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Atividade física no controle e tratamento da hipertensão arterial sistêmica

La actividad física en el control y tratamiento de la hipertensión arterial sistémica

 

*Graduado em Educação Física

Especialista em Musculação e Personal Trainer

Mestrando em Ciências da Saúde – UFU

**Graduada em Educação Física

Especialista em Musculação e Personal Trainer

Lucas Tadeu Andrade*

Carla Cristina Alves**

andradelucast@yahoo.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Este estudo tem por objetivo investigar o nível de prática de atividades físicas e concepção sobre a hipertensão arterial entre pacientes hipertensos de uma Unidade de Saúde de Patos de Minas - MG, bem como avaliar a satisfação de pacientes hipertensos com a prática de atividades físicas. O público alvo desta pesquisa foram 500 pacientes hipertensos, homens e mulheres de todas as faixas etárias. Verificou-se que apenas 36% realizam atividades físicas, sendo que esta é uma importante aliada no controle da pressão arterial. Também nota-se que 56% dos pacientes acreditam nos benefícios da atividade física no controle da pressão arterial. Portanto, os dados coletados revelam a importância de uma mudança de hábito desses pacientes, para a realização de atividades físicas regulares e uma educação por parte da unidade de saúde a respeito da concepção de hipertensão arterial e do nível de atividade física para haja uma melhoria na qualidade de vida.

          Unitermos: Hipertensão. Atividade física. Saúde.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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1.     Introdução

    A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui uma das maiores causas de morbimortalidade cardiovascular no Brasil e acomete 15% a 20% da população adulta, possuindo também considerável prevalência em crianças e adolescentes. A hipertensão arterial sistêmica constitui um problema grave de saúde pública no Brasil (WILMORE e COSTILL, 2003; NEGRÃO et al, 2001).

    A hipertensão arterial é uma doença multifatorial caracterizada por níveis tensionais elevados, associados às alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca e vascular). É considerada uma das causas mais importantes de mortalidade prematura, pela alta prevalência e por constituir fator de risco relevante para complicações cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006).

    A pressão arterial representa a força exercida pelo sangue contra as paredes durante o ciclo cardíaco (MCARDLE et al, 2001). Os valores admitidos são: 120 x 80mmHg, em que a pressão arterial é considerada ótima e 130 x 85 mmHg sendo considerada limítrofe. Valores pressóricos superiores a 140 x 90 mmHg são classificados como hipertensão arterial. A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006).

2.     Atividade física e hipertensão arterial

    A prática regular de atividades físicas propicia uma melhora global na vida dos indivíduos, sendo considerado um instrumento capaz de estimular mudanças em outros comportamentos e hábitos de vida, retardando o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis e colaborando para um envelhecimento saudável (BROWN et al., 2012).

    A falta de atividade física tem sido evidenciada fortemente com o aparecimento de doenças crônicas degenerativas, como hipertensão, diabetes, dentre outras (PAFFENBARGER JR et al., 1993).

    A atividade física provoca uma série de respostas fisiológicas, resultantes de adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, diversos estudos demonstraram o seu efeito benéfico sobre a pressão arterial (MONTEIRO e SOBRAL FILHO, 2004).

    Na busca pela prevenção e promoção da saúde, a atividade física regular pode retardar ou até minimizar os processos patológicos, uma vez que potencializa a capacidade cardiovascular, equilíbrio, coordenação e funções sociais e emocionais (POON, CHODZKOZAJKO e TOMPOROWSKI, 2006).

    Assim, o presente artigo teve como objetivo, avaliar o nível de prática de atividade física e concepção sobre a hipertensão arterial entre pacientes hipertensos de uma Unidade de Saúde de Patos de Minas - MG.

3.     Metodologia

    Trata-se de estudo quantitativo descritivo com deli­neamento transversal, realizado em uma Unidade de Saúde do município de Patos de Minas-MG. O modelo de atenção cadastrado na unidade é a Estratégia Saúde da Família, onde forma cadastrados 500 pacientes hipertensos, de baixa renda, de todas as faixas etárias sendo composto por sujeitos de ambos os sexos. O estudo foi realizado no ano de 2010.

    Realizou-se a leitura das FICHAS-A (formulário de cadastramento-SIAB-SUS) com auxílio do Agente Comunitário de Saúde, após esta etapa foi realizado um contato com o paciente convidando-o para participar do estudo, opôs foi aplicado um questionário (composto por 8 questões) sobre o nível de atividade física e concepção de hipertensão arterial para o sujeito.

    Os dados coletados foram armazenados em planilha do Microsoft Excel 2007 e para o tratamento estatístico utilizamos para análise descritiva dos dados.

4.     Resultados e discussão

Tabela 1. Gênero e idade

    Em relação à idade dos pacientes hipertensos constatou-se através dos questionários aplicados que 20% dos pacientes têm a idade abaixo de 50 anos, e que 28% temos a idade entre 50 e 60 anos, e que 36% tem a idade entre 60 e 70 anos e 16% tem a idade acima de 70 anos de idade. A hipertensão arterial é fator de risco com alta prevalência na população em geral.

    Grande parte dos pacientes entrevistados encontra-se com idade superior a 50 anos, segundo dados do Ministério da Saúde estimam-se que pelo menos 65% dos idosos brasileiros são hipertensos. A maioria apresenta elevação isolada ou predominante da pressão sistólica, aumentando a pressão de pulso, que mostra forte relação com eventos cardiovasculares (BRASIL, 2006b).

Tabela 2. Prática de atividade física

    A respeito da prática de atividades físicas, nota-se que a maioria dos pacientes são pessoas sedentárias, uma vez que 56% deles afirmam não praticar atividades físicas. Apenas 36% da população hipertensa desta Unidade Básica de Saúde praticam atividades físicas e 8% afirma praticar irregularmente.

    De acordo Brun (2005), a prática regular de atividades físicas vem sendo considerado coadjuvante na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, contribuindo para a melhoria de outros fatores de risco como cardiovasculares, dislipidemias, a intolerância ao metabolismo da glicose.

    Segundo as recomendações do Ministério da Saúde, os Pacientes hipertensos devem praticar atividade física regularmente, pois além de diminuir a pressão arterial, a atividade física pode reduzir consideravelmente o risco de doença arterial coronariana e de acidentes vasculares cerebrais e a mortalidade geral, facilitando ainda o controle do peso (BRASIL, 2006a).

    A prática regular de atividades físicas segundo o Ministério da Saúde, deve ter a duração de pelo menos de 30 minutos e de intensidade moderada na maior parte dos dias da semana (BRASIL, 2006b). Após questionamentos sobre os benefícios da atividade física, 56% alegaram acreditar que a atividade física pode reduzir a hipertensão arterial, em contra partida 30% não acredita que as atividades físicas podem reduzir a pressão arterial e 14% acreditam pouco no efeito hipotensor da prática.

    A metade dos pacientes entrevistados (50%) desta unidade de saúde afirma terem conhecimento sobre a hipertensão arterial e suas consequencias, enquanto 32% dizem não ter conhecimento e apenas 18% dizem ter pouco conhecimento. De acordo com Pereira et a (2003), o nível de conhecimento da HAS nos países economicamente desenvolvidos varia de 37% a 68,9%.

Considerações finais

    Concluímos que, a maioria dos pacientes hipertensos não praticam atividades físicas regularmente, sendo que esta prática que tem um papel relevante no controle/tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Portanto, os dados coletados revelam a importância de uma mudança de hábito destes pacientes, tais como: a prática regular de atividades físicas e uma conscientização sobre a melhoria da qualidade de vida que esta prática promove. É importante que haja um maior esclarecimento sobre a hipertensão arterial para os usuários da unidade de saúde.

Referências

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