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Alcoolismo e o impacto nas funções cognitivas

El alcoholismo y su impacto en las funciones cognitivas

Alcoholisms and the impact of cognitive functions

 

*Psicóloga, Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas (Univates)

Especialização em Andamento em Neuropsicologia - Projecto

**Neuropsicóloga, Mestre e Doutoranda em Neurociências pela PUCRS, Especialista em neuropsicologia

pela Projecto, Especialista em Docência no Ensino Superior pelo Centro Universitário

Leonardo da Vinci. Especialista em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental pela WP

Professora e supervisora do programa de pós-graduação da Projecto

Carla Cristina Tessmann*

catessmann7@gmail.com

Roberta de Figueiredo Gomes**

robfg@bol.com.br

(Brasil)

 

 

 

 

Resumo

          Introdução: o alcoolismo pode acarretar uma série de prejuízos cognitivos, principalmente déficits de aprendizagem e memória, na capacidade viso-espacial, habilidades percepto-motoras, abstração e resolução de problemas. Objetivo: descrever o impacto do álcool nas funções cognitivas, assim como a importância da avaliação neuropsicológica no processo de recuperação desses indivíduos. Método: revisão de literatura pertinente e artigos publicados em revistas científicas indexadas (Medline, Lilacs, Scielo e PubMed) acerca do tema impacto do álcool nas funções cognitivas, utilizando-se os descritores álcool, funções cognitivas e cognição. Conclusão: as alterações cognitivas pioram de acordo com o tempo de uso do álcool pelo indivíduo, podendo transformar-se em transtornos cerebrais permanentes. A avaliação neuropsicológica é útil para detecção e análise das funções cognitivas possibilitando adequar as intervenções para cada paciente.

          Unitermos: Álcool. Funções cognitivas. Neuropsicologia.

 

Abstract

          Introduction: alcoholism can result in a serious of cognitive drawbacks, mainly in learning deficit and lack of memory, in a visual-space capacity, perceptual motor skills, abstraction and problem solution. Purpose: to describe the impact of alcohol in cognitive functions, as much as the importance of a neuropsychological evaluation in the recovery process of these individuals. Methods: revision of relevant literature and articles published in indexed scientific magazines (Medline, Lilacs, Scielo and PubMed) about the theme, the impact of alcohol in cognitive functions using search engines such as alcohol, cognitive functions and cognition. Conclusion: the cognitive alterations get worse according the time of alcohol use by the individual, being able to turn into a permanent brain damage. The neuropsychological evaluation is useful for the detection and the analysis of the cognitive functions enabling suitable intervention for each patient.

          Keywords: Alcohol. Cognitive functions. Neuropsychology.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 196, Septiembre de 2014. http://www.efdeportes.com/

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Introdução

    O álcool é uma das substâncias mais antigas usadas pela espécie humana. Atualmente é classificada como uma substância lícita, utilizada em momentos de confraternização. Os cinco levantamentos realizados até o momento (anos de 1987,1989,1993,1997 e 2003) apontam para o crescente consumo de drogas, incluindo o álcool, sendo este bastante alto entre crianças e adolescentes de 9 a 18 anos de idade (LARANJEIRA et al., 2007).

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que atualmente existam 2 bilhões de pessoas em todos os continentes que consomem bebidas alcoólicas e cerca de 76,3 milhões convivem com diagnóstico de desordens relacionadas ao consumo dessa substância, o que, por esta razão, traz uma carga social e econômica considerável sob a perspectiva da saúde pública. Ainda, segundo a OMS, a população brasileira encontra-se entre os maiores consumidores de álcool, com estimativa de consumo anual de aproximadamente 9 litros de álcool absoluto entre residentes maiores de 15 anos de idade (OMS, 2011).

    Ao ser ingerido, o álcool é facilmente absorvido do estômago para a corrente sanguínea e desta para o cérebro sem restrições. Suas propriedades químicas permitem que ele penetre e modifique as propriedades das membranas celulares. Quando os neurônios ficam expostos aos efeitos álcool, eles podem não conduzir os potenciais de ação com a mesma freqüência e rapidez com que fazem normalmente, devido ao fato de ser uma droga sedativa (LARANJEIRA et al., 2007; RIGONI et al., 2013).

    Entre as drogas depressoras do Sistema Nervoso Central (SNC), o álcool costuma ser a droga mais utilizada de forma recreativa e abusiva pelos jovens, que buscam desinibição comportamental, euforia, descontração, extroversão e, posteriormente, uma sensação de relaxamento. Seu consumo crônico resulta na redução e atrofia do cérebro que podem levar à alteração do equilíbrio e marcha, dificuldade de raciocínio, cálculo e memória, muitas vezes progressivos e irreversíveis, além de quadros graves que evoluem para coma e morte se não forem tratados com rapidez e eficiência (LEMOS; ZALESKI, 2004).

    A partir disso, o presente artigo tem como objetivo estudar o impacto do álcool nas funções cognitivas, assim como a importância da avaliação neuropsicológica no processo de recuperação dos indivíduos que o consomem de forma abusiva.

Método

    Este é um artigo de revisão de literatura realizado através de pesquisas em livros e de artigos indexados no Medline, Lilacs, Scielo e PubMed. Na pesquisa de artigos os descritores utilizados foram álcool, funções cognitivas e cognição. Foram excluídos todos os artigos que apresentavam abordagem em outras substâncias psicoativas.

    Os estudos analisados foram os que ocorreram nos anos de 1995 a 2014, tanto na América Latina, como na América do Norte. Os critérios de inclusão dos textos selecionados referem-se à abordagem direcionada para álcool e prejuízos cognitivos. Foram acessados aproximadamente 30 artigos, sendo utilizados 6. Além dos artigos, foram utilizadas referências de livros clássicos sobre o assunto. A pesquisa foi realizada entre os meses de dezembro de 2013 a março de 2014.

Álcool

    Dentre as drogas que causam dependência química, uma das que apresenta maior prevalência de consumo é o álcool. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) define a dependência química como a presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos, indicando que o indivíduo continua consumindo uma substância, apesar de problemas significativos relacionados a seu uso (APA, 2013).

    O primeiro critério definido pelo DSM-V é a tolerância, que se refere à necessidade de crescentes quantidades da substância para atingir os mesmos efeitos da intoxicação. O segundo critério diz respeito à abstinência, que se constitui de alteração comportamental mal adaptativa, com elementos fisiológicos e cognitivos, que ocorre quando as concentrações de uma substância no sangue e tecidos declinam em um indivíduo que manteve um uso prolongado da substância (APA, 2013).

    O álcool produz uma sensação agradável de bem-estar devido a sua ação direta ou indireta sobre a via neuronal dopaminérgica mesolímbica, também conhecida como via do reforço, da gratificação ou do prazer, responsável pela capacidade de sentir prazer e/ou satisfação em diferentes situações (RIGONI et al., 2013).

    Trata-se de uma droga que afeta todas as funções cerebrais, incluindo comportamento, cognição, discernimento, respiração, coordenação psicomotora e sexualidade. Além disso, o indivíduo pode afastar-se de suas atividades usuais, familiares e de lazer, intensificando a freqüência das atividades que facilitam o uso (KAPLAN, SADOCK; GREBB, 1997; WASHTON, ZWEBEN, 2009).

Prejuízos do abuso do álcool nas funções cognitivas

    Sujeitos dependentes de álcool tendem a apresentar importantes alterações cognitivas, principalmente nas funções mnemônicas, atencionais e executivas, como por exemplo, na memória de trabalho; controle e seleção de resposta (intenção); resolução de problemas e tomada de decisões. Estes prejuízos neurológicos podem contribuir para a baixa adesão ao tratamento (FUENTES et al., 2014).

    Edwards, Marshall e Cook (1999), em programas de pesquisa ao longo de décadas, observaram que indivíduos que abusam do álcool apresentam déficits em testes de aprendizagem, memória, abstração, solução de problemas, análise e síntese perceptuais, velocidade e eficiência no processamento de informação. Ainda, podem desenvolver efeitos danosos na linguagem e na capacidade de tomada de decisões.

    As principais alterações cognitivas encontradas em indivíduos dependentes de álcool foram detectadas no controle da memória episódica verbal, nas habilidades sociais, na memória de trabalho e no processamento viso-espacial. Pesquisas também mostram que o uso contínuo do álcool aumenta a tendência dos sujeitos apresentarem alterações cognitivas nas funções atentivas e motoras, sendo identificadas ainda alterações no controle inibitório. As alterações no córtex pré-frontal de alcoolistas tendem a prejudicar o processo de tomada de decisões, fazendo com que o indivíduo busque prazer imediato, alívio rápido dos sintomas que estão causando sofrimento, como, por exemplo, seguir bebendo ao invés de manter-se abstinente (NASSIF; ROSA, 2003; FUENTES et al., 2014).

    O indivíduo adota um comportamento sem levar em consideração as conseqüências futuras de suas atitudes. Pesquisas encontraram dificuldades no processo de inibição de comportamento e na coordenação de informações armazenadas na memória. Indivíduos em abstinência do álcool que apresentam lapsos de memória possuem uma menor capacidade inibitória, assim como uma pobre capacidade de coordenar, armazenar e manipular informações. Um correlato neural desses prejuízos cognitivos pode estar relacionado com um decréscimo no fluxo sanguíneo regional cerebral no giro frontal inferior (BECHARA et al., 2001; NASSIF; ROSA, 2003).

    O abusador de álcool, durante o período de intoxicação, tende a apresentar um estado de confusão mental e diminuição do nível de atenção. O álcool também prejudica a capacidade de julgamento, isto é, independente da pessoa ter bebido muito ou pouco, ela apresentará falhas em sua coordenação motora que geralmente não apresentaria se estivesse sóbria. Ainda, o álcool afeta os centros emocionais do sistema límbico, fazendo com que usuários crônicos tenham a tendência a desenvolver transtornos de ansiedade e depressão, podendo chegar até ao suicídio. Os efeitos emocionais e físicos do álcool geralmente contribuem para problemas familiares e conjugais que incluem violência doméstica e baixo desempenho laboral (LARANJEIRA et al., 2007).

    Rigoni et al. (2009) estudaram os efeitos da intoxicação aguda do álcool na memória imediata e tardia, assim como na capacidade de manter a vigilância. Os indivíduos foram avaliados na manhã seguinte após uma noite de abuso de álcool e os resultados mostraram que a memória imediata, relativa ao armazenamento em um curto espaço de tempo, esteve inalterada; porém, observou-se prejuízo na capacidade de retenção da memória tardia. A vigilância não esteve alterada, indicando que a dificuldade com a memória tardia não está relacionada à sedação causada pelo álcool, mas ao mau funcionamento do hipocampo na retenção de informações.

    Segundo Cunha e Novaes (2004), alterações no córtex órbito-frontal são observadas mesmo após meses de abstinência alcoólica e, possivelmente, estão relacionadas a problemas duradouros na atividade serotoninérgica e gabaérgica dessa área, influenciando na tomada de decisões, controle inibitório e no comportamento de consumo (buscar novamente o álcool) que mantém o processo de dependência da substância.

    Os autores ainda enfatizam que, os indivíduos dependentes de álcool tendem a apresentar mais erros nas tarefas e levam um tempo maior para completar determinadas atividades. São ainda encontrados déficits nas funções executivas (inibição do comportamento) e na memória de trabalho, responsável pela manutenção e manipulação de informações para a realização de tarefas cognitivas complexas. As alterações encontradas nos dependentes de álcool parecem representar danos cerebrais difusos e embora melhorem substancialmente durante a abstinência, alguns déficits continuam presentes, mesmo após anos da última ingestão de álcool.

    Quando há presença permanente desses déficits, o indivíduo pode apresentar a síndrome de Wernicke-Korsakoff. Esta síndrome caracteriza-se por perdas significativas na memória anterógrada, isto é, inabilidade em lembrar-se de novas informações por mais de alguns segundos, assim como uma deficiência na abstração e na capacidade de resolução de problemas. Está relacionada à deficiência de uma enzima que metaboliza a tiamina (vitamina B) em indivíduos dependentes de álcool e seus principais sintomas são confusão, amnésia, desorientação, confabulação e dificuldade para deambular. Seu início pode ser de forma aguda (horas ou dias) ou subaguda (semanas) após a ingestão excessiva de álcool (WASHTON; ZWEBEN, 2009).

    Outra patologia que também é resultado de uso prolongado de álcool é a demência alcoólica. É um quadro que pode ter origem multifatorial (efeito tóxico do álcool nos neurônios, deficiência nutricional, entre outros) e caracteriza-se por lesões nos lobos frontais e alterações da personalidade. Seus principais sintomas são pouca capacidade de julgamento, apatia, perda do interesse pela aparência e ambiente e tendência à mentira. Ainda, podem ocorrer déficits nas habilidades viso-espaciais e nas funções de memória. Estes indivíduos geralmente apresentam comprometimento na realização de testes neuropsicológicos e há evidências, através de exames de tomografia computadorizada, que existe uma retração cortical. (LARANJEIRA et al., 2007).

Déficits cognitivos e implicações para o tratamento

    Os déficits cognitivos encontrados nos dependentes do álcool têm implicação direta no tratamento, tanto para a escolha de estratégias a serem adotadas, como para a análise do prognóstico. Entretanto, a maioria dos programas de tratamento ainda não considera o impacto dos déficits cognitivos na eficácia da recuperação desses indivíduos e não emprega técnicas de reabilitação cognitiva para melhorar as alterações encontradas (CUNHA; NOVAES, 2004).

    Nos exames de neuroimagem, dependentes de álcool que se mantém abstinentes tendem a demonstrar recuperação em determinadas áreas cerebrais e de algumas funções neuropsicológicas. Entretanto, indivíduos com lesões e alterações cognitivas nas regiões frontais do cérebro podem apresentar pior prognóstico, estando geralmente associado a um número maior de recaídas durante o tratamento (CUNHA; NOVAES, 2004).

    A maioria dos tratamentos atualmente reconhecidos como eficazes para as dependências químicas, incluindo o álcool, baseia-se no emprego de estratégias cognitivo-comportamentais, em que o processamento cognitivo é um mediador decisivo para a mudança de comportamentos e emoções. Os dependentes químicos que não estão em condições de compreender as intervenções, tendem a obter pouco sucesso ou abandonar o tratamento precocemente (LARANJEIRA et al., 2007).

    No que se refere às psicoterapias utilizadas com dependentes de álcool, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a escolhida, pelo fato de trabalhar diretamente sobre os sintomas e utilizar uma abordagem de aprendizado estruturada. Os indivíduos recebem instruções e tarefas para realizar em casa no intuito de melhorar as habilidades para lidar com as situações básicas da vida e com os conflitos, bem como aprendem a controlar seu comportamento e a mudar a forma como vêem o álcool (LARANJEIRA et al., 2007).

Avaliação neuropsicológica e reabilitação cognitiva na dependência de álcool

    Por estudar a expressão comportamental das disfunções cerebrais, a neuropsicologia preocupa-se diretamente com a complexa organização cerebral e suas relações com o comportamento e a cognição. Cognição é o ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem. É a partir da relação entre todas essas funções que se pode entender a grande maioria dos comportamentos, desde o mais simples até as situações de maior complexidade que exigem atividades cerebrais mais elaboradas (LEZAK, 1995; FUENTES et al., 2014).

    A avaliação neuropsicológica tem como objetivo descrever as alterações cognitivas, comportamentais e emocionais, bem como a qualidade do funcionamento mental, realizar a análise de potenciais, prever o curso da recuperação e estimar o funcionamento pré-mórbido (anterior) dos usuários da substância. É ainda do âmbito da neuropsicologia a realização de atividades que visem à recuperação ou amenização dos déficits neurocognitivos encontrados nos indivíduos, processo conhecido como reabilitação cognitiva (LARANJEIRA et al., 2007).

    Devido às conseqüências físicas, cognitivas, comportamentais e emocionais decorrentes do impacto do uso de substâncias no cérebro, a investigação neuropsicológica pode contribuir no esclarecimento de questões diagnósticas sobre as funções cognitivas prejudicadas, bem como estabelecer alternativas comportamentais para minimizar os déficits encontrados (ANDRADE et al., 2004).

    Segundo Cunha e Novaes (2004) os pacientes portadores de problemas cognitivos persistentes ou com quadro de deterioração progressiva do funcionamento mental podem se beneficiar de avaliações neuropsicológicas periódicas, que permitem a análise sistematizada das mudanças ocorridas no funcionamento cognitivo, indicando os benefícios de um tratamento ou a evolução do estado neuropsiquiátrico.

    Em indivíduos com histórico de uso abusivo de álcool, a avaliação neuropsicológica pode ser um instrumento muito importante para a detecção e avaliação da progressão das alterações decorrentes do uso contínuo. Em relação à reabilitação cognitiva, essa tem um papel relevante na recuperação dos déficits e reinserção psicossocial desses indivíduos (OLIVEIRA; RIGONI, 2005; LARANJEIRA et al., 2007).

    As técnicas de reabilitação cognitiva permitem o trabalho adequado desses déficits nos dependentes de álcool, auxiliando-os, inicialmente, a reconhecer as alterações cognitivas como conseqüências do abuso do álcool e, posteriormente, a recuperar as funções ou amenizar o sofrimento e sentimento de inadequação psicossocial. Hoje em dia, sabe-se que tarefas de treinamento e reabilitação cognitiva podem acelerar e até mesmo reverter quadros déficits cognitivos em dependentes do álcool, contribuindo muito para a aquisição de novas habilidades e para o sucesso do tratamento (CUNHA; NOVAES, 2004).

Conclusão

    Vários são os déficits neuropsicológicos encontrados nos indivíduos usuários de álcool, tanto no uso agudo, como no uso crônico. As alterações cognitivas pioram de acordo com o tempo de uso e se relacionam diretamente com a aderência ao tratamento e manutenção da abstinência, assim como podem se transformar em transtornos cerebrais permanentes e degenerativos. A avaliação neuropsicológica pode, por sua vez, ser muito útil para detecção e análise da progressão dessas alterações, bem como subsidiar o processo de reabilitação cognitiva e reinserção psicossocial.

    A avaliação neuropsicológica em indivíduos usuários de álcool é de suma importância para o profissional da área da saúde e para o próprio indivíduo, na medida em que ambos necessitam conhecer o perfil das funções cognitivas e o que delas pode ter sido afetado pelo uso dessa substância.

    Quanto mais precoces forem os achados dos déficits cognitivos, maiores são as chances de adequar as intervenções para cada indivíduo. A avaliação neuropsicológica pode auxiliar no complemento do diagnóstico e na compreensão da dificuldade de manutenção da abstinência; além disso, pode ajudar no tratamento e na orientação dos familiares de indivíduos usuários de álcool.

References

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  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE- OMS. Brasil. Fatores de risco. Álcool. Brasília, DF. 2011. Disponível em: http://www.who.int/substance_abuse/publications/global_alcohol_report/profiles/bra.pdf. Acesso em: 12 mar. 2014.

  • RIGONI, M. S. et al. Alcoolismo e avaliação de funções executivas: uma revisão sistemática. Porto Alegre, Psico-PUCRS, v. 44, n. 1, jan./mar., p. 122-129. 2013.

  • RIGONI, M. S. et al. Prontidão para mudança e alterações das funções cognitivas em alcoolistas. Psicologia em Estudo, v. 14, n.4, p.739-747. 2009.

  • WASHTON, A. M.; ZWEBEN, J. E. Prática psicoterápica eficaz dos problemas com álcool e drogas. Porto Alegre: Artmed. 2009.

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