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Avaliação da capacidade funcional de idosos

Evaluación de la capacidad funcional de personas mayores

 

*Enfermeiras. Formadas pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE

**Enfermeira. Formada pelas Faculdades Santo Agostinho – FASA. Especialista em Urgência

e Emergência pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE. Enfermeira fiscal

da regulação de leitos da Secretaria Municipal de Montes Claros-MG

***Acadêmico do 8º período de enfermagem das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE

****Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros-MG

Professora da disciplina de Saúde do Idoso das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE.

*****Enfermeiro. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros-MG

Professor da disciplina de Saúde do Adulto das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE

e orientador de Trabalhos de Conclusão de Cursos. Professor designado Departamento

de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros-MG

Josiene Alves da Silva*

Polyane da Silva Carreiro*

Luciene Teixeira dos Santos**

Renê Ferreira da Silva Júnior***

Mariza Alves Barbosa Teles****

Henrique Andrade Barbosa*****

henriqueabarbosa@ig.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Organismo envelhecido torna-se vulnerável devido às grandes síndromes geriátricas. Assim, justifica-se, esse estudo, pela necessidade de se conhecer os aspectos e impactos que circundam a funcionalidade física durante o envelhecimento, bem como seus benefícios. Objetivo: Identificar a funcionalidade em idosos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quantitativa. Quanto aos aspectos éticos, o projeto desta pesquisa foi submetido à avaliação da viabilidade de execução pelo Comitê de Ética e Pesquisa da SOEBRAS, o qual foi aprovado com parecer consubstanciado nº. 386.463/2013. Nota-se que os idosos que realizam atividade física possuem independência em realizar as Atividades Básica Diárias como banho, vestuários, higiene pessoal, continência e alimentação.

          Unitermos: Saúde do idoso. Atividade motora. Atividades cotidianas.

 

Recepção: 15/09/2014 - Aceitação: 10/12/2014

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 202, Marzo de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Um grande desafio da Assistência à saúde é quanto à abordagem da pessoa idosa, pois o organismo envelhecido torna-se vulnerável às grandes síndromes geriátricas (BRASIL, 2006). Segundo Lopes et al., (2012) no envelhecimento ocorre uma perda biopsicossocial que contribui para inatividade física. Com o aumento da idade a capacidade física das pessoas idosas diminui ocasionando assim, redução da prática de atividades físicas, consequentemente, à aparição de doenças crônico-degenerativas. “Como a criança não pode ser considerada uma miniatura do adulto, o idoso também não deve ser tratado como se fosse a sua continuação” (BRASIL, 2006, p. 14).

    O processo de envelhecimento populacional brasileiro, a cada década, aumenta significativamente. Assim cresce também a demanda de recursos voltados para atender às necessidades desta “nova população”. O envelhecimento populacional decorre das mudanças, nas taxas de fecundidade e consequentemente nas taxas de mortalidade (BRASIL, 2006). Em consonância com esta afirmativa, Koch-Filho et al., (2010) destacam que o envelhecimento populacional é consequência da evolução do conhecimento, do avanço da ciência e da tecnologia, melhor cobertura das necessidades de saúde, condições sanitárias e prevenção, queda das taxas de natalidade e de mortalidade, bem como pelo aumento da expectativa de vida.

    O envelhecimento populacional demonstra o quanto a humanidade está evoluindo. Podemos inferir que o aumento e melhoria da tecnologia relacionada à saúde, aliada ao conhecimento, tem proporcionado a cura de doenças infecciosas, responsável por inúmeros casos de mortes em tempos passados (RIBEIRO, 2010, p. 12).

    Nota-se que a tendência ao envelhecimento populacional está acarretando mudança em todos os setores da sociedade a qual precisa se adaptar as novas demandas exigidas por essa população (RIBEIRO. 2010).

    Não é possível escolher um único indicador para determinar o envelhecimento. Pode-se dizer que é o conjunto das alterações estruturais e funcionais do organismo que se acumulam progressiva e especificamente com a idade. Com isso a incapacidade funcional torna-se um problema importante nesse processo de envelhecimento (BRASIL, 2006).

    A Estratégia de Saúde da Família (ESF), segundo Motta et al (2011), tem como intuito reorientar a assistência à saúde, focando na qualidade de vida inclusive na promoção de um envelhecimento saudável.

    Sendo assim a importância da Atenção Primária à Saúde (APS) para a assistência ao idoso:

    Foi planejada para reorientar a atenção à saúde da população, fomentando a qualidade de vida, por exemplo, mediante a promoção do envelhecimento saudável. Como envelhecimento não é um processo homogêneo, necessidades e demandas dos idosos variam, sendo preciso fortalecer o trabalho em rede para contemplar a atenção dos idosos saudáveis e atender aqueles com diferentes graus de incapacidade ou enfermidades, inclusive nos domicílios. Assim, o adequado cuidado ao idoso demanda um sistema de saúde coordenado, com cada instância contribuindo para as ações das demais (MOTTA; AGUIAR; CALDAS, 2011, p. 779-80).

    A população idosa tem grande destaque nessa área, uma vez que seu crescimento foi alavancado nos últimos anos e com isso a busca por um envelhecimento saudável tem tido muito destaque (BRASIL, 2006).

    Objetiva-se, portanto identificar a funcionalidade física de idosos a partir de instrumentos de aferição das atividades básicas de vida diária (AVD) e das atividades instrumentais de vida diária (AIVD) sob a justificativa da necessidade de se conhecer os aspectos e impactos que circundam a funcionalidade física durante o envelhecimento, bem como seus benefícios.

Metodologia

    De acordo com Silva (2013) neste estudo propõem uma pesquisa quantitativa, descritiva, e transversal como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

    O estudo transversal pode se dizer que é semelhante ao estudo coorte, no entanto todas as medidas são feitas no único momento, não existindo, por tanto, período de seguimento, onde leva o pesquisador a definir questões para atingir resultado (SILVA, 2013).

    A pesquisa foi realizada em uma ESF na Vila Anália na cidade de Montes Claros - MG. Esta instituição foi escolhida, por ter uma equipe treinada para cuidados com usuários da ESF e pela receptividade da instituição.

    Foram pesquisados os idosos com idade ≥ 60 anos, residentes na Vila Anália e área de abrangência, que eram cadastrados na ESF Vila Anália de Montes Claros – MG. Foram levantados seus endereços na ficha A, de cadastro das famílias na ESF.

    Para definição da amostra, foi realizado cálculo amostral levando em consideração o intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%.

    Foram incluídos nesta pesquisa idosos de gêneros masculinos e femininos na faixa etária de 60 anos ou mais que conseguem realizar atividade física independente. Os critérios de excluídos desta pesquisa foram os idosos que têm dificuldade em deambulação, deficiência física grave.

    Foi utilizado como instrumentos de coleta de dados dois questionário sendo eles os da escala de atividade básica de vida diária (KATZ, 1963) e escala de atividades instrumentais de vida diária (LAWTON, 1969) (Apêndice B), que na perspectiva de Minayo (2006), é o método utilizado para coletar dados, obedecendo a um questionário.

    Para coleta de dados realizamos um sorteio para garantir sua amostra aleatória simples. Os questionários foram aplicados após a aceitação dos usuários mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

    Para análise quantitativa, os dados foram digitalizados, em planilha do Excel for Windows e transportados para o software SPSS 18.0 para análise estatística e representação dos resultados em tabelas que facilitaram a discussão.

    O primeiro contato com a ESF foi agendando com a enfermeira da unidade para a análise da ficha A, posteriormente ocorreu o sorteio dos idosos. No segundo momento foi feita uma abordagem com os participantes, em seus domicílios, para a explicação dos objetivos da pesquisa e o agendamento para aplicação do questionário.

    Os aspectos éticos desta pesquisa foram submetidos à avaliação da viabilidade de execução pelo Comitê de Ética e Pesquisa- CEP SOEBRAS, no qual foi avaliado se o estudo encontrava-se de acordo com os padrões éticos para realização da pesquisa. O mesmo deu o parecer positivo de aprovação nos mês Setembro de 2013, com o número de parecer 386.463/2013, onde o projeto está de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde - CNS- Ministério de Saúde.

Resultados e discussão

    Os dados foram analisados em categorias de parâmetros sobre a Atividade Básica da Vida Diária (AVD’s) e Atividades Instrumentais da Vida Diárias (AIVD’s) e das patologias que serão discutidas em seguidas.

A relevância das atividades de vida diária (AVD’s)

    Dos 114 idosos que contém na ficha A apenas 64 idosos participaram do estudo, as outras 50 pessoas que não participaram da pesquisa devido a diversos fatores que serão citados: 30 idosos não se encontravam na sua residência nas duas visitas domiciliares, 05 foram a óbito e 15 mudaram de sua residência. Dos 64 entrevistados 31 eram do gênero masculino e 33 do feminino.

    De acordo com a tabela 1 da Atividade Vida Diária (AVD’s) foram encontrados que 98,4% eram independentes e 1,6% eram dependentes. As atividades de vida diária (AVD) são as tarefas de desempenho ocupacional que o indivíduo realiza diariamente. Não se resume somente ao autocuidado de vestir-se, alimentar-se, higiene pessoal, banho, transferência e continência. É importante permitir que o idoso execute essas etapas dentro do seu ritmo, para continuar a executar a mesma e tornar-se sempre independente.

Tabela 1. Análise das atividades de vida diária, segundo inquérito de Katz, em idosos da 

Estratégia Saúde da Família da Vila Anália de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, 2013 (n=63)

    A manutenção da independência do idoso está intimamente relacionada á capacidade das AVDS, assim o paciente terá uma qualidade de vida. Percebe-se que a manutenção da capacidade funcional dos idosos necessita de um acompanhamento dos profissionais de saúde, família e cuidadores mais presente.

    Devido o envelhecimento, a pessoa idosa apresenta várias dificuldades para executar tarefas rotineiras e para manter um comportamento social devido aos fatores fisiológicos da idade. Percebe-se que o idoso que pratica atividade física e matem uma alimentação equilibrada possui independência nas suas Atividades Básicas da Vida diária. De acordo com Dias (2006), o fenômeno do envelhecimento traz consigo grandes impactos sociais exigindo assim mudanças desde as políticas públicas até o seio familiar.

    Devido à idade avançada, poderá ocorrer perda da capacidade de tomar decisões e de realizar certas tarefas que nos parecem simples para as pessoas mais jovens. É relevante que se estimule a independência das pessoas idosas na realização dessas atividades básica, mesmo que isso demande um tempo maior para a realização dessas tarefas.

Destaque das atividades instrumentais da vida diárias (AIVD’s)

    A tabela 2 retrata as Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) classificadas em independentes, dependente parcial e total. Das 64 pessoas de todas as tarefas desenvolvidas receberam destaque as que têm autonomia: compras (68,3%), preparo das refeições (76,2%) e medicação (85,7%), e na dependência parcial foram: viagens (27%) e trabalho doméstico (28,6%) da dependência total foram: Telefone (31,7%), compras (17,5) e preparo das refeições (17,5%).

Tabela 2. Análise das atividades instrumentais de vida diária, segundo inquérito de Lawton, em idosos

da Estratégia Saúde da Família da Vila Anália de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, 2013 (n=63)

    Compreendem que as AIVD’s dão suporte as atividades de vida diária em casa e na sociedade, onde permite que o idoso continue tendo uma vida social mesmo com tantas limitações causadas pelo envelhecimento fisiológico.

    É imprescindível no tratar com o idoso o fazer com ele e não por ele, assim conseguimos que este continue sendo independente em algumas atividades. Vale ressaltar que a humanização do cuidado com a pessoa da terceira idade só é possível sabendo lidar com suas limitações para que se consiga um convívio harmônico com o profissional de saúde, família e cuidador.

Figura 1. Comparação dos resultados do estudo pela aplicação dos instrumentos de Katz e Lawton em idosos

da Estratégia Saúde da Família da Vila Anália de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, 2013 (n=63)

    A independência do idoso necessita de vários fatores que são divididos em duas categorias nas atividades da vida diária (alimentar, tomar banho, higiene pessoal, vestir-se) e atividades instrumentais da vida diária (fazer compras, preparo das refeições, medicação, trabalho de doméstico) a ponto de sobreviver sem ajuda para o autocuidado e o manejo instrumental da vida. 

A prevalência das doenças associadas

    A tabela 3 retrata a prevalência das patologias associadas com o envelhecimento fisiológico. Das 64 pessoas entrevista (9,5 %) encontra com Diabetes, (1,6%) com osteoporose, (50,8%) prevalecendo a cardiovasculares, (4,8%) obesidade, (6,3%) problemas articulares, (4,8%) problemas de colunas e (6,3%) outros.

    A tabela em questão evidência que as patologias cardiovasculares são prevalentes em relação às demais, justificando assim, os grandes gastos em saúde que estas demandam a cada ano. A APS precisa intervir de forma proativa visando diminuir significativamente na prevenção de agravos dessas patologias. Outras doenças estratificadas no quadro como Diabetes e Obesidade são agravantes e atenuantes das condições cardiovasculares, merecendo assim, uma atenção por parte dos profissionais da saúde.

    A descrição de Problemas Articulares, Problemas de Coluna e Outros, deixam claro que a falta de informação é um dos principais fatores de risco para essa população, que desconhece suas patologias e consequentemente os cuidados que estas demandam. Cabe portanto ao profissional da saúde informa-los esclarecendo cuidados e condutas específicas para as mesmas.

Conclusão

    As AVDs e AIVDs são parâmetros usados para avaliar grau de dependência da população idosa frente às exigências da sociedade atual. Neste estudo, observou-se que esta população matem certa independência e que a mesma pratica atividade física regularmente, com o acompanhamento da equipe de ESF responsável pela área adscrita.

    A prática de atividade física configura, portanto, um fator preponderante na manutenção da qualidade de vida dos idosos além de estabelecer convívio social para estes, colaborando não só para questões fisiológicas como também prevenindo doenças psicológicas.

    Em contra partida, este estudo evidenciou que ainda perduram desconhecimento de algumas patologias por parte dos idosos, que usam termos genéricos para indicar uma doença ou ocorrência. Essa conduta tem impacto também no desconhecimento dos cuidados com a saúde bem como dos medicamentos por ela usados.

    Conclui-se, portanto que a prática da atividade física é de suma importância para a população idosa que encontra nessa uma forma de prevenção de patologias biológicas e psicológicas e de manutenção dessas, somada a consultas periódicas ao serviço de saúde, para uma melhor captação de informações imprescindíveis a saúde.

Referências

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Lecturas: Educación Física y Deportes - ISSN 1514-3465 - © 1997-2015 Derechos reservados