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Estudo comparativo dos tratamentos clínicos na acne vulgar

Estudio comparativo de los tratamientos clínicos en el acné vulgar

Comparative study of acne treatments in clinical vulgar

 

*Graduanda

**Docente e Orientadora. MS. em Ciências Médico Cirúrgicas

Faculdades INTA

(Brasil)

Iduína Maria Fernandes de Queiroz*

Maria dos Prazeres Carneiro Cardoso**

mapracar1@yahoo.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A Acne vulgar é uma disfunção dermatológica muito comum nos tempos atuais. O objetivo desse estudo foi desenvolver uma revisão de literatura sobre os mais diversos tipos de tratamento clínico nos últimos dez anos. Para o levantamento dos artigos na literatura, foi realizada uma busca no Scielo e Lilacs, durante o período de novembro de 2013 a março de 2014. Foram efetuadas palavras-chave, tanto isoladas quanto cruzadas tais como, acne vulgar, tratamento da acne, diferentes tipos de acne, classificação da acne, estágio da acne, acne. Estudos anteriores a esse período não foram admitidos, exceto aqueles que não existiam referências mais atuais, ou representaram pesquisas inovadoras para a sua época de publicação, ou foram referenciados por um grande número de autores (maior que cinco), ou ainda que serviram de base para a elaboração de consensos. A partir da análise dos textos selecionados, foram apresentados em um quadro os resultados da pesquisa levando-se em consideração: título, o ano de publicação, autor, país, fonte, revista. Nos estudos revisados verificou-se que são diversos os tratamentos de acne e que objetivam corrigir os mais variados tipos de afecções causadas pela mesma de acordo com a sua progressividade.

          Unitermos: Acne vulgar. Pele.

 

Abstract

          Acne vulgaris is a common dermatological disorder nowadays. The aim of this study was to develop a literature review on the various types of medical treatment in the last ten years. To survey articles in the literature, a search on Lilacs and SciELO was conducted during the period November 2013 to March 2014. Keywords were done, both as isolated crossed such as acne vulgaris, acne treatment, different types of acne, acne classification, stage, acne. Before this period studies were not admitted except those who were no more current references, or represented innovative for its time of publication searches, or been referenced by a number of authors ( greater than five), or used as the basis for the development of consensus. From the analysis of the selected texts were presented in a frame search results taking into consideration: title, year of publication, author, country, source, magazine. In the reviewed studies it was found that there are various acne treatments and aimed to correct all kinds of diseases caused by the same according to their progressiveness.

          Keywords: Acne vulgaris. Skin.

 

Recepção: 25/06/2014 - Aceitação: 09/09/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A acne vulgar é uma dermatose que atinge algumas áreas pilossebáceas do corpo, comum em adolescentes. É uma doença do folículo polissebáceo, que possui, como fatores fundamentais, hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular, aumento da colonização por propionibacterium acnes e inflamação dérmica peringlandular. Natural em todas as raças, embora seja menos intensa em orientais e negros, e apresenta-se mais gravemente no gênero masculino. De acordo com seu grau de acometimento e evolução clínica, os diversos tipos de acne vulgar podem classificá-los em: acne não inflamatória ou comedônica de leve, moderada e grave (ARRUDA et al. 2009).

    A existência da acne é comumente entre 35% e 90% nos adolescentes; no ocidente, é de 79% a 95% nessa mesma faixa etária. Observa-se, que normalmente, a acne atinge 95% dos meninos e 83% em meninas com 16 anos de idade que pode chegar a 100% em ambos os gêneros (COSTA; LAGE; MOISÉS, 2010).

    Segundo Arruda et al. (2009), a acne é uma afecção que não tem cura, mas que pode ser controlada. O tratamento varia de acordo com o paciente e o tipo de acne. Existem vários graus de acne que estão relacionados à gravidade de cada caso. Por isso o tratamento correto deve ser escolhido após uma detalhada avaliação do quadro. O mesmo sempre exigirá paciência e disciplina por parte de cada paciente. Pode ser feito em casa, com sabonetes para limpeza, loções ou géis tópicos (de uso local) para uso diário, nos casos mais leves.

    Às vezes é necessário uso de remédios sistêmicos (comprimidos) como antibióticos e/ou derivados da vitamina As apresentações clínicas pouco inflamatórias e não extensas são tratadas, em geral, com medicamentos tópicos: peróxido de benzoíla (PB), retinóides ou ácido azelaico. Para os casos mais graves e extensos, utilizam-se medicamentos sistêmicos: antibióticos, antiandrógenos ou isotretinoína. Todas essas modalidades são bem conhecidas, têm indicações precisas na inibição e regulação da produção do sebo, mas, ocasionalmente, podem desencadear efeitos adversos não toleráveis, como o ressecamento grave de mucosas e da pele (ARRUDA et al., 2009).

    Portanto os autores destacam o avanço na compreensão do tratamento e seu aperfeiçoamento, que atinge cada vez mais, melhores resultados e traz aos pacientes satisfação independente de seu grau ou seqüelas marcada pela doença, ajudando atingir um bom tratamento. No entanto nota-se assim, a necessidade de maiores esclarecimentos científicos a respeito do método (COSTA; LAGE; MOISÉS, 2010).

    Diante do exposto, este estudo tem por objetivo, desenvolver uma revisão de literatura sobre os mais diversos tipos de tratamento clínico na acne vulgar nos últimos dez anos com ênfase na acne vulgar, diferentes tipos de acne, classificação da acne e seus benefícios com o tratamento.

    O interesse pela temática abordada é em virtude da necessidade de analisar os benefícios que o tratamento traz ao identificar, e comparar os diversos tipos de acne e tratamento que podem levar não só a cura, mas também a da uma melhor qualidade de vida, tanto física como psíquica e social a cada indivíduo que venha a apresentar acne vulgar (GUEDES et al., 2009).

2.     Metodologia

    A fim de responder o objetivo proposto dessa pesquisa, realizou-se uma revisão integrativa de literatura tendo em vista que esta é uma alternativa fundamentando tal pesquisa, onde a mesma se propõe a buscar e analisar o conhecimento publicado referente a determinado tema, de maneira profunda. É o método mais amplo frente aos estudos de revisão bibliográfica, pois possibilita a incorporação de evidências na prática clínica para uma compreensão minuciosa do fenômeno analisado (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

    O trabalho consiste de uma revisão integrativa com base ao tema proposto, com o auxilio das bases de dados pertencentes ao Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e de Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Foram efetuadas palavras-chave, tanto isoladas quanto cruzadas tais como, acne vulgar, tratamento da acne, diferentes tipos de acne, classificação da acne, estágio da acne, acne. As referências utilizadas foram português.

    Estudos anteriores a esse período não foram admitidos, exceto aqueles que não existiam referências mais atuais, ou representaram pesquisas inovadoras para a sua época de publicação, ou foram referenciados por um grande número de autores (maior que cinco), ou ainda que serviram de base para a elaboração de consensos.

    Após o levantamento de dados, foi feita a verificação manual com a pretensão de resgatar os mesmos. Foram selecionados apenas os artigos completos com a possibilidade de acesso gratuito, que foram publicados em periódicos nacionais nos últimos 10 anos e estiverem indexados em um dos bancos de dados descritos anteriormente. Por fim o levantamento de dados bibliográficos e as informações contidas foram recolhidas, organizadas e discutidas.

    Foram excluídos da pesquisa os demais trabalhos como teses, dissertações e projetos que estejam disponíveis nas bases de dados, bem como os artigos sem possibilidade de acesso gratuito, que foram publicados em anos inferiores a 2003, escritos em outras línguas e que estejam disponíveis apenas no formato de resumo simples.

3.     Resultados e discussões

    A seguir estão relacionados os dados encontrados, primeiramente organizados no Quadro 1, no qual se pode visualizar as publicações referentes à temática proposta e por aproximação de conteúdos:

Título

Autor

Revista

Ano

País

Fonte

Acne fulminans e isotretinoína

Juliano Vilaverde Schmitt; Mariana Tavares; Felipe Bochnia Cerci

 

An. Bras. Dermatol. vol.86 

2011

Brasileira

Scielo

Padrões clínicos de acne em mulheres de diferentes faixas etárias

Juliano Vilaverde Schmitt; Paula Yoshiko Masuda; Hélio Amante Miot

 

An. Bras. Dermatol. vol.84

2009

Brasileira

Scielo

Acne induzida por amineptina

Antonio Carlos Martins Guedes; Aline Almeida Bentes; Jackson Machado-Pint; Maria de Lourdes Ribeiro de Carvalho

An. Bras. Dermatol. vol.84

2009

Brasileira

Scielo

Experiência de 65 anos no tratamento da acne e de 26 anos com isotretinoína oral

Sebastião de Almeida Prado Sampaio; Edileia Bagatin

An. Bras. Dermatol. v.83 

2008

Brasileira

Scielo

Hepatotoxicidade pela flutamida em paciente sob tratamento para acne

Maria de Fátima Duques de Amorim; Waldir Pedrosa Dias de Amorim; Pedro Duques; Paulo Duques de Amorim; Juliana Ramalho de Vasconcelos

An. Bras. Dermatol. v.80 n.4 

2005

Brasileira

Scielo

Síndrome da resposta inflamatória sistêmica: denominação possivelmente aplicável a fenômenos dermatológicos

Maria de Fátima de Medeiros Brito

An. Bras. Dermatol. v.82 n.4 

2007

Brasileira

Scielo

    Após coleta dos dados no Scielo e Lilacs, verificou-se que das 120 bases albergadas pelas referidas bibliotecas, apenas seis apresentavam artigos da Scielo que abordavam os te­mas propostos, o que evidencia uma carência de estudos co­muns às áreas em questão.

    Segundo Schmitt et al (2011) a acne é uma das principais queixas e, apesar de ser autolimitada, na maioria dos casos, causa significativo impacto psicossocial, além de, potencialmente, deixar cicatrizes inestéticas permanentes.

    Para Arruda et al (2009) a acne é uma doença inflamatória crônica da unidade pilossebácea e acomete aproximadamente 80% da população jovem. Alterações na formação e diferenciação das células do folículo pilossebáceo resultam na hiperqueratinização do ducto com conseqüente acúmulo de células no lúmen, o qual, associado à retenção da secreção sebácea, forma os comedões, que são as lesões iniciais da acne.

    De acordo com Guedes et al (2009) a acne vulgar é uma inflamacão das unidades pilossebáceas de algumas áreas do corpo (face, tronco e raramente na região glútea), que ocorre mais freqüentemente na adolescência e apresenta formas clínicas bem definidas pela lesão preponderante: acne comedoniana, acne papulo-pustulosa, acne nódulo-cística. As lesões podem levar a cicatrizes escavadas, deprimidas e hipertróficas, sendo essas seqüelas particularmente comuns na acne nódulo-cística e na acne conglobata.

    A acnes fulminans é a afecção rara e a forma mais grave de todo o espectro clínico da acne. Caracteriza-se pelo aparecimento súbito de nódulos inflamatórios dolorosos que ulceram, concomitantemente, a manifestações sistêmicas. Pode ser induzida pela isotretinoína e alguns autores acreditam que a ocorrência do quadro seja dose dependente. O tratamento é controverso, não havendo padronização até o momento. Apresenta-se caso desta rara doença, desenvolvida durante o uso de isotretinoína em baixas doses (PEREIRA, 2011).

    Os tratamentos mais preconizados para a acne objetivam corrigir um ou mais fatores envolvidos na gênese do processo. A escolha dependerá da gravidade e extensão da doença. Apresentações clínicas pouco inflamatórias e não extensas são tratadas, em geral, com medicamentos tópicos: peróxido de benzoíla (PB), retinóides ou ácido azelaico (PEREIRA, 2011).

    Para os casos mais graves e extensos, utilizam-se medicamentos sistêmicos: antibióticos, antiandrógenos ou isotretinoína. Todas essas modalidades são bem conhecidas, têm indicações precisas na inibição e regulação da produção do sebo, mas, ocasionalmente, podem desencadear efeitos adversos não toleráveis, como o ressecamento grave de mucosas e da pele, o aumento dos níveis de triglicérides e colesterol e a teratogênese induzida pela isotretinoína (ARRUDA, 2009).

    Diante dos estudos, através de artigos, percebe-se que existe diversos tratamentos clínicos para acne vulgar, na qual as mesmas variam de acordo com o grau de acometimento. No entanto novos estudos científicos estão sendo aprofundados sobre os aspectos funcionais da acne no processo de seu tratamento clínico, abordando um número cada vez maior de pesquisas.

4.     Conclusão

    Pode-se entender através desta revisão integrativa que o tratamento da acne deve ser realizado o mais precoce possível, para evitar cicatrizes físicas e psicossociais, devendo abordar todos ou o máximo possível de fatores envolvidos na etiologia da doença.

    Com a realização deste estudo concluiu-se no término do mesmo que são várias as possibilidades para que se possa tratar a acne vulgar, as quais são dependentes sobre tudo da tipologia da doença, sendo assim, é de suma importância que todos os pacientes tenham consciência sobre a natureza da acne e sobre o caráter autolimitado dos tratamentos, pois todos eles têm a sua ação limitada a eliminar as lesões acnéicas e a prevenir suas complicações.

    Portanto novas pesquisa se fazem necessárias para melhor mostrar os diversos tipos de terapias que ajudam no tratamento da acne vulgar, levantando suas diferenças, características e particularidades.

Referências

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  • ARRUDA, L. H. F. et al. Estudo clínico, prospectivo, aberto, randomizado e comparativo para avaliar a segurança e a eficácia da luz azul versus peróxido de benzoíla 5% no tratamento da acne inflamatória grau I e II. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 84, n. 5, p. 463-468, 2009.

  • BRITO, M. F. M. Systemic inflammatory response syndrome: a denomination possibly applied to dermatological phenomena. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 82, n. 4, p. 359-361, 2007.

  • COSTA, A. et al. Acne vulgar: estudo piloto de avaliação do uso oral de ácidos graxos essenciais por meio de análises clínica, digital e histopatológica. An Bras Dermatol, v. 82, n. 2, p. 129-34, 2007.

  • COSTA, A; DE AVELAR, A; Maurício. M. et al.Fatores etiopatogênicos da acne vulgar. Anais brasileiros de dermatologia, v. 83, n. 5, p. 451-459, 2008.

  • DE MEDEIROS, B; MARIA, F. et al. Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações laboratoriais em pacientes com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. An Bras Dermatol, v. 85, n. 3, p. 331-7, 2010.

  • GUEDES, A. C. M. et al. Acne induzida por amineptina. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 84, n. 1, Feb. 2009.

  • MENDES, K. D.; SILVEIRA, R. C. C. P.; GALVAO, C. M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Revista Brasileira de enfermagem. 2008, vol.17, n.4, pp. 758-764.

  • MOURA, H. H. G. et al. Síndrome do ovário policístico: abordagem dermatológica. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 86, n. 1, Feb. 2011.

  • PEREIRA, M. F. et al. Acne fulminans e isotretinoína: relato de caso. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 86, n. 5, Oct. 2011.

  • SAMPAIO, S. A. P; BAGATIN, E. Experiência de 65 anos no tratamento da acne e de 26 anos com isotretinoína oral A 65-year experience treating acne, including 26 years with oral isotretinoin. An Bras Dermatol, v. 83, n. 4, p. 361-7, 2008.

  • SCHMITT, J. V; TAVARES, M; CERCI, F. B. Mulheres adultas com acne apresentam maior risco de elevação de triglicerídeos ao uso de isotretinoína oral. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 86, n. 4, Aug. 2011.

  • SCHMITT, J. V; MASUDA, P. Y; MIOT, H. A. Padrões clínicos de acne em mulheres de diferentes faixas etárias. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, v. 84, n. 4, Aug. 2009.

  • STEINER, D.; BEDIN, V.; MELO, J. S. J. Condutas Acne Vulgar. Moreira Jr. novembro, 2011.

  • TABORDA, M. L. V.V; WEBER, M. B; FREITAS, E. S. Avaliação da prevalência de sofrimento psíquico em pacientes com dermatoses do espectro dos transtornos psicocutâneos. An Bras Dermatol, v. 80, n. 4, p. 351-4, 2005.

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