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Benefícios do exercício resistido no controle da 

hipertensão arterial sistêmica: uma revisão sistemática

Benefits of exercise resistance in arterial hypertension (HPB): a systematic review

 

*Fisioterapeuta, mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade

Coordenador do curso de fisioterapia das Faculdades INTA – Sobral/CE

**Acadêmico do curso de Fisioterapia das faculdades INTA

***Fonoaudióloga e docente das faculdades INTA

****Fisioterapeuta e docente das faculdades INTA

Leandro Gomes Barbieri*

Flavio Marques Damasceno**

Danielle Gonçalves Fernandes Vieira Barbieri***

Denis Frota Guimarães****

lgbarbieri@hotmail.com

 

 

 

 

Resumo

          O treinamento com exercício físico resistido tem sido proposto como uma importante estratégia para tratamento e reabilitação cardiovascular, e nesse contexto esta revisão descreve os benefícios físicos e fisiológicos mediados por esse tipo de intervenção. Este estudo tem como objetivo geral analisar os benefícios do treinamento resistido em pacientes com hipertensão arterial sistêmica. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica que favorece o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. O presente estudo constitui em uma revisão sistemática da literatura com abordagem descritiva a cerca dos benefícios da atividade física no tratamento da HAS. Este trabalho de revisão mostrou a grande importância do exercício físico resistido para o individuo hipertenso, na aquisição de benefícios e melhoria da qualidade de vida por meio de um treinamento bem orientado. Mas também verificou que são necessários novos estudos para que se possa ter uma gama maior de conhecimento acerca de uma teoria e uma prática bem fundamentada em relação a esse tipo de exercício.

          Unitermos: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Exercício físico. Tratamento.

 

Abstract

          Training with resistance exercise has been proposed as an important strategy for treatment and cardiac rehabilitation, and in this context, this review describes the physical and physiological benefits mediated by this type of intervention. This study aims at analyzing the benefits of resistance training in patients with hypertension. Arterial Hypertension (HBP) is a chronic disease that favors the development of cardiovascular disease. The present study constitutes a systematic literature review approach with descriptive about the benefits of physical activity in the treatment of hypertension. This literature review showed the great importance of resistance exercise for hypertensive individual, in acquiring benefits and improved quality of life through a training oriented. But also noted that further studies are needed so that we can have a wider range of knowledge of theory and practice, well grounded in relation to this type of exercise.

          Keywords: Hypertension (HBP). Exercise. Treatment.

 

 
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 19, Nº 195, Agosto de 2014. http://www.efdeportes.com

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Introdução

    O Brasil acompanha uma tendência mundial, onde pretende chegar em 2025 a uma população de idosos de 25 milhões de pessoas. Apesar de estarmos tendo melhores condições de vida, uma preocupação atual é a questão do envelhecimento associado ao sedentarismo como as doenças crônicas que são responsáveis por uma redução da capacidade funcional, que acarreta prejuízos a essa população1.

    Uma das patologias que mais acometem a população idosa é a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). A HAS pode gerar uma série de complicações metabólica sendo a principal responsável por elevar os riscos da população a desenvolver doenças cardiovasculares. A sua prevenção e/ou tratamento inclui um estilo de vida com uma dieta alimentar balanceada, pratica de exercício físico regular, além da diminuição de ingestão de lipídeos, cloreto de sódio e o abandono do tabagismo2.

    Embora a HAS seja uma patologia de grande incidência, é importante relatar que boa parte da população adulta não sabe que sofre de hipertensão, e aqueles que sabem da doença não realiza o tratamento de maneira adequada. Esta patologia é ainda mais comum em pessoas diabéticas, o que resulta num risco maior a este grupo3.

    Nas ultimas décadas os pesquisadores tem procurado estudar os efeitos do exercício físico sobre a pressão arterial, bem como a mecânica mais influente para se alcançar melhores resultados, e dessa forma desenvolver um alternativas para o tratamento não farmacológico2.

    Estudos mostram que o exercício físico resistido proporciona a seus aderentes inúmeras melhorias fisiológicas, como a melhoria da aptidão física, melhoria da saúde de idosos, diminui os risco de ter doenças cardiovasculares como a HAS, diabetes mellitus, obesidade e osteoporose. Além da melhoria das capacidades funcionais, como andar, subir e descer escadas e o equilíbrio dinâmico1.

    Os exercícios resistidos caracterizam-se por atividades nos quais ocorrem contrações voluntárias da musculatura esquelética de um determinado segmento corporal contra alguma resistência externa, ou seja, contra uma força que se opõe ao movimento, sendo que essa oposição pode ser oferecida pela própria massa corporal, ou por pesos livres como os alteres, faixas elásticas ou ainda de aparelhos próprios de musculação5.

    O principal objetivo desse treinamento é aumentar a capacidade de adaptação para a hipertrofia muscular e para o desenvolvimento de habilidades neurais. Esse tipo de atividade também é responsável por um expressivo aumento fisiológico do sistema cardiovascular5.

    As respostas fisiológicas provocadas pela atividade físicas repercutem de maneira positiva no sistema cardiovascular, e por isso pode ser considerado um importante agente terapêutico do tipo não-farmacológico que contribui para a redução dos níveis pressóricos da HAS6.

    A segurança de qualquer atividade física é dada por um profissional habilitado, que tenha controle de todas as variáveis de treinamento, adequando às sobrecargas ás capacidades individuais de cada cliente. Dentre as variáveis que podem ser controladas estão: números de exercício, séries, intervalos de descanso, cargas utilizadas, postura nos exercícios, amplitude e velocidade de execução dos movimentos e freqüência semanal de treinamento1.

    Os exercícios resistidos tem ganhado uma atenção especial da pesquisa cientifica e por parte de programas de condicionamento físico, a fim de discutir seus benefícios sobre indivíduos portadores alguma patologia. Os fatores discutidos são com relação à segurança e adequação das variáveis, (posição, postura, velocidade de execução e intensidade dos movimentos), e seus benefícios sobre o sistema cardiovascular e musculoesquelético. Os equipamentos utilizados nesta prática permitem que o profissional da área do treinamento físico possa ter controle sobre as sobrecargas que são utilizadas de acordo com o nível de aptidão da pessoa treinada1.

    As respostas pressóricas durante o exercício resistido podem ser fundamentadas apenas com uma mediada intra-arterial, onde através da execução de exercício de força/hipertrofia foi observado aumentou exagerado tanto da pressão sistólica como da diastólica em pessoas hipertensas. Foi analisado que os mecanismos responsáveis por esses aumentos foram decorrentes da musculatura contraída sobre os vasos sanguíneos. Quanto às respostas dos exercícios resistidos e a sua magnitude, foi observado que os exercícios têm grande influência de suas variáveis7.

    Dentre outros benefícios que o exercício físico provoca no corpo da pessoa está, o ganho de massa muscular e força, bem como o aumento da expressão gênica, que reverte alterações proporcionadas pelo envelhecimento. Por fim, apesar de alguns fatores limitarem a aptidão física dos idosos, mesmos os casos mais delicados são beneficiados com a prática regular1, 7.

    Alguns fatores que podem ser considerados de risco com a prática do exercício físico resistido, como: os excessos de cargas, amplitude e volumes de treinamento, postura inadequada e a má projeção de equipamentos, esses fatores devem ser observados com precauções a serem tomadas para evitar lesões1.

    Diante do exposto, o objetivo no nosso trabalho é apresentar através de uma revisão de literatura, os principais benefícios que o exercício resistido proporciona ao tratamento de pacientes com HAS, bem como apresentar as vantagens, indicações e contraindicações dessa terapêutica.

Metodologia

    Para o alcance dos objetivos desta pesquisa, optou-se por realizar um estudo do tipo revisão de literatura com abordagem descritiva. Esse tipo de pesquisa tem a finalidade de observar, registrar e analisar os fenômenos estudados sem, entretanto, entrar no mérito de seu conteúdo.

    Todo o levantamento bibliográfico ocorreu na base de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e em suas bases indexadas como o LILACS (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde), Scielo (Scientific Electronic Library Online) e Pubmed, no período de outubro de 2012 a julho de 2013.

    Para facilitar a busca dos trabalhos que foram selecionados trabalhos a partir de alguns termos ou palavras-chaves encontrados nos Descritores de Ciências da Saúde (DECS) como: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Exercício Físico e tratamento.

    Adotaremos ainda alguns critérios de inclusão e exclusão para seleção dos trabalhos. Foram selecionados apenas os artigos completos com a possibilidade de acesso gratuito, publicados em periódicos nacionais entre os anos de 2002 a 2012, e estivesse indexados em um dos bancos de dados descritos anteriormente. Os trabalhos ainda deveriam estar escritos em língua portuguesa e abordar pelo menos uma das competências analisadas

    Excluímos da pesquisa os demais trabalhos como teses e dissertações, bem como os artigos sem possibilidade de acesso gratuito, publicados em anos inferior, escritos em outras línguas e que estavam disponíveis apenas no formato de resumo simples.

Resultados e discussão

    Na antiguidade o homem era considerado um ser ativo fisicamente, pois tinha que ir a busca do seu próprio alimento, com a caça pesca e cultivo de seus produtos alimentícios. Devido à industrialização e aos avanços tecnológicos o homem passou a ter um novo estilo de vida, com uma diminuição considerável em relação a sua atividade física, tornando-se mais sedentário. Esse novo estilo de vida passou a acarretar fatores em relação a sua saúde e composição corporal, que veio assim fazer com que ele desenvolvesse doenças hipocinéticas e crônico-degenerativas8.

    Alguns inquéritos populacionais informam que a hipertensão arterial em nosso país tem uma prevalência preocupante para os órgãos públicos. As informações contidas mostram que as taxas de prevalência têm variado entre 22,3% e 43,9. Com seu alto custo, os dados informam que essa população de hipertensos está tendo uma aposentadoria precoce e de absenteísmo no trabalho, tudo isso devido às questões de saúde9.

    Informações dos Indicadores de Dados Básicos (IDB 2006) da Rede Interagêncial de Informações para a saúde – RIPSA indicam que a prevalência de hipertensão em Belo Horizonte, entre indivíduos maiores que 25 anos é de 25,8%, com discreta variação entre sexos, mas ampla variação entre as faixas etárias: 9,9% de 25 a 29 ano, 32,4% de 40 a 59 anos, e 52,5% para maiores de 60 anos9.

    Pesquisas mostram que a prevalência de pessoas com HAS tem aumentado a partir da sexta década de vida, principalmente para o sexo feminino, fato esse que torna o principal fator de mortalidade para essa população. A atividade física está vinculada a um dos principais meios como medida preventiva e alternativa para o tratamento da hipertensão10.

    A HAS é uma doença de etiologia multifatorial e que necessita de acompanhamento por uma equipe multiprofissional. A atuação multidisciplinar do educador físico e do fisioterapeuta no tratamento da HAS é de grande importância, visto que ele poderá fazer a programação e supervisão do treinamento desses pacientes. A prática de uma atividade física pode ser definida como qualquer movimento que é produzido pelos músculos esqueléticos que tenha um gasto energético maior do que o de repouso. Sabendo que o exercício físico é um dos principais fatores que contribuem na melhoria da qualidade de vida desse grupo de pessoas e atua na manutenção da saúde dos mesmos6.

    Os critérios para o diagnóstico da hipertensão arterial é dada quando os valores médios da pressão sanguínea sistólica é igual ou superior a 140mmhg, ou a pressão diastólica é igual ou superior a 90mmhg, obedecendo a um intervalo de 15 minutos entre as duas medidas. O procedimento mais usual de verificação da pressão arterial se utiliza de um estetoscópio e um tensiômetro. Por meio do estetoscópio é feito a ausculta dos batimentos cardíacos, e do tensiômetro é feito a inflação do manguito e a verificação do valor registrado no ponteiro7.

    Nas ultimas décadas aumentou muito o interesse de pesquisadores em estudar o efeito dos exercícios físicos na pressão arterial, bem como a mecânica mais influente para se alcançar melhores resultados. Com essas pesquisas e estudos foi verificado que a prática de exercício físico regular, com sua devida execução causa alterações na hipertensão arterial, atuando como mecanismo de regulação2.

    Os Exercícios físicos resistidos (EFR), ou exercício de força são atividades localizadas, que implica da prática de realizar contração muscular voluntária em algum segmento corporal e contra uma resistência externa. Varias pesquisas mostram a prática do exercício físico aeróbio e seus benefícios em relação à melhoria da saúde e seus efeitos em hipertensos, mais há poucos anos atrás, aumentou bastante as pesquisa e trabalhos referentes aos exercícios resistidos ou como também são conhecidos musculação, e seus efeitos cardiovasculares10.

    Treinamento contra-resistido são exercícios realizados de forma dinâmica, com auxilio de aparelhos, e tem como objetivo aumentar a capacidade de adaptação para a hipertrofia e para o desenvolvimento de habilidades neurais. A realização desse tipo de treinamento torna expressivo o aumento imediato das respostas fisiológicas do sistema cardiovascular. As variáveis associadas diretamente ao treinamento resistido são: o numero de séries, o intervalo de recuperação do treinado, a carga utilizada, os tipos de exercícios e massa muscular trabalhada, essas variáveis juntas aumentam as respostas cardiovasculares, principalmente a pressão arterial7.

    Sabemos, portanto que as respostas fisiológicas provocadas através da atividade física têm ótimas influências no sistema cardiovascular, ela poderá fazer parte da terapêuticas não-farmacológicas da HAS, atuando diretamente na redução dos níveis pressóricos dos pacientes6.

    O primeiro estudo analisado foi um artigo de revisão desenvolvido por Umpierre e Stein o estudo mostrou que a realização de Exercício Físico com Resistência (EFR) foi fundamental para a o incremento da força muscular e da capacidade para realização de tarefas do dia-a-dia. Os estudos utilizaram a avaliação hemodinâmica e verificaram a estabilidade cardiovascular em pacientes com doença coronariana ou insuficiência cardíaca durante a realização de exercício resistido, sem que houvesse aparentes prejuízos na função ventricular ou aumento exacerbado na pressão arterial ao exercício. O estudo verificou que a pressão arterial em repouso também parece ser influenciada pelo treinamento resistido crônico, apresentando leve redução tanto para a pressão arterial sistólica (PAS) quanto para a pressão arterial diastólica (PAD).

    Em outro trabalho, Pedroso et al realizaram um estudo em nove mulheres onde foram submetidas a um programa de treinamento de força durante oito semanas e, antes e após o programa, aos seguintes testes: 1) composição corporal (peso e percentual de gordura corporal); 2) capacidade aeróbica (teste de caminhada de 6 minutos); 3) força (testes de 10 repetições máximas); e 4) flexibilidade (teste de sentar e alcançar). Antes e depois de cada sessão de treinamento registrou-se o uso de medicação e foi medida a pressão arterial. A análise estatística foi realizada por meio do Teste t para dados pareados, p < 0,05. Durante o programa, não ocorreram complicações clínicas. O programa de atividade física proposto foi seguro e benéfico para mulheres com hipertensão arterial, sendo eficiente para aumentar a força muscular e diminuir o percentual de gordura bem como contribuiu bastante para o controle da HAS.

    Já o estudo de Krinski et al, teve por objetivo avaliar os efeitos cardiovasculares agudos sobre o exercício resistido (ER) em idosas com hipertensão estagio I. Participaram 24 hipertensas (63,7 ± 3,7 anos), submetidas a uma sessão de ER, constituída por oito estações (três series, 12 repetições, 50% 1 RM). A freqüência cardíaca (FC), a pressão arterial sistólica (PAS) e a diastólica (PAD) foram mensuradas anteriormente ao inicio dos exercícios (A), imediatamente apos a quinta estação (B) e 10 min. apos a sessão de exercícios (C). A nova de medidas repetidas e post-hoc Tukey (p < 0,05) foram utilizados. Os resultados demonstraram aumento significativo na PAS, PAD e FC (p < 0,05) entre as condições A e B. Subseqüentemente, na condição C, em PAS e PAD houve decréscimo significante em relação à condição B (p < 0,05), porem somente PAD reduziu significativamente para a condição A (p < 0,05).

    Um trabalho realizou estudos com dois grupo, o primeiro com 9 mulheres e o segundo grupo com 24 mulheres. Para o primeiro grupo foi adotado treinamento de 8 semanas e no segundo foi adotado sessão de estações de exercícios, com testes para se verificar força muscular, flexibilidade, resistência aeróbica, pressão arterial, freqüência cardíaca. No primeiro foi verificado que as mulheres treinadas tiveram ganho de força muscular e perda do percentual de gordura corporal, além de ter tido uma boa segurança nos níveis pressóricos, o segundo foi verificado que os valores pressóricos diminuíram após o treinamento.

    Os estudos de Umpierre coletaram dados em artigos científicos que identificaram ótimos achados sobre os benefícios do EFR para pessoas hipertensa e idosos, alem disso o estudo verificou que ocorreram melhorias na qualidade de vida dos sujeitos frente as suas atividades diárias, reduziu os valores pressóricos, promoveu aumento de força muscular entre outros achados.

    Foi verificado que após uma sessão de treinamento o valor diastólico e sistólico da pressão arterial estava abaixo dos valores da condição inicial de pré-esforço, esse comportamento fisiológico é considerada uma hipotensão pós-exercicio. Pode-se considerar também que quanto maior for à duração da hipotensão pós-excercicio, menor será o uso de tratamento farmacológico7.

    Apenas um dos trabalhos analisados, fez uma associação negativa da pratica de EFR no controle da HAS. Segundo o estudo a pratica do EFR agrava as condições funcionais dos pacientes com HAS, sobretudo no aumento das comorbidades em indivíduos de idades mais avançadas.

    Os resultados da pesquisa mostram o efeito do EFR, na diminuição dos valores pressóricos tanto em pessoas hipertensas, como também em normotensos. As pesquisas existentes mostram que após a prática do EFR há uma manutenção e/ou redução dos valores tanto da pressão diastólica como sistólica. Temos que considerar que essas alterações fisiológicas dependem muito da intensidade do exercício, podendo ele como foi citado anteriormente diminuir esses valores, mas também apenas mantê-los fato esse que não pode ser considerado tão ruim, ainda não muitos os trabalhos referentes a essa reposta pós-exercício, mas que são válidos tendo um devido acompanhamento4, 11.

    Hunter e outros abordam que se tiver de escolher uma atividade física para ser realizada pelo o grupo de idosos o EFR é o mais indicado, pois ela aumenta a capacidade funcional e tem uma melhor realização das atividades diárias. Apesar das indicações do ERF para o grupo de idosos, ha um percentual muito pequeno de praticante deste tipo de exercício1. Entre a frequência é indicado pelo menos duas sessões de treinamento semanal, com uma variação aceita de oito a dez exercícios para os grandes grupos musculares. Em relação ao numero de repetições vai depender da condição atual do individuo, sendo que para pessoas menos debilitadas de dez a quinze repetições e para pessoas debilitadas até dez, tudo isso de acordo com que já foi abordado antes1.

    Entretanto o EFR poderá ser contraindicado para os praticantes de musculação, com a pressão sistólica e diastólica acima de 200 mmHg e 110 mmHg respectivamente. O EFR pode ainda ser contraindicado para pacientes com arritmias não controladas, doença aguda, a pessoa estando em estado de febre, e quando a frequência cardíaca estiver acima de 120bpm com o indivíduo estiver em repouso e ainda em quadros de insuficiência cardíaca13.

    Analisando, essas contra indicações verificamos que o EFR não poder ser utilizada nas condições em que o paciente está com sérios agravos na sua saúde, e que estão vetados a realizar algum tipo de atividade física, devendo estes serem acompanhados com uma atenção mais rigorosa1, 14.

    Alguns autores já relatam que os benefícios preventivos e terapêuticos podem ser adquiridos com a prática do EFR, e que infelizmente apenas uma pequena parcela dos idosos realiza esta atividade essencial. E boas evidencias quanto a segurança, eficácia, indicações e contra-indicações da prática regular dos ER pela população idosa. O mesmo autor ainda propõe que esta atividade seja aderida pela população de modo geral, para que desta forma possa contribuir na redução do sedentarismo e de possíveis gastos em saúde1.

    Notamos que os estudos realizados nessa área ainda não são suficientes para se dizer com clareza qual é o melhor tipo de exercício que pode ser utilizado, bem o numero de séries e a intensidade ideal para essa população. Entre os estudos analisados nos estudo analisados 3 tiveram boas respostas quanto a pratica do EFR no controle da HAS e apenas 1 deles foi contra essa pratica no grupo de pacientes relatado.

    Diante disso, é necessário que sejam realizados novos estudos que possam definir o melhor tipo de EFR, bem como as variáveis que foram citadas anteriormente.

Considerações finais

    Podemos considerar que o EFR quando utilizado para o controle da HAS mostrou-se como um importante agente terapêutico seguro e benéfico que em conjunto promove o aumento da força muscular, contribui para a redução de gorduras alem de promover melhorias na capacidade aeróbica e da flexibilidade.

    As respostas fisiológicas provocadas pela atividade físicas têm ótimas influências no sistema cardiovascular, e devem fazer parte da terapêutica não farmacológica, sendo o mais recomendado, por atuar também em outros sistemas.

    Este trabalho de revisão mostrou a grande importância que o exercício físico resistido tem para a manutenção dos indivíduos e sobretudo no individuo hipertenso. Devemos salientar ainda que os exercícios devem ser realizados por profissionais treinados, no entanto, ainda é necessário a realização de novos estudos que possam mostrar uma gama maior de conhecimento acerca do assunto abordado para que assim possamos ter uma prática bem fundamentada com relação ao uso dos exercício voltado ao controle da HAS.

Referências

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  3. Toscano CM. As campanhas nacionais para detecção das doenças crônicas não-transmissíveis: diabetes e hipertensão arterial. Ciência & Saúde Coletiva, 9(4):885-895, 2004.

  4. Forjaz CLM. Exercício resistido para o paciente hipertenso: indicação ou contra-indicação. Rev Bras Hipertens 10: 119-124, 2003.

  5. Polito MD, Farinatti PTV. Comportamento da pressão arterial após exercícios contra-resistência: uma revisão sistemática sobre variáveis determinantes e possíveis mecanismos. Rev Bras Med Esporte, Vol. 12, Nº 6 – Nov/Dez, 2006.

  6. Pedroso MA et al. Efeitos do Treinamento de Força em Mulheres com Hipertensão Arterial. SAÚDE REV., Piracicaba, 9 (21): 27-32, 2007.

  7. Polito MD, Farinatti PTV. Considerações sobre a medida da pressão arterial em exercícios contra-resistência. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 9, Nº 1 – Jan/Fev, 2003.

  8. Bordignon J. A importância da atividade física na prevenção e tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Centro de Desportos, UFSC Florianópolis, 25 de fevereiro de 2004.

  9. Martins AA. Estratégias de implementação de protocolo de hipertensão arterial/risco cardiovascular – SMSA 2009, pela equipe Azul do Centro de Saúde Marcelo Ponte Gomes. UFMG, curso de especialização; Belo Horizonte, 2010.

  10. Krinsk K et al. Efeitos cardiovasculares agudos do exercício resistido em idosas Hipertensas. Acta Sci. Health Sci. Maringá, v. 30, n. 2, p. 107-112, 2008.

  11. Miranda H et al. Análise da freqüência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto em diferentes posições corporais nos exercícios resistidos. Rev Bras Med Esporte, Vol. 11, Nº 5 – Set/Out, 2005.

  12. Umpierre D, Stein R. Efeitos Hemodinâmicos e Vasculares do Treinamento Resistido: Implicações na Doença Cardiovascular. Arq Bras Cardiol; 89(4) : 256-262, 2007.

  13. Mediano MFF et al. Comportamento subagudo da pressão arterial após o treinamento de força em hipertensos controlados. Rev Bras Med Esporte, Vol. 11, Nº 6 – Nov/Dez, 2005.

  14. Sampaio RF, Mancini MC. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica, Rev. bras. fisioterapia. São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, jan./fev. 2007.

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