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Complicações respiratórias do refluxo
gastroesofágico na infância: uma revisão

Complicaciones respiratorias del reflujo gastroesofágico en la infancia: una revisión

Respiratory complications of refluxo gastroesophageal in childhood: a review

 

*Graduada em Fisioterapia - UNIFOR

**Graduanda em Nutrição - Centro Universitário Estácio FIC

***Docente da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza

Mestrando em Ciências do desporto pela

Universidade Trás dos Montes e Alto Douro – UTAD - Portugal

****Graduada em Nutrição - Centro Universitário Estácio FIC

*****Doutora em Farmacologia. Departamento de Biomedicina

Campus Porangabuçu, Fortaleza, Ceará

******Docente Adjunto. Departamento de Nutrição

Campus Senador Helvídio Nunes de Barros

Universidade Federal do Piauí

*******Mestre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Ceará

e professor da Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

********Mestre, professora do curso de Economia Doméstica

Universidade Federal do Ceará

Natália Macêdo Uchoa*

Ariane Teixeira dos Santos**

Francisco Nataniel Macêdo Uchoa***

Myréia Silva Lima****

Danielle Abreu Foschetti*****

Gilberto Santos Cerqueira******

Thiago Medeiros da Costa Daniele*******

Ana Erbênia Pereira Mendes********

nataliamacedouchoa@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Refluxo gastroesofágico (RGE) pode ser definido como uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado e involuntário do conteúdo gástrico para o esôfago, podendo manifestar-se com regurgitações, ou vômitos de saliva, alimentos, secreção gástrica, secreção biliar ou pancreática. O refluxo gastroesofágico ocorre com frequência na infância, principalmente nos primeiros meses de vida, e nem sempre é sintomático e patológico. É considerada uma das afecções digestivas de maior prevalência nos países ocidentais, e tem sido bastante estudada. Esse trabalho tem como objetivo ressaltar as necessidades de terapêuticas específicas, incluindo a terapia manual, para melhorar as condições do paciente com exercícios posturais, respiratórios, buscando a efetividade e a funcionalidade, e capacitando o paciente a realizar suas atividades da vida diária. Esse estudo trata-se de uma revisão de literatura, realizada no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015, em que foram consultados periódicos de revistas do acervo da biblioteca da Universidade de Fortaleza, e de bibliotecas virtuais como Bireme, Medline, Lilacs e Scielo, nos idiomas português e inglês, com os seguintes descritores: refluxo gastroesofágico, infância, fisioterapia, terapia manual e/ou complicações respiratória. Por muito tempo a DRGE foi considerada uma doença incomoda que tinha apenas um pequeno impacto negativo e algumas discretas complicações em longo prazo. Atualmente se aceita que a DRGE não tratada reduz a qualidade de vida das crianças. Entre as complicações respiratórias associadas ao refluxo na infância a asma foi a mais citada nos artigos. Observou-se que existem poucas pesquisas que relacionam à conduta fisioterapêutica as complicações respiratórias do refluxo, e a fisioterapia tem um papel importante na prevenção e tratamento dessas complicações. Com isso, conclui- se a necessidade de realização de outros estudos acerca da atuação do fisioterapeuta na prevenção e tratamento das complicações respiratórias do RGE na infância.

          Unitermos: Refluxo gastroesofágico. Infância. Complicações respiratórias. Terapia manual. Fisioterapia.

 

Abstract

          GERD (GER) can be defined as a chronic disorder stemming the flow retrograde and involuntary gastric content for the esophagus can manifest itself with regurgitações, or vomiting, saliva, food, gastric secretion, pancreatic or bile secretion. The gastroesophageal reflux occurs often in childhood, mainly in the first months of life, and is not always symptomatic and pathological. It is considered one of the highest prevalence of digestive disorders in Western countries, and has been widely studied. This study is a review of literature, held in the period from August 2014 to February 2015, which were consulted periodically removed from the collection of journals the library of the University of Fortaleza, and virtual libraries as Bireme, Medline, Lilacs and Scielo, in Portuguese and English, with the following descriptors; gastroesophageal reflux, childhood, physical therapy, and / or respiratory complications. And aims to highlight the needs of specific therapeutic, including physiotherapy, to improve the conditions of patients with postural exercises, breathing, seeking the effectiveness and functionality, and enabling the patient to perform their activities of daily living. For a long time to GERD was considered a disease that bothers had only a small negative impact and some discrete complications in the long term. Currently agree that if untreated GERD reduces the quality of life of children. We noticed that there is little research that relate to conduct physiotherapeutic the respiratory complications of reflux, and physiotherapy has an important role in the prevention and treatment of such complications.

          Keywords: GERD. Childhood. Respiratory complications. Manual therapy. Physiotherapy.

 

Recepção: 15/06/2015 - Aceitação: 17/07/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 20 - Nº 206 - Julio de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Refluxo Gastroesofágico (RGE) pode ser definido como uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado e involuntário do conteúdo gástrico para o esôfago, constituindo uma das três principais causas de consulta em gastroenterologia pediátrica, podendo manifestar-se com regurgitações, ou vômitos de saliva, alimentos, secreção gástrica, secreção biliar ou pancreática (Curry et al., 2003; Norton, Penna 2000).

    Quando esse refluxo resulta no comprometimento otorrinolaringológico, nutricional, problemas no esôfago, no sistema respiratório, passa a ser definido como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) (Curry et al., 2003; Norton, Penna, 2000).

    O RGE é seguramente uma das principais condições gastroenterológicas entre as crianças, apesar de que a maior parte dos casos corresponde ao refluxo fisiológico, resultante da imaturidade dos mecanismos de barreira anti-refluxo, porém pode causar condições patológicas como apnéia, dor abdominal, irritabilidade, hemorragias digestivas, broncoespasmo, pneumonias de repetição entre outras (Costa, Silva, Gouveia, 2004).

    A DRGE é classificada como primária e secundária, sendo primária quando decorre de um distúrbio funcional do trato digestório proximal e secundária quando há disfunções viscerais, infecciosas, metabólicas, neurológicas, alérgicas que são responsáveis pelo retorno do conteúdo gástrico ao esôfago (Vandenplas, Hassal, 2002).

    Entre as principais complicações estão as manifestações respiratórias, como bronquite, asma, pneumonia aspirativa, broncoespasmo, fibrose pulmonar (Ribeiro et al., 2001). A DRGE pode causar ou agravar a obstrução brônquica, por meio de aspiração, reflexa vagal, aumento da reatividade brônquica e liberação de taquicinicas (Luca et al., 2000).

    Apesar de ser predominante no sexo masculino, a diferença entre os sexos não tem significância estatística. Entretanto, é seguramente uma das principais condições gastroenterológicas entre crianças (Costa et al., 2004).

    A maioria dos estudos que investigam a epidemiologia e história natural do RGE em crianças e adultos usa métodos diferentes para defini-lo, o que resulta em dificuldades para estabelecer a verdadeira prevalência desta condição na população (Chinzon et al., 2003). A prevalência de sintomas de DRGE em crianças atendidas em clínicas pediátricas é inferior a 10%. Contudo populações específicas de crianças, tais como aquelas com problemas neurológicos, obesidade, atresia de esôfago, doenças respiratórias crônicas e prematuridade, têm um risco aumentado para essa doença (Ratier, Pizzichini, Pizzichini, 2011).

    A incidência varia de 2,8 a 10% nos recém-nascidos de muito baixo peso (RNMBP). Nos recém-nascidos (RN) com displasia broncopulmonar (DBP), a freqüência relatada de DRGE é muito elevada, variando de 18,4 a 63%, embora os critérios diagnósticos não sejam uniformes (Nelson et al., 2000)

    A importância do estudo está na revisão da literatura sobre Refluxo Gastroesofágico, proporcionando uma ampla visão sobre esse campo, servindo de base para novas pesquisas, dando ênfase a identificação das possíveis complicações respiratórias, tendo como objetivo ressaltar as necessidades de terapêuticas especificas , incluindo a fisioterapia, para melhorar as condições do paciente com utilização de técnicas da terapia manual, exercícios posturais, respiratórios, buscando a efetividade e a funcionalidade, e capacitando o paciente a realizar suas atividades da vida diária.

    Diante do exposto, tornou-se necessário investigar dentro de uma vasta literatura o Refluxo Gastroesofágico e as complicações respiratórias que ele pode causar no sentido de ampliar as formas terapêuticas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes comprometidos.

Metodologia

    Trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015, na qual foram consultados periódicos retirados de revistas do acervo da biblioteca da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), e de bibliotecas virtuais como Bireme, Medline, Lilacs e Scielo, nos idiomas português e inglês, com os seguintes descritores; refluxo gastroesofágico, infância, fisioterapia, e/ou complicações respiratórias.

    Foram incluídos artigos encontrados com as combinações feitas entre os descritores, em qualquer um dos idiomas citados, publicados de 2000 a 2014, que estão dentro do tema abordado.

    Foram excluídas dissertações de mestrado, teses de doutorado e artigos que a literatura foi considerada insuficiente para a pesquisa.

    A análise de dados foi realizada de novembro de 2014 a janeiro de 2015 através de comparações entre esses artigos, utilizando os percentuais existentes nos diversos estudos. Observando as complicações associadas ao refluxo.

Resultados e discussão

    O diagnóstico de DRGE é suspeitado a partir de cuidadosa anamnese e exame físico criterioso (Funes et al., 2000) Na criança, as queixas mais comuns são dores abdominais, altamente sugestivas se associada às refeições, regurgitações, pirose, vômitos freqüentes ou intermitentes, queimação retroesternal, faringodinia matinal, saciedade precoce e raramente disfagia. Irritabilidade e choro freqüente durante a ingestão de alimentos, bem como ingestão diminuída de alimentos, dificuldade em ganhar peso, e fraqueza são indicativas de DRGE e merecem investigação mais detalhada.

    Refluxo gastroesofágico tem uma alta prevalência na infância. Em uma análise de dados de 948 entrevistas com pais de crianças menores de 13 meses de idade, observou-se a presença da regurgitação infantil (RI) em 50% das crianças abaixo dos 3 meses, em 67% na faixa etária de 4 a 6 meses e em 5% entre 10 e 12 meses de vida (Maggio et al., 2006). Entre inúmeros fatores agravantes, a posição supina vem sendo estudada como causadora de risco de vida para crianças. Pois ocorre a regurgitação e em seguida a broncoaspiração do conteúdo gástrico (Guimarães et al., 2004). Sua prevalência no primeiro ano de vida é de cerca de 67% entre 4 e 5 meses, caindo de 61% para 21% entre 6 e 7 meses e para menos de 5% aos 12 meses (Carvalho et al., 2004).

    A confirmação deve se realizada por pelo menos dois métodos diagnósticos dentre eles, estudo radiológico, cintilográfico ou ultrassonográfico. Adota-se este critério quando não é possível realizar a monitorização prolongada do pH esofágico, considerado o melhor método diagnóstico para a DRGE. Na fisiopatologia da DRGE, a duração do refluxo é mais importante do que o seu número (Laranjeira, 2007), porém outros exames devem ser realizados como, a manometria, endoscopia, impedanciometria intralumial eteste de Bernstein modificado (Costa et al, 2004; Luca et al, 2001).

    Os principais fatores etiológicos dessa patologia são: eficácia diminuída dos mecanismos esofágicos anti-refluxo, presença de hérnia hiatal por deslizamento, depuração esofágica lenta ou inadequada do material refluído, esvaziamento gástrico demorado e aumento do volume gástrico, diminuição da capacidade de reparo da mucosa esofágica devido à exposição prolongada aos sucos gástricos, entre outros. Alguns autores ressaltam quando o pH esofagiano é superior a 4, 0, o material refluído não causa lesão na mucosa esofagiana (Carvalho et al., 2004; Chinzon et al., 2003).

    De acordo com a literatura o retardo do esvaziamento do esôfago, possivelmente associado à ineficácia da salivação e do peristaltismo, parece ter importância no desenvolvimento da esofagite de refluxo (Costa et al., 2004).

    Sistema digestivo na infância ainda não está completamente desenvolvido, por isso os episódios de RGE são mais freqüentes, pois a pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI) no recém nascido é baixa, e só por volta dos 12 a 15 meses de idade chegará ao nível normal, e o comprimento ideal do esôfago abdominal só é alcançado aos 18 meses.

    A imaturidade do sistema respiratório também pode contribuir para o agravamento das complicações pulmonares, aumentando a possibilidade de aspiração pulmonar, tendo em vista que o pulmão de uma criança só está completamente formado em torno de oito a dez anos de idade.

    Quanto às manifestações extras digestivas, as mais comuns são as que acometem o trato respiratório, como hiperreatividade brônquica, tosse crônica, laringite, rouquidão, otite, sinusites e pneumonias de repetição, asma, estímulo do reflexo vagal, sibilância, apnéia, inflamação neurogênica por liberação de taquicininas (Morena et al., 2004; Mendes et al., 2008; Vandenplas et al., 2008; Pignatari et al., 2007; Gursky et al., 2006; Moklesi et al., 2001).

    Com essas manifestações a DRGE pode causar ou agravar a obstrução brônquica. A mecânica pulmonar alterada no LC (tosse, aumento do gradiente de pressão transdiafragmática, retificação do diafragma pela hiperinsuflação) e o uso de drogas refluxogênicas (metilxantinas e simpatomiméticos sistêmicos) são fatores de risco para a DRGE (Luca et al., 2000).

    O aparecimento dessas complicações respiratórias em crianças são muito freqüentes devido a fatores como acidificação intratraqueal que, por estímulo de terminações nervosas, podem desencadear broncoespasmo; aspiração de quantidade significativa do conteúdo gástrico (macroaspiração) para as vias aéreas superiores; aspiração de pequenas quantidades do conteúdo gástrico (microaspiração) (Costa et al., 2004).

    Dois mecanismos primários têm sido propostos na patogênese da asma associada à DRGE: microaspiração do conteúdo gástrico refluído e reflexo esôfago-brônquico desencadeado por estímulo de receptores vagais no terço distal do esôfago (Teixeira et al., 2007).

    Segundo Gurski, através do mecanismo de microaspiração, os sintomas pulmonares podem ser resultados da agressão direta da mucosa respiratória por ácidos e enzimas presentes no conteúdo gástrico refluído, o que leva a um broncoespasmo reflexo (Moklesi et al., 2001).

    Após estímulo vagal, a distensão gástrica gasosa é importante desencadeante do relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior (RTEEI). Este por sua vez, ocorre devido a episódios de redução abrupta da pressão do esfíncter esofágico inferior, de curta duração. Relaxamentos transitórios do esfíncter esofágico inferior (EEI) de mais de 35 segundos e independentes de ondas peristálticas normais são observados em 60 a 83% dos episódios de refluxo (Costa et al., 2004).

    O relaxamento transitório do EEI representa o principal mecanismo determinante do RGE, uma má posição corporal, adotada ocasiona um impacto substancial na frequência do relaxamento do EEI, afetando também a mudança da posição do diafragma, aumentando os episódios de refluxo, causando assim um risco maior de aspiração pulmonar.

    Segundo Teixeira, as crises asmáticas podem ser causadas por irritação direta da mucosa brônquica ou também indiretamente, através de influências reflexas do estômago (Mishra et al., 2001).

    Entre as complicações respiratórias associadas ao refluxo na infância a asma foi a mais citada nos artigos. Uma revisão ampliada sobre a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) diz que o RGE pode ser causa da asma, mas também pode ser conseqüência da asma e do seu tratamento (Nasi, Filho, Cecconello, 2006). Martins, diz que apesar de todos os avanços no conhecimento da relação entre a asma e RGE, ainda não está perfeitamente estabelecido se o tratamento do RGE interfere no curso clínico e funcional da asma (Araújo et al., 2007).

    O presente estudo ficou limitado em relação às medidas utilizadas para o tratamento do RGE que podem agravar ou causar a asma, pois as medidas encontradas são comportamentais que quando seguidas corretamente minimizam e evitam os episódios de refluxo e suas complicações.

    Autores dizem que sua maior incidência está em crianças asmáticas, que o RGE está associado à asma grave, porém é difícil avaliar a associação da asma quanto ao RGE (Chehter, 2004; Filho, 2007) Prado cita que o RGE não é único fator potencial para o agravamento da asma (Drent, Pinto, 2007).

    Crianças com menos de um ano de idade fazem ingestão de fórmulas lácteas através de mamadeira antes de dormir, deitado no berço ou na cama, o que acaba se tornando um risco para as desordens no trato respiratório, causado por essa má postura. O que acaba se tornando um agravante para o quadro da asma em crianças maiores. Desta forma, Faz-se necessário uma avaliação fonoaudiológica para que sejam detectados distúrbios de sucção, mastigação e deglutição.

    Segundo Nogueira, a orientação de forma simplificada sobre as complicações que o refluxo pode causar torna possível diminuir a frequência das regurgitações, diminuindo assim o risco do aparecimento dessas complicações. Orientar quanto à dieta, posicionamento após as refeições, posicionamento na cama, no berço (Souza, Bitar, 2003).

    Alguns protocolos devem ser seguidos para prevenção, às mudanças de comportamento devem ser feitas para diminuir ou evitar que o refluxo persista, a atuação do fisioterapeuta, através da terapia manual, utilizando técnicas viscerais que visam melhorar o funcionamento do sistema digestivo, técnicas de liberações facial e diafragmáticas evitando assim não só os sintomas, mas também o aparecimento de complicações respiratórias. A dieta das crianças com refluxo deve ser dada em volumes pequenos, várias vezes ao dia. A elevação da cabeceira da cama e o decúbito lateral esquerdo estão associados à melhora clínica (Gemelli, Ulbricht, Ripka, 2014).

    Tomando como base esses resultados podemos sugerir que existe uma relação entre a asma e o RGE, os estudos realizados com crianças mostraram que o refluxo pode causar asma, como também pode piorar seus sintomas. Convém lembrar que o refluxo pode agravar a asma, porém não é a única causa (Penna et al).

    Estudos realizados mostram que crianças portadoras de Paralisia Cerebral são suscetíveis a desenvolver refluxo gastroesofágico, pneumonia, patologias de vias aéreas superiores e inferiores em uma proporção preocupante. Isso ocorre devido ao fato de o sistema respiratório do portador de Paralisia Cerebral sofrer influência direta e indireta dos distúrbios do tônus, da postura, e do movimento (Borges, Galigali, Assad, 2005).

    As pneumonias por aspiração também foram encontradas nos estudos como complicações respiratórias causadas pelo RGE na infância. Borges na sua pesquisa de caráter descritivo mostrou que crianças com paralisia cerebral (PC) quadriplégicas são mais susceptíveis a desenvolverem o RGE e pneumonias aspirativas, portanto são mais comprometidas do ponto de vista respiratório (Vandenplas y Hassal, 2002).

    As crianças portadoras de PC são mais susceptíveis a desenvolverem pneumonias aspirativas, pois já possuem um maior comprometimento da musculatura cervical e que junto aos episódios de refluxo aumentam a incidência de problemas no trato respiratório. (Vandenplas y Hassal, 2002).

    Sousa e Bitar afirmam também que sintomas freqüentes de RGE dão origem ao desequilíbrio da tensão da musculatura posterior da boca e da região cervical, aumentando assim o risco de aspiração pulmonar (Vandenplas y Hassal, 2002).

    Por muito tempo a DRGE foi considerada uma doença incômoda que tinha apenas um pequeno impacto negativo e algumas discretas complicações em longo prazo. Atualmente se aceita que a DRGE não tratada reduz a qualidade de vida das crianças. (Costa, Silva, Gouveia y Filho, 2004).

Conclusão

    Foi observado que existem poucas pesquisas que relacionam a conduta fisioterapêutica às complicações respiratórias do refluxo, e a terapia manual tem um papel importante na prevenção e tratamento dessas complicações, atuando em grande escala dentro do tratamento com o objetivo de melhorar as condições do paciente com exercícios posturais, musculares, e respiratórios, buscando a efetividade e a funcionalidade, e capacitando o paciente a realizar suas atividades da vida diária. Além disso, o refluxo gastroesofágico é um fator que contribui para as desordens das vias aéreas e piora os sintomas de complicações respiratórias já existentes. Ao final desta pesquisa conclui-se, sobretudo, a necessidade de realização de outros estudos acerca da atuação do fisioterapeuta na prevenção e tratamento das complicações respiratórias do RGE na infância.

Bibliografia

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