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Treinamento de força e suplementação de 

cafeína altera a composição corporal em homens

El entrenamiento de la fuerza y la suplementación con cafeína cambia la composición corporal en hombres

 

*Acadêmico do curso de Educação Física da UNIFAE, São João da Boa vista, SP

**Docente do curso de Educação Física da Fundação Educacional de Machado, MG

***Docente do curso de Educação Física da UNIFAE, São João da Boa Vista, SP

(Brasil)

Jarataí Munhoz Camargo*

Ricardo Silva Toledo**

Luiz Cláudio Bossi***

bossifit@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O presente estudo teve como objetivo analisar a composição corporal de sujeitos treinados em musculação após 8 semanas de suplementação com cafeína e treinamento de força. A amostra foi composta por 12 sujeitos, divididos em 2 grupos: grupo cafeína (GC) e o grupo placebo (GP), com experiência mínima de 6 meses em treinamento de força. A suplementação foi cedida pela empresa BodyNutry® de São João da Boa Vista, SP, sendo a forma de suplementar explicada pela mesma. O teste foi duplamente cego, onde tanto o GC como o GP foram aleatorizados. O GC obteve um aumento de 1,5 Kg na massa magra e uma diminuição de 1,1% no percentual de gordura. O GP teve um aumento de 1 kg na massa magra e 0,4% no percentual de gordura. Podemos concluir que a Suplementação com cafeína reduz o percentual de gordura.

          Unitermos: Efeito ergogênico. Treinamento resistido. Emagrecimento.

 

Abstract

          The present study aimed to analyze body composition in weight trained subjects after 8 weeks of supplementation with caffeine and strength training. The sample consisted of 12 subjects, divided into 2 groups: caffeine (GC) and the placebo group (GP) with minimum experience of 6 months strength training. Supplementation was provided by the company BodyNutry® São Joao da Boa Vista, SP, and the form of additional explained by it. The trial was double-blind, where both GC and GP were randomized. The GC showed an increase of 1.5 kg in lean mass and a decrease of 1.1% in the percentage of fat. The GP had an increase of 1 kg in mass and 0.4% for fat percentage. We conclude that caffeine supplementation reduces fat percentage.

          Keywords: Ergogenic effect. Resistance training. Weight loss.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Com o passar dos tempos, através de estudos e pesquisas sobre o treinamento de força, se confirma cada vez mais a grande importância desta atividade como forma de promover a saúde e estética. Contudo, o treinamento de força atinge uma grande parte da população, principalmente nos últimos 50 anos, se tornando popular em indivíduos de diferentes idades, não só pelo fato de ter como resultado uma condição saudável, mas também por oferecer outros benefícios com sua prática, como o aumento do volume e força muscular (FLECK e SIMÃO, 2008).

    Atualmente, com o avanço tecnológico e científico, se encontram várias pesquisas sobre os mais variados tipos de ergogênicos que contribuem para uma melhora no desempenho físico. Assim aumentam-se também os números de pessoas que recorrem à utilização de suplementos nutricionais, na busca pelo corpo perfeito através de resultados rápidos (ALTIMARI et al, 2000).

    A cafeína é o estimulante freqüentemente mais usado em todo o mundo. Este destaque vem pelo fato dela atuar como estimulante no sistema central, tendo como resultado uma maior mobilização e oxidação de ácidos graxos, assim reduzindo o consumo de glicogênio muscular, retardando o processo de fadiga. E também pelo fato dela afetar no processo dos estímulos neurais,onde a concentração de cálcio aumenta nas células musculares, ou pela diminuição da perda de potássio pelas células durante a contração muscular (BROUNS, 2005).

    Seja na área médica, esportiva ou farmacêutica, a cafeína vem sendo comumente utilizada, desde a fabricação de alimentos e remédios, até mesmo como auxílio ergogênico nos esportes. Porém seus efeitos no organismo irão depender de alguns fatores tais como: gênero, idade, aptidão física, dose ingerida (MACIEL e BRAZACA, 2004). Tem sido um auxílio ergogênicos popular para todos os atletas, com o intuito de retardar o processo de fadiga, conseqüentemente aprimorando o desempenho físico. Por esses motivos a cafeína é uma das drogas mais utilizadas em todo o mundo (SOUZA e PEREIRA, 2012).

    Brito e Mendes (2007) relatam que a cafeína inibe a ação da enzima fosfodieterase, cuja qual é responsável pela degradação da adenosina monofosfato- cíclico (AMP-c). Como a cafeína inibi a ação desta enzima, aumenta-se o tempo de meia vida do AMP cíclico. De tal modo, o aumento nas concentrações de AMP-c intracelular aumenta a lipólise.Entretanto, tais efeitos foram constatados em doses suprafisiológicas.

    A cafeína também age sobre a atividade da bomba de Sódio(Na+) e Potássio (k+), regulando as concentrações de k+ dentro e fora das células, deixando as concentrações baixas no meio extracelular, e alta no meio intracelular, sendo que este acontecimento contribui para o retardamento da fadiga. Assim, com baixas concentrações de K+ no plasma, ajuda a manter a excitabilidade das membranas celulares, nos músculos contráteis, sendo uma possível explicação de um dos efeitos ergogênicos da cafeína (BRAGA e ALVES, 2000, p. 33-37).

    Também apresentando um efeito sobre o mecanismo de ação do cálcio, agindo diretamente na permeabilidade do retículo sarcoplasmático, facilitando a cinemática do cálcio, assim a cafeína age diferentemente entre as fibras musculares do tipo I e II, sendo que as fibras tipo I, de contração lenta, são mais sensíveis a ela do que as fibras tipo II, de contração rápida. Acredita-se também que a cafeína favorece um aumento na oxidação de gorduras, através de uma maior mobilização dos ácidos graxos livres dos estoques intramusculares ou dos tecidos, reduzindo a oxidação de carboidratos. Este acontecimento é dado indiretamente pelo fato do aumento de catecolaminas na circulação, particularmente a epinefrina que antagoniza os receptores de adenosina que normalmente inibem a mobilização de ácidos graxos livres, aumentando a oxidação de gordura e diminuindo a oxidação de carboidratos(ALTIMARI et al, 2000) . O quadro a seguir mostra alguns estudos feito com cafeína.

Quadro 1. Estudos sobre o efeito da cafeína

Objetivos

Objetivo geral

  • Identificar se há ou não melhora na composição corporal com exercício resistido associado à suplementação de cafeína.

Objetivo específico

  • Comparar os efeitos da suplementação de cafeína na composição corporal de praticantes de exercícios resistido;

  • Análises antropométricas no decorrer da pesquisa.

Materiais e métodos

    O presente estudo foi realizado na academia da A.A. Caldense na cidade de Poços de Caldas – MG, e na academia do Clube Esportiva Sanjoanense, da cidade de São João da Boa Vista – SP, onde foram escolhidos 12 (doze) voluntários. Durante todo o período da pesquisa, os sujeitos estiveram realizando somente as atividades físicas prescritas no estudo. Toda a pesquisa foi realizada quatro vezes por semana: segunda, terça, quinta e sexta-feira, com duração de 8 (oito) semanas.A pesquisa foi realizada com todos os participantes sendo do sexo masculino, com idade variando de 20 a 30 anos, tendo uma média de idade de 24,5 anos com uma amplitude de 10 anos (tabela 1).

Tabela 1. Dados antropométricos dos voluntários

Avaliações

    Foram realizadas coletas antropométricas antes do início do treinamento e logo após o seu término, seguindo o protocolo de Guedes (7 dobras masculino e feminino, 18-30 anos), além da perimetria.

Suplementação

    Os participantes do estudo foram submetidos a um teste duplo-cego, onde 6 voluntários, chamados de grupo Cafeína (GC), realizavam a ingestão de Cafeína da marca BodyNutry® de São João da Boa Vista, SP. A composição nutricional do suplemento é dado na tabela abaixo.

Tabela 2. Composição do suplemento cafeína

    E os outros 6 participantes, chamados de grupo placebo (GP), realizavam a ingestão do comprimido placebo, sendo que eram idênticos aos do GC, apresentando mesmo tamanho, cheiro e cor. Toda a recomendação para a suplementação foi dada pelos fabricantes, onde os participantes realizavam o uso de três cápsulas do suplemento 30 minutos antes do treinamento.

Treinamento

    O treinamento teve 8 (oito) semanas de duração, quatro dias por semana, com exercícios divididos por articulação, executando o treinamento segunda, terça, quinta e sexta-feira, tendo um intervalo de um dia durante a semana, quarta-feira. Assim o treino foi dividido segunda e quinta-feira realizava-se supino, supino 45°, pullover, puxada alta fechada, remada cavalinho, desenvolvimento com halteres e elevação lateral. Terça e sexta-feira executavam agachamento, leg press 45°, mesa extensora, mesa flexora, rosca direta barra W, rosca Scott barra W, tríceps na roldana e tríceps testa. Na primeira semana foram feitas 4 séries de 7 repetições, aumentando uma repetição a cada duas semanas, concluindo a oitava semana com 4 séries de 10 repetições, sempre mantendo o tempo de 2 minutos de intervalo entre as séries. Para a realização da pesquisa não foi realizado o teste de carga máxima, onde as repetições eram trabalhadas em cima de repetições máximas, com as cargas sendo ajustadas durante o treinamento. Assim tanto o grupo placebo (GP), quanto o grupo cafeína (GC), realizaram o mesmo treinamento.

Resultados

    O presente estudo demonstrou como resultado que os participantes que realizaram o treinamento e a suplementação a base de cafeína, obtiveram aumento de 1,5 Kg de massa magra e uma diminuição de 0,7 Kg de massa gorda (-1,1%). Já o Grupo Placebo apresentou um ganho de 1,1 Kg na massa magra e 0,7 Kg massa gorda (+0,4%). Esses resultados estão expressos na tabela a seguir.

Tabela 3. Média na composição corporal do grupo cafeína

Tabela 4. Média na composição corporal do grupo placebo

Discussão e conclusão

    O presente estudo mostrou com seus resultados que os voluntários que executaram o treinamento resistido juntamente com a realização da suplementação de Cafeína em conjunto, obtiveram melhoras na composição corporal mais significativas perante aos voluntários que realizaram somente o treinamento resistido.

    Stuart et al. (2005), realizou um estudo com jogadores de rugby, onde suplementaram com 6 mg/Kg de cafeína 70 minutos antes de testes, que constavam entre eles exercícios de alta intensidades, e foi constatado que houve uma melhora de 2% na velocidade de sprints e uma melhora de 5% no pico de potência.

    Existe também uma relação com a dosagem e a sua respectiva resposta no treinamento, como mostrou Del Coso et al. (2012), onde relatou a dose resposta dos efeitos da cafeína na performance muscular, analisando a suplementação com 1 e 3 mg/Kg de massa corporal, no exercício de supino e agachamento analisando a produção de força. Os indivíduos que suplementaram com 1 mg/Kg não afetou a força máxima em ambos exercícios, porém já os indivíduos que suplementaram-se com 3 mg/Kg aumentaram a potência máxima nos exercícios.

    Acredita-se que a cafeína possua mecanismo de ação central e periférica que podem resultar em importantes alterações metabólicas e fisiológicas, onde parecem melhorar a performance atlética. Porém, o seu efeito ergogênicos é ainda muito controverso, dado que aparentemente possa existir outros mecanismos que estão associados a sua ação, melhorando a performance em diferentes tipos de exercícios. Muitas pesquisas são realizadas acerca da suplementação, porem uma metodologia mais controlada (inquérito alimentar, testes de força máxima) devem ser realizados a fim de deixar a pesquisa mais fidedigna (TOLEDO & BOSSI, 2012).

Referências

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