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Benefícios da prática de exercicios físicos 

regulares no processo de redução do peso corporal

Beneficios de la práctica de ejercicios físicos sistemáticos en el proceso de reducción del peso corporal

 

*Discentes do Curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

**Orientador. Docente do curso de Educação Física

da Universidade Salgado de Oliveira

Mestre em Educação Física

(Brasil)

Dyego Ferreira Facundes*

Pablo Lucio Reis*

Renata Fonseca Melo*

Selma Barbosa Batista*

Thales Agostinho de Oliveira*

Ademar Azevedo Soares Júnior**

selmbb@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          A obesidade é um grave problema de saúde que reduz a expectativa de vida, pois aumenta o risco individual de se desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes tipo II, doença pulmonar obstrutiva, ósteo-artrite e certos tipos de câncer (PITANGA, 2008). O aumento de riscos a saúde associados à obesidade é relacionado não apenas com a quantidade de gordura corporal total, mas também, como a forma em que a gordura está distribuída. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar os benefícios dos exercícios físicos e de uma boa alimentação na redução da gordura corporal. Foi avaliado uma mulher com idade de 41 anos, aluna de um SPA de Aparecida de Goiânia. Na primeira avaliação antropométrica realizada, a paciente pesava 123,8 quilos, seu percentual de gordura era de 48,3% e seu IMC era de 44,4. Durante o programa de emagrecimento que durou 174 dias, ela teve perdas significativas. O seu peso chegou a 87,2 quilos – perda de 36,6 quilos, o seu percentual de gordura foi para 38,5% – perda de 9,8% ou 26,2 kg - e o seu IMC caiu para 31,3.

          Unitermos: Exercícios físicos. Dieta hipocalórica. Emagrecimento. Composição corporal.

 

Trabalho de Conclusão do Curso de Educação Física - Bacharelado.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    Nos dias de hoje o número de pessoas com excesso de peso corporal tem crescido de forma surpreendente na população mundial. Esse excesso de peso é classificado como sobrepeso ou obesidade e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2015 cerca de 1,5 bilhões de pessoas sofrerão com a obesidade, transformando-se em um grave problema de saúde pública, sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia, principalmente em países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento, como é o caso do Brasil (SAMPAIO e NOGUEIRA, 2006).

    A obesidade é um grave problema de saúde que reduz a expectativa de vida, pois aumenta o risco individual de se desenvolver doença arterial coronariana, hipertensão, diabetes tipo II, doença pulmonar obstrutiva, ósteo-artrite e certos tipos de câncer (PITANGA, 2008). O aumento de riscos a saúde associados a obesidade é relacionado não apenas com a quantidade de gordura corporal total, mas também, com a qual a gordura está distribuída.

    Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi analisar os benefícios dos exercícios físicos e alimentação balanceada na redução do peso corporal.

2.     Obesidade, composição corporal e exercícios físicos associada com uma dieta hipocalórica

2.1.     Obesidade

    O excesso de gordura corporal é um sério problema de saúde que reduz a expectativa de vida pelo aumento no risco de desenvolvimento de diversas doenças. Pitanga (2008) alerta que a incidência de diabetes, aterosclerose, gota, cálculo renal e morte cardíaca súbita é bastante freqüente em pessoas obesas.

    A redução de gordura corporal é mais que uma questão de estética, é uma questão de saúde pública, reconhecida como uma doença e considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma “epidemia de proporções mundiais”. A obesidade, com o passar do tempo, tende a repercutir de forma negativa tanto na qualidade como na expectativa de vida dos indivíduos obesos.

    As mulheres têm um requerimento adicional mínimo de gordura (gordura específica sexual) que é armazenada na maior parte da área, ao redor dos seios e ao redor do quadril. Esta gordura aumenta o peso corporal da mulher em 5-9% e está envolvida na produção de estrogênio, assegurando o equilíbrio hormonal e a função menstrual (BEAN, 1999).

    Segundo Pitanga (2008) para classificar o nível de gordura corporal de mulheres são recomendados valores de 23%, enquanto a quantidade de gordura de 32% ou mais são consideradas como obesidade.

2.2.     Medidas antropométricas

    A avaliação física é de suma importância e deve ser realizada antes, durante e após o treinamento. Para Kiss (2003) no início a avaliação física tem a função diagnóstica da condição física, durante o treinamento tem a função formativa, ou seja, acompanhamento do treinamento a médio e longo prazo e, após o treinamento tem a função somativa, ou em outras palavras, verificar se os objetivos previstos foram alcançados.

    Uma das vantagens em se utilizar as medidas antropométricas é que além delas oferecem informações valiosas aos riscos de saúde elas são fáceis de fazer e o custo é baixo. Filho (2003) explica que a antropometria é a ciência que estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessitando equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro.

    A avaliação da composição corporal desempenha importante função no controle da massa corporal (peso corporal), pois fornece subsídios para: prescrever e orientar exercícios físicos; recomendar o consumo energético adequado; e como critério para acompanhamento das condições de saúde tanto individual quanto populacional (QUEIROGA, 2005).

2.3.     Exercícios físicos associados com uma dieta hipocalórica

    Os exercícios físicos combinados com uma boa alimentação são fundamentais para que o indivíduo consiga bons resultados na diminuição da gordura corporal, já que irá contribuir para um balanço energético negativo. As dietas hipocalóricas além de propiciarem diminuição de peso corporal total e gordura corporal, também acarretam diminuição de massa muscular o que está relacionado a diminuição do metabolismo (GUIMARÃES, 2008).

    É documentado na literatura que a diminuição do metabolismo de repouso durante períodos de dieta hipocalórica podem chegar a 20% e permanecer por longos períodos, mesmo após a alimentação ser normalizada. Sabe-se que essa diminuição do metabolismo é proporcional a perca de massa magra, sendo assim, fica evidente que a inclusão de um programa de exercícios físicos associado com um programa de controle de peso podem ajudar não somente no auxilio ao balanço energético negativo, mas também para minimizar a diminuição do metabolismo de repouso, já que a atividade física irá ajudar na preservação da massa muscular (TROMBETTA e SUZUKI, 2005).

    Segundo Francischi et al. (2001) afirmam que o controle alimentar é a forma mais utilizada na redução da gordura corporal, sendo que podem haver duas intervenções: o total energético ingerido ou na composição dos nutrientes da dieta. Quanto a quantidade de calorias ingeridas, duas estratégias são mais utilizadas: o uso de 800 calorias/dia ou quantidade inferior que consideram dieta de muito baixa caloria e o uso de 1200 calorias/dia ou mais que consideram restrições energéticas moderadas.

    Contudo os autores demonstram preocupação com a manutenção do peso pós dieta muito hipocalóricas e interesse pelos componentes da dieta e não apenas pela quantidade de calorias ingeridas ao dia. Os autores afirmam ainda que a chave para um bom resultado de diminuição do percentual de gordura está em uma dieta hipolipídica.

    Para darem embasamento a sua afirmação citaram um estudo de WHO (1998) que afirma que a eficiência com que o lipídeo da dieta é estocado é alta chegando a 96% justificando assim o raciocínio do grupo citando inclusive trabalhos realizados com mulheres entre os anos de 1998 e 1999 que sugerem que dietas hiperlipidicas e hipoglicidica podem ser a causa potencial do aumento de obesidade entre mulheres do nosso país.

2.4.     Métodos de treinamento

    De acordo com Bompa (2002), o método contínuo caracteriza-se por um alto volume de trabalho sem quaisquer interrupções. Este treinamento, geralmente é aplicado abaixo do limiar anaeróbio evitando-se a produção excessiva de ácido láctico.

    O método de treinamento intervalado refere-se ao método de repetição de estímulos de várias intensidades, com um intervalo de descanso previamente planejado, durante o qual o atleta não se regenera completamente (BOMPA, 2002). Segundo Weineck (2003), a utilização do método intervalado permite ao executante melhorar sua capacidade aeróbia por meio da hipertrofia cardíaca (durante a fase de estímulos) e aumentar a cavidade cardíaca (durante a fase de recuperação). Esse método de treinamento permite a aplicação de um maior volume de carga para intensidades mais elevadas no treino aeróbio, além de favorecer o consumo de oxigênio, aumentando a capacidade anaeróbia.

    De acordo com Pulcinelli e Gentil (2002) em estudo com 38 mulheres, com idade média de 20 anos, sob apenas orientação nutricional de dieta para uma boa saúde e treinamento resistido, duas vezes por semana, dando o somatório de 100 minutos por semanais, durante 3 meses e meio. Eles concluíram que houveram alterações favoráveis na composição corporal como diminuição do percentual de gordura e o aumento do percentual de massa muscular, no entanto houve aumento na massa corporal total. Explicam ainda que isso ocorreu em virtude do ganho de massa muscular ter sido superior a redução de gordura, o que favoreceu futuras perdas de gordura devido ao aumento do metabolismo de repouso recorrente do aumento da massa muscular.

    Em estudo, Fernandez et al. (2004) verificaram as influências do exercício aeróbio e anaeróbio na composição corporal de adolescentes obesos do sexo masculino. A amostra foi constituída de 28 adolescentes com idades entre 15 e 19 anos, que apresentavam obesidade grave. Os adolescentes foram divididos em 3 grupos: Grupo I: exercício anaeróbio; Grupo II: exercício aeróbio; e Grupo III: controle. O grupo I realizou treinamento intervalado em ciclo ergômetro que consistiu de 12 tiros de 30 segundos com máxima força e velocidade, pedalando com carga alta (0,8% do massa corporal x 25 watts) e recuperação ativa de 3 minutos; o grupo II realizou treinamento aeróbio em ciclo ergômetro pedalando com carga relativa ao limiar ventilatório por 50 minutos. Já o terceiro grupo funcionou como controle, sem atividade física. Todos os grupos tiveram orientação nutricional e o período de intervenção foi de 12 semanas (três meses).

    Os adolescentes realizaram densitometria óssea com análise da composição corporal (DEXA) e avaliações médicas e de aptidão física. Quando comparados os períodos inicial e final de intervenção foram observadas reduções nas variáveis massa corporal, IMC, na massa de gordura corporal total e de membros inferiores e na percentagem de gordura corporal de tronco nos grupos de exercício. Diferenças foram observadas entre os grupos I e III para os delta percentuais de massa de gordura corporal total e de membros inferiores e na percentagem de gordura de membros inferiores. Os resultados também sugeriram que tanto o exercício aeróbio como anaeróbio aliado à orientação nutricional, promove maior redução ponderal, quando comparado com a orientação nutricional somente, e que, neste estudo, o exercício anaeróbio foi mais eficiente para promover a diminuição da gordura corporal e da percentagem de gordura.

    Ainda, Sabia et al. (2004) compararam o efeito do exercício físico aeróbio contínuo e anaeróbio intermitente associado à orientação alimenta sobre a composição corporal, as medidas bioquímicas e a capacidade física de adolescentes obesos.

    Foram investigados 28 adolescentes (média de idade = 13 anos), com índice de massa corporal (IMC) acima do percentil 95 para a idade e sexo, distribuídos em dois grupos de forma aleatória: exercício de caminhada contínua (GEC; n = 13) e exercício de corrida intermitente (GEI; n = 15) e submetidos a um programa de treinamento físico três vezes por semana durante 16 semanas por 20 a 40 minutos. A atividade de orientação nutricional ocorreu uma vez por semana, em grupo, por 60 minutos, durante todo o experimento. Foram realizadas, no período inicial e final, medidas antropométricas e avaliação bioquímica.

    Como resultados antropométricos, foi observado diminuição do IMC e das pregas cutâneas com diferença significativa nos dois grupos (GEC e GEI). Na avaliação bioquímica, houve diminuição significativa dos níveis de colesterol e aumento das triglicérides e glicemia no GEC, embora mantendo-se dentro dos valores de normalidade. No GEI, o triglicérides teve uma diminuição significativa e o VO2máx. aumentou estatisticamente nos dois grupos. Eles concluíram que a atividade física tanto para o GEC quanto para GEI, foi suficiente e satisfatória na melhora da composição corporal, dos níveis lipídicos e no aumento da capacidade aeróbia dos adolescentes, porém o grupo GEI teve melhores resultados (SABIA et al., 2004).

3.     Metodologia

    Utilizou-se o método de pesquisa descritiva, pois visa explicar e criar uma teoria a respeito do fato estudado propicia aprofundar o conhecimento da realidade, se ocupa com o porquê do fato ou a forma que ocorre. Para a estruturação dos dados utilizou-se gráficos, através do programa Microsoft Office Excel® 2007.

    Participou desta pesquisa uma mulher com 41 anos, aluna de um SPA localizado na cidade de Aparecida de Goiânia. Mediante a autorização do SPA e da colaboradora que se dispôs voluntariamente para realização de avaliações de composição corporal. Tais medidas foram realizadas sempre entre as 06h e as 08h, usando-se os mesmos equipamentos e o mesmo avaliador em todas as avaliações feitas. As avaliações eram feitas semanalmente, mas para o estudo foram selecionadas sete tendo vinte e oito dias em média de intervalo de uma para outra.

    A seqüência de medidas foi: 1) massa corporal total 2) estatura e 3) composição corporal. Para a medida da massa corporal, utilizou-se uma balança da marca Filizola id-1500; para a estatura, um estadiômetro da marca Ava Nutri com escala graduada em centímetros e décimos de centímetros seguindo recomendações de Alvarez e Pavani (2003); para a avaliação da composição corporal foi utilizado um aparelho da Marca Omron® Model HBF-306, este é um equipamento portátil bipolar (“hand-to-hand”) com o protocolo estabelecido por Lukaski (1986).

    O HBF 306 utiliza o contato das mãos para emitir uma corrente elétrica de 500 μA, 50 kHz através dos braços e do tronco. Inicialmente é feita à opção de normal ou atleta sendo logo em seguida inseridos valores de altura, peso, idade, gênero. O avaliado em pé coloca suas mãos no local do eletrodo e eleva os braços à sua frente formando um ângulo de 90º entre os braços e o tronco. Após o acionamento do botão START em 7 segundos o monitor representa os valores de percentual de gordura e Índice de Massa Corporal.

    O IMC foi obtido através da fórmula peso em quilo dividido pela altura ao quadrado em metros, segundo o protocolo criado por Quetelet (1835).

    Durante o período em que foram realizadas as avaliações, a avaliada realizou em média quatro horas de exercícios físicos diários, seis vezes por semana, sendo duas horas no período matutino divididos em uma hora de exercícios aeróbicos terrestres e uma hora de hidroginástica e, no período vespertino também duas horas de exercícios físicos sendo esse tempo dividido em exercícios resistido, exercícios aeróbicos terrestres e hidroginástica, sendo submetida nesse período a dieta de 1200 calorias/dia.

4.     Resultados e discussão

Gráfico 1. Diminuição do peso corporal (kg)

Fonte: Próprios autores, 2013

    O gráfico 1 mostra que na primeira avaliação física realizada no dia x de x a aluno pesava 123,8 quilos. Na segunda avaliação realizada no dia x de x a aluna teve uma redução de 8 quilos, chegando a pesar 115,8 quilos. Na terceira avaliação realizada no dia x de x a aluna chegou a 107,6 quilos, uma redução de 8,2 quilos. Na quarta avaliação física realizada no dia x de x a aluna perdeu 5,6 quilos. Na quinta avaliação física realizada no dia x de x a aluna chegou a 97, 4 quilos, uma redução de 4,6 quilos. Na sexta avaliação realizada no dia x de x a aluna chegou a 92,6 quilos e na última avaliação física realizada no dia x de x a aluna chegou a 87,2 quilos, reduzindo seu peso corporal no total em 36,6 quilos.

    De acordo com Weineck (2000) a adaptação é a capacidade do organismo de se reorganizar em respostas as exigências externas e internas. Já homeostase é uma propriedade orgânica que tende manter o organismo numa constância equilibrada. Esse estado é dado a partir do equilíbrio entre os sistemas de degradação e regeneração orgânica. Partindo desse princípio podemos afirmar que, quanto menor o nível de treinamento do individuo maior é a resposta desse frente a novos estímulos mediados pelo programa de treinamento e vice versa, por isso a aluna teve maiores ganhos no começo do treinamento.

Gráfico 2. Diminuição do percentual de gordura corporal (%)

Fonte: Próprios autores, 2013

    O gráfico 2 mostra a porcentagem de gordura corporal. Na primeira avaliação seu percentual de gordura era de 48,4%. Na segunda avaliação teve uma redução de 1,3%, chegando a 47%. Na terceira avaliação seu percentual de gordura foi a 45,6%. Na quarta avaliação seu percentual reduziu quase 2%. Na quinta e na sexta seu percentual chegou a 42,1% e 41,2%, respectivamente. E na última avaliação seu percentual chegou a 38,5%, uma redução total de quase 10%. Segundo Pitanga (2008) para classificar o nível de gordura corporal de mulheres são recomendados valores de 23%, enquanto a quantidade de gordura de 32% ou mais são consideradas como obesidade. Desse modo, podemos dizer que a aluna não deixou de ser obesa, mas teve resultados significativos no período que foi avaliada tendo perda de 9,8% de gordura corporal.

Gráfico 3. Diminuição do IMC (k/m2)

Fonte: Próprios autores, 2013

    A partir do gráfico 3 podemos observar o IMC da aluna. Na primeira avaliação física seu IMC era de 44,4. Na segunda avaliação ele chegou a 41,5. Na terceira houve mais uma queda, indo para 38,6. Na quarta ele foi para 34,9. Na quinta e na sexta o IMC foi para 34,9 e 33,2 respectivamente e e na última avaliação ele chegou a 31,3, uma queda total de 13,1.

    Segundo Pitanga, apud Bray (1992), valores abaixo de 20 é considerado abaixo do peso, valores de 20 a 25 é considerado normal, valores de 26 a 30 é considerado sobrepeso e valores acima de 30 é considerado obesidade. Partindo desse princípio a aluna teve uma queda expressiva do seu IMC e está próximo dos valores de sobrepeso.

    Vale ressaltar que o IMC é um índice do peso de uma pessoa em relação a sua altura e que não discrimina a massa gorda da magra, porém é um o método prático que avalia o grau de risco de doenças associado à obesidade.

    A combinação de uma boa alimentação e exercícios físicos é fundamental para que o indivíduo alcance seus objetivos, sejam eles a redução de gordura corporal ou de ganho de massa por exemplo. Essa combinação ficou evidenciada em nosso estudo. Após 174 dias de treinamento e de uma dieta balanceada, foram observadas perdas significativas da massa corporal. Na primeira avaliação antropométrica realizada, a paciente pesava 123,8 quilos, seu percentual de gordura era de 48,3% e seu IMC era de 44,4. Durante o programa de emagrecimento, o seu peso chegou a 87,2 quilos – perda de 36,6 quilos - , o seu percentual de gordura foi para 38,5% – perda de 9,8% - e o seu IMC caiu para 31,3.

    Outros estudos mostraram resultados parecidos com o nosso estudo. Segundo Hill, et al. (2003) mostraram redução de 11% na massa corporal com dieta + exercício aeróbio. Diminuições na massa corporal também foram evidenciadas com dieta + exercício aeróbio e dieta + exercício de força.

    De acordo com Kraemer et al. (2001) também registraram queda de 21,52% do percentual de gordura seguido de dieta + exercício aeróbio e 12,86% do percentual de gordura seguido de dieta + exercício aeróbio + exercício força.

    O exercício por si só estimula o crescimento muscular e a redução de gordura corporal, mas sem a dieta o resultado fica limitado. Assim, fica evidente que o exercício físico associado a uma dieta adequada ajuda o indivíduo a perder gordura e mais fortalecido, deixando-o não só esteticamente melhor, mas também mais saudável.

5.     Considerações finais

    A vida do homem moderno está cada vez mais sedentária, pela comodidade e também pelo desenvolvimento tecnológico. Isso faz com que o número de pessoas obesas cresça.

    Os exercícios físicos associados a uma boa dieta são capazes de promover alterações importantes na massa corporal do indivíduo. Em nosso estudo essas alterações foram observadas, já que a aluna teve uma redução significativa do peso e da taxa de gordura corporal. A melhora destes componentes pode auxiliar na diminuição de doenças crônicas, como diabetes, morte cardíaca súbita, aterosclerose.

    A realização das medidas antropométricas são importantíssimas no intuito de alertar as pessoas os riscos que o excesso e a baixa quantidade de gordura pode trazer para o indivíduo.

Referências

  • BEAN, Anita. O guia completo do treinamento de força. São Paulo: Manole, 1999.

  • BOMPA, T.O. Periodização. Teoria e metodologia do treinamento. 1. ed. Guarulhos: Phorte editora, 2002.

  • FERNANDEZ, A. C.; MELLO, M. T.; TUFIK, S. ET AL. Influência do treinamento aeróbio e anaeróbio na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev. Bras. Med. Esporte - Vol. 10, Nº 3 – Mai/Jun, 2004.

  • FILHO, José Fernandes. A Prática da Avaliação Física. Seção: Avaliação. 2ª edição- 2003.

  • GUIMARÃES, J. Efeitos do treinamento combinando sobre a composição corporal em homens adultos (Pós graduação). 2008. Disponível em: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000039/00003927..pdf. Acesso em: 14 nov 2013.

  • HILL, J.O.; SCHUNDDT, D.G.; SBROCCO, T.; et al. Evaluation of an alternating-calorie diet with a without exercise in the treatment of obesity. Am J. Clin Nutr. 2003; 50:248-254.

  • PITANGA, F. J. G. Testes, medidas e avaliação em educação física e esportes. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2008.

  • QUEIROGA, M.R. Testes e medidas para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.

  • SABIA, R. V.; SANTOS, J. E. e RIBEIRO, R. P. P. Efeito da atividade física associada à orientação alimentar em adolescentes obesos: comparação entre o exercício aeróbio e anaeróbio. Rev. Bras. Med. Esporte - Vol. 10, Nº 5 – Set/Out, 2004.

  • SAMPAIO, M. H. B.; NOGUEIRA, K. S. O Processo de Desenvolvimento Físico na Segunda Infância: uma análise de perfil de riscos à obesidade. 2006. 39 f. TCC (Graduação em Educação Física) – Universidade Guarulhos.

  • KISS, M.A.P.D.M. Esporte e exercício: avaliação e prescrição. São Paulo: Roca, 2003.

  • KRAEMER W. J.; VOLEK, J. S.; CLARK, K. L.; et al. Adaptações fisiológicas e perda de peso em um programas regime alimentar e exercício físico em mulheres. J. Appl Physiol, 2001.

  • WEINECK, J. Treinamento Ideal. 9ª ed. São Paulo, SP, Manole, 2003.

  • WEINECK, J. Adaptação como pré-requisito básico do treinamento esportivo. Biologia do Esporte. Editora Manole, 2ª Edição, São Paulo, 2000.

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