efdeportes.com

A influência do resultado na coesão grupal
de jovens praticantes de futebol

La influencia del resultado en la cohesión grupal de jóvenes que practican fútbol

 

*Bacharel em educação física. Técnico de futebol

**Núcleo de Pesquisa em Ciências e Artes do Movimento Humano

Universidade de Caxias do Sul

(Brasil)

Ryan Renato Pires*

ryan-pires@hotmail.com

Gerard Maurício Martins Fonseca**

gmmfonse@ucs.br

 

 

 

 

Resumo

          O presente trabalho teve como objetivo verificar a influência do resultado de uma competição no relacionamento grupal de jovens jogadores de futebol de uma equipe da serra gaúcha. A pesquisa apresentou uma característica qualitativa e metodologicamente utilizou-se o teste sociométrico como instrumento de coleta e o mapa sociométrico como estratégia para análise. Em que pese, o resultado negativo da equipe na competição, verificou-se de maneira geral que houve modificações na relação do grupo nas quatro dimensões pesquisadas. A conclusão que se chega é que a equipe está mais amparada nos aspectos emocionais do que nos aspectos técnicos. Sugere-se novos trabalhos neste campo.

          Unitermos: Futebol. Esporte. Coesão grupal.

 

Recepção: 27/09/2014 - Aceitação: 03/01/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Introdução

    O futebol é um dos esportes coletivos mais populares e praticados no mundo, sendo o de maior apelação popular no Brasil e praticado por crianças, jovens e adultos. A grande maioria das crianças tem o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional.

    Para compreender melhor essa atração que futebol e sua prática exercem sobre as crianças, recorremos às ideias de Huizinga (1999), ao destacar que a intensidade do jogo e seu poder de fascinação não podem ser explicados por análises biológicas. De acordo com o autor, de maneira geral, o divertimento, prazer e a alegria são elementos definidores da real essência do jogar.

    A faixa etária de 12 anos se encontra em um estágio de aplicação no desenvolvimento motor e tem como características mudanças interessantes que acontecem no desenvolvimento das habilidades do indivíduo. Segundo Gallahue e Ozmun (2005), no estágio de aplicação, a sofisticação cognitiva crescente e certa base ampliada de experiências tornam o indivíduo capaz de tomar numerosas decisões de aprendizado e de participação, baseadas em fatores da tarefa, individuais e ambientais. Muitas vezes as crianças tem sua participação no esporte afetada pela necessidade de resultados ou por cobranças externas, o que acaba influenciando o seu desempenho e o seu desenvolvimento futuro, principalmente quando se trata de esportes de competição.

    Segundo Filgueira e Schwartz (2008), o esporte na infância deve ser tratado com muita cautela, pois cada criança tem sua característica individual e muitas vezes essa característica é atropelada por interesses que não são os dela própria, mas sim de outros, como familiares, técnicos ou mesmo de clubes. Para Shigunov (1993), a competição esportiva desempenha um papel importante na formação global das crianças, nos aspectos cognitivos, social, físico e afetivo, nas atitudes positivas, na superação da marginalidade e na autovalorização, devendo ser encarada não só como um papel desafiador, mas como uma forma de integração e lazer.

    Desta forma, um esporte coletivo necessita de uma boa integração entre os componentes, na medida em que o resultado sempre será do conjunto. Para muitas pessoas, as palavras “equipe” e “grupo” têm o mesmo significado, entretanto o que as diferencia é a interação entre os membros, especialmente na relação entre os interesses individuais e coletivos. Conforme Weinberg e Gould (2001), os grupos esportivos e da atividade física têm um senso de propósito ou objetivos comuns, formas estruturadas de comunicação, independência pessoal ou de tarefa (ou ambos) e atração interpessoal.

    No caso de crianças, uma competição entre equipes explora muito o aspecto da competitividade. Isso pode ter como consequências negativas o atropelamento de seu desenvolvimento técnico, tático, físico e psicológico.

    Muitas vezes as competições preparam a criança para uma situação de superação pessoal, explorando muito o trabalho em equipe e, na grande maioria das competições, se encontra o princípio do respeito ao adversário. Por outro lado, podem levar à desistência frente às dificuldades, pois muitas vezes a criança perde a confiança em si quando não joga bem ou não consegue a vitória.

    Coakley (1994) define competição como um processo social em que há uma recompensa específica, baseada no desempenho por equipe ou individualmente, sendo comparado com o desempenho de outros indivíduos que estejam realizando a mesma tarefa. Esta comparação muitas vezes é feita com o próprio companheiro, pois o esporte coletivo tem como principio a junção de habilidades individuais para a construção de uma equipe. Então, muitas vezes um atleta que se destaca pela sua habilidade individual joga para si esquecendo o aspecto coletivo.

    O esporte coletivo tem como princípio básico a cooperação entre os membros da mesma equipe e a oposição aos adversários (FONSECA; SILVA, 2002). Assim, o “time” procura de forma coletiva atingir o mesmo ideal, que é vencer o jogo. No futebol, todos os atletas devem cooperar para que o objetivo final seja alcançado, ou seja, vencer a partida.

    Neste sentido, para se conseguir um resultado de vitória, um elemento muito importante a ser ressaltado é a coesão do grupo, ou seja, o fato de todos os indivíduos se unirem pela mesma ideia, trabalhando juntos efetivamente. Segundo Carron (1982 apud RUBIO, 1999) coesão é um processo dinâmico que se reflete na tendência do grupo de permanecer junto e se manter unido na busca de seus objetivos e metas.

    Dentro de uma equipe de futebol, encontramos atletas com a capacidade de liderar, que ajudam a guiar a equipe aos seus objetivos, apoiando os outros atletas para que a tarefa seja realizada com sucesso. Um bom líder deve estar sempre disposto a ouvir ou observar para determinar qual direção dar à equipe, tendo a confiança e o respeito da grande maioria dos atletas. O líder busca também valorizar o aspecto individual. Além disso, líderes bem sucedidos tentam assegurar que a habilidade individual seja importante para alcançar o sucesso da equipe (Weinberg; GOULD, 2001).

    Da mesma forma, uma equipe de futebol se mantém forte pelo reconhecimento e confiança entre as partes. A técnica individual, a capacidade de coordenar as relações sociais e as lideranças efetivas são valores que podem levar uma equipe à possibilidade de sucesso, sendo que na medida em que um atleta reconhece a qualidade dos demais, sua atitude pode ser mais efetiva sob o ponto do desempenho.

    De acordo com Joaquim, Hirama e Montagner (2008), quanto mais habilidoso for o atleta, maior a possibilidade dele auxiliar os demais. As vitórias e derrotas podem criar situações opostas no atleta, podendo ser uma situação de orgulho ou satisfação por ter realizado uma determinada tarefa, ou uma situação em que se evita o fracasso para não se expor a humilhação. Na mesma linha, a amizade também é um elo importante dentro desta estrutura.

    O nível de amizade, camaradagem e carisma podem fazer com que o grupo de atletas fique mais coeso. Segundo Loturco (2002), jogar com aqueles de quem se gosta é mais gratificante e mais prazeroso. Para os esportes coletivos, mais especificamente o futebol, é muito importante identificarmos se existem grupos isolados por uma questão de afetividade e em quais colegas de equipe se tem maior confiança, a fim de analisar e interferir de modo que todos os atletas estejam focados para o mesmo objetivo, possibilitando a chance maior de um sucesso. Desta forma, identificar as relações grupais dentro do contexto do futebol é importante para melhorar e analisar o desempenho das equipes esportivas.

    Diante do exposto o artigo apresenta como objetivos, verificar o grau de relacionamento entre jogadores de futebol da categoria sub-12 antes e após a competição e analisar a influência do resultado da competição nas relações interpessoais dentro de uma equipe de futebol sub-12.

Metodologia

    O presente trabalho se caracterizou por uma pesquisa com abordagem qualitativa, conforme Thomas e Nelson (2002). Os participantes desta pesquisa foram atletas de futebol com a idade entre 11 e 12 anos, de um dos clubes melhores ranqueados do Rio Grande do Sul, segundo o ranking da Confederação Brasileira de Futebol. Todos os atletas avaliados foram convidados a participar do estudo, espontaneamente, sendo que os pais ou responsáveis assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), onde constava o objetivo da pesquisa e sua importância para o esporte. Foram aplicados os seguintes critérios de inclusão para a amostra: ter idade entre onze e doze anos e estar integrado na equipe, pelo menos três meses anteriores à disputa da competição avaliada.

    Como instrumento de coleta, foi aplicado questionário sociométrico que nos permitiu verificar as relações dentro da equipe e objetivar a estrutura de relações configuradas em um grupo (CAVASINI; OSSE, 1984).

    O teste sociométrico se constituiu de quatro perguntas e a partir das respostas, construiu um mapa sociométrico. As respostas foram em ordem de importância e cada uma delas podia receber até três indicações, ou seja, cada avaliado pode escolher até três nomes, sendo a resposta na ordem de importância para cada avaliado. Para a análise neste trabalho foi considerado apenas o primeiro nome de cada indicação.

    O teste sociométrico foi aplicado em dois períodos: no período pré-competitivo e pós-competitivo, sendo que o clube avaliado disputou a competição no Rio Grande do Sul em janeiro de 2014.

    A primeira coleta aconteceu uma semana antes da competição e a reaplicação do teste sociométrico ocorreu no mesmo dia que terminou a competição para o clube. O resultado de campo na competição não foi aquele projetado pela comissão técnica, ou seja, foi negativo.

Análise e discussão

    Pouco antes da competição, o esportista se encontra em um estado de intensa carga psíquica, que para alguns autores (Weinberg; GOULD, 2001, SAMULSKI, 2002) tem sido denominado de estado pré-competitivo. Esse estado se caracteriza, sob o ponto de vista psicológico, pela antecipação da competição e, consequentemente, da antecipação das oportunidades de riscos e consequências. A análise dos resultados obtidos reflete as relações construídas pelo atleta ao longo do tempo de convivência na competição, sendo que a equipe analisada foi eliminada nas oitavas de final, ficando na décima quinta colocação; resultado bem aquém do esperado – que era chegar entre os quatro primeiros colocados –, trazendo, assim, uma análise de como a influência do resultado negativo influi nas relações do grupo.

    Segundo Carron (1982 apud Weinberg; Gould, 2001, p. 191), a coesão grupal é considerada “um processo dinâmico que reflete a tendência de um grupo em permanecer unido na busca de suas metas e objetivo.”. Nos mapas sociométricos, a escolha das preferências de cada aluno é representada através de:

Questão 1 - Quem é o seu melhor amigo dentro da equipe?

    Essa questão é baseada na afetividade da equipe, onde segundo Almeida (2001) a vida afetiva. da criança é uma simbiose emocional com o meio social, com a interação física entre os indivíduos as relações intrapessoais se intensificam e é nessas relações que elas enxergam a participação do outro no seu grupo de convívio.

    Analisando os testes sociométricos, no primeiro momento verificamos que não existem grupos formados com relação à afetividade dentro da equipe, tendo boa receptividade, não formando subgrupos. O atleta número 20 obteve maior destaque na afetividade, mas de um modo geral, a equipe se relaciona bem entre si.

Figura 1. Mapa sociométrico da questão 1 período pré-competitivo

 

Figura 2. Mapa sociométrico da questão 1 período pós-competitivo

    Após o resultado negativo, o grupo se manteve coeso afetivamente, com o número 4 ganhando maior destaque afetivo juntamente com o número 11. O resultado negativo fez com que um atleta ganhasse uma maior confiança afetiva do grupo, mas de um modo geral, a amizade se manteve a mesma.

    Segundo Marques (2014), a afetividade dentro de um grupo é reforçada quando os atletas passam um período de tempo juntos em um ambiente saudável, ou seja, tendo uma comunicação intensa durante o período. Esse embasamento justifica o reconhecimento afetivo de um atleta dentro da equipe após a competição na qual os atletas ficaram grande parte do período juntos, facilitando a comunicação entre todos. No entanto, de acordo com Delehanty e

    Conforme Weinberg e Gould (2001) existem alguns fatores importantes ligados à coesão da equipe, como: a satisfação da equipe, conformidade, apoio social, estabilidade e os objetivos do grupo.

    Os resultados apontaram que trata-se de equipe muito coesa e que não se teve mudanças bruscas nesse fator depois do resultado negativo. Segundo Hernandes e Gomes (2002), a coesão pode aumentar a produtividade da equipe até certo ponto, sendo que a amizade muito intensa entre os atletas pode vir a tomar um sentido contrário, ou seja, inibir a produtividade da equipe.

Questão 2 – Quem é o melhor atleta da equipe?

    Segundo a visão dos atletas, na primeira amostragem é constatado que o grupo conta com três jogadores mais diferenciados, o número 11 é o atleta mais diferenciado na técnica, mas ele próprio não se enxerga assim, tendo a visão que o número 4 é melhor neste quesito. Segundo o grupo este mesmo tem um destaque dentro da equipe. Considerando isso em primeiro momento o destaque técnico da equipe não é individualista, até porque os atletas individualistas têm pouca aceitação dos papeis dentro da equipe (FIGUEIRAS, 2007). Segundo Rech e Fonseca (2010), na atualidade competimos contra nós mesmos. A mentalidade da humanidade está muito voltada para o individualismo, sendo submetida à falta de tolerância, solidariedade, respeito mútuo, trabalho coletivo e cooperação. Este caráter competitivo vem criando uma geração de pessoas – principalmente os mais jovens – pautada na individualidade, em que a primeira preocupação é o individual.

Figura 3. Mapa sociométrico da questão 2 período pré-competitivo

 

Figura 4. Mapa sociométrico da questão 2 período pós-competitivo

    Analisando os resultados, pode-se afirmar que o resultado negativo fez com que mais individualidades aparecessem: a equipe percebeu que dois atletas se sobressaíram tecnicamente em situações ruins para a equipe, tendo um destaque nesse segundo momento da pesquisa. Segundo Daolio (2000), uma das características do jogador de futebol brasileiro é “chamar a responsabilidade” dentro do jogo, sendo ousado nos momentos difíceis das partidas. Por outro lado, com o resultado negativo, o atleta 11 perdeu o status de ser o melhor jogador da equipe. Leitão (1999) explica que um resultado negativo pode influenciar diretamente a visão do grupo perante um atleta, pois quanto menor o alcance das metas da equipe, menor é a confiabilidade nos destaques individuais da equipe.

Questão 3 – Com quem você mais gosta de jogar?

    Segundo os resultados, iniciais pode-se perceber que o atleta número 4 tem uma maior confiança da equipe, provavelmente pelo fato de ser um dos destaques técnicos da equipe. Porém, o atleta de maior destaque técnico no primeiro momento da pesquisa não aparece tanto agora, sendo assim, percebemos que a diferença entre os dois está na questão afetiva, pois o primeiro atleta tem um maior destaque na questão da amizade. Além disso, ficou perceptível que esta é uma equipe que prefere jogar muito mais com os amigos do que com atletas bons tecnicamente. Segundo o estudo de Eys et al. (2003) sobre coesão em equipes esportivas que disputam competições, os atletas com os quais mais se gosta de jogar são aqueles por quem se tem uma maior atração individual, ou seja maior afetividade, não levando em consideração a condição técnica do atleta.

Figura 5. Mapa sociométrico da questão 3 período pré-competitivo

 

Figura 6. Mapa sociométrico da questão 3 período pós-competitivo

    No segundo momento, percebe-se que os atletas 22 e 9 ganham uma maior confiança após o resultado negativo, ou seja, o resultado fez com que dois atletas de pouca confiança inicialmente ganhassem uma maior segurança da equipe após a competição. O atleta número 4 perdeu certa parte da confiança dos colegas de equipe e o mesmo perdeu confiança nos outros, votando em si mesmo. O resultado negativo fez com que dois atletas perdessem o prazer de jogar com seus companheiros. Segundo Rubio (2006), o prazer de jogar é deixado de lado na competição sendo priorizado o resultado, fazendo com que os atletas de equipes perdedoras deixem de reconhecer o esforço dos seus companheiros de equipe.

Questão 4 – Quem você escolheria para capitão da equipe?

    No mapa realizado com os resultados da avaliação antes da competição fica claro que a liderança na equipe está dividida com vários atletas, sendo que o atleta 8 é o líder de maior destaque, cuja liderança é afetiva. O atleta 16 também se encaixa nessa liderança e tem um destaque no mapa inicial, os dois atletas são seguido pelo atleta 18, que tem um destaque também como melhor atleta da equipe o que o torna como uma referência de líder técnico.

    O atleta 8 escolhe inicialmente o atleta 18 como líder, ou seja, um líder consegue enxergar outras lideranças dentro do grupo, tornando-o um líder democrático que, segundo Mendo e Ortiz (2003), consegue visualizar líderes dentro da equipe, sendo sua principal característica saber ouvir a opinião dos outros para tomar a decisão, ou seja, da importância maior para o todo não para o individual. O atleta 18 tem um papel destacado na liderança da equipe, sendo que ele enxerga a si mesmo como um líder dentro da equipe, e os outros atletas o veem como uma liderança técnica. Este mesmo atleta é intitulado inicialmente pelo treinador como capitão da equipe, trazendo um conceito de líder autocrático, ou seja, segundo com um estilo de comando centrado na vitória e orientado para a tarefa. (ALVES, 2000).

Figura 7. Mapa sociométrico da questão 4 período pré-competitivo

 

Figura 8. Mapa sociométrico da questão 4 período pós-competitivo

    Após o resultado negativo, a liderança se mantém dividida, com exceção do atleta 8, que perde um pouco a liderança do grupo. Sendo assim, o resultado negativo interferiu a liderança da equipe e fez com que a equipe percebesse novas lideranças dentro dela, ou seja, no momento difícil, conseguiu enxergar novas lideranças. De acordo com Brandão e Valdés (2005), a liderança dentro da equipe pode se estabelecer ao longo do tempo, podendo variar o ponto de vista dos atletas do grupo perante os resultados obtidos pela equipe.

    O número 18, que inicialmente obtinha um destaque técnico dentro da equipe, perdeu essa situação, porém ganhou uma visão maior de líder dentro da mesma, sendo considerando o grande líder após a competição. Além disto, conseguiu enxergar a liderança em outro atleta.

    Brandão e Carchan (2010) explicam que a liderança efetiva dentro de um grupo pode variar de acordo com as características dos atletas para cada situação em uma competição, fazendo com que os atletas tenham maior facilidade de enxergar os líderes nas situações mais difíceis do contexto esportivo.

Considerações finais

    Em relação à interferência do resultado na coesão grupal, pode-se afirmar que a equipe aumentou sua coesão no grupo após o resultado negativo dentro da competição. Um dos fatores que influenciaram nesse aumento da coesão foi o fato de todos atletas ficarem juntos um período de tempo para a disputa da competição e, ao final, mesmo com o resultado negativo, o grupo se manteve coeso.

    Com relação à parte técnica dos atletas, o resultado negativo na competição influenciou a percepção do grupo em enxergar o melhor atleta da equipe. Inicialmente, obteve-se uma ideia de melhor atleta na parte técnica, porém, após o resultado negativo, a equipe percebeu que quando precisou do craque da equipe, ele não correspondeu às expectativas.

    O resultado negativo influenciou a ideia de quem são os atletas com quem mais se gosta de jogar junto, reforçando a ideia de que se perde o prazer de jogar com alguns companheiros de equipe nas competições, pois o resultado muitas vezes é encarado como objetivo principal da equipe.

    Quanto à liderança na equipe, pode-se perceber que o resultado influenciou as descobertas de mais líderes e a competição mostrou quais atletas assumem a responsabilidade da liderança nos momentos difíceis. Tanto no início, quanto no final, a liderança permaneceu dividida na equipe, trazendo a ideia que cada atleta tem um papel importante na liderança da mesma.

    De um modo geral, os atletas da equipe analisada têm a preferência de jogar mais pela parte afetiva com os colegas do que pela qualidade técnica de ambos. Portanto, a partir dos resultados, prevaleceu a ideia de que pouco adianta o atleta ser talentoso se não possui espírito de equipe.

Referências

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 202 | Buenos Aires, Marzo de 2015
Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados