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Risco cardiovascular em alunos de curso
de graduação em Educação Física

Riesgo cardiovascular en estudiantes del curso de graduación en Educación Física

 

*Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina

**Ph. D. Professor Associado IV. Departamento de Educação Física

Universidade Federal de Santa Catarina

(Brasil)

Bernard’ Augusto Ferrazza Dias*

Osni Jacó da Silva**

osni@cds.ufsc.br

 

 

 

 

Resumo

          Esta pesquisa buscou responder se alunos da graduação em Educação Física possuíam risco para Doenças Cardiovasculares. Os alunos selecionados de forma acidental e divididos por sexo e fase em que estão no curso (calouros e veteranos). Os indivíduos responderam ao Questionário de Risco Coronariano da American Heart Association, além de ter sua pressão arterial medida. Os dados coletados revelaram que a grande maioria (99,2%) apresentou risco abaixo da média para desenvolver doenças coronarianas. Em relação à pressão arterial, a média de PA Sistólica foi de 113,78 ± 13,46 e a de PA Diastólica de 75,78 ± 12,44, não sendo encontradas diferenças estatisticamente significativas (p<0,05), quando comparados sexo masculino com feminino. Pode-se dizer, que quando avaliados pelo Questionário de Risco Coronariano, os indivíduos não apresentaram risco elevado para doenças cardiovasculares. A análise da pressão arterial reforçou o fato de que a população estudada, em sua maior parte, possui boas condições de saúde.

          Unitermos: Risco cardiovascular. Fatores de risco. Pressão arterial.

 

Recepção: 15/10/2014 - Aceitação: 08/11/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Os riscos para doenças cardiovasculares são cada vez mais precoces, atingindo crianças desde os primeiros anos de vida e adolescentes com maus hábitos físicos e alimentares, fica claro que a população mundial deve estar alerta para os comportamentos desta parcela.

Objetivo

  • Investigar se os alunos do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina apresentavam risco para doenças cardiovasculares.

Revisão de literatura

    As doenças cardiovasculares são as maiores responsáveis por morbimortalidade em todo o mundo.

    Determinadas situações, comportamentos ou mesmo outras doenças são responsáveis por causar um aumento na probabilidade de um indivíduo vir a desenvolver uma doença cardiovascular, são os fatores de risco para doenças cardiovasculares.

    De acordo com American Heart Association (2009), os fatores de risco para doenças cardiovasculares são divididos em modificáveis e não modificáveis.

    Os fatores não modificáveis são: sexo, idade e hereditariedade. Os modificáveis são: dislipidemias, fumo, inatividade física, pressão arterial elevada, sobrepeso e obesidade, estresse, diabetes Mellitus e consumo alcoólico.

Jovens e o risco cardiovascular

    Grande parte da população jovem é sedentária e se alimenta mal. Em decorrência disto, há mais obesos, hipertensos, com elevadas taxas de colesterol e futuros diabéticos. Somando isto aos fatores hereditários, teremos uma enorme parcela de doentes cardiovasculares no futuro.

    Outros fatores fortemente relacionados com a população mais jovem são o fumo e o alcoolismo que em alguns casos perduram por toda a vida.

    Nesta faixa etária é comum estar despreocupado com a própria saúde o que pode representar um aumento do risco (MARTINS et al, 1993).

    Maior cuidado deve ser tomado em relação a esta parcela da população, pois medidas preventivas custam menos do que os tratamentos hospitalares futuros.

Metodologia

    Utilizamos como amostra, uma parcela da população de estudantes do Curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade Federal de Santa Catarina.

    Um total de 120 alunos do curso foi entrevistado, sendo 70 indivíduos do sexo masculino (58,3%) e 50 do feminino (41,7%). Do total, 30,8% estava entre 10 e 20 anos de idade, 66,6% entre 21 e 30 anos e 2,5% entre 31 e 40 anos.

    Para os dados acerca dos fatores de risco cardiovasculares utilizamos o Questionário de Avaliação do Risco Coronariano, do American Heart Association (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001) Este questionário leva em conta os seguintes fatores de risco: idade, hereditariedade, massa corporal, fumo, atividade física, colesterol, pressão arterial e gênero sexual.

    Para aferir a pressão arterial dos indivíduos utilizamos as recomendações das V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (SBC, 2006).

    Para comparação, pois suspeitávamos haver diferenças, os estudantes foram divididos em primeiro período de curso (primeira a quarta fase, calouros) e segundo período de curso (quinta a oitava fase, veteranos), além da divisão por sexo.

Resultados e discussão

    Os dados coletados mostraram que em relação ao risco cardiovascular, os alunos apresentavam risco abaixo da média para desenvolver doenças cardiovasculares.

    Levando-se em conta os fatores de risco relacionados no questionário de forma individualizada, temos que, em relação à Hereditariedade, os alunos apresentaram média igual a 2,84 ± 1,87 pontos, representando um parente com mais de 60 anos, com histórico de doença cardiovascular, em sua maioria. O Peso foi responsável por média de 0,99 ± 1,15 ponto, referente à autoimagem de peso padrão. O fator de risco Fumo apresentou uma média de 0,09 ± 0,37 pontos, significando que a grande maioria dos entrevistados não fuma cigarros.

    Com relação ao Exercício, os pesquisados tiveram média de 2,18 ± 1,27 pontos, que representa que a maior parte realiza atividades de esforço ocupacional e recreacional de intensidade moderada. Por último, o Colesterol, em comparação com a ingesta de gorduras animais sólidas, apresentou a média de 2,29 ± 1,21 pontos, que indica que a maioria ingere 10% de gordura animal ou sólida em sua dieta (Tabela 1).

Fatores de risco

Tabela 1. Análise individual dos fatores de risco

    Quando comparados os recém-ingressantes (primeira à quarta fase), com os que passaram da metade do curso (quinta à oitava fase), pode-se verificar que a 76,4% do primeiro grupo está abaixo ou bem abaixo da média para desenvolver doença cardiovascular enquanto que os sujeitos pertencentes ao segundo período tiveram 62,6% classificados como possuindo risco abaixo ou bem abaixo da média.

Risco: primeiro x segundo período

Tabela 2. Comparativo do risco entre primeiro e segundo período

    Uma das hipóteses para esta diferença seria a maior carga de tarefas da segunda metade do curso, pois é observado que o aluno, ocupado com maiores responsabilidades nos últimos períodos, abdique de atividades tidas como de menor importância.

    Ao comparar o risco cardiovascular entre homens e mulheres, percebeu-se que a grande maioria dos sujeitos de ambos os sexos encontram-se em uma zona mais adequada em relação ao risco para doenças cardiovasculares, apresentando risco abaixo da média.

    Entretanto, os indivíduos do sexo masculino encontram-se mais vulneráveis do que as mulheres em relação ao risco já nesta faixa etária. Observando a Tabela 3, vemos que 88% das mulheres encontram-se classificadas como abaixo e bem da média, enquanto que 58,5% dos homens encontram-se na mesma situação.

Risco: sexo masculino x feminino

Tabela 3. Comparativo de risco entre sexo masculino e feminino

    É provável que a ligeira vantagem que as mulheres apresentam em relação aos homens seja explicada pela ação hormonal.

    No que se refere a pressão arterial sistólica, ficou evidente que os estudantes foram classificados, em sua grande maioria, dentro dos padrões saudáveis. Mas, em relação à pressão arterial diastólica, 55% foram classificados como ótima, 22,5% permaneceram dentro da normalidade e 2,5% no limite. Mas, 20% estavam com a pressão arterial elevada Este é um número alto para uma população tão jovem. Quanto à comparação entre sexo masculino e feminino não houve diferenças significativas para a PA.

    De maneira geral os indivíduos estudados não apresentaram, ao contrário do que se costumava pensar, importante comprometimento em relação aos fatores de risco para doenças cardiovasculares e pressão arterial.

Conclusões

    A maioria (99,2%) dos sujeitos pesquisados apresentou baixo risco para doenças cardiovasculares, assim como era esperado de alunos de um curso voltado para a prática de exercícios.

    Comparadas aos homens que apresentavam 58,5% abaixo da média para desenvolver doenças cardiovasculares, as mulheres com 88%, também abaixo da média, apresentam menor risco.

    Quanto à pressão arterial diastólica, onde uma parcela expressiva (20%) foi classificada como tendo a Pressão Arterial Elevada. Este é um resultado preocupante.

    Os indivíduos investigados neste trabalho não apresentaram risco para doenças cardiovasculares, partindo da investigação pela ferramenta de risco coronariano e pelas coletas de pressão arterial, mas podem apresentar resultados diferentes quando confrontados com diferentes métodos.

Referências bibliográficas

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