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A influência do treinamento funcional no envelhecer com artrose

La influencia del entrenamiento funcional en lo envejecimiento con artrosis

The influence of functional training in aging with arthrosis

 

*Professor de Educação Física formada no Curso de Educação Física do Centro Universitário

para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI

Pós-Graduanda em Personal Trainer na Faculdades AÇÃO

**Professor Doutor do Curso de Pós-Graduação em Educação Física

das Faculdades AÇÃO/Rio do Sul/SC. Doutorando do Programa de Pós Graduação

em Desenvolvimento Regional da FURB/SC. Bolsista FAPESC/SC

Franciane Lima*

Eduardo Cartier**

edcartier@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O envelhecimento se estabelece como um processo irreversível aos seres vivos e com isto, a condução de perdas progressivas as aptidões funcionais do organismo o que significa um aumento considerável aos riscos que o sedentarismo proporciona. A artrose se caracteriza como uma doença reumática que atinge as articulações de maneira geral e específica impossibilitando o ser humano a realizar atividades das mais simples possíveis. O treinamento funcional surge como uma possibilidade importante a este processo, afinal este tem como principal objetivo a melhoria dos componentes musculares e articulares, tanto advindos de patologias quanto para simplesmente melhorar a postura e o desempenho de movimentos, a fim de executar melhor as tarefas da vida diária. Este estudo qualitativo de caráter bibliográfico teve como objetivo geral analisar a influência dos exercícios funcionais para a melhoria da qualidade de vida do idoso portador de artrose, tendo como objetivo específico apresentar o conceito de artrose em diferentes concepções; identificar e caracterizar os exercícios funcionais como qualidade de vida em idosos, tendo no exercício físico uma possibilidade de melhoria da qualidade de vida do sujeito portador da doença. O exercício físico funcional surge como uma estratégia possível de prevenir tais condições, bem como manter as possibilidades de movimentação, na medida em que o idoso passa a conhecer seu corpo e a capacidade de se perceber enquanto consciência corporal.

          Unitermos: Treinamento funcional. Artrose. Envelhecimento.

 

Abstract

          The aging if establishes as an irreversible process to the beings livings creature and with this, the conduction of gradual losses the functional aptitudes of the organism what it means a considerable increase to the risks that the sedentary provides. Arthrosis if characterizes as specific a rheumatic illness that reaches the joints in a generalized manner and disabling the human being to carry through the simplest activities of possible. The functional training appears as an important possibility to this process, after all this has as main objective the improvement of the muscular components and to articulate, as much happened of pathologies how much simply to improve the position and the performance of movements, in order to better execute the tasks of the daily life. This qualitative study of bibliographical character it had as objective generality to analyze the influence of the functional exercises for the improvement of the quality of life of the aged carrier of arthrosis, being had as objective specific to present the concept of arthrosis in different conceptions; to identify and to characterize the functional exercises as quality of life in aged, having in the physical exercise a possibility of improvement of the quality of life of the carrying citizen of the illness. The functional physical exercise appears as a possible strategy to prevent such conditions, as well as keeping the movement possibilities, in the measure where the aged one starts to know its body and the capacity of if perceiving while corporal conscience.

          Keywords: Functional training. Arthrosis. Aging.

 

Recepção: 23/12/2014 - Aceitação: 06/03/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Contextualizações gerais

    Segundo o sítio do IBGE (2010) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - em meio século (1960-2010), houve um aumento na expectativa de vida da população brasileira de 25,4 anos. A idade passou de 48,0 anos para 73,4 anos, refletindo na estrutura da sociedade, bem como na vida diária da população. Diversas mudanças ocorrem e indubitavelmente em todas as categorias profissionais e na Educação Física isto não seria diferente.

    O envelhecimento se caracteriza como um processo irreversível aos seres vivos e com isto, a condução de perdas progressivas as aptidões funcionais do organismo o que significa um aumento considerável aos riscos que o sedentarismo proporciona. Este processo por sua vez, começa a gerar pessoas não funcionais, inaptos a realizar movimentos básicos, em que essas alterações, nos domínios biopsicossociais, apresentam riscos a uma qualidade de vida saudável do idoso.

    O sedentarismo gera encurtamentos, que fazem com que o corpo e as suas estruturas físicas se adaptem a nova forma, principio da homeostase. Para tanto, o idoso com este perfil, necessita de estímulos variados e frequentes que ofereçam a eles qualidade de vida saudável, visando acima de tudo, o aprimoramento das capacidades funcionais, ou seja, a possibilidade de viver em sociedade com autonomia e segurança. As capacidades funcionais possibilitam ao ser humano melhor engajamento social, tendo em vista a possibilidade de autonomia e a condição de pertencimento social. Neste ínterim, diversas são as patologias ou distúrbios que dificultam tal engajamento.

    A artrose se caracteriza como uma doença reumática que atinge as articulações de maneira geral e específica impossibilitando o ser humano a realizar atividades das mais simples possíveis. Pensá-la, portanto, se torna uma tarefa indispensável para qualquer área da saúde que pense uma maneira de minimizar o impacto negativo da patologia e facilitar o processo de prevenção, reabilitação e controle da mesma.

    Para Diartro (2010) - Instituto de Ortopedia e Prótese Articular - percebe-se que um dos principais fatores de incapacidade funcional principalmente em idosos é a artrose. Que constitui a forma mais comum de reumatismo, sendo na realidade, uma das doenças mais frequentes na espécie humana. A frequência da artrose aumenta marcadamente com a idade e trata-se de uma doença que afeta cerca de 20% da população aos 40 anos e quase 100% aos 80.

    Segundo Sá et al. (2001) e Kauffman (1999) apud Lima e Garcia (2003), o tratamento da osteoartrose foca basicamente em combater os sintomas da dor, diminuição da força muscular e limitação de movimento, através de orientação, repouso, agentes farmacológicos atividade física e cirurgia em caso extremo, desta forma contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e no quadro da doença.

    Pensando na contribuição da Educação Física, poderíamos pensar alternativas ou formas de controle que permitam uma condição favorável de convivência com a doença ou redução dos níveis de sofrimento, utilizando o exercício físico como estratégia de intervenção positiva a esta condição patológica.

    Nestas circunstancias o treinamento funcional surge como uma possibilidade importante a este processo, afinal este tem como principal objetivo a melhoria dos componentes musculares e articulares, tanto advindos de patologias quanto para simplesmente melhorar a postura e o desempenho de movimentos, a fim de executar melhor as tarefas da vida diária. Para Behm et al. (2005), Miranda et al. (2005) apud Botelho et al. (2012), a Ginástica funcional pode ser uma forma alternativa de treinamento visando benefí­cios na qualidade de vida do indivíduo, prevenções de lesões e diminuição de pressão arterial.

    Pensando na influencia dos exercícios funcionais para idosos é que desenvolvemos nosso estudo, tendo como problemática investigar como os exercícios funcionais influenciam na melhora da capacidade de locomoção em idosos portadores de artrose?

    Este problema investigativo permitiu a elaboração dos objetivos do estudo, a saber: analisar a influência dos exercícios funcionais para a melhoria da qualidade de vida do idoso portador de artrose, como objetivo geral e como objetivo específico apresentar o conceito de artrose em diferentes concepções; identificar e caracterizar os exercícios funcionais como qualidade de vida em idosos, tendo no exercício físico uma possibilidade de melhoria da qualidade de vida do sujeito portador da doença.

    De maneira a compreender melhor o texto estruturamos o mesmo em três momentos distintos que se imbricam de maneira oportuna a condição de entendimento da temática, a saber: os conceitos de artrose em diferentes concepções como primeiro momento; no segundo momento desenvolvemos a temática dos exercícios funcionais como uma estratégia de melhoria da condição patológica para a artrose; e por fim possibilitando uma reflexão sobre a qualidade de vida em idosos, tendo no exercício físico uma possibilidade de melhoria da qualidade de vida do sujeito portador da doença.

Os conceitos de artrose em diferentes concepções

    A Sociedade Brasileira de Reumatologia (2011) contextualiza a artrose evidenciando que boa parte dos ossos é revestida por um material claro, relativamente translúcido, que não tem nervos nem vasos sanguíneos (portanto não dói nem sangra), chamado cartilagem. Essa cartilagem, que participa no amortecimento dos impactos durante os movimentos, sofre um processo de destruição durante a Osteoartrite. Assim, o osso que fica logo abaixo dessa cartilagem enfrenta aumento de pressão e também se deteriora. Da mesma forma, os tendões, músculos e ligamentos que envolvem a junta são afetados quando existe Osteoartrite.

    Biasoli; Izola (2003) evidenciam também que a osteoartrose é a doença reumática mais prevalente, afetando cerca de 10% da população dos países ocidentais. Representa uma das principais queixas da consulta médica e é responsável por um número exorbitante de absenteísmo e aposentadorias por invalidez, que clinicamente, os pacientes apresentam dor com características mecânicas, rigidez matinal, crepitação, diminuição ou perda da função articular, além de deformidades.

    Para Coimbra et al. (2004) a osteoartrite, doença articular degenerativa, artrose ou osteoartrose é a doença reumática predominante entre indivíduos com mais de 65 anos de idade. No entanto esta doença crônica, multifatorial que leva à incapacidade funcional progressiva, não atinge somente a população com idade avançada.

    Buckwalter e Martin (2006) apud Dias; Santi; Ovando (2009), sinalizam que a Osteoartrose pode ser classificada como primária - ou idiopática - e secundária. A primária raramente acomete pessoas com menos de 40 anos e é causada por lesões ou uma variedade de fatores hereditários, inflamatórios, de desenvolvimento, metabólicos e desordens neurológicas. A secundária, que pode ocorrer em jovens adultos, é causada por um conjunto de anormalidades, incluindo lesão, infecção, displasia, doença de Legg-Perthes, necrose avascular e hemofilia.

    A patologia envolve toda a articulação levando a um processo de perda de a cartilagem articular hialina com mudança concomitante da estrutura abaixo da cartilagem, crescimento anormal das margens da mesma, aumento da dureza do osso subcondral e mudanças na estrutura dos tecidos moles que cercam a articulação. Estes tecidos são: o líquido sinovial, os ligamentos e as pontes musculares, que se tornam mais fracas (Dias; Santi; Ovando, 2009).

    A doença que acomete jovens, adultos e idosos, pode surgir do esforço exagerado ou de um simples trauma. O último, quando agudo ocasiona uma infecção na articulação (artrite) e mais tarde gera a artrose. Os pacientes acometidos por esta doença clinicamente apresentam dor.

    Biasoli; Izola (2003) sinalizam tais posicionamentos evidenciando que ela aparece ou piora com início dos movimentos – protocinética -, rigidez matinal de curta duração, crepitação que pode ser palpável ou até mesmo audível com a mobilização da articulação envolvida, diminuição ou perda da função articular, além de hipotrofia muscular, deformidades e, dependendo do local comprometido, nódulos, como os observados nas articulações inter-falangeanas distais e proximais e sintomas irradiados ou referidos, como ocorrem nos casos de osteoartrose da coluna.

    Nestas condições, é notável a importância de um profissional da área da saúde, dentre eles o da Educação Física; para possibilitar melhores condições de saúde no processo da doença, operando no gesto mecânico, atuando no fortalecimento da musculatura em que a articulação foi acometida pela doença. O treinamento funcional neste sentido surge como uma possibilidade evidente para o condicionamento das mais diversas capacidades físicas, tais como: equilíbrio, força, flexibilidade, resistência e coordenação, entre outras.

Exercícios funcionais como uma estratégia de melhoria da condição patológica para a artrose

    O treinamento funcional cria estratégias capazes de desafiar o corpo a atingir seu potencial, adotando a consciência corporal e consequentemente tendo precisão nos movimentos, por isso é tão usado por profissionais da área da saúde como Educadores físicos e fisioterapeutas. Para Arruda et al. (2009) apud Botelho et al. (2011) o exercício funcional é considerado um tipo de treinamento que objetiva melhorar as capacidades físicas funcionais para transferência dos benefícios e adaptações para a vida cotidiana ou para determinado gesto esportivo. Este treinamento pode estimular a propriocepção e desenvolver as capacidades físicas, nas quais se destacam a resistência muscular, força muscular, flexibilidade, coordenação, equilíbrio estático e dinâmico, que associadas ou não podem promover adaptações corporais.

    Estudos têm mostrado Silva e Mannrich (2009); Botelho (2011); que há eficiência do treino funcional para pessoas idosas, bem como o esperado. Sabe-se que a falta de exercícios pode levar a diminuição das capacidades funcionais e esse risco se torna ainda maior, quando se trata de pessoas idosas, entristecendo-as e gerando o declínio da qualidade de vida do mesmo.

    Recentemente Miszklo et al. (2003) apud Gonçalves (2004) observou que o treinamento de potência muscular foi mais eficiente do que o de força para produzir melhora no desempenho das tarefas diárias de pessoas idosas com média de 72,5 anos de idade em que é notável a influência destes exercícios, para pessoas acometidas por esta doença reumática e no aumento da qualidade de vida do indivíduo.

    Para Pereira et al. (2006) a tendência ao envelhecimento populacional está acarretando mudanças profundas em todos os setores da sociedade. De acordo com Cotta et al. apud Pereira et al. (2006), a transição demográfica tem um crescente e profundo impacto em todos os âmbitos da sociedade, mas é na saúde que tem maior transcendência, tanto por sua repercussão nos diversos níveis assistenciais como pela demanda por novos recursos e estruturas.

    Obviamente a relevância em investigar os fatores associados à qualidade de vida de idosos para criar alternativas capazes de interferir no bem estar destes indivíduos, criando políticas na área da saúde que busquem atender as demandas da população que envelhece é fundamental e importante para minimizar os riscos da doença.

O exercício físico uma possibilidade de melhoria da qualidade de vida do sujeito portador da doença

    Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (2011) a reumatologia é uma especialidade médica que necessita muito da conversa com o paciente (história clínica) tanto para dar o diagnóstico, quanto para o tratamento e desta forma também é identificada a osteoartrite. Uma vez que a história clínica, caracterizada por dor que chamamos de mecânica, isto é, provocada pelo esforço (mesmo que uma simples caminhada), inchaço nas juntas e deformidades, além dos achados ao exame físico, são fundamentais para que o reumatologista pense no diagnóstico de osteoartrite.

    Sinaliza ainda que alguns fatores como: aumento de peso, certas atividades diárias e falta de exercícios contribuem para o surgimento da osteoartrite, embora não sejam necessariamente causa da doença. Logo, o tratamento da osteoartrite envolve, algumas vezes, modificar hábitos de vida. Não basta ser magro, nem é o fim do mundo estar gordo. Mas é fundamental estar o mais forte e disposto possível.

    Por outro lado, a redução do ânimo e a tolerância ao esforço físico fazem com que grande parte da população que envelhece viva abaixo do limite da sua capacidade. A atividade física regular tem sido recomendada como excelente meio de reduzir a degeneração, ou seja, a alteração causada pelo envelhecimento dentro de vários domínios como físicos, psicológicos e sociais.

    Neste sentido, a flexibilidade e o alongamento surgem como principais estratégias para atingir os objetivos da reabilitação. Para tanto, é necessário ficar o mais próximo possível do peso ideal e manter sempre a autoestima elevada, o que ajudará e muito o indivíduo, na realização destes exercícios, chamados de funcionais. Eles são essenciais para a melhora de todo o sistema motor e biomecânico, ajudam a reestabelecer antigos movimentos, que o com o passar dos anos, tornaram-se impossíveis de serem realizados.

    Certamente os exercícios funcionais se tornam aliados a esta doença já que fortificam a musculatura sem esforço e/ou cargas excessivas, pois é uma técnica dinâmica.

    Para Tribess e Virtuoso Jr (2005) as mudanças nos níveis de aptidão funcional são propiciadas pela especificidade do exercício e de sua intensidade. Para isso, são necessárias avaliações cuidadosas das condições físicas no qual se encontra o idoso, e também dos objetivos a serem atingidos. Destaca-se a importância dos programas de exercícios individualizados e o uso da literatura base disponível para maximizar a segurança e a efetividade nos programas à população com mais de 60 anos.

    Tribess e Virtuoso Jr (2005) tratam do tal posicionamento salientando que a importância das inúmeras técnicas de medidas para avaliação dos componentes da aptidão funcional deve-se: a) a necessidade da avaliação da condição física do idoso para determinar a prescrição de exercício mais apropriada, reduzindo riscos e aumentando mudanças fisiológica e psicológica; b) a necessidade de quantificar as mudanças ocorridas durante o programa, permitindo um ajuste na prescrição de exercício, o que aumentará a habilidade do programa para afetar mudanças em longo prazo.

    Tribess e Virtuoso Jr (2005) e Dantas (2005) sinalizam ainda que os objetivos da prescrição de exercícios devem evidenciar a melhora da aptidão física, a promoção da saúde, uma redução dos fatores de risco para doença crônica e assegurar cuidado durante a participação em exercícios. E não esquecer os interesses individuais, necessidades de saúde e condição clínica.

    Estes princípios aplicam-se também ao público da terceira idade, mas alguns fatores devem ser cuidadosamente analisados antes de aplicá-lo como: tipo, intensidade, duração e frequência do exercício em virtude da ampla variação dos níveis de saúde e aptidão física dos idosos.

    Dantas (2005) salienta a flexibilidade como uma capacidade física de grande perda, portanto significativa no processo fisiológico do envelhecimento, dentro das alterações musculoesqueléticas. Este processo fisiológico, chamado de envelhecimento para Rodrigues (2010) consiste na degeneração progressiva dos sistemas corporais, o que afeta a capacidade de funcionamento do corpo, ao qual ocorre a redução do desempenho funcional que pode estar associada ao sedentarismo, ao tabagismo e alimentação inadequada. Componentes como este se distanciam da possibilidade de obter qualidade de vida saudável, tendo em vista os riscos decorrentes de uma vida pregressa desregrada associada à inatividade física.

    Para Pereira et al. (2006) pode-se dizer que a qualidade de vida saudável relacionada ao envelhecimento se dá através do reflexo e percepção que têm os indivíduos de que suas necessidades estão sendo satisfeitas ou, ainda, que lhes estão sendo negadas oportunidades de alcançar a felicidade e a auto realização, com independência de seu estado de saúde físico ou das condições sociais e econômicas.

    A evidência do declínio das capacidades físicas e as alterações fisiológicas advindas do processo de envelhecimento geram perda da capacidade funcional do mesmo, tornando-o dependente físico. Sendo assim, a prescrição de exercícios deve ser sempre voltada, a esta área que foi acometida por algum tipo de doença ou até mesmo que precisa de mais valorização pelo fato de se encontrar em desuso; fazendo com que estas articulações passem a ter vigor trazendo de volta muitos movimentos que eram impossíveis e diminuindo a dor do indivíduo e consequentemente aumentando sua qualidade de vida e sua autoestima.

Considerações finais

    O processo de envelhecimento é algo inexorável à natureza humana. Transforma-se e se perde constantemente suas possibilidades de regeneração. Associado a isto temos a artrose, uma doença crônico degenerativa, que vai diminuindo a capacidade funcional do idoso, dificultando sua vida diária, tendo em vista a limitação de movimento e a possibilidade de viver com autonomia e segurança.

    O exercício físico funcional surge como uma estratégia possível de prevenir tais condições, bem como manter as possibilidades de movimentação, na medida em que o idoso passa a conhecer seu corpo e a capacidade de se perceber enquanto consciência corporal.

    A melhora na locomoção se torna perceptível através do exercício, que fortifica os músculos treinando e utilizando-se desta articulação doente. Mas a série precisa ser cautelosamente aplicada e adequada ao individuo para não decepciona-lo. Logo, através do exercício funcional altera-se a condição física e emocional, qualificando a vida deste idoso.

    Pensar o envelhecimento, o treinamento funcional e a melhoria da qualidade de vida do idoso é considerar que o envelhecimento é um processo que envolve as mais diversas variáveis que influenciam a forma como se envelhece, e que o treinamento funcional previne este processo de perdas das capacidades fisiológicas e funcionais, prevenindo e provocando a manutenção das capacidades físicas, bem como o processo de autonomia do idoso, além da redução de agravos ao idoso, pois auxiliam na prevenção da osteoporose e artrose, favorecendo a melhoria de sua qualidade de vida.

Referências

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  • Botelho, L. P. et al. (2011). Efeito da ginástica funcional sobre a pressão arterial, frequência cardíaca e duplo produto em mulheres. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, PR v.33, n.2, p.119-125.

  • Botelho, L. P. et al. (2012). Pressão arterial de mulheres praticantes de ginástica funcional. HU Revista, Juiz de Fora, v.37, n.3, p.339-346, jul./set.

  • Coimbra, IB. et al. (2004). Osteoartrite (Artrose): Tratamento. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v.44, n.6, p.450-453, nov./dez.

  • Comissão de Osteoartrite da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Cartilha Osteoartrite (artrose). Disponível em: http://www.reumatologia.com.br/PDFs/Cartilha%20osteoartrite.pdf. Acesso em 11 Nov. 2012.

  • Dantas, E. H. M. (2005). Alongamento e Flexionamento. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Shape.

  • DIARTRO – Instituto de Ortopedia e Prótese Articular. Disponível em: http://www.diartro.org/index.php?module=artrose&id_tt=74. Acesso em 19 Out. 2012.

  • Dias, J. A., Santi, F., Ovando, A. C. (2009). Alterações estruturais e funcionais da mão com osteoartrite. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, a.14, n.131, Abr. http://www.efdeportes.com/efd131/alteracoes-estruturais-e-funcionais-da-mao-com-osteoartrite.htm

  • Gonçalves, A. (2004). Conhecendo e Discutindo Saúde coletiva e Atividade Física. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A.

  • IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2170&id_pagina=1. Acesso em: 26 Out. 2012.

  • Lima, C., Garcia, R. F. (2003). Indicações e Contra Indicações de Exercícios Físicos para portadores de Artrose no Joelho. Campo Grande, MS: PPGEF/ UFUGF.

  • Pereira, R. J. et al. (2006). Contribuição dos domínios físico, social, psicológico e ambiental para a qualidade de vida global de idosos. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.28, n.1, p.27-38, jan./abr.

  • Rodrigues, B. G. Siqueira, et al. (2010). Autonomia funcional de idosas praticantes de Pilates. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.17, n.4, p.300-305, out/dez.

  • Silva, A. C. L. G.; Mannrich, G. (2009). Pilates na Reabilitação: uma revisão sistemática. Fisioterapia e Movimento, Curitiba, v.22, n.3, p.449-455, jul./set.

  • Tribess, S.; Virtuoso Jr., S. V. (2005). Prescrição de Exercícios Físicos para Idosos. Rev. Saúde, n.1(2), p.163-172.

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