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Dobras cutâneas de estudantes do curso de Educação 

Física comparadas a outros estudos semelhantes

Pliegues cutáneos de Estudiantes del curso de Educación Física comparados con otros estudios semejantes

 

Discentes do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira

**Docente do curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira

Mestre e Doutor em Educação Física

(Brasil)

Cristiene Fernades Loiola*

Edgar José Ribeiro*

Isadora Caroline Guimarães Oliveira*

Raquel Carneiro Gontijo*

Ademir Schmidt**

isadora.ef@gmail.com

 

 

 

 

Resumo

          Abordamos trabalhos sobre a composição corporal estimada pelas medidas da espessura de dobras cutâneas. Os dados foram coletados de 21 estudantes, 10 homens e 11 mulheres, com idade entre 20 a 44 anos, alunos do 6º período do curso de educação física de uma instituição de ensino superior privada em Goiânia-GO. Sendo estes comparados com outros trabalhos para correlacionar o percentual de gordura corporal, e a gordura absoluta e a massa corporal magra destes indivíduos para verificar a semelhança. A metodologia utilizada para coleta dos dados se baseou em uma pesquisa descritiva segundo Cervo e Bervian (2002), a composição corporal foi estimada através da espessura de dobras cutânea baseada no protocolo de Petroski (1995) utilizando o compasso Sanny, o percentual de gordura corporal calculado pela equação de Siri (1961), e massa de gordura absoluta e magra por Guedes (1995). O principal resultado que não se assemelhou aos valores dos estudos comparativos foi quanto ao resultado de massa de gordura absoluta dos homens, que se mostrou em nosso estudo um valor acima do estudo relacionado para comparação. Desta forma concluímos que mesmo tendo alguma variação de metodologia entre os estudos comparados, os resultados não se alteraram de forma não aceitável, pois são envolvidos fatores de caráter qualitativo que influencia no resultado, como condicionamento físico, região, dieta alimentar.

          Unitermos: Espessura de dobras cutâneas. Composição corporal. Gordura absoluta.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    Este trabalho aborda a comparação da composição corporal estimada pelas medidas da espessura de dobras cutâneas (EDC) dos alunos do 6º período do curso de educação física de uma instituição de ensino superior privada de Goiânia-GO com outros estudos semelhantes.

    A partir da coleta destas medidas, os dados serão comparados a de outros indivíduos semelhantes em outros estudos dentro da literatura pertinente para observar a correlação entre eles sobre o percentual de gordura corporal, e a gordura absoluta e massa corporal magra.

    Estes estudos comparativos são da pesquisa entre a UNICID (Laboratório de Fisiologia do Exercício) e a EEFEUSP (Laboratório de Desempenho Esportivo) que compara diferentes compassos de dobras cutâneas, o outro estudo é de mulheres que treinaram resistência de força com o aumento do consumo de oxigênio publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2008) em SP, e o estudo de intervenção em dez semanas para verificar a composição corporal antes e depois do treinamento com pesos publicado na Revista Brasileira Ciência e Movimento (2002) em Brasília.

Desenvolvimento

    A composição corporal através da EDC é um método de campo duplamente indireto, de simples aplicação que utiliza como instrumento um compasso. Essa mensuração das dobras cutâneas é confiável e de grande importância por informar a distribuição da gordura corporal do avaliado. Por isso é um grande aliado para a área da educação física em avaliações físicas quando se quer avaliar o percentual de gordura antes e depois de um programa de intervenção com exercícios físicos. Essa avaliação separa o peso corporal em massa livre de gordura e massa de gordura (MCARDLE et al., 2003).

    Para mensuração das dobras cutâneas com o compasso calibrado deve-se pinçar firmemente uma prega de pele e de gordura subcutânea com o polegar e o indicador afastando o tecido muscular subjacente. Após pinçar o tecido em apenas dois segundos deve-se verificar a medida em milímetros pelo mostrador. Toda essa prática justifica a experiência mínima do avaliador, além de saber os pontos anatômicos para fazer a correta marcação das dobras cutâneas.

    Através das características, como idade, adiposidade e sexo, da população avaliada é que se define o protocolo a ser usado. Neste caso utilizou-se o protocolo de Petroski (1995) e o compasso Sanny, para medir as dobras cutâneas por se basear em estudo da população brasileira, e idade e adiposidade ampla por ser uma equação generalizada. E para conversão destas dobras cutâneas em percentual de gordura em relação ao peso corporal utilizou-se a equação de Siri (1961), e a gordura absoluta e massa magra em relação ao peso corporal calculada de acordo com Guedes (1994). Esses dados são de fundamental importância para diagnosticar a saúde do indivíduo evitando principalmente as doenças coronarianas e a obesidade.

Metodologia

    A pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Cervo e Bervian (2002) se caracteriza por observar, registrar, analisar e correlacionar variáveis sem manipulá-las, procurando descobrir, com a precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características.

    Participaram da pesquisa 21 sujeitos (10 do sexo masculino e 11 do sexo feminino) com faixa etária entre 20 a 44 anos (25,9±5,4), alunos do 6º período do curso de educação física de uma instituição de ensino superior privada de Goiânia-GO.

    Os sujeitos foram submetidos à avaliação antropométrica de massa corporal e composição corporal. As medidas de massa corporal foram obtidas através de uma balança digital de marca Bioland (capacidade até 200 kg). A composição corporal foi estimada através da medida da espessura de dobras cutâneas (EDC), com base no protocolo de 4 dobras de Petroski (1995), utilizando um compasso de marca Sanny. O percentual de gordura foi calculado através da equação de Siri (1961), sendo a gordura absoluta e a massa corporal magra (MCM) calculadas de acordo com Guedes (1994).

    Depois de estimada a composição corporal, os dados foram tratados com base na estatística descritiva utilizando o software Microsoft Excel (versão 2010) e comparados aos padrões de referência disponíveis na literatura pertinente.

Resultados e discussão

    Os dados foram coletados de 21 indivíduos sendo 10 homens e 11 mulheres, com idade entre 20 e 44 anos, universitários do 6º período do curso de educação física de uma instituição de ensino superior privada de Goiânia-Go sendo mostrado nos gráficos abaixo. A composição corporal foi estimada através das medidas de EDC com base no protocolo de Petroski (1995), o compasso Sanny, a equação de Siri (1961) para calcular o percentual de gordura, e de gordura absoluta e massa corporal magra calculada de acordo com Guedes (1994).

    No gráfico 1, está sendo descrita a média em percentual de gordura corporal, encontrado 19,2% do peso corporal de gordura para homens com um desvio padrão de 7%. E encontrado 23% do peso corporal de gordura para mulheres com um desvio padrão de 4,4%.

    Para comparar estes dados do gráfico 1, selecionamos o estudo da UNICID (Laboratório de Fisiologia do Exercício) e da EEFEUSP (Laboratório de Desempenho Esportivo) que avaliaram 31 estudantes de educação física com idade entre 18 e 34 anos, utilizando o protocolo de Petroski (1995) e o compasso Sanny, o percentual de gordura corporal destes indivíduos avaliados foi de 20,9% com um desvio padrão de 3,4% se equiparando ao estudo do gráfico 1 logo abaixo.

Gráfico 1. Porcentagem de gordura corporal

    Primeiro será discutido os dados obtidos das 11 mulheres dos 21 indivíduos, com idade entre 20 e 44 anos, universitários do 6º período do curso de educação física de uma instituição de ensino superior privada de Goiânia-Go. No gráfico 2 é descrito que a gordura absoluta atingida por elas foi cerca de 14,4 kg do seu peso corporal total com um desvio padrão de 4,7 kg e sua massa corporal magra foi de 46,9 kg com um desvio padrão de 5 kg. No estudo sobre mulheres que treinaram resistência de força com o aumento do consumo de oxigênio publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2008) SP, participaram 20 mulheres, 10 no grupo experimental e 10 no grupo de controle. Uma das avaliações utilizadas para quantificar os dados iniciais e finais da intervenção foi a antropométrica, que utilizou somente três dobras cutâneas (subescapular, supra ilíaca e coxa), o compasso Lange para medição, e para determinação de gordura absoluta e massa corporal magra utilizou-se o protocolo de Guedes e Guedes (2003). Mesmo não sendo a mesma quantidade de dobras cutâneas, o mesmo compasso e o mesmo protocolo o resultado se assemelha, pois não foram encontrados estudos que se assemelhasse nestes aspectos para ser comparado ao nosso estudo. Este demonstrou em seu grupo pré-treinamento cerca de 14,3 kg com um desvio padrão de 2,7 kg. E quanto à massa corporal magra o grupo pré-treinamento 44,9 kg com um desvio padrão de 4,3 kg.

    Para comparar os dados dos 10 homens dos 21 indivíduos, com idade entre 20 e 44 anos, universitários do 6º período do curso de educação física de uma instituição de ensino superior privada de Goiânia-Go descritos no gráfico 2, o que se assemelhou foi o estudo de intervenção em dez semanas para verificar a composição corporal antes e depois do treinamento com pesos publicado na Revista Brasileira Ciência e Movimento (2002) em Brasília. Neste foram avaliados dezesseis homens com idade aproximada de 23 anos, divididos em um grupo de oito indivíduos no grupo de treinamento e oito no grupo controle. As dobras cutâneas coletadas foram oito (abdominal, supra ilíaca, subescapular, tricipital, bicipital, axilar-média, coxa e perna medial), para medição utilizou-se o compasso Cescorf, e para estimativa de densidade corporal em gordura absoluta e massa corporal magra determinou-se pela equação de Guedes (1994). Os dados obtido neste estudo para a gordura absoluta no grupo pré-treinamento cerca de 7,79 kg com um desvio padrão de 3,75 kg. E a massa corporal magra cerca de 61,54 kg com um desvio padrão de 6,34 kg.

    Os resultados de pós-treinamento dos estudos comparativos não foram relatados neste trabalho, pois não se realizou intervenções em nosso grupo para obtenções de resultados posteriores para comparação.

Gráfico 2. Gordura absoluta ( kg) e massa corporal magra ( kg)

Conclusão

    No referencial teórico encontrado para comparação dos dados que obtivemos em nosso estudo não foram achados estudos com idêntica metodologia.

    Na análise do gráfico 1, a idade, o protocolo, o compasso e o percentual de gordura se assemelham, apenas quanto ao sexo dos indivíduos não é definido no estudo comparativo. Por tanto, o percentual de gordura analisado está demonstrando estar em semelhança o nosso estudo com o estudo comparativo, 19,2% masculino e 23% feminino e 20,9% indivíduos, respectivamente.

    Analisando o gráfico 2, os dados femininos se aproximam muito do resultado do estudo proposto (gordura absoluta 14,4% e 14,3%; massa corporal magra 46,9% e 44,9%), respectivamente. Mas as metodologias usadas são diferentes, no nosso estudo e no estudo comparativo. Nos dados masculinos, a metodologia utilizada para coleta de dados é a mesma. E os dados se assemelham entre o nosso estudo e o comparativo apenas na massa corporal magra 62 kg e 61,54 kg respectivamente. Pois a gordura absoluta 15,5 kg e 7,79 kg respectivamente, há diferença quase em dobro de kg.

    Concluímos que a escolha, do material e do método específico para o indivíduo, não influencia no resultado da composição corporal ao ponto de lhe resultar dados fora da realidade. Caso o avaliador não tenha experiência pode não coletar os dados fidedignos influenciando neste resultado, pois a localização dos pontos anatômicos para medir as dobras cutâneas e o manuseio do compasso são imprescindível. Para justificar a diferença em gordura absoluta entre os homens do gráfico 2 e o estudo comparativo, pode-se supor que fatores como dieta alimentar e exercícios físicos podem ter influenciado já que os dados do estudo comparativo são de homens pré-treinados.

    Propõe-se que mais estudos sejam feitos nesta área, até porque o referencial teórico sobre a composição corporal de brasileiros utilizando materiais e métodos nossos são pouco explorados.

Referências

  • CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.

  • COSTA, R. F.; STEFANONI, M. F.; BHOEME, M. T. S. Estudo comparativo de diferentes compassos de dobras cutâneas. Disponível em http://www.sanny.com.br/downloads//mat_cientificos/estudo.pdf. Acesso em: 02 de maio de 2013.

  • GUEDES, D.P. Composição corporal: princípios, técnicas e aplicações. 2ª ed., Londrina: APEF, 124p. 1994.

  • MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

  • PETROSKI, E.L. Desenvolvimento e validação de equações generalizadas para a predição da densidade corporal. Tese de Doutorado. UFSM-RS, Universidade Federal de Santa Maria, 1995.

  • QUEIROGA, M. R. Testes e medidas para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

  • SIRI, W.E. Body composition from fluid spaces and density: analysis of methods. In. BROZEK, J.; HENSCHEL, A. Techniques for measuring body composition. National Academy of Science, p.223-244, 1961.

  • SOUZA, T. M. F. de; CESAR, M. de C.; BORIN, J. P.; GONELLI, P. R. G.; SIMÕES, R. A. Efeitos do treinamento de resistência de força com alto número de repetições no consumo máximo de oxigênio e limiar ventilatório de mulheres. Rev. Bras. Med. Esporte, Niterói-São Paulo, v. 14, n. 6, nov-dez 2008.

  • SANTOS, C. F. dos; CRESTAN, T. A.; PICHETH, D. M.; FELIX, G.; MATTANÓ, R. S.; PORTO, D. B.; SEGANTI, A. Q.; CYRINO, E. S. Efeito de 10 semanas de treinamento com pesos sobre indicadores da composição corporal. Rev. Bras. Ciên. e Mov., Brasília, v. 10, n. 2, p 79-84, abril 2002.

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