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Avaliação postural de jogadores de futebol categoria juvenil

Evaluación postural de jugadores de fútbol de categoría juvenil

 

*Educadora Física formada pela Universidade Regional Integrada

do Alto Uruguai e das Missões – campus Erechim/RS

**Fisioterapeuta. Mestre em Neurociências e Docente da Universidade Regional Integrada

do Alto Uruguai e das Missões – campus Erechim/RS

Mayara Viviane Regoso*

Reni Volmir dos Santos**

revols@uol.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          A adolescência é uma fase onde ocorrem alterações do corpo, como o aparecimento dos desvios na postura. Assim, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a postura de jogadores de futebol de categoria juvenil. Realizou-se a avaliação postural, por fotogrametria, com uma amostra de 22 atletas, com idade de 15 a 18 anos, que apresentavam uma média de freqüência no esporte de 13.86 (±8.33) meses. As maiores alterações posturais foram observadas no posicionamento da cabeça, tronco, coluna lombar e pelve, onde constatou-se: hiperlordose, rotação da cintura escapular e pélvica, rotação medial de ombros e rotação e inclinação lateral da cabeça. Ao relacionar o tempo de prática com os achados, não houve diferença no grupo estudado, pois a maioria realiza essa atividade há pouco tempo, o que sugere que os desvios posturais encontrados são decorrentes de vários fatores.

          Unitermos: Postura. Futebol. Adolescentes.

 

Recepção: 01/07/2014 - Aceitação: 20/09/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 198, Noviembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A boa postura é considerada um fator importante para a saúde do sistema músculo-esquelético, porque se acredita que ela pode evitar problemas álgicos e processos degenerativos. Porém, muitos problemas na postura podem ter origem durante o período do crescimento, ou seja, na infância e adolescência, pois nessa fase o crescimento do indivíduo não está totalmente concluído, podendo acarretar disfunções na coluna vertebral na fase adulta (VIEIRA; SOUZA, 2002).

    Atualmente observa-se que a prática esportiva tem iniciado em idade cada vez mais precoce, o que pode gerar alterações no alinhamento postural dos atletas, uma vez que o organismo de tais indivíduos ainda está em fase de desenvolvimento (RIBEIRO et al., 2003). Essa relação mostra que a maioria dos esportes, faz com que o corpo humano realize movimentos, que exigem trabalhos com diferentes cargas e intensidades, objetivando a competição. O futebol sendo então um dos esportes mais populares do mundo, e também o mais praticado, caracteriza-se por ações de curta duração e alta intensidade, com uma rotina intensa de exercícios físicos (GOULART; DIAS; ALTIMARI, 2007). Sendo assim, Vieira e Souza (2002) afirmam que, a repetição de determinados tipos de atividades, posições e movimentos habituais, sobrecarga de treinamento, entre outros, provocam um processo de adaptação orgânica do corpo, o qual resulta em alterações na postura corporal.

Materiais e métodos

    Este estudo é de abordagem transversal de caráter qualiquantitativo, composto por uma amostra de 22 jogadores de futebol de categoria juvenil do Esporte Clube Ypiranga da cidade de Erechim/RS, com idades entre 15 e 18 anos, com média de 16.14 (±0.71) anos. Os jogadores, cujos pais ou responsáveis legais permitiram a participação na pesquisa, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, não apresentavam nenhum tipo de lesão que impedisse a coleta de dados.

    Para o registro fotográfico as participantes permaneceram em local previamente demarcado, com uma distância padronizada de 2,40 m do centro da lente da máquina fotográfica. Foram realizados os registros fotográficos em posição anterior, posterior e perfil. Em cada posição foram realizados 3 registros fotográficos com intervalo de 1 minuto entre cada um.

Resultados e discussão

    O tempo de treinamento variou de 1 mês a 3 anos. Perfazendo uma média de 13.86 (±8.33) meses. Quanto a avaliação postural, os resultados serão descritos por segmentos de distal para proximal.

    Em relação ao bordo longitudinal medial do pé, constatou-se que 11 (50%) apresentaram dentro da normalidade, 3 participantes (13,6%) possui o pé cavo. E 8 participantes (36,4%) apresentam pé plano, sendo que um dos participantes possui apenas o pé direito plano. O pé plano, de acordo com Herbert e Xavier (2003), é denominação para o pé que apresenta o arco longitudinal em repouso no chão.

    Tachdjian (1995 apud RIEGEL, 2006) comenta que existe o pé cavo simples, onde a deformidade em flexão plantar do antepé é igual no bordo medial e lateral, e o pé cavo (varo) em que o bordo medial do antepé está caído em flexão plantar. Um estudo realizado por Volpon (1993 apud BAROSSI et al., 2010) em relação a pés cavos, observou que 10% dos indivíduos de 15 anos apresentaram pés cavos. Podendo isto segundo um estudo realizado por Razo et al. (1994 apud BAROSSI et al., 2010), ser resultante de lesões crônicas ou microtraumas em praticantes de esporte.

    Em relação ao apoio do pé ao solo, no apoio do antepé e retropé, foi observado que 11 participantes (50%) apresentaram apoio homogêneo no bordo medial e lateral, 8 participantes (36,4%) com apoio maior no bordo medial, 2 participantes (9,1%) com apoio lateral e 1 participante (4,5%) com maior apoio no bordo lateral apenas no pé direito. Para Fuente (2003), a desestruturação do bordo longitudinal plantar, geralmente está associado a um valgismo de retropé, pronação de mediopé e abdução do antepé. Porém, Norkin e Lavangie (2001) afirmam que o pé não é um arco fixado e que a distribuição do peso corporal através dele depende da forma do arco e da localização da linha de gravidade num determinado momento. Já Magee (2002), correlaciona o posicionamento do pé com o movimento rotacional do quadril e mesmo do tronco, pois quando o tronco, por exemplo, vai para a direita o pé direito sofre um movimento de supinação e o pé esquerdo sofre um movimento de pronação, assim em determinada postura ou momento o antepé pode estar invertido.

    Quanto à articulação do tornozelo verificou-se que 6 participantes (27,3%), apresentaram tornozelos alinhados, 2 (9,1%) com tornozelos varos e 13 (59,1%) com tornozelos valgos, sendo um valgo só o lado direito. Contudo, os dados obtidos são diferentes dos encontrados por Figueiredo (2009), onde foi observado em um grupo de 76 alunos adolescentes, a incidência de tornozelos valgos em 10,5% dos participantes e 23,7% de tornozelos varos.

    No ângulo tíbio-társico, a amostra constatou que 6 participantes (27,3%) apresentaram o ângulo preservado, 12 participantes (54,5%) aumentados e 4 (18,2) diminuídos. Comparado a outros estudos, ocorrem variâncias nesse ângulo, que são muitas vezes relacionados com os hábitos posturais, tendo como exemplo, pessoas que permanecem a maior parte do tempo, no trabalho, sentadas, pois essas podem apresentar diminuição desse ângulo como mostra os estudos de Sacco et al. (2009), onde comparou o ângulo tíbio-tarsico de secretárias com trabalhadoras da manutenção estando as secretárias com diminuição desse ângulo em relação as outras trabalhadoras.

    Sabe-se que há uma coordenação para os ajustes dos movimentos, onde o fato de ficar em um pé só, ou saltitar, faz com que o tornozelo permaneça flexível, porém mantém a plantiflexão (BÉZIERS; PIRET, 1992). E como estas posições e atividades são realizadas na prática do desporto citado, deste modo, pode haver uma ligação ao resultado do aumento do ângulo tíbio-társico apresentado na amostra.

    No plano frontal verificou-se o alinhamento dos joelhos, estando estes alinhados, varo ou valgo. Neste segmento 10 participantes (45,5%) depararam com joelhos alinhados, 7 participantes (31,8) com joelhos valgos e 5 participantes (22,7%) com joelhos varo, sendo 1 (4,5%) só do lado direito. Nos estudo feito por Yaniv et al. (2006 apud DIAS, 2009) comparado com tenistas, os futebolistas apresentaram maior ângulo varo. O que pode significar que apesar de o joelho varo predominar em ambos os casos, a prática de futebol pode ocasionar um aumento do ângulo varo do joelho com o passar dos anos. Mas no estudo feito por Penha et al. (2005), pode-se verificar que em jovens escolhidos aleatoriamente que não praticavam o desporto, o padrão parece ser distinto, pois o joelho varo tende a diminuir a sua prevalência com o passar dos anos, enquanto o joelho valgo aumenta a sua prevalência. Isto vem a sugerir a idéia de que a prática desportiva do futebol pode aumentar a prevalência da manutenção de joelho varo.

    A articulação do joelho, quando avaliada no plano sagital, constatou que os participantes apresentavam os joelhos, ou alinhados (14 – 63,6%), ou hiperestendidos (8 - 36,4%) e nenhum deles apresentou fletido. Conforme Kendall et al. (2005), há uma relação entre a posição de flexão plantar ocorrida nos tornozelos e a hiperextensão dos joelhos, pois nesta pode se perceber a dificuldade de realizar a flexão dorsal. A presente amostra pode constatar essa relação, pois uma parte representativa dos participantes (8 – 36,4) apresenta o joelho em extensão, onde também possuem aumento do ângulo tíbio-társico. Porém, estes resultados diferem dos encontrados por Watson (1993 apud RIBEIRO et al., 2003), onde foi encontrado baixa incidência (menos de 5%) de hiperextensão dos joelhos nos atletas de futebol, rúgbi e futebol galês. E por Signoreti e Parolina (2009) que em uma amostra com 17 capoeiristas encontraram os joelhos hiperestendidos em 63% dos praticantes. Já em jogadores de futsal com idades de 9 a 16 anos, observaram que apenas 11% apresentavam hiperextensão do joelho (RIBEIRO et al. 2003).

    Em relação a articulação do quadril, alinhamento pélvico e lordose lombar, observou-se que 7 participantes (31,8%) apresentam alinhamento da articulação do quadril, pélvico e lombar, 6 participantes (27,3%) apresentam flexão do quadril, anteversão pélvica e hiperlordose lombar, 8 participantes (36,4%) extensão do quadril, antepulsão e hiperlordose e 1 participante (4,5%) apresenta extensão do quadril, retroversão pélvica e retificação da lombar.

    Segundo Netto Jr, Pastre e Monteiro (2004), a cintura pélvica é caracterizada como uma estrutura complexa que sustenta o corpo humano, tanto para atividades estáticas como para dinâmicas. Deste modo as alterações pélvicas de modo geral nunca são primarias, pois suas causas estão associadas com um mecanismo de compensação nos processos que estabilizam a coluna lombar.

    Quanto as curvaturas da coluna lombar, no plano frontal, observa-se em 6 participantes (27,3%) alinhada, em 1 (4,5%) com convexidade direita e em 15 (68,2%) com convexidade a esquerda. No nível da coluna torácica, 10 participantes (45,5%) apresentaram coluna alinhada, 5 (22,7%) apresentaram escoliose com convexidade para o lado direito e 7 (31,8) para o lado esquerdo. Já a coluna cervical está alinhada em 15 participantes (68,2%), com convexidade direita em 3 (13,6%) e convexidade esquerda em 5 (22,7%).

    Um estudo de Kleinpaul et al. (2010), realizado com 21 jogadores de futebol do sexo masculino, tendo entre 17 e 19 anos, foram encontrados os seguintes resultados quanto a coluna: escoliose, lordose e desvios cervicais.

    Em relação ao estudo de Watson (1995 apud RIBEIRO et al., 2003), foi observado que apenas 26,5% dos jogadores de futebol, rúgbi e futebol americano estudados apresentavam alinhamento da coluna lombar. Encontrando também 51,9% de atletas de futebol, com aumento da lordose lombar. Outro estudo feito por Santos (2007) relata que em atletas de natação encontrou-se alta incidência de escoliose, relatando ainda que 94% dos judocas e 100% dos atletas do basquete apresentaram essa alteração.

    Quanto à curvatura torácica, cervical e alinhamento da cabeça no plano sagital observou-se que 11 participantes (50%) apresentaram cifose torácica e 11 (50%) apresentaram curvatura normal. Em relação à coluna cervical 12 (54,5%) apresentaram curvatura normal, 9 (40,9%) aumento da lordose e 1 (4,5%) com retificação da lordose. Com relação ao alinhamento da cabeça, 13 (59,1%) se apresentaram alinhadas, 9 (40,9%) com protração e nenhum com retração. Com essas considerações pode-se ressaltar a perspectiva de Hall (2000) que diz que a cifose é um distúrbio vertebral mais freqüente em adolescentes, sendo que cerca de 25% são afetados por alguma dificuldade relacionada à cifose. Concordando Lianza (2001 apud POLITANO, 2006) a caracteriza como uma deformidade causada em função de um aumento no ângulo da cifose dorsal fisiológica, e que se manifesta como conseqüência do aumento da lordose lombar com a finalidade de manter o equilíbrio da coluna vertebral, devido ao deslocamento do centro de gravidade. Nos jovens, o dorso curvo é sempre acompanhado de hiperlordose lombar e encurtamento da musculatura isquiotibial. Kisner e Colby (2005) complementam ressaltando que a cifose acomete ambos os sexos e o período de maior incidência se dá entre os 12 e aos 15 anos de idade.

    No alinhamento do tronco apenas 1 (4,5%) dos participantes estava com o tronco alinhado, 2 (9,1%) com rotação da cintura escapular, 1 (4,5%) com rotação da cintura pélvica, 13 (59,1%) apresentaram rotação escapular e pélvica e 5 (22,7%) inclinação lateral para a direita.

    Segundo Fraga (2002), esportes assimétricos e também a prática de um mesmo esporte por um tempo prolongado acarretam alterações posturais. As cargas assimétricas que são dirigidas sobre determinadas estruturas anatômicas acabam sendo compensadas por cargas específicas dirigidas aos membros solicitados. A atitude do chute que leva o movimento com membro inferior a frente e a rotação de cintura escapular durante a prática do esporte, podem levar a esta posição. Pois, mesmo que ocorram alguns chutes com o membro não dominante, o membro de maior recrutamento durante a prática levará a aquisição da posição de rotação e/ou inclinação.

    Em um estudo feito por Jacinto e Menezes (s/d) onde foi avaliada a postura de 9 atletas de um a escola de vela em Florianópolis, com idade entre 10 e 15 anos, os resultados em relação as cinturas escapular e pélvica, 4 apresentaram concavidade a direita, 4 apresentaram concavidade a esquerda e apenas 1 apresentou alinhamento.

    Em relação alinhamento dos ombros, que é verificado pelo prumo do processo mastóide seguindo perpendicularmente ao solo e que passa na articulação dos ombros, observou-se alinhamento em 3 participantes (13,6%) e protração em 14 (63,6%), sendo estes 1 (4,5%) só para o lado esquerdo, 15 (.68,2%) com rotação medial, sendo estes 4 (18,2%) só para o lado esquerdo.

    Quanto ao alinhamento dos ombros, ângulo inferior da escápula e nível das clavículas, pode-se observar que apenas 3 (16,6%) dos participantes mostraram esses alinhados e 19 (86,4%) um lado mais elevado que o outro, sendo estes 4 o lado direito e 15 o lado esquerdo. Segundo Moffat e Vickery (2002), o ombro faz parte de uma cadeia cinética, que inclui o crânio, a mandíbula, o pescoço e a parte superior das costas, juntamente com o antebraço, o punho e mão. Então por estarem interligadas, para realização dos movimentos e outros trabalhos dependem uns dos outros para o funcionamento correto.

    Em outro estudo, observou-se que em relação a cintura escapular 3 (33%) apresentam simetria e 6 (66%) apresentaram assimetria, demonstrando então elevação de ombros, sendo que 3 (33%) sujeitos apresentaram elevação do ombro esquerdo e 3 (33%) apresentaram elevação do ombro direito (JACINTO; MENEZES, s/d). Conforme Galais-Germain e Lamotte (2010), por permanecer nessa posição (elevação do ombro), a escápula verticalizada pode ser devido a contração ou encurtamento do músculo trapézio. Norkin e Lavangie (2001), acrescentam que a elevação e a depressão da clavícula estão associadas a elevação e depressão da escapula, visto que a escapula esta fixada a extremidade lateral da clavícula. Com isso, os desvios encontrados em relação às escapulas interferem significativamente no alinhamento dos ombros. O que pode se ressaltar é que independente desse alinhamento ou não, é que todos os participantes apresentaram rotação medial de ombros. Isso ocorre pelo encurtamento de peitoral maior, que pode levar à fixação do úmero em rotação interna ou abdução (KENDALL; McCREARY; PROVANCE, 2005).

    Ainda em relação às escápulas, 19 participantes (83,4%) apresentam as mesmas abduzidas, onde 8 apresentam acentuação da abdução da escápula direita, 4 da escápula esquerda, em 7 ambas as escápulas estavam abduzidas, 3 (13,6%) apresentaram as escápulas alinhadas e nem um apresentou aduzida. Assim, em relação à distância do bordo medial da escápula e coluna vertebral 10 (45,5%) mostraram as mesmas simétricas, enquanto os outros 12 (54,5%) apresentaram as mesmas assimétricas. De acordo com Verdéri (2001), o aumento da curvatura cifótica promove alterações anatômicas como cintura escapular projetada para frente e cabeça anteriorizada (hiperlordose cervical).

    Quanto ao alinhamento da cabeça 7 participantes (31,8%) mantêm alinhada, nos outros 15 participantes (68,2%) apresentaram um ou mais desvios, que serão apresentados quando a sua incidência: 9 desvios de inclinação lateral, sendo eles 4 para o lado direito e 5 para o lado esquerdo, e também desvios de rotação, apresentando 13 desvios de rotação, onde 4 para o lado direito e 9 para o lado esquerdo.

    De acordo com Bienfait (1997), pequenas lesões e perda da elasticidade no músculo esternocleidomastóideo, podem levar a uma inclinação para o lado oposto do músculo lesado e uma rotação para o lado contrário. Além disso, a presença de um lado dominante nestes sentidos faz com que a cabeça faça uma rotação para o lado oposto do lado dominante.

    Dias et al. (s/d), avaliaram 7 atletas do sexo feminino, com idade entre 13 e 15 anos, praticantes da modalidade de voleibol, quanto ao alinhamento da cabeça, a maioria dos sujeitos da pesquisa apresentam inclinação para a direita na vista anterior. Semelhantes aos achados de Rodrigues et al. (s/d) em que de uma amostra de 22 universitários, com média de idade de 20,9 anos, apresentaram 60% cabeça rodada, 9% cabeça inclinada, 27% cabeça inclinada e rodada e apenas 4,6% alinhada. O que pode ser relatado é o princípio da compensação de movimentos, estabelecendo assim o equilíbrio na postura em pé. Já Souchard (2002), complementa que o excesso de reação da musculatura é a causa dos problemas morfológicos, onde o reforço excessivo acarreta resultados inversos ao desejado.

    Em relação ao tempo de prática com as alterações posturais constatou-se que não houve diferença no grupo estudado, pois a maioria realiza essa atividade há pouco tempo, e isso pode ser decorrente de vários fatores, como permanecer em uma posição, atitudes, repetição de movimento, e até mesmo de caráter emocional, pois conforme Denys-Struyf (1995) existem 6 formas de equilíbrio natural em pé que estão relacionadas com a base de expressão corporal, de comportamento e de utilização corporal que acionam os conjuntos musculares em relação às direções no espaço. Assim, o corpo pode estar alinhado, anteriorizado ou posteriorizado, e entre estas 3 posturas básicas, 3 novas posturas podem ser desenvolvidas através da compensação e adaptação postural.

Considerações finais

    Após a realização da pesquisa constatou-se que, as maiores alterações posturais encontravam-se no posicionamento da cabeça, tronco, coluna lombar e pelve, observados na hiperlordose, rotação da cintura escapular e pélvica, rotação medial de ombros e rotação e inclinação lateral da cabeça. Como o período de prática foi pequeno no grupo analisado, sugere-se que esses desvios posturais não foram desenvolvidos apenas pela prática esportiva, mas outros fatores podem estar associados.

Referências

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