efdeportes.com

A importância das capacidades físicas nos 

esportes coletivos: o contexto do basquetebol

La importancia de las capacidades físicas en los deportes colectivos: el contexto del baloncesto

The importance of the physical capacities in the collective sports: the context of the basketball

 

*Professor de Educação Física formada no Centro

Universitário do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI/SC

**Professor Especialista em Educação Física da Fundação Municipal de Esportes

de Rio do Sul - FMD/ABAVI. Mestranda em Educação UDE/Uruguai

***Professor de Educação Física da Academia Livre. Francisco Beltrão, PR

Mestrando em Educação UDE/Uruguai

****Professora de Educação Física. Mestre em Educação FURB

Mestranda em Desenvolvimento Regional no Programa de Pós Graduação

em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau/SC

*****Professor em Educação Física Doutor da Pós Graduação

em Educação Física da Faculdades AÇÂO/SC. Doutorando em Desenvolvimento

Regional no Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional

da Universidade Regional de Blumenau/SC. Bolsista FAPESC/SC

Eliane Maria Nunes de Oliveira*

Greice Kelly Cipriani**

Marcelo Francisco Koeche***

Camila da Cunha Nunes****

Eduardo Cartier*****

edcartier@hotmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O basquetebol é uma modalidade esportiva de grande representatividade no cenário esportivo. Sua prática de alta complexidade demanda grande esforço na tentativa de conhecer, sobretudo sua condição física. Neste sentido, a temática desenvolvida neste estudo prioriza o treinamento desportivo como foco de pesquisa. O objetivo central deste estudo central foi de refletir acerca da influência das capacidades físicas nos esportes coletivos, tendo como pano de fundo o contexto do basquetebol, relacionando a temática no âmbito da modalidade esportiva em questão. Como objetivo específico procuramos identificar e caracterizar a potencia muscular e a capacidade anaeróbica como componentes importantes à periodização de treinamento. O basquetebol é uma modalidade de alta intensidade subdividida em períodos curtos, e sendo assim, no âmbito das modalidades esportivas a necessidade de planejar a estrutura e treinamento, considerando as capacidades físicas envolvidas em conjuntos com os sistemas de energia são necessários para a maximização da aptidão física e de extrema relevância e valia, haja vista as demandas fisiológicas de caráter preponderantemente anaeróbico alático e lático.

          Unitermos: Capacidades físicas. Basquetebol. Periodização de treinamento.

 

Abstract

          The basketball is a sportive modality of great representation in the sportive scene. It’s practical of high complexity demand great effort in the attempt to know, over all its physical condition. In this direction, the thematic one developed in this study prioritizes the porting training as focus of research. The central objective of this central study was to reflect concerning the influence of the physical capacities in the collective sports, having as deep cloth of the context of the basketball, relating the thematic one in the scope of the sportive modality in question. As objective specific we look for to identify and to characterize harnesses it muscular and the anaerobic capacity as component important to the periodization of training. The basketball is a modality of high intensity subdivided in short periods, and being thus, in the scope of the sportive modalities the necessity to plan the structure and training, considering the involved physical capacities in sets with the energy systems are necessary for the maximization of the physical aptitude and of extreme relevance and value, it has seen the character demands physiological preponderantly anaerobic alactic and lactic.

          Keywords: Physical capacities. Basketball. Periodization of the training.

 

Recepção: 08/08/2014 - Aceitação: 10/11/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

1 / 1

Considerações iniciais

    O basquetebol se caracteriza como uma modalidade esportiva de grande relevância e muita receptividade no cenário esportivo, uma vez que sua contribuição nos aspectos sociais é de grande significância, tendo em vista a quantidade de indivíduos que praticam o esporte, seja em caráter competitivo ou apenas por diversão.

    No contexto escolar sua inserção está sustentada em todos os aspectos envolvidos para a aquisição de habilidades motoras, formação do esquema corporal, socialização, assim como todos os elementos psicomotrizes desejáveis para a formação integral do indivíduo. Neste sentido, o processo ensino aprendizagem no basquetebol tem recebido inúmeros questionamentos por conta da massificação do esporte, e seus métodos e técnicas de execução, contudo sua contribuição para o desenvolvimento do educando parece ser uma unanimidade na literatura específica.

    Sua representatividade é tamanha que está inserido nos currículos de Educação Física no ensino superior, e por sua vez na Educação Física escolar, evidenciando sua importância como disciplina e também como estratégia para o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem integral do indivíduo.

    Conhecer as potencialidades dos indivíduos que praticam a modalidade é tema recorrente na Educação Física uma vez que permite controlar o estado de condição física do atleta para que este tenha melhores condições de exercer seus objetivos enquanto rendimento esportivo. Neste sentido compreender a necessidade de elaboração da periodização de treinamento justifica-se pela possibilidade de se pensar a relação entre capacidades físicas distintas, e com isto assegurar a especificidade do treinamento e do individuo em sua magnitude, logo melhores prescrições de treinamento.

    Diante destas colocações iniciais elaboramos como problema de pesquisa a seguinte indagação, a saber: qual a influencia das capacidades físicas nos esportes coletivos, a partir de um olhar sustentado na modalidade esportiva do basquetebol, tendo em vista sua periodização ao longo de uma temporada?

    O objetivo central deste estudo central foi de refletir acerca da influência das capacidades físicas nos esportes coletivos, tendo como pano de fundo o contexto do basquetebol, relacionando a temática no âmbito da modalidade esportiva em questão. Como objetivo específico procuramos identificar e caracterizar a potencia muscular e a capacidade anaeróbica como componentes importantes à periodização de treinamento.

    Desenvolvemos como ideia inicial neste estudo qualitativo de caráter bibliográfico que a periodização exerce enorme influência no controle de cargas, bem como na sua periodização ao longo da temporada. Uma vez um controle adequado na prescrição melhor são os resultados almejados inclusive a possibilidade de minimização no controle de lesões decorrentes do esforço contínuo.

    Para melhor compreensão do texto o dividimos em dois momentos, sendo estes: compreendendo o planejamento e a periodização; e por fim a importância da capacidade anaeróbica em esportes coletivos: o contexto do basquetebol.

Compreendendo o planejamento e a periodização

    Ao controlar e planejar o treinamento de atletas, a utilização das capacidades físicas se dará de maneira mais segura e previsível, pois a complexidade que envolve o processo de prescrição e planejamento é tão grande que considerar este nível de aptidão física em crianças e adolescentes permite um desenvolvimento adequado inclusive para uma melhor condição de saúde.

    Gomes (1999) afirma que sem estar apoiado numa idéia clara de estrutura de preparação elaborada – periodização - não é possível dirigir efetivamente o processo de treinamento.

    O treinamento deve ser planejado e específico para que os sistemas de energia dos atletas se adaptem as exigências específicas do esporte em questão, (BOMPA, 2002). Neste sentido, aprimorar a capacidade de realizar determinadas atividades é necessário utilizar os músculos e sistemas do que o corpo oferece, especificamente, seguindo a especificidade do treinamento e o princípio de sobrecarga, ou seja, princípios do treinamento desportivo (FOSS; KETEYIAN; FOX, 2000), ou seja, a necessidade da periodização de treinamento.

    A periodização refere-se às alterações ou as variações do programa de treinamento de força que são implementados durantes um período de tempo específico, como, por exemplo, um ano (WILMORE; COSTILL, 2001).

    Tubino (1989) atesta ainda que no treinamento desportivo, mais especialmente nas preparações físicas, os trabalhos estarão sempre relacionados com o desenvolvimento dos tipos de energia necessários para as contrações musculares.

    Estudo da força explosiva – é o tipo de força que se pode ser explicada pela capacidade exercer o máximo de energia num ato explosivo. Também conhecida como potência muscular. A força explosiva é uma valência física presente na maioria das modalidades desportivas. No atletismo e na natação, somente os fundistas não necessitam dessa qualidade em termos prioritários. Nas lutas e desportos coletivos, os movimentos explosivos praticamente caracterizam os grandes atletas.

    Estudo da velocidade de deslocamento – a velocidade de deslocamento é a capacidade máxima de um individuo deslocar-se de um ponto para outro. Também é chamada de velocidade de movimento.

    Para Arruda e Rinaldi (1999) a velocidade de deslocamento depende em grande parte do dinamismo dos processos nervosos que atuam sobre o sistema motor. Evidentemente, que as fibras de contração rápida (FTF) serão as variáveis principais dentro de um enfoque de estrutura muscular favoráveis para maiores possibilidades desportivas de atletas velocistas que necessitam de um aprimoramento específico na velocidade de deslocamento. A velocidade de deslocamento é uma valência física especifica em provas de velocidade de um modo geral (Atletismo, Natação, Ciclismo e Remo), e em desportos coletivos como Handebol, Futebol, Basquetebol, Pólo Aquático e Voleibol (TUBINO, 1989).

    Para obter um bom desempenho em esportes intermitentes é necessária uma boa aptidão anaeróbia, e esta é dependente de duas variáveis: a potência e a capacidade anaeróbia. A capacidade anaeróbia (CAn) de um indivíduo representa a capacidade de regenerar ATP a partir de fonte não mitocondriais (ROBERGS; ROBERTS, 2002), ou seja, através dos sistemas alático e glicolítico e se refere principalmente à capacidade recuperativa do sistema. Já a potência anaeróbia (PAn) reflete a máxima velocidade de execução de um dado trabalho representando predominantemente a velocidade de produção de energia pelo sistema alático (ARRUDA; RINALDI, 1999).

    Em esportes intermitentes ou de curta duração, uma máxima velocidade num espaço curto de tempo (sprints) pode ser decisivo para o sucesso, visto que determinadas ações, como uma arrancada no futebol, uma corrida de aceleração ou numa corrida de 100 metros utiliza-se grande parte do metabolismo anaeróbio (POWERS; HOWLEY, 2005 apud ELENO, 2002). Em adição, durante tais exercícios, a ressíntese muscular de ATP deve ser realizada rapidamente para prevenir a fadiga e manter a contração muscular (ROBERGS; ROBERTS, 2002).

    Segundo Fleck e Kraemer (1999), "potência é a velocidade em que se desempenha o trabalho". A força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento e em uma determinada velocidade. A maioria dos atletas e muitos não atletas que treinam com pesos esperam que os ganhos em força e potência, produzidos por um programa de treinamento de força, resultem em um melhor desempenho esportivo (FLECK; KRAMER, 1999).

    Durante o processo de desenvolvimento motor de adolescentes, segundo Böhme (2008), ocorre uma série de mudanças fisiológicas e mecânicas, em que os fatores do crescimento físico, da maturação, do desenvolvimento da aptidão física, da atividade física, da idade e da experiência estão inter-relacionados. As mudanças estão representadas pelas alterações das características somatomotoras do indivíduo que em diferentes aspectos relaciona-se com o desempenho da aptidão física.

Importância da capacidade anaeróbia em esportes coletivos: o contexto do basquetebol

    Durante a realização de um jogo de modalidade coletiva, ocorre a alternância de períodos de esforço e de recuperação. Esse tipo de alternância entre esforço e pausa se assemelha às exigências do método de treinamento intermitente, que apresenta diversas variações, mas tem como princípio básico a utilização de uma série de estímulos submáximos alternados com períodos de intervalo que propiciam uma recuperação parcial, imposta ante o estímulo aplicado. Os estímulos no trabalho intermitente podem ser constituídos de série de turnos repetidos de exercícios, e os períodos de descanso são constituídos, geralmente, por atividade leve ou moderada. A duração dos períodos ativos e de repouso, assim como as intensidades dos exercícios no trabalho intermitente, pode ser variada, como observado na movimentação característica do jogador de handebol, basquetebol e futebol.

    Através do trabalho intermitente, é possível treinar as três vias metabólicas de produção de energia, uma vez que elas estão intimamente ligadas e atuam simultaneamente durante a atividade. Dependendo da intensidade do exercício e da combinação entre esforços e pausas, é possível sobrecarregar mais um mecanismo que os outros.

    Nos momentos de movimentações explosivas, é a via do ATP-CP a principal responsável pela disponibilidade de energia (ATP). Esse sistema consiste de reação anaeróbia para a produção de energia imediata, ou seja, em ausência de oxigênio. A produção de adenosina trifosfato (ATP), neste caso, dá-se a partir da combinação de adenosina difosfato (ADP) e creatina-fosfato (CP). O ATP, ADP e CP encontram-se nos músculos e suprem a energia necessária para a realização do movimento, durante um curto período de tempo (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1992).

    Inicialmente, esses três compostos energéticos estão disponíveis para a realização do movimento, porém, após alguns segundos, os estoques de ATP são esgotados. A partir deste momento, dá-se a reação ADP+CP formando ATP (ciclo ATP-CP) adicional para sustentar o fornecimento energético para atividades com duração inferior a 10 segundos. É importante salientar que o ciclo ATP-CP só será formado enquanto houver CP disponível e que a ressíntese de CP, por sua vez, requer ATP e só é possível durante a recuperação do exercício (POWERS; HOWLEY, 1990 apud ELENO, 2002).

    Quando o esforço intenso se prolonga, como num ataque organizado ou numa movimentação defensiva, por exemplo, o sistema ATP-CP não atende à demanda e um segundo mecanismo anaeróbio é ativado: a via anaeróbia lática, que produz ATP através de um conjunto de reações químicas denominadas glicólise anaeróbia, utilizando como substrato energético somente a glicose resultante da desintegração de carboidratos provenientes da ingestão alimentar.

    Essas reações se processam em meio aquoso, fora da mitocôndria (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1992). A produção do ATP, tendo a glicose como combustível, acarreta a formação de ácido lático como metabólico, podendo causar fadiga quando acumulado na musculatura ou na corrente sangüínea (POWERS; HOWLEY, 1990 apud ELENO, 2002).

    Todo movimento requer um suprimento contínuo de energia para que ocorra transferência de energia no corpo. A energia é recolhida e conduzida através de um composto rico em energia denominado trifosfato de adenosina – ATP - que está presente e armazenada no corpo em toda e qualquer situação, seja em repouso ou em movimento (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1992).

    Os músculos dispõem de três principais mecanismos de reposição de ATP, o metabolismo anaeróbio alático, anaeróbio lático e o aeróbio. Durante a atividade física, estes sistemas contribuem com ATP, sendo que a participação de cada um se dá em função da sua intensidade e duração (PIOVEZAN, 1985).

    Para Kokubun e Daniel (1992) esportes coletivos, de uma forma em geral, compreendem esforços de alta intensidade realizados por períodos de curtíssima duração, compreendendo movimentos de natureza anaeróbia que podem ser sustentados pelos jogadores ao longo dos 40 e 90 minutos de duração de uma partida.

    Nas atividades musculares que exigem a produção de força quase máxima, como na corrida e no nado de curta distância muito da demanda energética é suprido pelo sistema ATP-CP e pela degradação anaeróbia do glicogênio muscular (glicólise). Os esforços máximos com duração inferior a seis segundos impõem as maiores demandas sobre a degradação e a ressíntese de ATP e creatina fosfato. (WILMORE; COSTILL, 2001).

    No começo da carga esportiva de intensidade suficientemente alta, na qual a necessidade de energia não pode ser suprida por meio de oxidação - o ritmo inicial lento da absorção respiratória de oxigênio é causado provavelmente por uma reação relativamente reduzida do sistema circulatório no início do trabalho, o músculo é de um certo modo, obrigado a produzir energia necessária pelas vias anaeróbicas (HERMANSEN, 1969 apud WEINECK, 1986).

    Na glicólise (anaeróbica), somente a glicose ou o glicogênio podem ser utilizados como fornecedores de energia. Do ponto de vista energético, o glicogênio intracelular é mais favorável, pois não tem de ser veiculado pelas vias sanguíneas, filtrado pela membrana celular e em seguida fosforilizado, e porque tem um rendimento melhor em ATP (WEINECK, 1986).

    As fibras rápidas não oxidativas (brancas), ou anaeróbicas de oxidação baixa, têm sua estrutura funcional favorável para trabalhos intensos e de curta duração, como provas de velocidade, e as suas capacidades glicolíticas podem ser melhoradas com a sucessão de treinos específicos. A produção do ATP nessas fibras é realizada predominantemente pela glicólise anaeróbica (TUBINO, 1989).

    Para Tubino (1989) e Weineck (1986), as fibras musculares possuem disponibilidade de reservas energéticas para as primeiras reações, as quais são chamadas reservas anaeróbicas aláticas e reservas anaeróbicas láticas. As reservas anaeróbicas aláticas servem para atender as primeiras solicitações energéticas de curta duração e de intensidade elevada.

    Tubino (1989) sustenta ainda que o treinamento específico para aumentar esse tipo de reserva energética visará aumentar a concentração de compostos fosforados de alto teor energético, o ATP e o CP (fosfocreatina) e ainda a mobilização desses fosforados para o esforço. As reservas anaeróbicas láticas são originárias da decomposição do glicogênio dos músculos e do fígado em ácido lático, através de reações bioquímicas que incluem a glicólise (decomposição da glicose em ácido pirúvico).

    Esse tipo de reserva contribui para a continuação de esforços intensos de duração um pouco maior (ex: corridas de velocidade prolongada e meio-fundo no atletismo prova de esgrima, partes de disputas de desporto coletivo, etc.). A propósito, um treinamento objetivando uma melhora da reserva anaeróbica lática poderá favorecer uma melhoria nos mecanismos de produção de ácido lático através da glicólise e um desenvolvimento paralelo na capacidade de suportar um acúmulo de ácido lático (TUBINO, 1989; WEINECK, 1986).

    Nos esportes coletivos com bola, como futebol, rúgbi, basquetebol e handebol, a maioria das ações durante a partida são de alta intensidade e curta duração, evidenciando que o metabolismo anaeróbio tem um papel determinante para o bom desempenho dos atletas dessas modalidades. Quando as ações de alta ou media intensidade são sucessivas e com pouco tempo de pausa, o sistema anaeróbio lático (glicolitico) predomina sobre o sistema anaeróbio alático para ressintetizar a adenosina trifosfato (ATP), já que os estoques de creatina-fosfato (CP) esgotam-se rapidamente (ALMEIDA, 2009). As variáveis que determinam o desempenho físico em atletas de alto rendimento de desportos intermitentes são dependentes da produção de energia, principalmente, do sistema anaeróbio e da capacidade de utilização de energia dos músculos (WILMORE; COSTILL, 2001).

    Segundo Pini (1983), o desempenho físico do ser humano é fracionado em variáveis de desempenho, que serão fatores determinantes nas diversas modalidades que um atleta pode atuar, em que uma análise da modalidade esportiva permite caracterizar as variáveis mais importantes para orientar e elaborar os testes específicos a serem aplicados para a fundamentação fisiológica e biomecânica do atleta, sendo que a avaliação da capacidade anaeróbia pode ser determinada através de testes em que a velocidade de utilização dos compostos fosforados e do glicogênio é limitada pelas reservas disponíveis, que determinarão a potência anaeróbia utilizada.

    Para Weineck (1986) os fosfatos de alta energia (ATP/CP) desempenham um papel decisivo no desenvolvimento da força máxima por conta da duração desta ação (poucos segundos), trazendo rapidamente a fadiga e consequente queda de desempenho para um nível submáximo.

    Praticantes com maior massa corporal se tornam mais lentos em esportes intermitentes em que é de suma importância a potência muscular, esta capacidade física fica evidente em ações de jogo, sprints com e sem mudança de direção, ou quando o atleta desacelera e acelera de forma mais brusca tendo que modificar a inércia da sua massa corporal. Com maior massa corpórea tendem a ter mais força, faltando-lhes a presença da velocidade para que haja e fique evidente o desempenho da potência muscular e ganho de tempo.

    Para Tubino (1989), a velocidade de reação pode ser definida como a velocidade com qual um atleta é capaz de responder a um estimulo com uma ação adequada. É uma capacidade física imprescindível para velocistas de modo geral (Atletismo e Natação), goleiros (Futebol), lutadores, voleibolistas, esgrimistas e outros. A base fisiológica da velocidade de reação é a coordenação entre as contrações e as atividades das funções neurológicas criadoras dos automatismos. Sabe-se que a capacidade de um atleta possuir mais velocidade de reação, ou qualquer outro tipo de velocidade, esta diretamente ligada à predominância das chamadas fibras de contração rápida.

Considerações finais

    O basquetebol é uma atividade que envolve diferentes capacidades motoras e seus subcomponentes que atuam em função dos movimentos aplicados às especificidades das situações de jogo (BARBANTI, 2005).

    Indubitavelmente o basquetebol é uma modalidade de alta intensidade subdividida em períodos curtos, e sendo assim, no âmbito das modalidades esportivas a necessidade de planejar a estrutura e treinamento, considerando as capacidades físicas envolvidas em conjuntos com os sistemas de energia são necessários para a maximização da aptidão física e de extrema relevância e valia, haja vista as demandas fisiológicas de caráter preponderantemente anaeróbico alático e lático em que são realizados movimentos intensos e de curta duração, devido principalmente ao acúmulo dos esforços e da fadiga em função do caráter intermitente do esporte em questão.

    Ao iniciar o estudo tínhamos a ideia de que a periodização de treinamento facilitaria a prescrição de treinamento no sentido de possibilitar melhores condições de planejamento. Ao término deste percebemos que a premissa básica que impulsionou o estudo estava acertada, tendo em vista a complexidade que envolve um processo de construção de uma ou varias temporadas.

    Pensar nesta complexidade proporciona a magnitude de todas as condições de treinamento. Em que pese às capacidades físicas e suas relações, controles e condicionamentos; a periodização de treinamento com todas as suas imbricações, conjuminadas com os diversos sistemas de energia envolvidos.

    Relacionar tais componentes permite atingir as metas e os objetivos idealizados com segurança e controle. Para o atleta e para equipe sinaliza a possibilidade de explorar melhor suas condições físicas e técnicas.

Referencias

  • ALMEIDA, A. G. Avaliação da capacidade anaeróbia de jogadores de futebol através do teste vai-e-vem. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Campinas, v. 11, n 1, p. 88-93. Sem. 2009.

  • ARRUDA, M.; RINALDI, W. Utilização da potência muscular no futebol: um estudo da especificidade em jogadores de diferentes posições. Revista Treinamento Desportivo. Curitiba, v. 4, n. 3, p. 35-42, dez.1999.

  • BARBANTI, V. J. Formação de Esportistas. Barueri: Manole, 2005.

  • BOHME, M. T. S. Aptidão física de jovens atletas do sexo masculino em relação à idade cronológica e estágio de maturação sexual. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo. v. 22, n 2, p 139-48. Sem. 2008.

  • BOMPA, T. Treinamento total para jovens e crianças. Barueri: Manole, 2002.

  • ELENO, T. G. Tipos de Esforço e Qualidades Físicas do Handebol. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. Campinas, v. 24, n.1, p.83-98, 2002.

  • FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

  • FOSS, M. L. KETEYIAN, S. J. FOX. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6a edição, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

  • GOMES, A. C. Treinamento Desportivo: Princípios, meios e métodos. Londrina: Artmed, 1999.

  • KOKUBON, E. DANIEL, J. F. Relações entre a intensidade e duração das atividades em partida de Basquetebol com as capacidades aeróbia e anaeróbia: estudo pelo lactato sanguíneo. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, vol. 2, p. 37-46, Jul./Dez., 1992.

  • MCARDLE, W. D. KACTH, F. KATCH, V. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.

  • PINI, M. C. Fisiologia Esportiva. 2a ed. Rio de Janeiro: RJ. Guanabara Koogan, 1983.

  • PIOVEZAN, A. Efeito do número de sessões semanais de treinamentos exaustivos sobre os metabolismos anaeróbicos alático, lático e anaeróbico em universitários do sexo feminino. 136 f. Tese (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1985.

  • ROBERG R. A; ROBERTS S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício: para aptidão, desempenho e saúde (coordenação de tradução Antonio Carlos da Silva). São Paulo: Phorte, 2002.

  • TUBINO, M. J. G. Metodologia científica do treinamento desportivo. 8ª edição, Saõ Paulo: Ibrasa, 1989.

  • WEINECK, J. Manual de treinamento esportivo. 2ª edição, São Paulo: Manole, 1986.

  • WILMORE, J. H.; COSTILL, D L. Fisiologia do esporte e exercício. 2ª edição, São Paulo: Manole, 2001.

Outros artigos em Portugués

  www.efdeportes.com/
Búsqueda personalizada

EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 199 | Buenos Aires, Diciembre de 2014
© 1997-2014 Derechos reservados