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Relação entre indicadores antropométricos de 

obesidade e o risco coronariano em adultos jovens

La relación entre indicadores antropométricos de obesidad y el riesgo coronario en adultos jóvenes

 

*Discente de Bacharelado em Enfermagem

Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de Itumbiara

**Coordenadora de estágio e Docente do curso de Fisioterapia na Faculdade de Filosofia

e Ciências Humanas – Goiatuba/Goiás. Coordenadora de Fisioterapia do Hospital Municipal

Modesto de Carvalho – Secretaria Municipal de Saúde. Docente Universidade Estadual

de Goiás – Unidade Universitária de Itumbiara
***Mestre em Fisiologia do Exercício Universidade de Brasília e Docente dos cursos
de Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia na Universidade Estadual de Goiás

Luana Ferreira da Silva*

Patrícia Roberta dos Santos**
Cezimar Correia Borges***

nikariluanafsilva@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Tem sido observada no Brasil, uma alteração no perfil da mortalidade da população a qual é caracterizada pelo aumento dos óbitos causados por doenças crônicas não transmissíveis e nesse grupo a hipertensão arterial se faz presente. O objetivo deste trabalho foi identificar a prevalência do risco cardiovascular em indivíduos entre 20 e 30 anos no município de Itumbiara – Goiás. O estudo possui cunho exploratório, descritivo, transversal com abordagem quantitativa. Em análise as variáveis: Sexo, Idade, Peso Corporal, Altura, Pressão arterial, Dobra Cutânea Antebraço, Dobra Cutânea Subclavicular, Medidas da Cintura e do Quadril. Os indivíduos apresentaram porções limítrofes de pressão arterial em alguns pontos da pesquisa talvez devido a idade mínima tenha sido de 17 anos e a máxima de 43 anos completos, embora se saiba que a idade não é o único fator determinante e que existam diversos outros fatores como hábitos nutricionais, prática de exercícios físicos, tabagismo e alcoolismo.

          Unitermos: Indicadores antropométricos. Obesidade. Risco coronariano.

 

Recepção: 20/08/2014 - Aceitação: 11/01/2015

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 201, Febrero de 2015. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Nas últimas décadas, tem sido observada no Brasil, uma alteração no perfil da mortalidade da população a qual é caracterizada pelo aumento dos óbitos causados por doenças crônicas não transmissíveis, destacando-se as doenças cardiovasculares (BRASIL, 2006). Nesse grupo, a hipertensão arterial apresentou uma prevalência de 35% na população acima de 40 anos, porém ocorre cada vez mais precocemente, num número estimado de 4% entre crianças e adolescentes, o que representa um total de 17 milhões de portadores (BRASIL, 2006).

    Muitas das variações observadas no perfil individual ou populacional de saúde cardiovascular podem ser compreendidas por meio do estudo da aglomeração de fatores de risco, já que o comportamento desses fatores varia segundo características sociodemográficas, étnicas, geográficas e também quanto à presença de doenças e a percepção da própria saúde (EBRAHIM; MONTANER; LAWLOR, 2004).

    As curvas mediante eixos de gráfico cartesiano representam, graficamente, a sobreposição entre a distribuição para valores de Pressão Arterial Diastólica (PAD) e Pressão Arterial Sistólica (PAS), relação PAS e Índice de Massa Corpórea (IMC), relação percentil de gordura analisada e PAS e relação PAS e Relação Cintura-Quadril (RCQ) (CHRISTOFARO et al., 2010).

    Muitos testes diagnósticos não revelam resultados coerentes, produzindo assim respostas sob a forma de uma variável categórica ordinal ou contínua. Para resumir possíveis resultados dicotômicos, baseia-se em pontos de corte aplicados a classificações em “estar doente” e “não estar doente”, podendo ainda estimar que dentre da amplitude existem valores de quão significância, as quais são denominadas sensibilidades e especificidades.

    Torna-se enriquecedor, tal certame entre risco cardiovascular e a referida curva revelando quantitativamente a hipertensão arterial em decorrência dos pontos de corte, não menospresando a eficiência de outros métodos de diagnóstico e análise, devido ao fato de um diagnóstico com padrão ouro propriamente dito ser realizado com monitorização ambulatorial da pressão arterial de 24 horas (MAPA) e a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) os quais se correlacionam melhor com os desfechos diagnósticos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

    O principal objetivo deste trabalho foi identificar a prevalência, em números, do risco cardiovascular em indivíduos entre 20 e 30 anos no município de Itumbiara – Goiás, para posteriormente construir os gráficos desses valores estabelecendo a relação entre eles, e ainda, verificar a coerência fisiológica e patológica entre os achados, analisando-os de acordo com o embasamento teórico e verificando os grupos com maior risco para doenças cardiovasculares.

Metodologia

    O estudo possui cunho exploratório, descritivo, transversal com abordagem quantitativa contando com uma amostra com 45 indivíduos entre 17 e 50 anos de ambos os sexos. Todos os indivíduos atenderam a critérios de inclusão e exclusão pré estabelecidos. Foram preenchidas para análise as variáveis: Sexo, Idade, Peso Corporal, Altura, Pressão arterial, Dobra Cutânea Antebraço, Dobra Cutânea Subclavicular, Medidas da Cintura e do Quadril. Essas variáveis seguiram para os cálculos de Índice de Massa Corpórea e Relação C/Q.

    A medida da circunferência abdominal foi efetuada no local correspondente a distância média entre a última costela e a crista ilíaca, os pacientes permanecerem na posição anatômica, ou seja, em pé com os braços relaxados ao lado do corpo e com o mínimo de roupas possível. Utilizou-se fita métrica com o comprimento de cento de cinqüenta centímetros correspondente a marca RNBI, mantendo-se posicionada firmemente sobre a pele sem compressão dos tecidos (GUEDES, 2006). No quadril, a medida da circunferência foi efetuada com fita métrica de comprimento cento e cinqüenta centímetros da marca RNBI na parte mais saliente na região glútea seguindo critérios de alguns autores (SANTOS; SICHIERI, 2005). Já o peso corporal foi mensurado em balança eletrônica tipo “banheiro”, marca Cadence, com capacidade de 150Kg, baterias de lítio novas. A estatura foi mensurada com fita métrica de comprimento de cento e cinqüenta centímetros da marca RNBI, com o paciente descalço e com os pés unidos, mantendo contato o contato da fita com os seus calcanhares e com a região occipital (MARTINS; MARINHO, 2003).

    Para a mensuração das dobras cutâneas, o paciente permaneceu em posição anatômica com os músculos dorsais relaxados, sendo pinçadas as dobras cutâneas nas regiões triciptal antebraço e subescapular. A aferição da pressão arterial foi realizada com padronização em braço esquerdo, o indivíduo permaneceu na posição ortostática, foi certificado que sua bexiga estivesse vazia e utilizou-se o tensiômetro da marca Solidor com velcro, a exatamente dois dedos acima da fossa cubital e estetoscópio da marca Premium.

    O IMC foi calculado como o quociente do peso (em quilos) pelo quadrado da estatura (em metros), mediante a fórmula: IMC= peso/altura². Para tal, estão sendo empregados os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2002, que consideram IMC de 18,5 a 24,9 kg/m² como normal, de 25 a 29,9 kg/m² como sobrepeso e >30 kg/m² como obesidade (SANTOS; SICHIERI, 2005). Já para calcular a relação cintura/quadril foram utilizados os perímetros correspondentes dadas pelo seu quociente.

Resultados e discussão

    O estudo foi realizado no município de Itumbiara – Goiás com 45 indivíduos tanto do sexo feminino quanto do sexo masculino e o quantitativo contido na Tabela 1 representa o conteúdo original da pesquisa, denotando a sua eficácia quanto à resposta aos critérios de inclusão e exclusão. As variáveis coletadas foram idade (anos), peso (quilos), estatura (m), PAS, PAD e medidas da cintura e quadril. A tabela foi construída mediante autenticidade dos dados e resultados de cálculos sobre o percentual de gordura, IMC e a relação cintura/quadril, por conseqüência foram obtidos os desvios-padrões de cada variável a partir das médias.

    A média entre as idades é de 23,04, o que reflete um desvio padrão de 7,37, representando uma população em sua maioria relativamente jovem entre indivíduos do sexo masculino e feminino. A média para a variável peso (Kg) foi de 58,21 (±11,94), o que juntamente à altura, que apresentou o respectivo valor médio de 1,62 (±0,06), em cálculo, acuraram um IMC médio de 22,16 (±4,84), ou seja, dentro do peso normal, segundo as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2009). Porém, deve-se refletir sobre a generalização do estudo com o formato de média para tratamento estatístico em que alguns indivíduos se caracterizavam como obesos e, então, ocorre a necessidade de diagnóstico preciso e terapia farmacológica quando o tratamento não farmacológico não surtir efeitos para IMC igual ou superior a 30 kg/m², IMC igual ou superior a 25 Kg/m2 quando esta estiver associada a hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2, hiperlipidemia, apnéia do sono, osteoartrose, gota, etc. (ABESO, 2009).

    Embora o IMC seja um bom indicador, este, não difere as massas gordurosas das massas magras e não projeta, necessariamente, a gordura corporal (REZENDE et al., 2010). De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2009), para se avaliar a massa de gordura corporal bem como a sua distribuição, deve-se utilizar: a Medição da espessura das pregas cutâneas; Bioimpedância; Ultrassonografia; Tomografia computadorizada; Ressonância magnética; Relação circunferência abdominal/quadril; ou Medida da circunferência abdominal.

Valores para PAS e PAD

    O menor desvio padrão foi encontrado na variável altura (±0,06) representando uma população dentro da média brasileira e a variável que apresentou maior dispersão foi PAS com a mínima de 90 mmHg e a máxima de 140 mmHg (±12,67).

    Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), em última diretriz, a PAS ótima é aquela que se encontra < 120 mmHg, PAS normal < 130 mmHg, PAS limítrofe entre 130 e 139mmHg, Hipertensão estágio I entre 140 e 159 mmHg, Hipertensão estágio II entre 160 e 179 mmHg, Hipertensão estágio III ≥180 mmHg, Hipertensão sistólica isolada ≥140 mmHg.

    É estabelecido também, que se deve realizar o diagnóstico de hipertensão arterial mediante consulta médica e a aferição deve ser feita pelo menos por três vezes com intervalo de no mínimo um minuto entre elas, então a média das duas últimas pressões serão consideradas a pressão arterial do paciente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

Tabela 1. Estatística descritiva geral de indivíduos de Itumbiara – Goiás em variáveis

    Para PAD, o desvio padrão foi um pouco menos acentuado (±11,51), com mínino de 40 mmHg e máximo de 90 mmHg. PAD ótima < 80 mmHg, PAD normal < 85 mmHg, Limítrofe entre 85 e 89 mmHg, Hipertensão estágio I 90 a 99 mmHg, Hipertensão estágio II entre 100 e 109 mmHg, Hipertensão estágio III ≥ 110 e Hipertensão sistólica isolada < 90 mmHg (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).

    Logo, segundo os parâmetros implicados em diretrizes, e de acordo com as médias e realçando os desvio padrões, consideravelmente elevados, tanto para PAS quanto para PAD estariam em hipertensão estágio 1, com nenhum caráter em categoria diferente.

    De acordo com os valores obtidos através da coleta e da Tabela 1, em descritiva geral foram encontrados dados cujos valores informativos para PAS e IMC e PAS e percentil de gordura que apresentam determinada correlação a qual é expressa nos gráficos 1 e 2, respectivamente.

Relação PAS e IMC

Gráfico 1. Correlação descritiva linear entre PAS e IMC em indivíduos de Itumbiara - Goiás

    A forte associação linear entre as variáveis PAS e IMC, mantém semelhanças na distribuição de seus escores, o que fisiologicamente significa que a obesidade (IMC > 30 kg/m2) é um fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial (BARRETO-FILHO; CONSOLIM-COLOMBO; LOPES, 2002).

    A maior prevalência da hipertensão na obesidade tem sido atribuída à hiperlipidemia decorrente da resistência à insulina presente em indivíduos obesos, principalmente naqueles que apresentam excesso de gordura na região do tronco. A hiperlipidemia promove ativação do sistema nervoso simpático e reabsorção tubular de sódio, o que contribui para aumentar a resistência vascular periférica e a pressão arterial (CARNEIRO et al., 2003; OLINTO et al., 2007). Ainda, atualmente, é vasta a quantidade de publicações em que há forte associação entre a renina plasmática, elevação dos níveis plasmáticos de angiotensigênio e maior atividade de enzima conversora, bem como níveis plasmáticos alterados de aldosterona (EGAN; STEPNIAKOWSKI; GOODFRIEND, 1994; COOPER et al., 1998; BARTON et al., 2000).

    Essa correlação se sustenta ainda no fato de que quaisquer alterações hemodinâmicas e estruturais no músculo cardíaco influenciam nos valores pressóricos e em casos de redução de peso ocorrem também redução da hipertrofia e do trabalho do ventrículo esquerdo e a hipertensão arterial, um aumento da atividade simpática como fator determinante (LONGO; FERREIRA; CORREIA, 1995) desta, bem como há também benefícios na filtração glomerular, diminuindo proteinúria e sensibilidade ao sal e a esclerose glomerular (REISIN et al., 1993).

    No gráfico 2 é demonstrado a relação entre o % de gordura e a PAS, apresentando r de Persson de 0,467 para p igual a 0,04 (±6,76). A reta em questão é crescente o que significa que quanto mais índices de gordura o indivíduo apresentou, maior foi demonstrada a pressão arterial. Em modelos experimentos, ROCCHINI et al. (1999) alertou que o fator obesidade o qual é criticamente induzido através do excesso no consumo de alimentos, em cães, esta associada com a ativação simpática e a hipertensão (ROCCHINI et al, 1999; CAROOL et al, 1995), o que pode ser um mecanismo desordenador da atividade do sistema renina–angiotensina (ROCCHINI et al, 1999).

Gráfico 2. Correlação entre % gordura e PAS em indivíduos de Itumbiara – Goiás

 

Gráfico 3. Correlação entre PAS x RCQ

    As publicações de Han e colaboradores (1995) salientam que o tamanho da circunferência da cintura também pode ser um preditor de doenças cardiovasculares, sendo que em mulher deve ser menor do que 88 cm e em homens deve ser menor do que 102 cm. Portanto em parâmetros de RCQ, para homens deve ser menor do que 0,95 e para mulheres devem ser menor do que 0,85 (DEFRONZO; FERRANINI, 1991) e Peña-Gonzalez, Gomez-Henry, Almenara-Barrios (1997) afirmam que na avaliação para diagnóstico de obesidade, RCQ é complementar ao IMC.

Considerações finais

    Os aspectos epidemiológicos acerca da variação de níveis pressóricos devem ser considerados de grande importância médica, respondendo a alterações nos parâmetros normais pré-estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010) de acordo com a idade e o condicionamento físico. No entanto, o trabalho enfatizou a relevância fisiológica dos níveis pressóricos alto ou baixos e Relação Cintura-quadril, Percentil de Gordura, Índice de Massa Corpórea e Índice de Conicidade os quais foram projetados em PAS (mmHg) mínima 90 máxima 140 e PAD (mmHg) mínima 40 e máxima 90, demostrando que no local de amostra ocorrem porções limítrofes de pressão arterial em alguns pontos da pesquisa talvez devido à idade mínima tenha sido de 17 anos e a máxima de 43 anos completos, embora se saiba que a idade não é o único fator determinante e que existam diversos outros fatores como hábitos nutricionais, prática de exercícios físicos, tabagismo e alcoolismo.

Referências bibliográficas

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