efdeportes.com

Uma contextualização para a Educação 

Física Escolar do Vale do Taquari, RS, Brasil

Contextualization for Physical Education Taquari Valley, RS, Brazil

 

UNIVATES

(Brasil)

Rodrigo Lara Rother

rodrigorother@univates.br

Cátia Rataizki

catia_rataizki@hotmail.com

Claiton Telles

kchoemarce@hotmail.com

Claudia Pereira de Souza

dinha-012@hotmail.com

Claudio dos Anjos

dosanjosc@gmail.com

Cristian Albrecht

cristianbruno67@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A partir de inquietações geradas pelo texto de Betti e Zuliani (2002) “Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas” fomos a campo com o objetivo de identificar como estão ocorrendo as aulas de EF nas escolas situadas no Vale do Taquari. Nossa metodologia contemplou a aplicação de um questionário com seis perguntas abertas, dirigidas a cinco professores de três municípios da região. As perguntas estiveram voltadas para como os professores contemplam as atividades da cultura corporal do movimento, como elaboram suas aulas e como avaliam seus alunos. Para análise das informações obtidas foi realizada uma triangulação dos dados coletados por meio das entrevistas, com o referencial teórico de diferentes autores e com as interpretações dos pesquisadores. A pesquisa nos revelou resultados positivos e negativos quanto ao contexto da educação física escolar, onde as questões mais relevantes foram: os locais e materiais disponíveis para as aulas ainda tem sido empecilho para o desenvolvimento e qualidade das aulas; os professores estão preocupados com a cultura corporal do movimento e tentam trazer novas vivências para seus alunos, mas ainda caminham a passos lentos neste sentido, seja por falta de conhecimento ou por falta de disponibilidade dos alunos e/ou materiais apropriados. Sobre como avaliam seus alunos nas aulas, os professores entrevistados estão buscando contemplar a avaliação dentro dos conteúdos que eles trabalham nas aulas. Pelas respostas generalizadas a respeito desta questão, percebemos falta de embasamento teórico e instrumentos adequados para avaliar. Constatou-se que na maioria das escolas ainda prevalece o esporte como principal atividade, usada para satisfazer os alunos. Entendemos que é preciso desenvolver a pratica do movimento corporal plural desde cedo, mesmo com falta de espaço, formação acadêmica insuficiente e falta de interesse dos alunos, pois só teremos êxito na educação se persistimos com a mudança.

          Unitermos: Educação Física Escolar. Contexto. Vale do Taquari.

 

Abstract

          From anxieties generated by the text of Betti and Zuliani (2002) “Physical Education: a proposal of pedagogical guidelines" went out with the aim of identifying how PE classes in schools located in Taquari Valley are occurring. Our methodology included the use of a questionnaire with six open questions, addressed to five teachers from three municipalities. The questions were focused on how teachers contemplate the activities of physical culture movement, they prepare their lessons and how they evaluate their students. For an analysis of information triangulation of data collected through interviews with the theoretical framework of various authors and the interpretations of the researchers was conducted. The research revealed the positive and negative results regarding the context of school physical education, where the most relevant questions were: local and materials available for lessons have yet been hindrance to the development and quality of classes, teachers are concerned with culture body movement and try to bring new experiences to their students, but still walk in slow steps in this direction, either for lack of knowledge or lack of availability of students and / or suitable materials. On how to assess your students in class, the teachers interviewed are contemplating seeking review within the content that they work in the classroom. By generalized answers to this question, we noticed a lack of theoretical foundation and expertise to evaluate instruments. It was found that in most schools the sport as a main activity used to meet students still prevails. We understand what it takes to develop the practice of plural body movement early on, even with lack of space, poor academic background and lack of student interest, because we only succeed in education if we persist with change.

          Keywords: School Physical Education. Context. Taquari Valley.

 

Recepção: 18/09/2014 – Aceitação: 08/10/2014.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 197, Octubre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Dentre os diversos temas estudados acerca da Educação Física Escolar no curso de graduação em Educação Física (Licenciatura) da Univates – Centro Universitário (Lajeado-RS) está a “Educação física escolar: um novo contexto” que é uma problemática muito atual na área escolar. Na disciplina de Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental, tivemos a oportunidade de nos depararmos com um artigo escrito por Mauro Betti e Luiz Roberto Zuliani, intitulado, “Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas”, que trata exatamente desta problemática. Neste texto, Betti e Zuliani, abordam a educação física escolar, trazendo um entendimento sobre está na escola, e relacionando com a cultura corporal do movimento. Os autores destacam formas de trabalharmos com diferentes turmas, tendo uma avaliação concisa e necessária, também afirmam ser fundamental trazer a teoria atrelada a pratica, inovando e experimentando novos modelos, metodologias, estratégias, para que o aluno tenha uma formação crítica da cultura corporal contemporânea. As questões apresentadas neste texto geraram algumas inquietações que motivaram a realização de um novo estudo, adaptado a realidade da rede escolar local do Vale do Taquari, região de abrangência da Univates-Centro Universitário. Esta nova perspectiva e leitura do texto original de Betti e Zuliani, bem como, os novos resultados encontrados serão apresentadas a seguir.

Material e método

    A metodologia utilizada se baseou em um paradigma qualitativo, classificando essa pesquisa como um estudo investigativo, uma vez que se pretendeu investigar, analisar e refletir sobre a prática pedagógica do professor de Educação Física.

    Conforme Negrine apud Molina Neto e Triviños (1999, p. 61):

    A base analógica deste tipo de investigação se centra na descrição, análise e interpretação das informações recolhidas durante o processo investigatório, procurando entendê-las de forma contextualizada. Isso significa que nas pesquisas de corte qualitativo não há preocupação em generalizar os achados (NEGRINE apud MOLINA e TRIVIÑOS, 1999, p.61).

    Assim, o presente estudo foi uma investigação que utilizou como instrumento a entrevista, composta por seis questões abertas, sendo que não houve preocupação em usar valores numéricos ou generalizações. O estudo buscou responder a questões iniciais do projeto, bem como levantou outras questões ao longo de sua trajetória:

    A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 1994, p. 21-22).

    As escolas escolhidas foram da rede pública de três municípios do Vale do Taquari. Participaram do estudo cinco professores de Educação Física dos anos finais do Ensino Fundamental de escolas municipais e estaduais, compreendendo entre dois a vinte anos de experiência. Os critérios de inclusão dos participantes deste estudo foram: ser formado em Educação Física; atuar na EF escolar nos anos finais do fundamental; atuar em escolas do RS nas abrangências do vale do taquari, Rio Pardo e Serra. Foi apresentado aos participantes, antes da realização da pesquisa, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, para que pudesse ler e assinar, estando ciente dos objetivos e procedimentos, bem como da possibilidade de, em qualquer momento da pesquisa, sentir-se livre para abandoná-la.

    Segundo Molina Neto apud Minayo (1994, p. 51):

    Em Ciências Sociais, tendo como referência a pesquisa qualitativa, o trabalho de campo se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo (MOLINA apud MINAYO, 1994, p. 51).

    O instrumento utilizado na coleta dos dados no campo foi à entrevista. Conforme a última autora, a entrevista vem sendo utilizada por muitos pesquisadores em seus trabalhos de campo, pois é um dos objetos de fundamental importância para a reflexão e coleta de dados sobre determinado assunto. Segundo Minayo (1994, p. 57), a entrevista “não significa uma conversa despretensiosa e neutra, uma vez que se insere como meio de coleta dos fatos relatados pelos atores, enquanto sujeitos-objeto da pesquisa que vivenciam uma determinada realidade que está sendo focalizada”. Já para Visauta apud Molina Neto e Triviños (1999, p. 73) a entrevista “consiste em uma conversação séria entre duas ou mais pessoas”.

    A realização das entrevistas com os professores se deu em horário de trabalho, e lazer dos entrevistados. Ocorreram em suas casas, e uma entrevista foi realizada na escola, mais precisamente na sala dos professores, e duraram em torno de 30 min. Foi uma entrevista semi estruturada, com perguntas abertas, redigidas pelo entrevistador e respondida pelo entrevistado. Para análise das informações foi realizada a triangulação dos dados coletados por meio das entrevistas, com o referencial teórico de diferentes pesquisadores e com as interpretações dos pesquisadores. A triangulação das informações, conforme Triviños (1987, p.138), “tem por objetivo abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do foco em estudo”. Quando as respostas colhidas foram idênticas e possíveis de serem classificadas, as mesmas foram tabuladas e estão apresentadas abaixo.

    Participaram da pesquisa cinco professores escolhidos aleatoriamente. As perguntas realizadas para eles tiveram o intuito de investigar sobre a educação física na escola, como o professor vem construindo sua aula, levando em consideração os novos tempos que vivemos. Utilizando perguntas simples, masque atentem para pequenos detalhes.

    O questionário aplicado foi o seguinte:

  1. Você costuma usar métodos diferenciados para estimular seus alunos a gostarem de praticar outras atividades, além do desporto?

  2. Como você faz para avaliar as aulas de educação física?

  3. Você utiliza a teoria para depois aplicar a pratica?

  4. Quais os métodos utilizados para aplicar aulas em turmas de 5 a 9 ano?

  5. Para você que tipo de cidadão a educação física tem o papel de formar?

  6. Como você faz para inclusão de todos os alunos nas aulas de educação física?

Desenvolvimento

    Com base no artigo estudado e nas pesquisas geradas a partir deste estudo, nosso grupo percebe a importância da educação física escolar, e a importância de trazer para a escola a cultura corporal do movimento, em conjunto com uma ação pedagógica para que a educação física não perca sua especificidade, masque englobe muito mais do que apenas esportes, e que faça o indivíduo aprender a socializar-se. Segundo Betti e Zuliani (2002, p.52), “a integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal de movimento há de ser plena – é efetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de sua personalidade”.

    Introduzir o aluno no universo cultural das atividades físicas, de modo a prepará-lo para delas usufruir durante toda a vida, Devem-se ensinar o basquetebol, o voleibol (a dança, a ginástica, o jogo...). Visando não apenas o aluno presente, mas o cidadão futuro, que vai partilhar produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade física. Por isso, na educação física escolar, o esporte não deve restringir-se a um “fazer” mecânico, visando um rendimento exterior ao indivíduo, mas tornar-se um “compreender, um “incorporar”, um “aprender” atitudes, habilidades e conhecimentos, que levem o aluno a dominar os valores e padrões da cultura esportiva (BETTI e ZULIANI, 2002, p. 58)”.

    O que mais nos chama a atenção para a educação física escolar na atualidade é de que muitas vezes ela apaga-se diante dos alunos, talvez por falta de um professor mais comprometido com a disciplina, ou por desinteresse dos próprios alunos, o fato é que a educação física escolar sempre existiu, mas está tendo que se reinventar para que esta tenha mais sentido para os alunos dentro da escola, já que sabemos que fora dela estes mesmos indivíduos dão extremo valor a tudo que envolva movimento corporal. Por isso, segundo Betti e Zuliani (2002), num processo de longo prazo, a Educação Física deve levar o aluno a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas para com elas, levar à aprendizagem de comportamentos adequados à sua prática, levar ao conhecimento, compreensão e análise de seu intelecto os dados científicos e filosóficos relacionados à cultura corporal de movimento, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e a apreciação do corpo em movimento.

    As tendências pedagógicas inseridas na educação formal são denominadas, reprodutivas, que prioriza as capacidades intelectuais, e construtivistas, que nos trás a idéia de construção do conhecimento, com total participação e intervenção do professor, participando como agente estimulador. Apesar destas tendências pedagógicas elas só ganham força se aliadas ao uma metodologia de ensino. Ainda não se sabe muito sobre o processo de intervenção a se utilizar, pois existem muitas características que devem ser analisadas dentro do contexto escola. O que se sabe sobre estas tendências pedagógicas para a educação física infantil, é que devemos proporcionar para elas varias possibilidades de movimentos corporais a partir da sua criatividade e autoconstrução. Também é de suma importância conhecer a modalidade que se vai trabalhar, e ainda mais importante que isso, conhecer a turma que se vai trabalhar, respeitando cada qual no seu processo de ensino-aprendizagem. Devemos entender que a criança não é um mini atleta e que o professor de educação física deve ter responsabilidade pedagógica acima de tudo.

    Também dentro do contexto do artigo estudado, acreditamos ser importante a avaliação dos alunos na educação física, onde o professor deve avaliar seu aluno de maneira a agregar para este no seu desenvolvimento e não apenas para atribuir-lhe uma nota no decorrer do ano. Segundo Luckesi (1996), a avaliação tem duas funções básicas: diagnóstica, para detectar o estágio de desenvolvimento e aprendizagem do aluno a fim de extrair conseqüências para o próprio processo de ensino e, portanto, avaliá-lo; e classificatória, para hierarquizar os alunos, e servir também com um dos critérios de promoção.

Resultados e discussão

    A pesquisa revelou pontos positivos e negativos que ainda perduram na disciplina de educação física.

Tabela 1. Você costuma usar métodos diferenciados para estimular seus alunos a gostarem de praticar outras atividades, além do desporto?

Professor número 1

Negociar com os alunos

Trazer práticas diferenciadas.

Professor número 2

Há falta de espaço adequado.

Professor número 3

A formação acadêmica é insuficiente

Professor número 4

Alunos não aceitam bem a idéia,

ai preciso fazer valer minha autoridade.

Professor número 5

Alunos adoram outras atividades,

mas não posso deixar faltar

o futebol e o voleibol.

Fonte: dos autores (2014)

    A primeira pergunta tem o intuito de descobrir como estão sendo realizadas as aulas de educação física, se ainda estamos presos aos esportes mais popularizados. Com a resposta, fica claro que na grande maioria dos alunos, fazem o professor refém do que eles gostam, ou acreditam gostar. Luckesi (1996) nos fala que devemos ter em mente que a atividade esportiva por si só, não educa; seus efeitos educativos dependem do contexto em que é praticada, especialmente em relação aos aspectos de interação social, ao clima afetivo-emocional e motivacional existentes.

    Acreditamos que deve haver um único pensamento, entre os professores e a escola. Juntos desenvolverem ainda nas crianças a idéia de trabalhar todo movimento corporal. Fazer a educação física escolar ter sentido, trazer o porquê da pratica e ter sempre atrelada a ela a teoria.

Tabela 2. Como você faz para avaliar as aulas de educação física?

Professor número 1 e 2

Participação

Professor número 3

Auto- avaliação

Professor número 4

Comportamento e participação

Professor número 5

Disposição em colocar o corpo em movimento

Fonte: dos autores (2014)

    Para que tenha mais sentido acreditamos ser necessário à avaliação nas aulas de educação física, se queremos dar sentido a ela, precisamos fundamentá-la. Afirma Betti e Zuliani (2002) que uma nova concepção de Educação Física, baseada no conceito de cultura corporal de movimento, exige, contudo, uma melhoria de qualidade dos procedimentos de avaliação. Isso inclui a avaliação da dimensão cognitiva, pouco considerada até aqui pela Educação Física, e uma explicitação e diferenciação dos aspectos a serem considerados para a atribuição de conceitos aos alunos, e dos que serão úteis para a auto avaliação do professor e do próprio ensino. Então consideramos que os professores ainda precisam rever a questão da avaliação, pois a pesquisa nos revela que eles ainda utilizam, em boa parte das aulas, o comportamento e a participação para atribuir nota ao aluno.

Tabela 3. Você utiliza a teoria para depois aplicar a pratica?

Professor número 1

Sim, uma completa a outra.

Professor número 2

Nem sempre

Professor número 3

Quando aplico um desporto sim,

com toda a certeza

Professor número 4 e 5

Sempre

Porém a teoria é mais simplificada

Fonte: dos autores (2014)

    As questões dois e três estão atreladas, sendo assim consideramos que para ter mais sentido se faz necessário a pratica fundamentada na teoria. Onde a avaliação deve ser uma forma de explicar a seqüência das aulas. Afirma Betti e Zuliani (2002), uma nova concepção de Educação Física, baseada no conceito de cultura corporal de movimento, exige, contudo, uma melhoria de qualidade dos procedimentos de avaliação. Isso inclui a avaliação da dimensão cognitiva, pouco considerada até aqui pela Educação Física, e uma explicitação e diferenciação dos aspectos a serem considerados para a atribuição de conceitos aos alunos, e dos que serão úteis para a auto avaliação do professor e do próprio ensino.

    Sendo assim a avaliação não só pode dar sentido à aula como trazer respostas da quais tanto está disciplina busca.

Tabela 4. Quais os métodos utilizados para aplicar aulas em turmas de 5 a 9 ano?

Professor número 1, 2, 3, 4 e 5.

Trabalhar pré-desportivos,

regras fundamentos,

técnicas e táticas básicas.

Trabalhar a competição, pois nesta fase eles estão muito competitivos.

Fonte: dos autores (2014)

 

Tabela 5. Para você que tipo de cidadão a educação física tem o papel de formar?

Professor número 1, 2, 3, 4 e 5

Cidadão que conhece a sua corporeidade,

sabe dos seus limites.

Cidadãos conscientes.

Fonte: dos autores (2014)

 

Tabela 6. Como você faz para inclusão de todos os alunos nas aulas de educação física?

Professor número 1

Adaptações.

Professor número 2, 3 e 4

Desenvolver a consciência

nos alunos, mostrando que cada um

tem limitações e habilidades

diferenciadas.

Professor número 5

Utilizando atividades que não

visam necessariamente o desempenho.

    Com as questões 4, 5 e 6, buscamos saber como os professores de educação física estão estruturando suas aulas, principalmente para turma de series finais do ensino fundamental, se estes estão preocupados com seus alunos, interessados no cidadão futuro. Investigamos e todos eles tiveram boas respostas. Nós como futuros professores preocupados com as questões básicas de educação, e voltados para a inclusão e o novo movimento da cultura corporal, queríamos com essas questões acrescentar à nossa formação, a vivência do dia-dia dos professores. Betti e Zuliani (2002) falam sobre a Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica que deve assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida.

Considerações finais

    A partir das pesquisas realizadas constatou-se que na maioria das escolas ainda prevalece o esporte como sendo a atividade principal para os alunos, onde muitas vezes o professor precisa satisfazê-los, pois eles não querem praticar atividades diferenciadas, então entendemos que é preciso desenvolver nas crianças o movimento corporal, instigando-os a diferentes atividades. Entre os professores entrevistados a maioria nos respondeu que o maior problema para trabalhar estas atividades diferenciadas é pela falta espaço na escola, pela formação acadêmica insuficiente e por falta de interesse dos alunos.

    Nosso questionário quis saber também sobre a avaliação utilizada pelos professores na escola. Concluímos que a grande maioria dos professores avalia a participação e o comportamento dos alunos. Podemos dizer então que a educação física escolar ainda está em busca do aperfeiçoamento, onde não existe uma forma de agir para todos os casos, entendemos que é preciso fundamentar-se a partir de embasamento teórico, estando em total sintonia com a turma que se vai trabalhar e com o objetivo que quer alcançar.

Referências

  • BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Belo Horizonte, n.1(1), p.73-81, 2002.

  • LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

  • MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 23. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

  • MOLINA NETO, Vicente; TRIVIÑOS, Augusto N. S. (Org.) A pesquisa qualitativa na educação física: alternativas metodológicas. Porto Alegre: UFRGS, 1999.

  • NETO, Francisco Xavier de Vargas; VOSER, Rogério da Cunha. A criança e esporte: uma perspectiva lúdica. Canoas, Ed. Ulbra, 2001.

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