nutricionais, de saúde e sociais da população escolar, salientando a necessidade de um profissional atuando junto com o educador.

    Sendo assim, pode-se compreender que a importância a formação dos professores é fundamental para que a educação alimentar alcance os resultados desejados (Bizzo et al., 2004).

    As atividades educativas em nutrição têm um espaço próprio nas escolas e podem e devem ser utilizadas como um importante instrumento de apoio na Educação Alimentar.

    Independente da área curricular em foco, o tema educação alimentar pode ser discutido em sala de aula e a colaboração de um profissional nutricionista ou um manual técnico facilitará o professor a ter um planejamento prévio de quais estratégias de ensino utilizar e qual lhe trará melhores resultados.

    Para a construção de um trabalho adequado em educação nutricional o professor tem que selecionar e inserir as estratégias de ensinagem adequadas. Para isso dispomos de professores que deverão ser sempre estrategistas, aqueles que propõem as melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do conhecimento exposto pelo professor. O aluno espera do professor a contínua exposição do assunto em discussão e a estratégia utilizada deve ser clara sobre aonde se pretende chegar (Anastasiou et al., 2004).

    O professor poderá muitas vezes encontrar dificuldades, mas ele pode assumir outros caminhos na arquitetura da sua aula, onde o aluno atue de forma significativa, responsável e com crescente autonomia, na busca da construção do conhecimento (Anastasiou et al., 2004).

    Todo professor ao ensinar pode construir conhecimentos, mas para isso ele deve organizar suas atividades, estratégias fazendo com que o aluno envolva-se, aprenda, produza e use esse conhecimento em sua vida (Veiga, 1995).

    É importante citar, que, atualmente, muitas dietas da moda utilizadas por modelos e celebridades, vem sendo tratadas em revistas, jornais, nos quais o consumo de frutas, verduras, carnes magras, com pouca quantidade de massas, arroz, doces e gorduras é apontado como padrão de alimentação saudável (Fernandez et al., 2008).

    Essas informações estão disponíveis como sendo corretas e que devem ser seguidos por todos independente de suas conseqüências.

    Devido aos grandes riscos que se atrelam ao despreparo de docentes e adolescentes no campo da educação alimentar, quanto mais cedo for trabalhado o tema em sala de aula maior a probabilidade de que permaneçam na vida futura hábitos alimentares corretos (Leal et al., 2009).

    Considerando a relevância da educação alimentar nas escolas e durante a adolescência período no qual o indivíduo começa a exercer com mais autonomia as suas escolhas alimentares (Carmo et al., 2006) esse trabalho tem como objetivo identificar junto aos professores do ensino fundamental II, quais as principais estratégias de educação alimentar que estão sendo utilizadas em sala de aula para maximizar a aprendizagem nessa direção e a relevância do professor e seu preparo para agir nesse processo.

Métodos

    Trata-se de um estudo com metodologia quanti-qualitativa a com uma amostra composta por 21 professores de 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II

    O período de realização da pesquisa foi de março de 2009 a junho 2010, e desenvolvido para cumprimento do programa de Pós Graduação em Didática e Tecnologia de Ensino Superior no Centro Universitário Adventista de São Paulo.

    Como critério de inclusão adotou-se a entrega do termo de consentimento da escola, assinado pelo diretor, para permitir que todos os professores do ensino fundamental II estivessem autorizados pela diretoria das escolas em participarem do referido estudo.

    Os questionários continham 14 questões fechadas com o tema “As principais estratégias de educação alimentar utilizadas pelos professores do Ensino fundamental II” e foram distribuídos nas escolas aos cuidados dos diretores que entregaram pessoalmente para todos os professores que devolveram preenchidos sem a obrigatoriedade de identificação.

    Os dados foram tratados através de análise descritiva (percentual) em tabela e discutidos com literatura especializada na área.

Resultados e discussão

    A presença feminina foi maior no ambiente escolar estudado, 66,6% dos professores pertenciam ao sexo feminino e 33,3% ao sexo masculino. Constatou-se uma distribuição homogênia entre as faixas etárias avaliadas, sendo a idade dos professores participantes entre 21 anos a 59 anos.

    Observou-se no presente estudo que somente 23,8% (5 professores) dos participantes cursaram Pedagogia, sendo que 100% (21 professores) possuem Curso Superior, 28,5% (6 professores) cursaram Pós Graduação, 4,76% (1 professor) cursou o Mestrado e (1 professor) 4,76% cursou Doutorado.

    A partir do questionário aplicado foram obtidos os resultado apresentados no gráfico 1 quanto à freqüência das atividades aplicadas com os alunos relacionados ao tema de alimentação e saúde sendo que 76,1% dos professores reservam algum tempo da semana ou mês para tratar do assunto em referência.

Gráfico 1. Freqüência de atividades com alunos, relacionada com o tema alimentação e saúde

    Notamos que os professores utilizam ainda uma pequena parcela do tempo em classe para realizar alguma atividade. Diariamente somente 19% dos professores realizam alguma atividade diariamente, 14,2% somente 2 vezes por semana, 9,5% realizam alguma atividade 3 vezes por semana, 33,3% somente uma vez por mês e 23,8% nunca realizam atividade relacionada com o tema alimentação e saúde e 28,5% relatam que raramente e nunca comentam o assunto. É importante considerar a resposta raramente que demonstra que os professores não possuem programação a respeito do assunto.

    Perguntamos qual a estratégia de aprendizagem utilizada em sala de aula com o tema alimentação e saúde e percebemos que os professores detém de um bom conhecimento quanto aos meios e recursos possíveis de serem trabalhadas em sala, para potencializar a aprendizagem e todos procuram aplicar estratégias diversificadas. Nota-se também que as aulas expositivas continuam bastante recorrentes.

    Das estratégias utilizadas pelos professores podemos destacar (gráfico 2) que as principais foram o uso do debate em grupo (62%), aulas expositivas (57%), problematização (52%), trabalho em grupo (19%), trabalho individual (19%), seminários (10%), dramatização (10%), palestras profissionais (5%), visitas técnicas e excursões especificas (5%).

Gráfico 2. Estratégias de ensino utilizadas em sala de aula sob o tema alimentação e saúde

    Sobre as principais fontes de informações utilizadas pelos professores foi possível observar que poucos buscam um profissional de saúde e ou nutricionista para orientação quanto ao assunto alimentação e saúde. O nutricionista é um profissional com fundamentação teórico-prática no campo da nutrição capaz de traduzir esta ciência para a linguagem de seu público, orientando o comportamento alimentar dos indivíduos.

    Sua presença e colaboração podem contribuem para uma melhor educação e formação de hábitos alimentares saudáveis para os adolescentes nas escolas.

    O apoio da escola é fundamental para o professor dar continuidade as atividades em sala de aula, e 80,9% (17 professores) informam que na escola que lecionam existem programas extras classe para o tema alimentação e saúde curricularmente estabelecidas.

    Dos professores que participaram da pesquisa 85,7% (18 professores) confirmam que a escola promove programas sobre alimentação e saúde.

    Zancul (2007) afirma que a escola é o local onde muitas pessoas vivem, aprendem e trabalham, é um espaço no qual programas de educação e saúde podem ter grande repercussão, atingindo os estudantes nas etapas influenciais de sua vida, quais sejam, a infância e adolescência. Na escola, onde crianças e jovens passam grande parte de seu dia, as ações de orientação de promoção de saúde são importantes meios de informação.

    A escola é um ambiente ideal para o processo educativo, o professor é o profissional central da equipe de saúde escolar, pois além de ser o maior contato com os alunos está diretamente envolvido com sua realidade (Davanço et al., 2004).

    Mesmo com apoio da escola e com atividades extra classe com os alunos sobre alimentação e saúde é importante ressaltar que 71,4% dos professores (15) responderam que falta tempo específico para as atividades em sala e 57,1% (12 professores) ressaltaram que sentem falta de um manual técnico de nutrição, alimentação e saúde para orientá-los em suas atividades.

    Nota-se que o professor sente a necessidade de um maior conhecimento, habilidades e técnicas para discutir e orientar de forma correta seus alunos em sala de aula.

    Observando o gráfico 3, notamos que os professores não possuem um material específico como fonte de informação para a preparação de suas aulas com o tema Alimentação e Saúde.

Gráfico 3. Fontes de informações utilizadas pelos professores com o tema alimentação e saúde

    Segundo (Gonçalves et al. 2009), o trabalho de um nutricionista capacitando diretamente o professor e acompanhando de perto suas atividades deve ser percebido como uma garantia de que este se sentirá preparado e seguro para abordar os temas dentro do assunto nutrição em sala de aula, sem perder sua postura constante de educador uma vez que:

    O relacionamento entre os dois proporciona uma troca de experiência muito positiva, pois enquanto o professor se embasa na ciência da nutrição, o nutricionista entra em contato com a didática necessária para as abordagens educacionais dos quais necessita para um bom andamento de sua prática como educador. (Gonçalves et al., 2009, p. 136).

    Além das atividades em sala de aula perguntamos aos professores se o trabalho de Educação Nutricional deveria se estender aos pais e ou responsáveis, e a resposta foi unanime que sim.

    Todos acreditam que as informações fornecidas pela escola deve ser compartilhada com os pais.

    Davanço et al. (2004) reintegra que o comportamento alimentar e fixada na infância, com a informação dada pela família e sustentada por tradições e costumes. Porém ao longo da vida, o comportamento alimentar pode vir a modificar-se em conseqüência de mudanças do meio, relativas à escolaridade dos indivíduos.

    Assim sendo, a escola tem um papel fundamental na educação dos seus alunos sendo importante a continuidade da aprendizagem nutricional conscientizando a família por inteiro.

    É interessante ressaltar que, a maioria dos professores 76,2% 16 professores dizem que a disciplina que trabalha o tema alimentação e saúde é ciências e biologia, outras citadas são: 28,5% educação física, 23,8% matemática, 19% português, 14,2% história, 9,5% geografia, 14,2% religião, 4,7% inglês, 4,7% química e física e 4,7% multidisciplinar (ver Gráfico 4).

Gráfico 4. Indicação da disciplina mais citada para o tema alimentação e saúde

    As atividades em sala de aula com o tema alimentação e saúde podem ser discutidas em todas as áreas do currículo escolar não necessariamente na disciplina de Ciência e Biologia como os professores afirmam (Zancul et al., 2007).

    A escola é um ambiente onde muitas pessoas convivem, aprendem e trabalham, onde os estudantes e professores passam a maior parte do tempo juntos em um contato diário e prolongado, além disso, é na escola que as atividades com o tema alimentação e saúde podem ser mais discutidos e trabalhados pelos alunos e professores, alcançando muitas vezes os familiares para que junto com seus filhos possam buscar uma melhor qualidade de vida.

    Contudo, para que o professor se transforme em agente promotor de hábitos alimentares saudáveis é essencial que possua além do conhecimento dos preceitos teóricos de dieta equilibrada, uma postura consciente de sua atuação na formação dos hábitos alimentares da criança.

Conclusão

    O estudo evidenciou a importância da escola como um local para a educação nutricional e o importante papel do professor em sala de aula fornecendo um ambiente favorável à aprendizagem.

    As principais estratégias utilizadas na educação alimentar pelos professores como mediadores e facilitadores do conhecimento são predominantemente interativas, porém, pouco utilizadas para o fim de educação nutricional.

    A importância do acompanhamento e formação dos professores em educação nutricional é de extrema importância, pois, somente com fundamentação ele poderá propor ao estudante, um processo de aprendizagem, pelos quais, poderão obter sucesso teórico-prática no seu conhecimento a respeito da alimentação e saúde.

    Todas as estratégias empregadas pelos professores na educação alimentar, têm como objetivo tornar o aluno ativo no processo de mudança e aprendizado. O trabalho da educação alimentar aplicado com uma estratégia de ensino adequada é um poderoso instrumento na mudança de estilos de vida com os alunos e até mesmo dos professores com os quais convivem.

    Sugere-se a criação de um manual técnico de nutrição, alimentação e saúde para orientação às atividades em sala de aula, facilitando ao professor do ensino fundamental II quais estratégias de ensino poderão ser utilizadas para os assuntos relacionados à alimentação e nutrição.

    É fundamental que o professor saiba de sua importância como orientador, e tendo ele conhecimento pedagógico, juntamente com um profissional nutricionista ou um manual técnico de nutrição, alimentação e saúde, novas estratégias serão escolhidas para alcançar os seus objetivos, garantindo um futuro com mais qualidade de vida dentro e fora da escola.

    Embora tenha havido informações que os professores não possuem um tempo especifico para tratar do assunto alimentação e saúde é importante ressaltar que todos na escola podem sentir-se motivados a uma participação ativa para realização de uma atividade relacionada à alimentação e saúde, pois se trata de uma temática que percorre transversalmente o currículo no Ensino Fundamental II e da qual todos são co-responsáveis.

Bibliografia

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  • Leal, P.P. (2009). Avaliação das Condições Higiênicas Sanitárias em duas cantinas de uma Escola Particular na Cidade de Franca. Revista Simbio-Logias, 2 (1).

  • Vargas, V.S., Lobato, R.C. (2007). O Desenvolvimento de Práticas Alimentares Saudáveis: uma Estratégia de Educação Nutricional no Ensino Fundamental, Vita et Sanitas, 1 (1).

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