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Análise da oficina de hip-hop no programa 

‘Mais Educação’ na cidade de Hortolândia

Análisis del taller de hip-hop del programa “Más Educación” en la ciudad de Hortolandia

Analysis of hip-hop workshop at “More Education”program in Hortolandia city

 

*Graduada em Educação Física pela Faculdade Adventista de Hortolândia

**Professora na Faculdade Adventista de Hortolândia

(Brasil)

Kellen Vanjão Bartimam*

Helena Brandão Viana**

helena.viana@ucb.org.br

 

 

 

 

Resumo

          O objetivo geral deste trabalho foi analisar a possibilidade do resgate de dança urbana ou dança de rua, com base nos conteúdos proposto pelo educador social da oficina de Hip-Hop. O objetivo específico desta pesquisa foi verificar junto às crianças participantes das oficinas de Hip Hop do programa “Mais Educação”, e junto a seus pais, as opiniões destes sobre a oficina. Foi levado em consideração o objetivo de analisar os benefícios que o programa traz para as crianças que freqüentam as aulas de dança dentro da escola, estimular vivências da corporeidade na escola, identificar os supostos erros para uma correção ampla e que facilite o caminhar dos alunos durante as aulas e contudo buscar uma metodologia cabível ao entendimento e a compreensão, analisando as perspectivas dos pais, verificando as dificuldades dos alunos nas execuções dos movimentos e nas variações de estilos do Hip-Hop. O método utilizado para esta análise de campo de caráter qualitativo, foi a elaboração de determinadas perguntas para confecção de dois questionários, para serem aplicados aos pais e aos alunos que freqüentam as aulas da oficina de Hip Hop dentro do programa Mais Educação. Com base nestes objetivos foi possível verificar a mudança significativa na vida dos alunos e o bem estar destes em relação ao cotidiano, tendo assim comprovado a importância de projetos desta natureza que possibilitam a relação social e familiar, que os pais consideraram ter contribuído na qualidade de vida de seus filhos.

          Unitermos: Hip-Hop. Dança. Escola. Educação Física.

 

Abstract

          The aim of this study was to analyze the possibility of urban dance rescue or street dance, based on the content proposed by the social educator of Hip-Hop workshop. The specific objective of this research was to check with the participants, the Hip Hop workshops “More Educaction” program, and next to her parents, the opinions of those on the workshop. Was taken into account to analyze the benefits the program brings children attending the dance classes within the school, stimulate embodiment of experiences in school, identify the alleged errors for a wide correction and facilitates walking students during classes and yet seek an appropriate methodology to understanding and understanding, analyzing the views of parents, checking students' difficulties in the execution of movements and variations of Hip-Hop styles. The method used for this qualitative field analysis was a production of certain questions in order to construct two questionnaires, to be applied to parents and students attending classes of Hip Hop workshop within the More Education program. Based on these goals we observed a significant change in the lives of students and the welfare of these in relation to daily life, and thus demonstrated the importance of such projects that provide social and family relationships, parents have contributed considered as lives of their children.

          Keywords: Hip-Hop. Dance. School. Physical Education.

 

Recepção: 08/03/2015 - Aceitação: 19/04/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 20, Nº 203, Abril de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Abordando o assunto de dança avistamos várias riquezas de conteúdos sobre esta expressão corporal, abrangendo também uma série de formações para os alunos que praticam a dança para sua vida. Entre elas estabelecemos conteúdos programados objetivos a serem realizados, habilidades específicas e pode-se buscar “a formação do cidadão, a iniciação do dançarino” (Barreto, 2004, p. 70).

    O programa ‘Mais Educação’ (PME) foi adotado na cidade de Hortolândia em 2011 e tem sido realizado nas escolas municipais fundamentais, onde ocorrem atividades complementares que supostamente irão o histórico da criança.

    Este programa carrega na bagagem macrocampos diversificados onde o Hip-Hop se encaixa em um parâmetro curricular segundo documento do governo citado por Matos (2011, p.41): “cultura e arte: atividades desenvolvidas a partir do estudo de obras literárias com incentivo à cultura (fanfarra, hip-hop, esculturas, capoeira, percussão)”.

    Atendemos crianças dentro das oficinas no período oposto das aulas no ambiente escolar sob a responsabilidade do educador social ao desenvolver e colocar em prática sua oficina seja ela de dança, canto-coral ou do meio ambiente (horta) entre outras.

    Discutindo a importância de conteúdos trabalhados que irão complementar o currículo escolar do aluno, o Programa oferece uma visão ampla de conhecimento sobre diferentes áreas, mas ressaltando o contexto do movimento hip-hop considera-se que “[...] é uma atividade expressiva que permite aprofundar a percepção de cada um sobre si mesmo e sobre os outros” (Ferreira; Villela; Carvalho, 2010, p. 56).

O Hip Hop e suas origens

    O Hip Hop é um movimento cultural híbrido que vem rompendo certas barreiras, é representado dentro do universo social e artístico, considerado grandioso no Brasil e em diversos países e regiões do mundo. Tudo se iniciou com a junção de Jamaicanos, Afro-Americanos e Porto-riquenhos por volta de 1970. Este conjunto de povos manifestava suas críticas em relação à violência, e com isso o Hip Hop surgiu para acabar com este fenômeno incentivando os jovens e adolescentes da época a executarem na prática esta cultura a fim de esquecer um pouco da marginalidade. Contudo esta manifestação abrange quatro elementos que são compostos por: MC - que são os Rappers que constroem as letras de músicas que também são caracterizadas por “ritmo e poesia”, compondo suas rimas em cima das bases dos DJs segundo Menezes & Costa (2010; p.458); DJs que são os responsáveis pelas mixagens das músicas; Grafites, com suas artes expressas em desenhos e o Break que representa a Dança. Este surgimento invade então a cidade de Nova York, especialmente o Bronx.

    Kevin Donavan popularmente mais conhecido como Afrika Bambaataa é um DJ responsável por produzir uma música muito conhecida, Planet Rock, e também é líder da Zulu Nation, que compõe estes quatro elementos citados acima. Alguns dizem que ele é praticamente o pai do Hip-Hop porque tudo começou com as festas destacadas ao ar livre, chamadas Block Parties em Nova York no ano de 1969. Portanto ele foi o primeiro a utilizar dois ritmos diferentes para a composição de suas mixagens utilizando então o rap e o reggae, já Kool Herc de certa forma brincava com o seu próprio som de Sound System Herculoids atingindo a cidade de Bronx (Ribeiro; Cardoso, 2011, p. 16).

    Segundo Santos (2011, p. 14), no Brasil “os bailes black eram compostos por negros e mestiços em meados na década de 70, que logo depois formaram um manifesto com o nome de Movimento Negro representado por pessoas que estavam ligados no movimento Hip-Hop dentre muitos outros temos Racionais MC’S, Sampa Crew, Jabaquara Breakers e Facção Central; eles consideravam estes espaços uma forma de representação política”. Grandes cantores de soul brasileiro e conhecidos popularmente pela nação brasileira foram Tim Maia, Tony Tornado e Carlos Dafé caracterizado pelos seus cabelos Black de origem afro, o verdadeiro cabelo Black Power que também fazia parte do movimento Negro.

    Há várias finalidades dentro do universo dançante e uma delas têm a afirmação que ressalta a autora Pires (2009, p. 85):

    A finalidade dessa dança era promover a disputa entre gangues (competitividade), que trocavam as barbaridades da criminalidade pela competição na dança, com o intuito de buscar maior visibilidade para seus integrantes.

    Outros DJs que tiveram influência nesta cultura foram DJ Grandmaster Flash e Grand Wizard Theodore, embora quem teve mais destaque foi DJ Kool Herc que deu surgimento a uma nova mixagem, o Breakbeat que representa na batida da música, um ritmo contagiante e diferente que animava os dançarinos na época assim como os B.Boys e as B.Girls que dançam sempre nesta batida do rap internacional desde 1973 e até hoje são tocados. No universo dançante surgem os estilos Locking, que foi um estilo de dança pioneiro criado por Don Campbellock por volta de 1969, nascido na cidade de Los Angeles, Califórnia; Popping, um estilo meio Robot (robô) que se iniciou com Boogaloo Sam em meados 1975; e o Break cuja nomenclatura utiliza o ing pelo fato de ser movimento e então pronunciamos como Breaking. Esse é dançado por B.Boys (meninos) e B.Girls (meninas), surgiu no Bronx, na cidade de Nova York no ano de 1972 e até hoje é praticado por vários dançarinos, trazendo vários movimentos construtivos pela visualização da guerra do Vietnã. Por exemplo, na guerra havia os helicópteros, portanto inventaram o giro de cabeça que é executado com a cabeça ao solo e os membros inferiores estendidos para cima fazendo movimentos giratórios caracterizando os helicópteros. Além desses, existem vários outros movimentos que foram inspirados através destes confrontos sociais e culturais, tendo como vantagem a integração destes jovens da época para dentro da dança fazendo-os esquecerem um pouco da realidade brutal. Portanto o Hip-Hop era mais reconhecido nos Estados Unidos e depois ao longo do tempo foi se ramificando para outras regiões, portanto, estes estilos citados acima, o Breaking, Locking e Popping foram destaque a princípio nos países como a Alemanha, Japão, África do Sul e Austrália. Na década de 1980 no Brasil as pessoas que praticaram o Hip-Hop Dance começaram a atuar em lugares específicos como academias de ginásticas/dança, e os dançarinos de estilos como Locking, Popping e Breaking dançavam em grupos, que são chamados de Crew. “A famosa estação São Bento e os Bailes Blacks do estado de São Paulo foram palcos para diversos dançarinos” (Ribeiro; Cardoso, 2011, p. 19).

    A estação São Bento permaneceu ativada por mais de dez anos, foi a maior concentração do Hip-Hop, sendo palco para muitos dançarinos de breaking e hoje o Hip-Hop já conquistou seu espaço, é reconhecido pela sociedade sendo uma forma valida de expressão cultural.

    Entre outros muitos grandes contribuidores nacionais e internacionais avistamos nas periferias paulistanas por volta de 1980 o Nelson Triunfo, Marcelinho Back Spin e Thaide segundo Paula (2011, p. 67):

  1. Nelson Triunfo (entre os três) foi o pioneiro, e se destacou como b.boyng no break, e foi a principal referência para toda uma geração posterior.

  2. Thaide foi um dos primeiros MC (Mestre de Cerimônia) do Movimento hip hop no Brasil. O MC é o cantor de rap. Também se destacou como B.Boy no início do hip hop no Brasil, chegou inclusive a participar de uma companhia de dança chamada funk e cia.

  3. Humberto – ou DJ Hum, como é conhecido – foi um dos pioneiros em sua arte, sua principal função é comandar o som, fazendo a base para o MC cantar em cima, também é quem produz os bailes no hip hop.

    Diante destes dançarinos e compositores de músicas, também não podemos esquecer outro influenciador do Rap Nacional, que foi Mano Brown, responsável por fazer parte deste movimento e ter marcado a mente da população brasileira com suas rimas caracterizando a vida do povo da periferia. Nesta época de 1989 em São Paulo a prefeita Luiza Erundina avistou esta cultura que estava incluindo de modo abrangível a sua cidade e resolver tomar uma atitude afirmativa em prol da sociedade quando acatou a idéia de fazer um movimento do Hip-Hop Organizado (MH2O), contando com a presença de Thaíde, Racionais MC’s, DJ Hum entre outras grandes pessoas importantes deste movimento assim afirma (ALVES; 2012 p.149).

    Partindo e abordando o assunto da Soul Music, avistamos um músico e produtor musical norte-americano muito importante que influenciou esta época, que foi James Brown, que trouxe o soul de origem afro para o Brasil, acrescentando suas práticas coreográficas de expressão corporal e sua atitude como negro, motivando o público a mexer os seus quadris, dando um passo inicial a outros estilos de dança, assim atingindo um grande dançarino conhecido como Michael Jackson que também dançava em cima do gênero musical do Funk, portanto James ficou muito conhecido por ter difundido seus próprios sons de Funk destacando as reivindicações com questões políticas de seu país de origem, os EUA a partir do ano de 1960 (Ribeiro; Cardoso, 2011, p.23).

    O termo Hip-Hop é definido da seguinte forma: hip representa os movimentos de salto e hop o balanço dos quadris. O Hip-Hop contém a expressão corporal da dança dentro dos elementos compostos culturalmente e foi revelado através de pessoas da periferia, que o vivenciaram inicialmente e estes mantém ainda vivo esta manifestação cultural que entrelaça os negros, brancos e pardos (Alves, 2012, p.139).

    Considerando esta manifestação que compõe o movimento cultural, é importante conhecer a verdadeira origem do Hip Hop, saber de onde veio, como começou, quem trouxe o termo empregado atualmente, e os destaques destes elementos importantes para se obter o conhecimento histórico de cada ramo composto por diversos criadores.

    No Brasil existem grandes influenciadores desta cultura, como um músico conhecido por produzir o Mangue Beat, que representa através das suas canções uma melhoria na vida social da cidade de Recife em Pernambuco. Ele é Francisco de Assis França mais conhecido como Chico Science, trazia de início o som do Hip-Hop a marca da primeira banda, a Orla Orbe. Surgiu na primeira metade da década de 80, entretanto fez a junção do Maracatu, com o som das guitarras e da junção negra e formou o Mangue Beat (Abrantes; 2011 p.23).

Projetos escolares Governo Federal

Programa Mais Educação

    O Programa Mais Educação é um projeto construído pela Portaria interministerial n° 17/2007 do Governo Federal inserido nas escolas públicas com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), atendendo o público infantil no horário oposto de aula, portanto torna a escola em tempo integral. Por volta de 2004 foi feita a construção deste projeto pela “Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade” (SECAD), visando e estabelecendo a aprendizagem e a permanência dos estudantes das escolas públicas no âmbito da prática pedagógica (Educação Integral, 2009, p. 9); e hoje é empregado em diversas regiões do Brasil, onde começou a funcionar em “2008 nas escolas conveniadas tendo em torno de mil trezentos e oitenta escolas, com a estimativa ressaltada pela diretora de educação integral do MEC, Jaqueline Moll, para o ano de 2010, de cerca de dez mil escolas com um conjunto estimulador de dois milhões e duzentos e cinqüenta e um mil estudantes participantes deste programa”, e a cada ano que passa vem crescendo ainda mais.

    O Ministério da Educação também destaca que este assunto está presente na Lei de Diretrizes e Bases (Lei n.º 9394/1996), esclarecendo e tendo como prioridade a alfabetização continuada que é responsável pela melhoria da educação brasileira de milhares de crianças, porque toda criança tem direito ao estudo e a “diminuição da pobreza para a garantia do seu futuro, com a possibilidade de se tornar um cidadão digno com responsabilidade e competência; portanto esta educação integral é de vínculo com a política pública”.

    Ainda de acordo com Santana; Flores & Oliveira (2011, p. 5):

    [...] a proposta da Educação Integral como política pública redistributiva de combate à pobreza, na tentativa de incluir os menos favorecidos na sociedade que se faz presente, evidenciando também, relevantes desigualdades nas condições de acesso, permanência e aprendizagem na educação escolar.

    Portanto o funcionamento deste programa acontece, com parcerias da Secretaria de Educação Básica (SEB), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE); estas parcerias contam com apoio de profissionais para a realização deste programa nas escolas, a fim de proporcionar aprendizagem educativa para os alunos que estarão recebendo conhecimentos através dos professores que são reconhecidos como Educadores Sociais, que se dispõe na forma de trabalho voluntário dentro do programa mais educação, devendo ter formação específica para a oficina que irá ministrar (Passo a Passo, 2009, p. 8).

    O Programa Mais Educação tem como interesse atingir um padrão favorecido de público dos estudantes que possuem os seguintes pontos:

  • estudantes que estão em situação de risco, vulnerabilidade social e sem assistência;

  • estudantes que congregam seus colegas – incentivadores e líderes positivos (âncoras);

  • estudantes em defasagem série/idade;

  • estudantes das séries finais da 1ª fase do ensino fundamental (4º / 5º anos), nas quais há uma maior evasão na transição para a 2ª fase;

  • estudantes das séries finais da 2ª fase do ensino fundamental (8º e/ou 9º anos), nas quais há um alto índice de abandono;

  • estudantes de séries onde são detectados índices de evasão e/ou repetência (Passo a Passo, 2009, p. 13).

    Outro requisito importante para o desenvolvimento do programa é o papel fundamental do diretor da escola que “deverá atualizar tudo o que for de recurso necessário, cadastrar no site do MEC assim a quantidade de alunos que estarão participando deste programa, informando o número de monitores, e quais as atividades selecionadas”; pois deverá se apresentar de forma favorável ao receber o educador social, influenciar aos alunos da escola a participarem das oficinas que compõe no programa mais educação, entretanto várias outras escolas pode aderir à projetos e programas como este. Cabe ao diretor da escola querer e aderir ao Programa dentro de seu ambiente escolar (MEC, 2011, s/p).

    Seguindo neste contexto de idéias inovadoras para a melhoria na educação através de programas voltados para qualquer ofício, seja ele de cultura, esporte, qualidade de vida, tecnologia entre outros, o objetivo sempre é aprimorar e promover conhecimentos aos alunos e a comunidade localizada ao redor do ambiente escolar, contudo submetendo a democracia e devendo aos governantes a tomada de decisão sobre responsabilidade total de seus realizadores sendo então benéfico aos indivíduos que compõe e desenvolve um papel significativo perante a formação humana.

Material e métodos

    Tratou-se de um estudo no modelo de pesquisa-ação, onde o pesquisador fez uma intervenção junto aos pesquisados e analisou-se os resultados através de observação sistemática e aplicação de questionário (Franco, 2005). A pesquisa-ação surgiu da necessidade de superar a lacuna entre teoria e prática. Uma das características deste tipo de pesquisa é que através dela se procura intervir na prática de modo inovador já no decorrer do próprio processo de pesquisa e não apenas como possível conseqüência de uma recomendação na etapa final do projeto (Engel, 2000).

Amostra

    Para desenvolver esta pesquisa de campo tivemos como voluntários pais e alunos, contando com o total de 26 alunos sendo oito meninos e 19 meninas; os pais foram 18 no total. A faixa etária dos alunos que participaram da pesquisa foi de sete anos a dez anos de idade.

Aspectos éticos

    Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética da PUC-Campinas, e foi aprovado. Seu número CAAE é: 03149812.6.0000.5481, e o número do parecer consubstanciado é 77631, aprovado em 16/08/2012, conforme consta no anexo 1.

Coleta de dados

    Os questionários aos alunos foram entregues na sala de aula para que respondessem e entregassem à professora, e foi enviado o outro protocolo de coleta de dados aos pais pelos alunos, e serem preenchidos aos mesmos e um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para ser assinado pelos pais, autorizando a pesquisa com eles e com seus filhos. Antes de tudo foi solicitado na direção da escola uma autorização por escrito para a realização da pesquisa.

Instrumentos de coleta de dados

1°. Protocolo dos alunos

  1. Por que está participando das aulas de dança de rua?

  2. O que acham da oficina?

  3. Perante as dificuldades encontradas, a professora intervém para auxiliá-lo?

  4. Seus pais oferecem apoio para que você participe desta oficina?

2°. Protocolo dos pais

  1. Qual sua opinião do programa Mais Educação para seu filho (a)?

  2. Como está sendo o desenvolvimento da criança no ambiente familiar, depois de estar freqüentando as aulas de dança de rua?

  3. Porque colocou seu filho (a), nesta oficina? Qual o interesse?

  4. Você acha que esta oficina irá contribuir para o futuro de seus filhos? De que forma?

  5. Se ao término do programa Mais Educação seu filho (a) tivesse o interesse de continuar a praticar a dança, ofereceria apoio para realizar em lugares como academias de dança ou casas de cultura?

  6. Como pais, acham que esta prática da dança ajudaria no desenvolvimento corporal e mental de seu filho (a)?

Resultados e análise de dados

    Serão apresentados aqui, os resultados da pesquisa de campo.

    Aqui se apresentam os resultados do questionário aplicado aos pais dos alunos participantes da oficina de Hip Hop.

Questionário aos Pais

Figura 1. Resultado da questão 1: Qual sua opinião do programa Mais Educação para seu filho (a)?

    Analisando esta pergunta, os pais afirmaram estar gratos ao surgimento deste programa que integra os alunos na escola em período oposto da aula a fim de promover uma maior forma de conhecimento. Fica muito claro a visão educativa e a importancia deste projeto na vida dos alunos.

Figura 2. Resultado da questão 2: Como está sendo o desenvolvimento da criança no ambiente familiar, depois de estar freqüentando as aulas de dança de rua?

    Diante de algumas respostas, encontrou-se a afirmação dos pais estarem satisfeitos com a presença do filho nas aulas de Hip-Hop pelo fato que isto está aumentando a disposição, conhecimento de novos passos, eles estão empolgados, gratos, comunicativos, dedicados, motivados, alegres.

Figura 3. Resultado da questão 3: Porque colocou seu filho (a), nesta oficina? Qual o interesse?

    Ficou esclarecido o interesse dos pais para a garantia do benefício aos seus filhos proporcionando o aprendizado, interesse dos próprios alunos em aprender esta oficina, por afinidade e a ocupação do tempo perdido se estivessem fora do ambiente escolar.

Figura 4. Resultado da questão 3B: Qual o interesse?

    A grande maioria se justificou estarem preocupados com a educação dos filhos e assim tem-se interessado em colocá-los no ambiente escolar para aprimorar o nível de conhecimento e qualidade de vida.

Figura 5. Resultado da questão 4: Senhores pais acham que esta oficina irá contribuir para o futuro de seus filhos? Por quê?

    Analisando as respostas dos pais em relacão a esta pergunta, eles afirmam que esta oficina de Hip-Hop irá contribuir para o futuro próximo de seus filhos, pelo maior objetivo de respeitar uns aos outros ao longo de suas vidas, estimulando também a vivência em culturas diferentes e ao mesmo tempo resgatando e quebrando o preconceito acima de tudo dentro desta prática que tráz a dança de rua, assim consideram que irão ter uma certeza do que querem para sua própria profissão e formação.

Figura 6. Resultado da questão 4B: Porquê?

    A prática desta dança urbana na opinião dos pais, aponta que o futuro de seus filhos depende do seu desenvolvimento ao decorrer de sua vida no ambiente ecolar assim consideram que melhoram a aprendizagem, além de se tornarem cidadãos melhores. O aluno aprendeu a trabalhar em grupo e ao mesmo tempo respeitar as diferenças e com o passar do tempo também apresentará um aperfeiçoamento seja na área da dança de rua ou em outras oficinas que tenham o objetivo de gerar uma visão ampliada.

    Questão 5. Se ao término do programa Mais Educação seu filho (a) tivesse o interesse de continuar a praticar a dança, ofereceria apoio para realizar em lugares como academias de dança ou casas de cultura?

    Todos os pais afirmaram que este programa trouxe para seus filhos uma ampla visão para seu caminho, e que a vivência em culturas diferentes proporciona que estes possam se expressar melhor, e que ao término do programa colocariam e dariam andamento no aprendizado de seus filhos, caso estes tivessem interesse.

    Questão 6. Resultado da questão 6: Como pais acham que a prática da dança ajudaria no desenvolvimento corporal e mental de seu filho (a)?

    Todos os pais (100%) afirmaram que sim, e que é uma exelente forma de trabalho para o corpo e a mente, proporcionando o controle de possíveis doenças crônicas como o diabetes, obesidade entre outras.

Questionário dos alunos

Figura 7. Resultado da questão 1 (alunos): Por que está participando das aulas de dança de rua?

    A maioria dos alunos que responderam a esta primeira pergunda esclareceram estarem participando pelo motivo maior de gostarem e terem uma grande afinidade pela dança de rua, embora outros já justificaram estar praticando e frequentando as aulas para ganhar conhecimento e garantir uma vida mais saudável. Outros ainda afirmaram o desejo de se tornar um dançarino profissional.

Figura 8. Resultado da questão 2: O que acha da oficina?

    Os alunos se mostraram muitos empolgados ao responder esta pergunda e para 67% esta oficina é “legal” e promove aos alunos uma liberação de prazer com a dança.

Figura 9. Resultado da questão 3: Perante as dificuldades encontradas, a professora intervém para auxilia-lo?

    Nesta questão 96% dos alunos responderam positivamente à forma que o professor ensina aqueles que frequentam as aulas, assim quando alguns têm uma certa limitação e apresentam dificuldade em realizar a sequência ensinada, o professor vem até aquele aluno e auxilia a realizar de forma correta o que foi aplicado durante as aulas e assim os alunos aprendem bem os conteúdos.

    Questão 4: Seus pais oferecem apoio para realizar a prática desta cultura?

    Todos os alunos afirmaram que seus pais oferecem apoio para frequentar as aulas de Hip-Hop no ambiente ecolar pois consideram esta oficina uma forma de oferecem certas condições favoráveis aos seus filhos e benefícios positivos para a vida e para a sua formação como cidadão.

Considerações finais

    Os objetivos estabelecidos, que foram analisar os benefícios que o programa traz para as crianças que freqüentam as aulas de dança dentro da escola, estimular vivências da corporeidade na escola, verificar suas dificuldades nas execuções dos movimentos e nas variações de estilos do Hip-Hop, identificar os supostos erros para uma correção ampla e que facilite o caminhar dos alunos durante as aulas e com tudo buscar uma metodologia cabível ao entendimento e a compreensão e analisar as perspectivas dos pais, foram alcançados pela pesquisa de campo. Contudo é de suma importância verificar se projetos como este do Programa Mais Educação estão sendo aplicados adequadamente, trazendo benefícios aos praticantes e à comunidade em geral ou é necessário alguns ajustes e possíveis correções. É imprescindível manter a ordem e os padrões favoráveis e de excelência nos serviços prestados à comunidade, para melhorar o futuro dos alunos estimulando uma convivência melhor no ambiente escolar e na sociedade.

    Portanto este trabalho de caráter qualitativo atingiu seus objetivos iniciais, detectando uma melhor forma de atender as necessidades e dificuldades encontradas nas aulas de Hip-Hop pelos alunos, e verificando se este público alvo foi bem atendido, com respeito às suas limitações e se foram aplicadas as correções visualizadas pelo educador social. Os pais se mostraram satisfeitos com o desenvolvimento de seus filhos e o andamento do programa que segundo eles vem trazendo uma mudança significativa e ao mesmo tempo satisfatória. Este processo de ensino obteve uma positividade de atitudes observadas pelos pais dos próprios alunos depois de freqüentarem a oficina, valorizando o físico e a mente, melhorando comportamento e a autoestima. Embora esta Oficina de Hip Hop tenha obtido um bom desempenho cabe a outros projetos, avaliarem e verificarem como estão ocorrendo para então garantir uma qualidade eficaz para com aqueles que estão freqüentando as oficinas do projeto Mais Educação.

Referências

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