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Percepção da imagem corporal em crianças e adolescentes 

participantes do programa Esporte Sem Fronteiras

La percepción de la imagen corporal en niños y adolescentes que participan del programa Deportes Sin Fronteras

 

*Professor Educação Física - Bolsista Universidade Sem Fronteiras

**Acadêmico de Educação Física - Bolsista Universidade Sem Fronteiras

***Acadêmico de Nutrição - Bolsista Universidade Sem Fronteiras

****Professora do Departamento de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste

*****Professora do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual do Centro-Oeste

(Brasil)

Marcos Roberto Brasil*

Vinicius Machado Oliveira*

Thais Renata da Silva*

Bruna Janaina Estevão*

Zacarias Chumlhak**

Stephany Kosniski Montani***

Felipe Zavadski***

Renata Leia Demario****

Schelyne Ribas da Silva*****

brasilmr@hotmail.com.br

 

 

 

 

Resumo

          A imagem corporal estabelecida como ideal na sociedade atual, é severamente distorcida e cobrada em crianças e adolescentes. Distúrbios comportamentais podem levar a problemas nas dimensões afetivas e cognitivas da imagem corporal. O presente estudo teve por objetivo identificar a percepção da imagem corporal e verificar qual silhueta é a mais relatada, e qual a mais desejada em participantes do projeto Esporte Sem Fronteiras. Os resultados apontaram que 31,8% dos participantes estão satisfeito com sua imagem corporal, 24,0% insatisfeito por magreza e 44,2%, insatisfeito por excesso de peso, ou seja, 68,2% de insatisfação corporal a silhueta mais relatada foi a fig.5, 20,9% e a silhueta mais desejada foi a fig.5, 28,7%. Conclui-se que os participantes apresentam grande insatisfação com a imagem corporal, motivo de grande preocupação para os professores atuantes no projeto.

          Unitermos: Imagem corporal. Crianças. Adolescentes.

 

Abstract

          Body image ideal as established in the current society is severely distorted and charged in children and adolescents. Behavioral disorders can lead to problems in the affective and cognitive dimensions of body image. The present study aimed to identify the perception of body image and check which profile is the most reported, and what the most desired in participants of Sports Without Borders project. The results showed that 31.8% of respondents are satisfied with their body image, 24.0% dissatisfied for thinness and 44.2% dissatisfied for overweight, ie, 68.2% reported more body dissatisfaction silhouette fig. 5 was 20.9% and the most desired silhouette fig. 5 was 28.7%. We conclude that the participants have a great dissatisfaction with body image, causing great concern for teachers active in the project.

          Keywords: Body image. Children. Adolescents.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    A imagem corporal estabelecida como ideal na sociedade atual, é severamente distorcida e cobrada em crianças e adolescentes (PEREIRA et al., 2009). A insatisfação com o corpo, discriminação na escola e a pressão entre os pares são destaques nos relatos de crianças e adolescentes (CONTI et al., 2009). Alterações de aparência física parecem ser as preocupações mais evidentes entre crianças e adolescentes. A satisfação corporal é o comportamento perceptivo da imagem corporal que é a acurácia do julgamento do individuo de seu tamanho, forma e peso relativos a sua atual proporção (FINATO et al., 2013). A insatisfação com a imagem corporal pode acarretar problemas emocionais, alimentares e de socialização e se agravar durante a vida adulta (SCHUBERT et al., 2013). Partindo desse pressuposto, o presente estudo tem por objetivo identificar a satisfação e insatisfação com imagem corporal, verificar qual silhueta é a mais relatado, e qual a mais desejada, por crianças e adolescentes participantes do Programa Esporte sem Fronteiras.

Metodologia

    Este estudo faz parte de um projeto maior denominado, Esporte Sem Fronteira. É um projeto de intervenção interdisciplinar (Educação Física e Nutrição), com práticas de atividade física e acompanhamento nutricional, por profissionais de cada área específica. O projeto foi divulgado em e Escolas Estaduais do Município que foram visitadas com anuência do Núcleo Regional de Educação. Após divulgação, 129 (24 Meninas e 105 Meninos) crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, por meio de seus pais/responsáveis, efetivaram inscrição no projeto e participaram da primeira triagem que consistiu de avaliações de relato da auto imagem corporal e medidas antropométricas. A avaliação do estado nutricional dos participantes foi baseada no índice de massa corporal (IMC=Peso/Estatura²), os quais foram classificados seguindo os pontos de corte para idade e gênero da (escore-z), (WHO 2007). Para a percepção da imagem corporal foi utilizado às silhuetas propostas por (KAKESHITA et al., 2009).

Figura 1. Silhuetas corporais utilizadas para auto percepção da imagem corporal

    A Figura exibe as silhuetas numeradas de 1 a 11, de acordo com o gênero, com extremos de magreza à obesidade grave. Durante a avaliação o pesquisador solicitava ao participante (mediante perguntas): “Qual figura melhor representa o seu corpora atual, como você se vê hoje?”. Após: “Qual figura representa o corpo que você gostaria de ter, a sua meta?”. O grau de satisfação e insatisfação com a imagem corporal foi determinada pela diferença entre as silhuetas desejada menos à atual, foram classificados satisfeitos com o corpo/peso os participantes que apresentaram resultado zero (0), insatisfação por magreza/ganhar peso (resultado positivo), sugere-se que a pessoa tem como “meta” um corpo/silhueta maior do que à atual e (resultado negativo), sugere-se que a pessoa tem como “meta” um corpo/silhueta menor da atual (KAKESHITA et al., 2009). Os dados foram analisados utilizando o pacote estatístico SPSS 21.0.

Resultados

    A tabela 1 demonstra que 31,8%, dos participantes estão satisfeito com sua imagem atual, 24,0% Insatisfeito por Magreza, desejam ganhar peso e 44,2% Insatisfeito por Excesso de Peso, desejam perder peso, ou seja, 68,2% de insatisfação corporal (Insatisfação por magreza + Insatisfeito por Excesso).

Tabela 1. Satisfação e Insatisfação Corporal

    Ao observamos o Índice de Massa Corporal, vemos que 51,2%, encontram-se como Eutrófico, 41,1%, como Baixo Peso e 7,8% com sobrepeso, tabela 2.

Tabela 2. Classificação do Índice de Massa Corporal

    Já em relação à auto-imagem atual, vemos que a maioria se auto relata/parecer na figurar 3, 4 e 5 com 19,4%, 17,8% e 20,9%, respectivamente. Na auto-imagem desejada, vemos uma grande parcela de 21,7% deseja ser/parecer com a figura 3, 20,9% deseja ser/parecer com a figura 4 e 28,7% deseja ser/parecer com a figura 5, figura 2.

Figura 2. Relato Auto Imagem Atual

 

Figura 3. Relato Auto Imagem Desejada

Discussão

    Nossos resultados em relação à insatisfação da imagem corporal são inferiores aos obtidos por (FIDELIX et al., 2013) em seu estudo com escolares de 7 a 17 anos encontrou 74,7% de insatisfação corporal, (FINATO et al., 2013) ao avaliar escolares do sexto ano obteve 71,5% de insatisfação com imagem corporal e (FERRARI; PETROSKI; SILVA, 2013) ao investigar universitários encontrou 69,5% de descontentamento com imagem corporal. Porém superior aos resultados relatados por (SCHUBERT et al., 2013), que investigou crianças e adolescentes obteve 61,8% de insatisfação com a imagem, (GLANER et al., 2013) no seu estudo avaliou estudantes e encontrou uma insatisfação de 60%, (BELING, 2012) obteve 27,2% de insatisfação em seu estudo com adolescentes e (MARTINS et al., 2013) também ao avaliar adolescente obteve uma insatisfação de 25,3%. Já (NILSON et al., 2013) e (CARVALHO et al., 2013) ao avaliar universitários observaram uma insatisfação de 55,4% e 19,7%, de insatisfação com a imagem corporal respectivamente. Tal diferença pode ser explicada pelo fato de que cada região possui uma diversidade cultural, a faixa etária estuda e também a utilização de silhuetas diferentes do estudo. Na auto-imagem relata e desejada nosso estudo encontra-se na maioria a figura 5, (ZENITH, et al, 2012), encontrou em seu estudo com adultos, que a maioria dos sujeitos relata ser/parecer com a figura 10, e em relação a imagem desejada a mais relata foi a figura 7, no estudo foram utilizada as mesma silhuetas sugerida por (KAKESHITA et al., 2009), porém para adultos, tal divergência pode ser explicada pela faixa etária diferença ao do nosso estudo. Já no estudo de (FINATO et al., 2013), foram encontrados resultados semelhantes ao do nosso, com 29,9% de crianças e adolescentes relatam ser/parecer com a figura 5, e 41,6% desejam ser/parecer com a figura 5, mesmo sendo utilizado silhueta diferentes ficando evidente que o fator da faixa etária pode ser um predicador de relato da auto-imagem corporal.

Conclusão

    Apesar da comparação houve insatisfação com a imagem corporal na amostra investigada, sugerindo que o perfil corporal atual poderá se associar a distúrbios comportamentais, destacando-se as dificuldades interpessoais, profissionais e emocionais, motivo esse de grande preocupação por parte dos profissionais que atuam no projeto. Sugere-se uma nova avaliação da auto-imagem corporal dos participantes ao término das atividades, considerando que a mesma não é apenas uma construção cognitiva, mas também um reflexo de emoções e desejos, e dessa forma, o emagrecimento por si só, não é um indicativo exato de que haverá mudanças na percepção da imagem corporal.

Referências

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