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A trajetória do esporte moderno: dos primórdios ao fenômeno social

El recorrido del deporte moderno: de los orígenes al fenómeno social

 

Licenciado em Educação Física pelo Instituto Metodista Granbery, Juiz de Fora – MG/2012

Aluno dos cursos de Especialização em Metodologia da Educação Física Escolar

no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais,

Campus Juiz de Fora e Ensino da Educação Física para a Educação Básica na Universidade

Federal de Juiz de Fora - UFJF; atua como professor bolsista no Colégio de Aplicação

João XXIII - UFJF e Tutor no Curso de Licenciatura em Educação Física

a distancia da Universidade Federal de Juiz de Fora

Bruno Botti Esteves

bruno.edu.fisico@gmail.com

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo de revisão bibliográfica tem como tema a história do Esporte Moderno, onde discorremos a partir dos primórdios do desporto, ainda na vida primitiva do Homem, passando pelos Jogos Olímpicos da antiguidade, a negação das práticas corporais na idade média, pelo movimento esportivo inglês, até os Jogos Olímpicos da era moderna e o uso político do desporto, finalizando com o Movimento Esporte para Todos (EPT). Sempre pautados em autores de grande prestígio na área, buscamos entender como estas práticas corporais socialmente construídas, vieram a se tornar ao longo da história, este fenômeno de consumo com o qual nos deparamos atualmente.

          Unitermos: Desporto. História. Fenômeno social.

 

Recepção: 29/11/2014 - Aceitação: 15/12/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 199, Diciembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Segundo Kunz:

    Fica evidente que o esporte é em todas as sociedades atuais um fenômeno extremamente importante. Defrontamo-nos com ele a toda hora e em todos os instantes, mesmo sem praticá-lo. [...] Isso vem gerando uma influencia cada vez maior sobre nossa 'cultura de movimento', e principalmente sobre o conteúdo a ser desenvolvido nas aulas de Educação Física (KUNZ, 2006, p. 22).

    Assim, a partir de observações e vivências como docentes, e o estudo de textos que comprovam a dimensão exacerbada que o esporte tomou na sociedade atual, ficamos interessados em pesquisar na literatura específica, a origem do esporte moderno a fim de entendermos como esse importante elemento da cultura corporal de movimento, portanto, conteúdo da educação física escolar, conforme Coletivo de Autores (1992); veio a se tornar esse fenômeno que Kunz (2006) expõe no trecho citado acima.

    Buscaremos em nossa pesquisa, as origens primitivas do esporte, o surgimento do esporte moderno, o inicio dos jogos olímpicos da era moderna, alguns exemplos da influencia do esporte na política e na sociedade mundial e brasileira no decorrer do século XX, como também a perspectiva histórica do movimento “esporte para todos” (EPT) desde sua criação na Noruega.

Os primórdios do esporte e dos Jogos Olímpicos

    As raízes do desporto têm origem no início da vida primitiva com os exercícios para o corpo, necessários para a sobrevivência do ser humano, como as caminhadas, a caça, a natação, a defesa, e nos momentos de lazer, com a dança (LYRA FILHO, 1973). Assim, o esporte nasceu a partir da necessidade do homem de se movimentar e seu fascínio pelo jogo, que segundo relatos pode anteceder até mesmo a cultura (PEREIRA, 1980). Para entender a essência do esporte, e necessário vinculá-lo ao jogo, onde o jogo é o elo entre a cultura e o esporte (TUBINO, 1993).

    Existem duas correntes diferentes no que se diz sobre a origem do esporte: uma relaciona o surgimento do esporte com finalidades educacionais desde os primórdios; a segunda vê o esporte como fenômeno biológico, e não histórico (TUBINO, 1993). Tubino (1993) ressalta que o ponto em comum entre essas linhas de pensamento que se tornou a principal bandeira do desporto: a competição, onde se houver esporte deve haver disputa. A competição se origina de uma versão mais agressiva do jogo (PEREIRA, 1980).

    Quando deixou de ser nômade o homem passou a sofrer ataques em suas terras, assim a solução foi o agrupamento, que resultaram nas primeiras nações, e idéias de atividade física, onde estavam incluídas as práticas com objetivos higienistas no oriente e a ginástica grega com caráter educativo e preparatório para guerra (TUBINO, 1993).

    Após ultrapassarem as condições primárias de sobrevivência, as civilizações vivenciaram as primeiras experiências do que futuramente se tornariam as atividades esportivas, como por exemplo, os egípcios que já praticavam esgrima, arremessos e remo; e vale ressaltar que essas práticas ocorriam desde 4.000 A. C. (PEREIRA, 1980). Os jogos com bola também se mostraram presentes em diversas civilizações primitivas, inclusive nos índios das Américas (LYRA FILHO, 1973).

    A Grécia foi à sociedade mais voltada à cultura esportiva na história antiga, onde os espartanos eram belicistas e adoradores dos exercícios corporais, e os atenienses como intelectuais, interpretavam os jogos esportivos como parte da cultura, da religião, e como meio de educação (PEREIRA, 1980). Os gregos tinham no esporte e na atividade corporal, meio de formação para os jovens, iniciando aos seis anos de idade com a ginástica (MARINHO, 1980).

    O esporte da antiguidade, observado desde a pré-história teve como principal manifestação os Jogos Gregos que compreendiam as Olimpíadas, os Jogos Fúnebres e os Jogos Píticos (TUBINO, 1987). Esses jogos foram os primeiros registros de uma competição organizada e marcaram a história esportiva por representarem a idéia inicial de esporte (TUBINO, 1993).

    Os Jogos Olímpicos foram realizados 293 vezes em 12 séculos, de quatro em quatro anos, em Olímpia, na Élida, em homenagem a Júpiter, e deveriam elevar a Zeus, o Deus supremo (TUBINO, 1993). Segundo o autor, havia um regulamento rígido, os escravos poderiam somente assistir, enquanto as mulheres nem mesmo observar.

    Cada cidade do império era representada por atletas, poetas, filósofos e dignitários (PEREIRA, 1980). Não podiam participavam escravos, bárbaros, e condenados pela justiça, onde todos os competidores deveriam se inscrever no prazo determinado, fazer um estágio no ginásio de Élida e realizar o juramento Olímpico (MARINHO, 1980).

    Segundo Marinho (1980), os esportes em disputa eram, o atletismo, com as corridas, o pentatlo, os lançamentos; as lutas de pugilato e pancrácio; o hipismo juntamente com a corrida de carros, dentre outras modalidades. Não raramente as lutas terminavam em espetáculos de crueldade, a ponto de Aristóteles, respeitado filósofo grego, criticar a exagerada violência dos atletas e dizer que determinadas atitudes dos esportistas são tão maléficas quanto o sedentarismo (LYRA FILHO, 1973).

    Quanto à premiação, o vencedor ganhava uma coroa de ramos no templo de Zeus, e também prêmios como escravos, isenção de impostos, pensão vitalícia, etc. (TUBINO, 1993). Após a cerimônia era oferecido um banquete a todos os presentes (MARINHO, 1980).

    Nesse momento, o desporto se mostra pela primeira vez como fenômeno social, onde durante os Jogos Olímpicos ocorria uma espécie de trégua sagrada no mundo grego, proibindo qualquer tipo de guerra (PEREIRA, 1980). Pereira (1980) afirma que filósofos influentes como Platão, Sócrates e Aristóteles referiam-se ao valor do esporte em aspectos educacionais, formadores, morais, estéticos, religiosos, e que somente a força dos jogos era capaz de unificar a Grécia, mesmo que de tempos em tempos, fato a poderosa igreja não permitia.

    Os últimos Jogos Olímpicos da era antiga foram realizados em 393 D. C. já deteriorados em função da dominação de Roma sobre a Grécia, onde o imperador Teodósio ordenou sua extinção na tentativa de abolir as festas pagãs (PEREIRA, 1980). Contudo, ficou alguma influência cultural grega, com o pentatlo e jogos nos moldes das Olimpíadas como os Jogos Augustos e os Jogos Capitólios (PEREIRA, 1980).

    Os romanos, por priorizarem a conquista de território, davam aos eventos esportivos um caráter de espetáculo popular, com a finalidade de entorpecer a plebe com vinho e diverti-los com lutas sangrentas de gladiadores, evitando dessa forma revoltas populares, política essa conhecida como “pão e circo” (PEREIRA, 1980; TUBINO, 1993).

    Segundo Pereira (1980), os exercícios físicos, eram tidos somente como práticas complementares e não base na formação física e moral dos jovens como na tradição grega. A atividade corporal ficou reduzida aos jogos, as tarefas agrícolas e militares (MARINHO, 1980). Conforme Marinho (1980), os romanos consideravam os esportes e a ginástica imoral pelo nudismo dos praticantes.

    Durante a idade Média, as atividades físico-desportivas foram se distanciando cada vez mais da igreja e assim tornaram-se irrelevantes, com os jovens nobres da época encaminhados a educação religiosa ou a cavalaria, restavam-lhes apenas exercícios ligados ao adestramento hípico e ao combate, como as Justas, a esgrima e as corridas (PEREIRA, 1980; MARINHO, 1980). Os esportes, como qualquer atividade corporal fora do recomendado pela igreja, eram condenados e considerados pecado grave (BRASIL, 2004).

    Esse período pós-romano caracteriza-se pela transformação das atividades esportivas em jogos populares, e apresenta a primeira distinção entre os esportes da elite e os de massa, tendo origem também duas peculiaridades fundamentais ao esporte: a lealdade e o espírito de equipe (PEREIRA, 1980). Eram muito comuns os torneiros da cavalaria, onde ocorriam disputas de justas, que aos poucos foram ganhando regras para diminuir o desgaste físico dos cavaleiros, mas nunca chegaram a perder o status de batalha (MARINHO, 1980).

    Durante o Renascimento, os esportes foram reavivados, principalmente entre os educadores da época, como o italiano Vittorino da Feltre (1378-1446), que reaproximou práticas como a ginástica, a natação, a corrida, a luta, dentre outras, da educação, baseado nos princípios gregos de harmonia entre corpo e mente (MARINHO, 1980).

    Segundo Marinho (1980), outro pedagogo a defender o esporte como meio formador, foi Maffeo Veggio (1407-1458), que publicou em sua obra “Educação da criança” que os jovens deveriam se movimentar através de atividades sem violência, acabando assim com a preguiça do corpo; sendo indicados os jogos que não fossem nem além nem aquém, das capacidades físicas dos indivíduos, e jamais degradantes.

    Neste momento foram determinadas algumas bases que permanecem até hoje, como a pedagogia do esporte, originaria da visão do desporto numa face idealística e como pilar para os conhecimentos, inspirado na perspectiva grega (PEREIRA, 1980).

O surgimento do esporte moderno

    Com o declínio dos jogos populares na Europa do século XVII e XVIII em decorrência da industrialização e da urbanização, fato que levou os indivíduos a novos padrões de vida, tornando-se incompatíveis essas práticas, os jogos tradicionais foram perdendo suas principais funções, que estavam relacionadas às festas comemorativas ou religiosas (DUNNING, 1979 apud BRACHT, 2011). Segundo Da Costa (1988), muitas atividades rurais com cunho de esporte espontâneo e ritualista foram extintas após o êxodo da população para as cidades.

    Após serem reprimidos pelo poder público, Bracht (2011) afirma que o único lugar onde os jogos populares sobreviveram foi no interior das escolas, onde não eram vistos como ameaça a propriedade e a ordem pública. Dentro desse ambiente escolar os jogos tradicionais foram sendo regulamentados e se tornando próximos ao que chamamos atualmente de esporte moderno (BRACHT, 2011). Os estudantes formularam seus próprios jogos, como o futebol e a caça, mesmo reprimidos pelas autoridades escolares por considerá-los violentos e perigosos (BETTI, 1991).

    O termo “esporte moderno” tem origem segundo Martins e Altmann (2007), em 1986 com Norbert Elias e Eric Dunning com o intuito de diferenciá-lo do esporte antigo. A divisão entre esporte moderno e jogos tradicionais ocorre a partir da autonomização do campo esportivo em comparação aos outros campos sociais como o religioso, e essa ruptura se mostra na formulação de tempo e locais específicos determinados à prática do esporte, em oposição aos jogos tradicionais, que aconteciam em espaços ordinários durante as atividades do dia a dia nos momentos de lazer (MARTINS; ALTMANN, 2007).

    Conforme Martins e Altmann (2007), as principais características do esporte moderno são:

    A primeira atividade com as características do esporte moderno foi à caça a raposa, na Inglaterra do século XVIII e início do século XIX, onde essa prática tornou-se altamente especializada, com organizações e convenções próprias (MARTINS; ALTMANN, 2007).

    Segundo Bracht (2011), o esporte moderno tem como referencia uma atividade corporal de movimento competitiva, que surgiu na Europa no século XVIII e expandiu-se para o resto do mundo. Foi fundamentada em meados do Século XIX nas escolas da Inglaterra e pedagogicamente não restringia a competição (TUBINO, 1987).

    Pode-se dizer que o desporto moderno, foi resultado de uma mudança dos elementos da cultura corporal do movimento das classes populares e burguesas da Inglaterra, como os jogos populares, que contava com diversos jogos com bola (BRACHT, 2011). Conforme Sigoli e De Rose Jr. (2004):

    O esporte moderno se desenvolveu paralelamente ao processo de industrialização herdando dele a racionalização, sistematização e a orientação ao resultado. A origem do esporte na Inglaterra está em jogos e recreações populares, assim como em algumas atividades lúdicas da nobreza britânica. As modalidades esportivas foram concebidas pela regulamentação destas práticas (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004, p.114).

    Thomas Arnold, pedagogo inglês e diretor do colégio Rúgbi, implementou as atividades físicas da burguesia na educação, deixando que os alunos formulassem as regras e os códigos próprios, baseado numa concepção de jogo honesto que tinha como meta a formação moral e o prazer dos jogadores (TUBINO, 1987; 1993). Sua proposta era diminuir o tradicionalismo pedagógico britânico e incentivar a prática dos jogos populares nas escolas públicas, dando inicio a chamada “revolução esportiva” (PEREIRA, 1980).

    As características determinantes eram; ser um jogo; ser uma competição; ser uma atividade formadora (TUBINO, 1987). Tubino (1993) afirma que mais tarde com a popularização dessas atividades, houve a necessidade de algum órgão que coordenasse as disputas, surgindo assim às federações, clubes e também o associacionismo. A iniciativa de Thomas Arnold obteve sucesso, e disseminou rapidamente a prática esportiva pela Europa e por todo Mundo, com a devida ajuda da Marinha Inglesa e sua expansão territorial e comercial (PEREIRA, 1980; SIGOLI; DE ROSE JR, 2004). Sigoli e De Rose Jr. (2004) afirmam que:

    O esporte atingiu na Inglaterra todos os segmentos da sociedade e teve a igreja e as escolas estatais como agentes propagadores de grande importância. As igrejas, com o objetivo de atraírem fiéis, construíram ao lado de seus templos campos de futebol, onde eram disputadas partidas após as cerimônias nos finais de semana (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004, p.114).

    No decorrer do século XIX, diversas práticas de lazer que exigiam esforços físicos tomaram para si características do esporte moderno, com suas regras, especialmente aquelas pautadas pelas idéias de “justiça” e na igualdade de êxito para todos, passando a serem mais rigorosas, explícitas e diferenciadas (MARTINS; ALTMANN, 2007).

    Betti (1991) afirma que as classes média e trabalhadora tiveram acesso à prática esportiva a partir das conquistam trabalhistas, destacando-se a diminuição da jornada de trabalho, o que acarretou em mais tempo de ócio. A partir de então ocorreu à proliferação em massa dos clubes esportivos e organizações regionais (MCINTOSH, 1975 APUD BETTI, 1991).

    Assim, a racionalização extremada, característica marcante do esporte atual, teve início a partir da entrada da classe trabalhadora no campo esportivo e nas competições (DA COSTA, 1988). Segundo Da Costa (1988), a burguesia sedentária, instrumentou regras, para competir em igualdade de condições com os operários, muito mais aptos e ativos fisicamente. Conforme o autor foi neste momento que despontaram as primeiras noções da divisão entre profissionalismo e amadorismo na prática esportiva, com o objetivo de segregar a classe trabalhadora, que tinha o esporte como meio de vida, diferente da burguesia, que tinha no desporto uma oportunidade de convívio social e prazer.

    Betti (1991, p.45) afirma que:

    Em meados do século XIX o modelo esportivo predominante era o da classe média, que deu aos vários jogos esportivos, alguns descobertos em estado embrionário, organização, regras, técnicas e padrões de conduta para os praticantes, em grande parte vigentes até hoje. A partir de 1857 e até o final do século fundaram-se dezenas de associações esportivas nacionais na Inglaterra.

    Para a classe empresarial na época, o esporte como alternativa nos momentos de lazer da classe operária, se mostrou uma garantia de mão de obra produtiva e alienada, mantendo o físico do empregado apto a suportar as longas jornadas laborais; dando continuidade às idéias de produtividade, rendimento, respeito às regras pré-determinadas e tempo, conceitos esses presentes nas fábricas e bases do capitalismo moderno; como também, fomentando um “campo livre” para o trabalhador extravasar a tensão do dia a dia, acalmando o sentimento de indignação contra as condições de vida e trabalho, evitando assim revoltas populares (BRACHT, 2011).

    Segundo Tubino (1993, p.19):

    Outra contribuição importante para o movimento esportivo moderno, que até o final do século XIX apresentava apenas as modalidades atletismo, o remo, o futebol, e timidamente a natação, foi à participação da Associação Cristã de Moços, que apresentou nos Estados Unidos os principais esportes coletivos, como o Basquetebol e o Voleibol.

    Após discorrermos sobre a origem do movimento esportivo moderno, direcionaremos nossa pesquisa no capítulo seguinte, ao inicio dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, por considerarmos o evento como fator culminante para o desenvolvimento do esporte quanto “fenômeno social”.

Os Jogos Olímpicos da Era Moderna

    Segundo Betti (1991), os fatores determinantes para globalização da entidade esportiva foram o renascimento dos Jogos Olímpicos e a constituição do Movimento Olímpico Internacional a partir do Comitê Olímpico Internacional (COI), em 1896.

    Ao Final do século XIX, o Humanista e Aristocrata francês Pierre de Coubertain, percebendo a dificuldade de se preservar a paz no mundo, vislumbrou a possibilidade de promover a paz através do esporte, tal qual ocorria na trégua sagrada dos jogos Olímpicos da Grécia antiga (BETTI, 1991; TUBINO, 1993).

    Assim, pautado na filosofia educativa do esporte disseminada pelo pedagogo inglês Arnold Thomas, Coubertain idealizou a realização dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna (BETTI, 1991; TUBINO, 1993). Conforme Tubino (1993, p.18-19):

    Nesse sentido, acreditando no poder do esporte para estimular a convivência humana, Coubertain iniciou em 1892, o movimento de restauração dos Jogos Olímpicos, com base nas Olimpíadas da antiguidade, que chegaram até mesmo interromper as guerras durante o período de sua realização.

    Segundo Sigoli e De Rose Jr (2004):

    Em 1894, ocorreu na Universidade de Sorbonne um grande congresso esportivo reunindo dois mil delegados de 12 países. Sob a organização do Barão de Coubertain, o congresso abordou diversos temas do Esporte, entre os quais tiveram destaque o anúncio oficial da restauração dos Jogos Olímpicos, a discussão sobre amadorismo e profissionalismo e a nomeação de um Comitê Internacional encarregado da restauração dos Jogos (Comitê Olímpico Internacional) (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004, p.115).

    Assim, no ano de 1896 em Atenas foram realizados os primeiros Jogos Olímpicos Modernos, com uma participação de 285 competidores representando 13 países, e já constando todo o ritual Olímpico (PEREIRA, 1980; TUBINO, 1993). O projeto de Coubertain almejava instituir um ideal Olímpico, formado por um grupo de idéias nobres, que todos os participantes eram obrigados a respeitar (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004). Segundo Betti (1991, p. 48):

    A ideologia Olímpica defendida através dos tempos pelo COI revela a profunda influência do espírito cavalheiresco e nobre do esporte inglês do século XIX, que Coubertain tentou universalizar através dos Jogos Olímpicos, e que hoje se traduz no conceito de Fair-Play. [...]

    O princípio básico do ideal olímpico é o amadorismo, onde se teorizava uma prática descompromissada das atividades esportivas, sendo proibida a remuneração aos atletas (CARDOSO, 2000 APUD SIGOLI; DE ROSE JR, 2004). Segundo Tubino (1992) não se admitia profissionalismo entre os participantes, e os casos descobertos eram punidos severamente. As principais modalidades eram o atletismo, ciclismo e o remo, e curiosamente, o evento não apresentava grande relevância social na época, perdendo em prestigio e público para a “Feira Mundial” (TUBINO, 1992).

    O Comitê Olímpico lançou a Carta Olímpica, que tinha como prioridades: o aprimoramento físico e moral, que são bases do esporte; educar os jovens numa perspectiva de amizade entre os povos no intuito de construir um mundo pacífico; espalhar o espírito olímpico pelo mundo, originando a amizade internacional e unir de quatro em quatro anos atletas de todo o mundo (BINDER, 2001 APUD SIGOLI; DE ROSE JR, 2004). Coubertain idealizava que o Comitê Olímpico Internacional e o Movimento Olímpico deveriam ser: “[...] instituições apolíticas e independentes que visavam promover o esporte pelo mundo [...]” (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004, p. 115).

    A participação feminina só teve início a partir de 1920, mesmo sob a desaprovação do idealizador Pierre de Coubertain que considerava a mulher frágil e responsável por cuidar do lar (TUBINO, 1992). Segundo Tubino (1992) eram disputadas modalidades exclusivas para o gênero, como o nado sincronizado e a ginástica rítmica.

    Com o aumento da popularidade das Olimpíadas, devido ao espaço conquistado na mídia que noticiava os feitos esportivos dos atletas, o evento passou a gerar um sentimento patriótico tanto nos participantes, como na população dos países, enaltecendo símbolos nacionais como bandeiras e hinos que eram exibidos a todo o momento nas cerimônias de abertura e premiação (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004).

    Assim, percebendo o potencial político que o esporte tinha de mobilizar o povo, os governos passaram a investir na especialização e treinamento de atletas como jamais visto, levando a criação das políticas públicas para o desporto e das “Ciências do Esporte” (BETTI, 1991; GONZÁLEZ, 1993 APUD SIGOLI; DE ROSE JR, 2004). Dessa forma o esporte foi crescendo, junto com o número de modalidades e praticantes, paralelamente à intervenção e controle do estado na maioria das nações (TUBINO, 1993).

    Conforme Tubino (1993) o desporto passou a ignorar a perspectiva pedagógica idealizada por Coubertain, e foi aos poucos se apropriando do princípio do rendimento, que conforme Bracht (2011) associou-se assim cada vez mais o esporte aos pressupostos do capitalismo moderno na busca por rendimento.

    Segundo Da Costa (1988), o próprio Barão de Coubertain não estava satisfeito com os rumos do esporte, e tentou amenizar os exageros em 1930, publicando a “Carta da Reforma Esportiva”, onde para o idealizador das Olimpíadas: “[...] o esporte estaria sendo acusado na época, de contribuir para a ‘fadiga física’, regressão intelectual e difusão do espírito mercantil [...]” (DA COSTA, 1988, p. 102).

    Na carta, Coubertain culpa os educadores, o poder público, as federações e a mídia pelos rumos do esporte e determina que fossem claras as definições de esporte para desenvolver a cultura física e para competição; também incentiva o desporto individual para adultos e a ludicidade no esporte da juventude (DA COSTA, 1988).

    Com certeza, os Jogos Olímpicos foram os principais responsáveis pela universalização da Instituição Esportiva, visto que propagaram um modelo esportivo com padrões de funcionamento, regras e normas de conduta, mas também acarretaram conflitos internos entre países (BETTI, 1991).

    Durante a evolução esportiva, conforme Sigoli e De Rose Jr. (2004), as nobres idéias de Coubertain foram usadas para objetivos que não aqueles previstos na Carta Olímpica, onde os governos passaram a se utilizar do esporte em benefício próprio na luta por prestígio mundial para continuarem com os regimes políticos impostos, transformando as Olimpíadas e os Campeonatos Mundiais em uma disputa de interesses políticos e econômicos entre nações e corporações. É para está direção que nosso estudo se voltará no capitulo seguinte, discorrendo sobre essa absurda relação entre esporte e política.

O esporte em busca da glória da nação

    Citaremos neste capítulo, alguns exemplos históricos no Mundo e no Brasil, de como o estado influenciou, ou tentou influenciar a sociedade, direta ou indiretamente, utilizando-se de competições esportivas, como ferramenta de manipulação de massa.

    Começaremos abordando os Jogos Olímpicos de Berlim, na Alemanha, realizados em 1936, onde Tubino (1993) afirma que foi esta a primeira tentativa de um governo utilizar-se das Olimpíadas como elemento de propaganda política, a fim de validar e fundamentar regimes governamentais e ideais políticos e/ou anti-semitas perante o povo.

    Hitler, ditador alemão, aproveitando que os jogos eram na capital de seu país, Berlim, transformou o evento em um espetáculo da propaganda nazista, para demonstrar ao mundo a supremacia da raça ariana (TUBINO, 1992). Junto com o ditador italiano, o fascista Mussolini, Hitler utilizava-se do desporto para formação das juventudes nazista e fascista, numa primeira demonstração de uso do esporte como elemento manipulador de massa (TUBINO, 1993).

    O ditador Alemão só não contava com o talento de um negro americano chamado Jesse Owens, que ganhou as principais provas de corrida de curta distância e saltos do programa de atletismo do evento, tirando o brilho dos atletas alemães, e desbancando a teoria da superioridade ariana (TUBINO, 1993; SIGOLI; DE ROSE JR, 2004). Hitler ao perceber que teria de entregar a medalha a um negro, foi embora sem o fazer, e irritado, por ver sua teoria da superioridade ariana cair diante da multidão (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004).

    Outro momento da humanidade em que o esporte foi influenciado pela política, se deu com o fim da segunda grande guerra mundial, a partir da década de 1950, em que o mundo se dividiu entre o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos e o bloco socialista, representado pela União Soviética, período esse denominado Guerra Fria (TUBINO, 1993).

    Segundo Sigoli e De Rose Jr (2004), as potências brigavam pelo domínio mundial, onde o esporte tinha papel fundamental como instrumento ideológico e de propaganda em competições internacionais, transformando assim as arenas esportivas em campos de batalha. As vitórias serviam como prova de prestígio e respeito aos regimes, tornando grande a rivalidade entre os atletas e os países de blocos diferentes (SIGOLI; DE ROSE JR; 2004). Conforme Tubino (1992, p. 47); “[...] o numero de medalhas passou a ser entendido como um indicador de supremacia do regime [...]”.

    Tubino (1993), afirma que neste momento surge o “chauvinismo da vitória”, que significa vencer a qualquer preço, desconsiderando o jogo limpo. O autor expõe que esse chauvinismo, pode servir como explicação para os vícios do esporte como o doping e o suborno.

    A Guerra Fria se estendeu até o fim da década de 80 e teve como ícone no campo esportivo os boicotes aos Jogos Olímpicos de 1980 em Moscou, que contou com a participação de 61 países do bloco capitalista e foi arquitetado pelos Estados Unidos, esvaziando assim consideravelmente a competição, e aos jogos de Los Angeles em 1984, que só tiveram a adesão das republicas soviéticas (SIGOLI; DE ROSE JR, 2004).

    Discorreremos agora finalizando o capítulo sobre um exemplo doméstico do uso do esporte para manutenção do poder e manipulação das massas, a relação entre a Ditadura Militar Brasileira, o futebol e a Seleção nacional, mais precisamente no período pré e pós-copa do mundo de 1970 realizada no México, que segundo Kolyniak Filho (1996) foi um evento de grande importância para o regime ditatorial da época.

    A ideologia do governo estava voltada a passar a imagem de um país que almejava ser uma grande potência, tornando importante iniciar um ambiente de desenvolvimento social e esportivo aos olhos externos, e paralelamente acobertar os problemas internos (DARIDO, 2003). O grande slogan desta época era o projeto “Brasil Grande” (BRACHT, 1989). Neste momento o regime enrijece seus métodos de dominação e carece de propaganda positiva no ambiente interno na tentativa de acalmar o povo (DE CASTRO, 2012; FERREIRA, 2011).

    Já na preparação para Copa do Mundo de Futebol em 1966 na Inglaterra, o regime ditatorial recém-empossado, já tentava utilizar-se do esporte para conquistar o apoio da população, tornando a seleção nacional um verdadeiro “circo”, que internamente o governo utilizava como meio de propaganda (DE CASTRO, 2012). Foram convocadas quatro equipes diferenciadas pelas cores nacionais e realizados jogos em diversas cidades do país consideradas estratégicas aos interesses da ditadura e com o aval da Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Como não poderia ser diferente, diante deste ‘caos’ na preparação, a seleção fracassou na competição sendo eliminada ainda na primeira fase (DE CASTRO, 2012).

    A partir deste momento, o futebol se mostrou muito útil como instrumento de manipulação das massas (PEREIRA, 1980). Em 1969, o governo inclui na forma de decreto, os jogos de todo país na loteria esportiva, obrigando o espectador a acompanhar os resultados de todos os estados (GUTERMAN, 2006).

    Ferreira (2011) acredita que o futebol, a sociedade e a política tiveram o auge de sua relação na década de 70 durante a copa do mundo de futebol. Segundo Kolyniak Filho:

    [...] O governo investiu maciçamente na preparação da seleção brasileira de futebol e divulgou amplamente o evento, através de forte campanha publicitária. ‘90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção!’- com esse slogan, divulgado varias horas por dia pelo rádio e pela TV... (KOLYNIAK FILHO, 1996, p. 46).

    A copa de 1970 demonstrou como o futebol entorpecia a população brasileira, onde os jogos eram o principal assunto de discussão no país, ficando em segundo plano a tortura e outras atrocidades do regime, reforçando assim os objetivos patrióticos da ditadura (KOLYNIAK FILHO, 1996; GUTERMAN, 2006). O presidente, General Médici, representava a figura do torcedor fanático e patriota, digno do slogan do governo, “a seleção é a pátria de chuteiras” (FERREIRA, 2011; MARQUES; 2011).

    Segundo Ferreira (2011, p. 3):

    Para os militares, o sucesso da seleção refletiria o período do milagre econômico no qual vivia a economia brasileira. Nos filmetes produzidos pelo governo fica nítida a relação entre o sucesso do futebol e da economia do país.

    A maior demonstração da influência e do poder dos militares sobre a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), órgão esportivo de maior relevância naquele momento, foi à ordem para demitir o treinador da seleção de futebol e comunista declarado João Saldanha, praticamente as vésperas da copa, treinador esse que contava com grande apoio popular, e foi substituído por Mario Jorge Lobo Zagalo, que levou a equipe ao triunfo na competição com um time que ficaria para a história pela qualidade do futebol que apresentou (DE CASTRO, 2012; FERREIRA, 2011; GUTERMAN, 2006).

    Após muitos anos, o próprio filho de João Saldanha admitiu em entrevista que o pai aproveitava as viagens internacionais da seleção de futebol para levar em sigilo para autoridades de fora do país, documentos que comprovavam as atrocidades que aconteciam durante a ditadura militar, e também dinheiro para ajudar exilados políticos do regime (DE CASTRO, 2012).

    Com a demissão de João Saldanha, a ditadura impôs a CBD a presença de um agente infiltrado na forma de dirigente na seleção de futebol durante a copa de 70, a fim de informar possíveis fontes de comunismo e descontentamento com o regime entre os jogadores e a comissão técnica, evitando situações como a de João Saldanha, individuo este que tinha o nome de Major Roberto Guaranys, temido torturador e homem de confiança do governo (DE CASTRO, 2012).

    Com a conquista do mundial de 70 e percebendo a festa nas ruas, o governo militar vislumbrou a possibilidade de popularizar o regime no país através do futebol, e com o apoio da CBD, pautados no plano de unidade nacional e nos interesses estratégicos da ditadura, criaram o campeonato brasileiro de clubes (GUTERMAN, 2006).

    Segundo Guterman (2006) os times eram classificados para a competição obedecendo ao interesse dos militares, criando até um bordão na época que dizia “onde a ARENA (partido do governo) vai mal, mais um time no nacional”, assim participavam do certame, equipes sem a menor expressão no cenário nacional, por mero interesse político, de estados como Amazonas e Roraima.

    Felizmente, essa estreita relação ditadura-futebol no Brasil, encerra-se junto com o regime militar na década de 80, inclusive com vários jogadores de futebol e atletas famosos como o saudoso Sócrates, ídolo da seleção brasileira na época, indo aos palanques clamar pela Democracia no país. (FERREIRA, 2011).

O Esporte Para Todos (EPT)

    Finalizaremos nosso estudo, citando brevemente a iniciativa esportiva tida como antagonista ao esporte competitivo, o Esporte Para Todos (EPT), movimento de inclusão que objetivava democratizar a prática esportiva e denunciar a elitização e os exageros do esporte mundial (TUBINO, 2003).

    Segundo Tubino (2003), a iniciativa surgiu na Noruega, durante a década de 1960, e vislumbrava uma prática democrática e antropológica do esporte, colocando o ser humano no centro do processo. O EPT tinha como palavra de ordem adaptar, modificar e cria novas formas para o esporte e rapidamente espalhou-se pelo mundo (BRACHT, 1989; TUBINO, 2003). Segundo Coletivo de Autores, a filosofia do EPT era:

    Não é o esporte que faz o homem, mas o homem que faz o esporte, ele determina o que, como, onde, quando, por quanto tempo, com quem, sob que regras, com que objetivos, sob que condições o pratica (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 56).

    O movimento EPT consumou seus objetivos com a publicação da Carta Internacional de Educação Física e Esportes da UNESCO em 1979, que tornava o esporte direito de todos, incorporando-se também a manifestação Esporte-lazer, pelas características semelhantes de espontaneidade (TUBINO, 2003). Segundo o autor: “[...] depois de concebido na perspectiva da democratização das práticas esportivas, o Movimento Esporte para Todos tornou-se o meio mais efetivo de Esporte-Lazer [...]” (TUBINO, 2003, p. 28).

    A partir dos anos 80, paralelo a Pedagogia Humanista, surge no Brasil uma nova linha de pensamento ligada ao movimento esportivo Esporte Para Todos (EPT), que coloca a autonomia e a qualidade de vida como objetivo, da prática esportiva (BRACHT, 1989; COLETIVO DE AUTORES, 1992).

    Mesmo obtendo sucesso com ricas experiências desenvolvidas, o movimento não se fez presente em todas as esferas no âmbito nacional, principalmente no setor público responsável naquele momento, desconhecedor de outra forma de esporte que não o competitivo (BRACHT, 1989; COLETIVO DE AUTORES, 1992).

    No decorrer do processo de implantação do EPT no mundo, o movimento sofreu diversas críticas, sendo que a maioria delas estavam relacionadas com a promoção de políticos através de iniciativas populares, e a falsa idéia de igualdade social que o programa gerava (KOLYNIAK FILHO, 1996). Segundo o autor: “[...] todos podem jogar juntos – os políticos, os eleitores, os patrões, os empregados – mas a confraternização só ocorre no jogo; na vida real, continuam as relações de exploração [...]” (KOLYNIAK FILHO, 1996, p. 47).

    Na década de 90, já incorporado a vertente do lazer, o movimento EPT recebeu uma recriação de conceitos, passando a englobar a idéia de promoção da saúde, que teve início com o Programa Vida Ativa da Organização Mundial da Saúde, sendo que do Brasil saiu uma das iniciativas mais bem sucedidas nesta nova perspectiva, o Programa Agita São Paulo, que a partir de dados sobre fisiologia, recomendaram a população trinta minutos diário de atividade física para manutenção da saúde (TUBINO, 2003).

Considerações finais

    Observamos que o esporte assumiu varias posturas durante a história da humanidade, seja como meio de sobrevivência, lazer, formação humana, alienação de massa, ferramenta de propaganda governamental, promoção da saúde e atividade profissional. Acreditamos que todas essas manifestações esportivas ainda estejam presentes de alguma forma em nossa sociedade.

    Pensamos que ao longo do tempo, o esporte tornou-se o fenômeno atual ao qual se refere Kunz (2006), devido a fatores variados, como a superexposição na mídia, ao apoio do estado, aos investimentos das grandes marcas de material esportivo e empresas privadas ou simplesmente por possibilitar aos praticantes das classes menos favorecidas uma chance de ascensão social e financeira.

    Não temos a pretensão de achar que a partir deste estudo, o tema está esgotado e todas as fontes existentes foram revisadas. Porém, esperamos ter contribuído com este artigo, no intuito de sanar algumas dúvidas sobre a linha cronológica da história do esporte, desde seus primórdios, como também, ter esclarecido alguns pontos polêmicos que circundam o tema, e que consideramos ser de suma importância seu conhecimento, por parte daqueles professores de Educação Física que estão em contato de alguma forma com o conteúdo esporte em seu dia a dia docente.

Referências

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EFDeportes.com, Revista Digital · Año 19 · N° 199 | Buenos Aires, Diciembre de 2014
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